[ TUTORIAL ] ReaMix Quebrando as Barreiras Com o REAPER [ 20 MB ]
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tutorial reaper software...
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1 – Antes de começarmos…
ReaMix: Quebrando as Barreiras com o REAPER Destrave o REAPER e adicione novas dimensões às suas mixagens
Por Geoffrey Francis Autor de Up and R unning: A R EAPER User Guide
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER
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1 – Antes de começarmos…
Preâmbulo
Este livro de mixagem tem a intenção de guiar você no sentido de tirar o melhor da mixagem dos seus projetos no REAPER. Ele é designado para ajudar você a produzir grandes mixagens que estarão prontas para a masterização. Não é realmente adequado para um novato completo no REAPER (nem no Áudio Digital), uma vez que ele assume um certo nível básico de conhecimento prévio. Isto inclui: •
Um entendimento de conceitos básicos de áudio e terminologia.
•
Um nível razoável de competência em gravação e edição com o REAPER
•
Um grau razoável de entendimento e competência na navegação dentro do ambiente REAPER
Se você já não tem uma cópia do Up and Running: A REAPER User Guide, é altamente recomendado que você consiga um e o leia antes de embarcar neste livro. Uma versão PDF da publicação do Guia do Usuário e uma cópia impressa estão disponíveis para download. Você deve achar um link em: http://www.lulu.com/content/1295509 Verifique o guia e então leia a lista de Sim e Não abaixo.
“Sins” e “Nãos” Sim, esteja preparado para ler este livro inteiro. Sim, esteja preparado para ir a alguns dos exemplos quantas vezes forem necessárias para entendê-los. Alguns deles são bem simples. Alguns são bastante complexos. A maioria se perde em algum lugar no meio do processo. Você não pode esperar conseguir aprender e entender tudo o que estes exemplos têm a revelar em poucos minutos. Sim, prepare-se para usar até cansar a função Toggle Global Bypass (Alternar o Bypass Global) do REAPER. Use-a freqüentemente quando estiver trabalhando com os exemplos. Vai ajudar você a identificar como as várias ações que você usar estão ajudando a moldar o som que você está produzindo. Sim, espere começar a ver resultados e benefícios bem rapidamente, mas também entenda que este livro visa iniciar você numa jornada. Não é o destino final. Sim, espere gastar muito tempo se você quiser conseguir os melhores resultados. Alguns dos álbuns mais legais já feitos levaram mais de um ano sendo feitos. Alguns dos hit singles mais memoráveis levaram meses. Roma não foi construída num dia e nem uma mix de qualidade será. Sim, siga o que você aprendeu aqui percorrendo outras vias – como usuários de fórum, web sites e experiência de outros. Sim, esteja preparado para usar as ferramentas corretas para o trabalho. Se você for sério sobre gravação, você vai precisar microfones razoavelmente bons, bons monitores de estúdio, um PC com gana suficiente, um bom conjunto de headphones e monitores duplos (telas). Se o seu setup não tem qualquer um destes, tudo bem, mas não espere conseguir os mesmos resultados.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Sim, esteja preparado a analisar o que você está fazendo e aprender fazendo. Experimente, investigue e erre. Esteja preparado para aprender com os erros. Sim, seja paciente e espere crescer e melhorar constantemente e gradualmente com o tempo. Não, não espere milagres do dia pra noite. Qualquer arte, habilidade ou trabalho digno de seu nome leva anos para ser dominada. Você não se torna o próximo Phil Spector, Todd Rundgren ou George Martin do dia pra noite. Nem eles conseguiram. Não tenha medo de forçar os limites e entortar ou quebrar regras. Há apenas uma regra na verdade: se soa bem, está bem.
Avisos, Desculpas e Justificativas A Mixagem é uma atividade multi-disciplinar que envolve chegar ao topo de uma série de questões. Estas questões interagem umas com as outras e não se adaptam a recipientes impermeáveis. Para propósitos de aprendizado, no entanto, você vai se deparar com muitos lugares neste livro onde os tópicos parecem ser examinados isolados de outros aspectos da mixagem. Da mesma forma você encontra outras seções onde as fronteiras entre diferentes tópicos podem parecer de certa forma, embaçadas. Isto tudo é parte do processo de aprendizagem. Esperamos que os últimos estágios deste livro irão unir as pontas e cortar os pedaços soltos para clarear tudo para você. Finalmente, lembre que a mixagem não é uma ciência exata. É em parte ciência, para falar a verdade, mas também há uma grande elemento subjetivo nela. Se você não concorda com tudo o que foi dito neste livro, tudo bem – de fato, é melhor que seja assim. O mais importante é que vai aprender colocando tudo à prova.
Os Projetos de Amostra Há três projetos básicos que são usados neste livro. Cada um tem uma dúzia ou mais de variações. Todos são gravações de música acústica. Há duas razões para isto: •
A necessidade de incluir exemplos usando apenas plug-ins que ou são disponibilizados pelo REAPER ou são facilmente (e legalmente!) achados como freeware. Esta regra exclui a maioria dos sintetizadores populares.
•
Este é o estilo de música com o qual eu estou pessoalmente mais familiarizado e com o qual eu tenho mais experiência.
Isto não significa, no entanto, que este é só, ou primariamente, um livro sobre como mixar música acústica. Nem por um minuto. O objetivo deste é ajudar você a entender e desenvolver confiança e competência em duas áreas principais: •
Os princípios do som e acústica, e especialmente como o som se comporta, e podem ser levados a se comportar, nas quatro dimensões do espaço que constroem a mixagem. Estes princípios são exatamente os mesmos quando aplicados a qualquer gênero de música, seja ela clássica, acústica, eletrônica ou qualquer outra forma. Tudo o que vai variar é a aplicação destes princípios – que é de onde seu conhecimento de especialista da sua música vem.
4
1 – Antes de começarmos… •
As funções muito especiais do REAPER que oferecem a você oportunidades de mixagem que (enquanto escrevemos) simplesmente não são obtidos com outros DAW’s, pelo menos nenhum que eu já tenha encontrado. Estas funções, claro, estão lá para seu uso, sem importar os gêneros musicais com os quais você está tarbalhando.
Você pode baixar os arquivos de projetos de amostra aqui: http://www.cockos.com/~glazfolk/Pelverata.zip http://www.cockos.com/~glazfolk/RosesBloom.zip http://www.cockos.com/~glazfolk/Waiting.zip Além disto, há um monte de plug-ins JS customizados que são usados em alguns dos exemplos. Se você quiser, pode criá-los você mesmo, mas você deve achar mais fácil usar este pacote. Ele contém cinco plug-ins que são modificações de vários plug-ins JS originalmente desenvolvidos pela IX e LOSER. http://www.cockos.com/~glazfolk/CustomPlugins.zip Você vai precisar descompactá-los no diretório de programa do Reaper, de forma que eles irão ficar no seguinte diretório: C:\Arquivos de Programas\REAPER\Effects\NICHOLAS Para alguns dos exemplos, também é recomendado que você baixe alguns dos arquivos de Reverb Impulse de: http://stash.reaper.fm/tag/Reverb-Impulses Em particular, procure pelas coleções Pipeline Audio Room, Plate, Hall e Ambience. Uma vez que você os tenha todos, mantenha uma cópia segura em algum lugar antes que você comece a trabalhar.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER
Agradecimentos Este livro de mixagem nunca teria sido produzido sem a assistência inestimável de algumas pessoas maravilhosas. Em particular, eu devo citar: Louise Bell, Peter Hicks e Jeremy Sibson por sua generosidade em me emprestar suas habilidades musicais e vocais para as gravações de amostra usadas ao longo deste livro. Simon “Spike” Mullings por sua extraordinária paciência e diligência na avaliação de leitura, correção e geração de várias idéias construtivas e sugestões que ajudaram a fazer deste livro significantemente melhor e mais útil do que seria se eles não o tivessem feito.
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1 – Antes de começarmos…
Antes de começarmos 1.1
Você está pronto para mixar?
Isto é, você está realmente pronto para mixar? Quando se considera as muitas variáveis que surgem enquanto se cria uma boa mix é extraordinário que tantas mixagens soem tão boas quanto soam. A quantidade de trabalho e a abrangência de habilidades necessárias para conseguir uma boa mixagem são realmente extraordinárias. Mixar é um dos mais multifacetados desafios que você pode enfrentar. Por vezes irá parecer que você precisa tanto de um cérebro direito e um cérebro esquerdo como dois cérebros distintos (ou mais). A tarefa requer conhecimento científico e talento artístico. Requer disciplina e organização tanto quanto espontaneidade e inspiração. Isto é, por vezes, um dos mais frustrantes desafios que alguém pode enfrentar. Também tem o potencial de ser um dos mais recompensadores e satisfatórios. E então... Suas gravações já estão prontas. Acabou! No ponto. Agora você está pronto para mixar. Mas onde e como começar? Bem, você poderia fazer bem pior do que começar com esse cheklist...
1.2
O quanto as suas gravações alcançam as exigências?
Antes de você sequer começar a pensar em mixar, você deve checar suas gravações, faixa por faixa, uma de cada vez. Escute procurando por cada errinho ou falha que podem causar problemas quando você passar à mixagem. Normalmente é melhor perder meia hora regravando uma faixa ou talvez gravando um pequeno overdub do que tentar usar horas de mixagem tentando cobrir um monte de pecados. Você ficaria maravilhado em saber quantas pessoas não tomam esta simples precaução. Outra coisa, sempre se lembre disso quando estiver gravando: nunca deixe ninguém sair dizendo coisas do tipo, “Ah, não importa. Podemos maquiar isso na mix”. Boas mixagens não têm a ver com controle de danos, refere-se a trazer à tona o melhor do material gravado. Qualquer outra coisa irá subtrair, não adicionar à qualidade do produto final. E isto é uma mixagem ruim. Por favor, por favor, por favor, não cometa o erro de pensar que controle de danos pode compensar de alguma forma uma musicalidade ruim ou uma gravação ruim. Dito isto, você pode ainda encontrar uma situação onde, por razões além do seu controle, você simplesmente terá que fazer o melhor que puder com o material gravado que há disponível. Vamos falar disso mais tarde. Um outro assunto que vale a pena mencionar aqui é se você está trabalhando com gravações “discretas” ou “nãodiscretas”. Por “discretas” eu quero dizer uma gravação onde cada faixa foi gravado e colocada em layers (camadas) separadamente, de forma que não haja vazamento. Por “não-discreta” eu me refiro à situação onde várias faixas (instrumentos e/ou vocais) foram gravadas juntas e há vazamento entre as faixas. É perfeitamente possível criar uma boa mixagem em ambas as situações. Há apenas algumas diferenças nas técnicas que você possa precisar aplicar.
1.3
Você tem o equipamento?
Você não pode mixar com o máximo potencial se está usando equipamento ruim, ponto. Isto não significa que você precisa ter um orçamento de 6 dígitos para o equipamento do seu estúdio, mas quer realmente dizer que você deve fazer a tarefa de casa e gastar sabiamente o dinheiro que você tem. No mínimo dos mínimos você deveria ter um bom par de monitores Nearfield bem posicionados e um par de headphones decentes. Headphones? Mixagem? Heresia? Na verdade, não. Claro que você estará primariamente usando seus speakers (falantes) para mixagem, mas haverá momentos em que os headphones podem ajudar você, especialmente quando você quer checar o panning (balanço) ou quando você está tentando identificar pequenos e sutis defeitos de áudio. Assumindo que você tem uma placa de som profissional com múltiplos pares de saída. Um set de monitores de alto valor (e qualidade) também vem a calhar. Isto irá lhe permitir testar suas mixagens (freqüentemente e em todos os
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER estágios de desenvolvimento) no tipo de falantes que a maioria das pessoas vai usar para ouvir o seu produto final. Felizmente, a matriz de roteamento do REAPER torna fácil alternar entre diferentes falantes. Se o seu orçamento possibilitar isto, um par de grandes falantes de parede também seria útil, especialmente para julgar a resposta dos graves. Em resumo: Item
Comentário
Uma placa de som de qualidade profissional PCI, USB ou Firewire com múltiplos pares de saída
Essencial para permitir mais de um conjunto de monitores serem usados quando testar suas mixagens.
Monitores N earfield de boa qualidade corretamente posicionados
Essencial para produzir uma mix de boa qualidade.
Monitores N earfield de orçamento adicional
Ajudarão a testar como suas mixagens irão soar nos tipos de sistemas que elas mais provavelmente serão ouvidas freqüentemente
Um bom par de headphones
Auxilia na checagem de balanço e identificando sutis defeitos de áudio.
Mais... Bons falantes de parede
Se você tiver grana pra eles!
Eu propositalmente evitei mencionar ou recomendar qualquer marca específica. Faca sua pesquisa de acordo com suas necessidades particulares. Descubra o que outras pessoas estão usando e o que elas gostam ou não gostam, especialmente para seu gênero musical. Enquanto falamos de equipamento, só mais uma palavra sobre headphones. Mixar através de headphones apenas não é recomendado por uma série de razões (dentre as quais e também importante é o dano em potencial aos seus ouvidos). Do ponto de vista de um engenheiro de som, headphones distorcem seriamente a integridade da mixagem. Isto se deve aos headphones lhe proporcionarem 100% de separação entre os ouvidos esquerdo e direito. Isto, claro, é totalmente diferente do efeito que se tem quando se escuta através de falantes. Para piorar, a qualidade e características dinâmicas dos headphones variam tão enormemente de modelo para modelo que é quase impossível ter uma boa representação do seu som. Se você absolutamente não tem outra escolha além de mixar com headphones, então pelo menos faça o que puder para maximizar suas chances de fazer um trabalho metade bem feito. Dois conselhos: • Consiga um bom equipamento que pareça dar a você a representação musical mais apurada que possa encontrar. Esta é uma área onde se você querer regular no custo você pode também simplesmente desistir antes de começar. • Insira um plug-in como VnoPhones na sua Master, ao final da FX chain. Isto permite que você faca ajustes para que o escape sonoro que você escuta no seu headphone seja mais parecido com o que você ouviria através dos falantes. Ao final, claro, você terá que fazer o melhor que puder com o que quer que você tenha condições de bancar. Tudo bem, contanto que não espere produzir uma mix de um milhão de dólares usando apenas headphones de 50 ou 100 dólares.
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1 – Antes de começarmos… 1.4
Você está sentado confortavelmente?
Outro assunto que é freqüentemente deixado de lado pelo entusiasta da gravação caseira é a falta de atenção ao ambiente imediato no qual ele vai mixar. Escolha uma parte da casa onde a acústica é boa e onde você possa ajustar seu equipamento, incluindo aqueles vitais speakers para ficarem... bem, daquele jeito! Escolha uma cadeira confortável. Siga algumas regras básicas de senso comum. Não mixe por horas e horas de uma vez, especialmente no começo. Seus ouvidos ficarão fatigados, seu julgamento será atrapalhado e suas mixagens irão ficar piores cada vez mais. Quantos de nós viramos a noite com uma sensação de presumida satisfação, apenas para sermos tomados de uma sensação de horror absoluto no dia seguinte ouvindo outra vez o que fizemos na noite anterior? Não comece a mixar quando estiver cansado. Mixar de manhã quando você (e seus ouvidos) estão descansados irá render melhores resultados do que mixar à noite, depois de um duro dia de trabalho. OK, eu sei que você está dizendo agora, “É fácil pra ele dizer isso. Mas eu não tenho escolha. Por causa dos meus outros compromissos, eu só posso mixar depois das 10 da noite. Eu tenho que usar headphones todo o tempo ou recebo reclamações dos vizinhos. Que seja, eu não tenho dinheiro para comprar bons falantes. E o único lugar na minha casa onde eu posso encaixar meu equipamento é no quarto de empregada.” Tudo bem. Se você tem compromissos, então você tem compromissos. É a vida. Mas entenda que quanto mais compromissos desses você tiver, mas a qualidade da sua mix vai sofrer. Ao fim do dia, você precisará perguntar a si mesmo o que vale mais pra você, sucesso ou desculpas para o fracasso.
1.5
Você fez sua tarefa de casa?
Este livro assume que você tem um bom trânsito no essencial do trabalho com o ambiente REAPER. Em particular, você deve obter uma cópia do Para cima e avante: Um guia básico para o usuário REAPER. Ele encontra-se disponível como PDF para download por 5 dólares ou por mais ou menos 20 dólares a cópia impressa em www.lulu.com/content/1295509 Você também deve se familiarizar com os atalhos padrão do REAPER. Eles podem fazer sua vida muito mais fácil e poupar muito tempo. Um guia sumário está disponível em: www.cockos.com/~glazfolk/ReaperKeyboardShortcuts.pdf Gaste algum tempo – um bom tempo na verdade – certificando-se que se familiariza com aqueles aspectos do REAPER que serão mais importantes pra você quando estiver mixando. Em particular: • O quão bem você conhece o Painel de controle de faixas do REAPER – realmente o conhece? • O quão bem você conhece as técnicas de edição do REAPER? • O quão familiarizado você está com as capacidades de roteamento e divisão de canal do REAPER? • Você está fazendo uso das varias exibições do REAPER, como Matriz de Roteamento e exibição de Mixer. • Você está confortável usando as técnicas de automação, como envelopes? • Você está dominando as várias preferências de opções que podem ser usadas para fazer a mixagem mais fácil? • Você sabe criar e usar tanto a Track Screen quanto as Windows Screen Sets? • Você atribuiu ao seu próprio teclado atalhos para aquelas tarefas e ações que você vai usar mais freqüentemente quando estiver mixando? Vamos dar uma olhada nestes itens um por um. 1.5.1
O Painel de Controle de Faixa
Dentre os atributos que você vai precisar para usar na sua mixagem então a I/O Window (usada para rotear) e a janela de Envelopes (para automação). Também usados extensivamente na audição das faixas estão, claro, os botões de faders de Volume e Pan. O REAPER dá a você funcionalidades muito flexíveis usando teclas modificadoras com estes controles:
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Painel de Controle de Faixa Controles de Volume Tecla Modificadora
Efeito
Clique e Arraste
Ajusta o nível de volume para cima ou para baixo para as faixas selecionadas
Alt Clique e Arraste
Quando o mouse é solto, o fader retorna a sua posição original.
Ctrl Shift Clique e Arraste
Quando mais de uma faixa está selecionada, apenas o controle da faixa em questão é afetado.
Ctrl Clique e Arraste
Permite um controle mais preciso do nível do fader
Controles de Pan Tecla Modificadora
Efeito
Clique e arraste
Ajusta a posição do pan para a esquerda ou direita da faixa(s) selecionada(s).
Alt Clique e Arraste
Quando o mouse é solto, o fader retorna à sua posição eleitoral.
Ctrl Shift Clique e Arraste
Quando mais de uma faixa está selecionada, apenas o controle da faixa em questão é afetado
Ctrl Clique e Arraste
Permite um controle mais preciso do nível do fader
Controles de Mute Tecla Modificadora
Efeito
Clique
Ativa o estado de Mute para a faixa selecionada, enquanto não mudar o estado de qualquer outra faixa que já estiver mutada.
Shift Clique
Quando mais de uma faixa está selecionada, apenas a faixa atual é ativada.
Ctrl Clique
Limpa todos os mutes.
Alt Clique
Tira o mute da faixa(s) selecionada, muta as outras
Ctrl Alt Clique
Muta a faixa(s) selecionada, tira o mute das outras.
Controles de Solo Tecla Modificadora
Efeito
Clique
Coloca o Solo in nas faixas selecionadas. “Colocar Solo in” significa que qualquer saída desta faixa roteada através de outras faixas também é ouvida.
Shift Clique
Quando mais de uma faixa está selecionada, apenas a faixa em questão é ativada.
Ctrl Click
Tira todos os solos.
Alt Clique
Ativa o estado solo para a faixa selecionada, sem incluir nenhuma saída desta faixa que está roteada através de outras faixas.
Ctrl Alt Clique
Deixa em solo a faixa(s) selecionada, tira o solo de todas as outras.
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1 – Antes de começarmos… 1.5.2
Técnicas de Edição Básicas
As técnicas de edição básicas que você vai precisar usar de tempos em tempos enquanto mixa incluem todas as seguintes. Certifique-se de estar confortável em usar todas estas: Criando Itens Freqüentemente você vai precisar dividir um item de mídia para criar outro item separado, por exemplo, por em mute ou abaixar o volume de parte de uma faixa. A forma mais simples de fazer isto é: • Selecione o item de mídia existente. • Use a tecla + para aumentar o zoom apropriadamente • Ao longo da linha do tempo, selecione a passagem requerida. • Clique direito, escolha Split items at loop selection (Dividir itens na seleção do loop). Ajuste o Volume de um item de mídia • Selecione um item de mídia • Aperte F2 • Ajuste o fader Normalize dentro da janela de propriedades de item (veja ao lado) • Clique em OK. Edição de curva Tenha certeza de que você já domina ao máximo o uso da edição de curva para cada um desses propósitos: • Fazer um Trimmer (declive) num item, desde o seu direita) ou do seu final (como mostrado acima à direita) do seu começo. Passe o mouse sobre a com duas pontas apareça como mostrado. • Selecionando seu padrão preferido de fade in ou fade out; passe o mouse onde mostrado até que um pequeno sinal de fade apareça, então clique direito e faca sua seleção. A ilustração mostra como selecionar sua curva preferida para um fadeout. • Usar o fade in num item do seu começo ou fade out no seu final. Passe o mouse perto do topo da margem de um item para aparecer um símbolo de fade, então clique e arraste para definir o comprimento do fade. Clique e arraste para a direita para um fade in ou para a esquerda para fade out. Criando e usando Marcadores Para criar um marcador, clique na posição requerida na linha do tempo. Aperte M para criar automaticamente um marcador sem nome, ou Shift M para criar um com nome. Marcadores são especialmente úteis quando você nota que há um ponto em particular numa música para o qual você precisa retornar com freqüência. Lembre que você pode usar suas teclas numéricas para pular entre os marcadores, e que você pode apagar marcadores individuais quando eles não são mais necessários.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 1.5.3
Entendendo o básico de FX (Efeitos)
Este livro de mixagem assumirá de forma geral que você tem pelo menos um entendimento bem básico do papel que os plug-ins de efeito podem desempenhar nas suas mixagens, assim como adicionar um plug-in a uma FX chain (cadeia de efeitos) de uma faixa ou item. Não é esperado de você que tenha um entendimento detalhado ou em profundidade sobre efeitos, como compressores, equalizadores e reverb, apenas a mais simples apreciação dos conceitos. Em particular, se você não está certo sobre qualquer das técnicas listadas aqui, gaste algum tempo voltando para as seções relevantes do Guia do Usuário do REAPER até que se sinta mais confiante. Dominando a Track FX (Faixa de Efeitos) Se você quer fazer isso...
Então você precisa fazer isso...
Mostrar a janela de FX para uma faixa
Clique no botão FX da faixa.
Mostrar a janela de FX para um item individual
Selecione o item, aperte Shift E.
Adicionar um plug-in a um FX chain
Clique no botão Add, então clique duplo no nome de qualquer plug-in.
Renomear a instância de um plug-in
Clique direito no nome do plug-in então escolha Rename FX Instance no menu.
Ativar o estado de bypass de um plug-in
Na janela FX: clique na caixinha mostrada à direita do nome do plug-in.
Mudar a posição de um plug-in na cadeia FX.
Clique e arraste para cima ou para baixo.
Remover um plug-in da cadeia FX
Na janela FX: clique na caixinha mostrada à esquerda do nome do plug-in.
Na Mixer View; segure a tecla Shift enquanto clica no nome do plug-in.
Na visão do Mixer: segure a tecla Shift enquanto clica no nome do plug-in Salvar uma cadeia FX
Clique direito, escolha Save FX chain
Carregar uma cadeia FX
Clique direito, escolha Add FX chain.
Copiar um plug-in de uma faixa ou item para outro.
Arrastar e soltar.
Salvar as configurações do plug-in como um preset
Clique no botão de reticências no fim da lista de Presets, escolha Save preset.
Carregar um preset para um plug-in
Abra a lista de Presets, clique no item requerido na lista.
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1 – Antes de começarmos… 1.5.4
Divisão decanal
Como criar Divisões de Canal No decorrer deste livro, vamos fazer uso extensivo das capacidades de divisão de canal do REAPER. Se você nunca usou a divisão de canal antes, agora é a hora de lidar com o básico. Você pode definir qualquer faixa como trabalhando com 64 canais, mas na maioria dos casos é improvável que você vá precisar de tantos. Vamos pegar um exemplo mais simples, dividindo uma faixa em 8 canais (quatro pares estéreo). Os canais são criados definindo o numero que você requer clicando no botão I/O da faixa para abrir a janela de roteamento (veja acima) Quando você divide uma faixa em (digamos) oito canais, você imediatamente cria quatro fluxos idênticos separados, mas (inicialmente) paralelos para aquela faixa. Eles serão roteados através de canais 1/2,canais 3/4, canais 5/6, canais 7/8. Estes quatro pares são roteados independentemente ao Master, mas por padrão apenas o fluxo nos canais 1/2 são roteados aos falantes (Hardware Output) Este conceito é ilustrado pelo primeiro dos quadros de diagramas de fluxo à direita. Usando FX paralelo Tendo criado seus quatro fluxos paralelos, você pode agora rotear fluxos diferentes através de diferentes efeitos ou cadeias de efeitos para criar apenas o som que se deseja. Por exemplo, você poderia usar esta técnica para adicionar alguma compressão a, digamos, apenas freqüências graves na sua faixa, e talvez algum reverb nas freqüências médias, então juntando os quatro canais de volta antes de mandar a faixa remixada ao máster. Este conceito é ilustrado pelo segundo dos quadros de diagramas de fluxo à direita. Divisão de Canal e Roteamento Outro beneficio da divisão de canal é que pode ser usada em conjunto com outros roteamentos. Eis aqui um exemplo: Depois que você definiu uma faixa como consistindo em mais de dois canais, você pode trazer um sinal de áudio de outra faixa em um par de canais, processá-la independentemente e, como requerido, então finalmente misturá-lo com o material originalmente gravado naquela faixa. Você vai encontrar exemplos práticos destas técnicas em ação no decorrer deste livro de mixagem.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 1.5.5
Roteando: Sends e Receives (Envios e recebimentos)
Sends e receives são elementos muito importantes da mixagem no REAPER. O diagrama abaixo indica como o REAPER gerencia sends e receives entre as faixas. Neste exemplo, a faixa fonte para o nosso send é a Faixa 1, e o destino é a Faixa 2. Para poder usar sends e receives efetivamente, é essencial que você entenda como os váriosparâmetros de send são controlados.
Note em particular: • Os ajustes de nível de volume e balanço do sinal enviado são afetados não apenas pelos ajustes de nível dentro da caixa I/O (ou por envelopes do Send), mas também pelos controles de Volume Pre FX e Pan Pre FX para a faixa fonte. Por exemplo, se o ajuste de Pan Pre FX para a Faixa 1 está setado em 40% à esquerda e o parâmetro Pan para o próprio Send está ajustado em 40% à direita, então o efeito de rede é que o sinal será enviado morto ao centro. • Os sinais que são enviados desta forma são recebidos na faixa de destino antes dos ajustes de Volume Pre FX e Pan Pre FX das faixas serem aplicados. Por exemplo, se o parâmetro de Volume para este send está ajustado a 0 dB e o parâmetro Volume Pre FX para a faixa de destino está ajustado firme para baixo ao – Infinito, então nenhum volume será ouvido do send. Você pode ver que uma conseqüência disto é que você vai precisar ser cuidadoso quando usar qualquer um das faixas de controle Pre FX com faixas que usam tanto sends quanto receives.
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1 – Antes de começarmos… 1.5.6
A Matriz de Roteamento
Conheça a Matriz de Roteamento de dentro pra fora, de cima pra baixo e de frente para trás. Isto vai lhe poupar muito tempo e lhe dar muito controle quando usar o poderoso e flexível sistema de roteamento do REAPER. Em particular, certifique-se de estar familiar com o seguinte
Clique esquerdo sobre qualquer intersecção no grid para criar um send partindo do item listado na coluna dos nomes da faixa (esquerda da matriz) para o item listado na fila de nomes de faixas (acima da matriz)
Clique direito sobre qualquer send existente que é mostrado dentro da Matriz de Roteamento para abrir uma janela para ajustar os controles para aquele send em particular.
Clique direito sobre o nome de qualquer faixa ao longo da parte de cima ou à esquerda da matriz para abrir os faders de faixa (Volume e Pan), baixar a lista de canais de faixas (Track Channels) e todo os send e receives para aquela faixa. Em muitos casos isso vai impedir a necessidade de manter-se pulando para frente e para trás, de um lado pro outro na janela de visão de faixa (Track View).
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 1.5.7
Envelopes e Automação
Em vários estágios do processo de mixagem, você vai precisar trabalhar com os envelopes de automação do REAPER. Alguns dos aspectos mais importantes das funções de automação do REAPER estão sumarizados nesta página, mas não de forma abrangente. Se você não está certo sobre qualquer destes aspectos, pode ser uma boa idéia para você checar o capítulo chamado “Automação no REAPER” no guia do usuário. Modos de Automação Modo de Automação
Descrição
Trim/Read (Declive/Leitura)
Quaisquer envelopes existentes são aplicados, mas os controles não se movem.
Read (Leitura)
Aplica envelopes e move controles para itens armados, mas não escreve ou recorda nenhuma mudança que você faz neles.
Touch (Toque)
Este é similar ao Latch, mas para de fazer mudanças aos pontos de envelope quando você para de ajustá-los.
Latch (Trava)
Escreve e lembra de qualquer mudança que você fez aos ajustes, e cria novos pontos para os envelopes nas faixas. Mudança começa quando você ajusta uma configuração pela primeira vez e continua a ser lembrada até que a reprodução pare.
Write (Escrita)
Escreve e se lembra dos ajustes atuais à medida que edita pontos com qualquer mudança que você faca aos ajustes para itens armados assim que a reprodução começa. Neste modo, envelopes
escritos previamente para itens armados serão sobrescritos.
Preferir usar o modo Write para criar seus envelopes, gravando automaticamente parâmetros de ajuste enquanto trabalha, ou usar a Janela de Envelopes de Faixa para criar seus envelopes e adicionar seus pontos manualmente é inteiramente uma questão de preferência. A maioria das pessoas se vê usando algumas combinações destes métodos. Shapes de Automação
Linear
Suave
Começo Rápido
Fim Rápido
Quadrado
Preferências de Automação Há vários ajustes em Options, Preferences que irão ter um impacto em como você usa a automação. Note em particular aqueles mostrados aqui (em Comportamento na Edição). Em particular, note que você pode selecionar a opção Automatically add / arm envelopes when tweaking parameters in write mode. (Automaticamente adicionando / armando envelopes quando otimizando parâmetros no modo de escrita)
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1 – Antes de começarmos… 1.5.8
Opções de Preferência de Mixagem
“Preferências” são apenas isto – preferências individuais. Não há “um tamanho que caiba em todos” falando de preferências. Dito isto, há algumas opções que podem ser especialmente úteis durante a mixagem. Você deve pelo menos ter ciência destes. Por favor consulte a tabela de sumário abaixo. Categoria
Grupo/Opção
Comentários
Geral
Undo Settings (Ajustes
O Undo Settings é uma função poderosa do REAPER, e uma que você deve tirar total proveito. Em particular:
Desfazer)
Projeto
Padrões do Projeto
•
Assumindo que você tem muita RAM disponível , ajuste o maximum undo memory (memória máxima para Desfazer) em 50 MB ou mais
•
Desabilitar a opção Create undo points for item/track selection (Criar pontos para desfazer para seleção de item/faixa) pode manter seu histórico de Undo menos congestionado e mais fácil de gerenciar.
•
Habilitar a opção Save undo history with project files (Salvar histórico Undo com arquivos de projeto) irá lhe permitir recuperar um estado de mixagem anterior, mesmo aquele estado que aconteceu numa sessão de trabalho anterior, talvez num dia anterior.
•
Habilitar a opção Store multiple redo paths (Guardar múltiplos caminhos de redo) oferecerá a você maior flexibilidade ao testar diferentes cenários quando estiver mixando
Projeto)
Você pode usar a opção Save to timestamped file in Project directory (Salvar para o arquivo especificado no tempo no diretório do projeto) se você quiser seu trabalho automaticamente salvo em intervalos regulares (como especificado na opção Every__ minutes (Cada ___ minutos
Itens
Em Items você pode:
Project Saving (Salvar
•
Selecionar o shape padrão de fade/crossfade.
Seleciona a opção para fazer o crossfade quando dividir. Isto também pode ser útil quando lidar com muitos defeitos de áudio. Dispositivo de Áudio
Ajustes de Dispositivo de Áudio
Certifique-se que ASIO está selecionado como seu Áudio system (se sua placa de som suportar) Se você tiver múltiplos dispositivos de saída certifique-se que todos estão ativados. Como regra, baixas taxas de latência não são essenciais quando se está mixando. Aumentar a latência pode liberar CPU, permitindo desta forma que você rode mais faixas e mais plug-ins e efeitos em tempo real. Para ajustar a latência para sistemas ASIO, clique no botão Audio Configuration (Configuração de Áudio) e mude o tamanho do buffer. Note que haverá um ajuste ideal para uma mixagem suave. Um tamanho muito grande de buffer pode ser tão mal quando um tamanho muito pequeno. Para sistemas que não ASIO, apenas mude seus valores de Buffer samples (Amostras de Buffer). Você pode precisar experimentar para alcançar os melhores resultados.
Reprodução de Áudio
Ajustes de Reprodução
Estes ajustes determinam grandemente o comportamento de reprodução do REAPER, como a reprodução se comporta quando você está trabalhando com seleções de loop. Escolha a permuta de ajustes que se adequa melhor a você.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER
Categoria
Grupo/Opção
Comentários
Aparência
Background
Para mixagem, você deve considerar ativar ambas as opções Set track label background to custom track colors (Setar o rótulo de fundo da faixa para cores de faixa customizadas) e Tint track background panels (Pintar painéis de fundo da faixa). Estas opções, combinadas com o uso criterioso das cores customizadas de faixas, permitirá usar códigos de cores para prontamente identificar faixas e grupos de faixas, especialmente na visão de Mixer. Monitorar seus medidores VU é um aspecto importante da mixagem. Tenha certeza de que está confortável com os vários ajustes de medidores, incluindo Update frequency (Atualizar freqüência), Meter decay (Decay do medidor), e a faixa do medidor (Minimum value e Maximum value).
Medidores
Ligar a opção usar os Sticky clip indicators (Indicadores de clip travados) vai garantir que quando o clipping ocorrer, o indicador de excesso vai continuar a ser mostrado no medidor até que você clique duplo para removê-lo. Isto pode parecer irritante por vezes, mas irá ajudar a ter certeza que o excesso seja evitado. Também considere se você deseja Reset meter indicators on play/seek (Resetar os indicadores dos medidores no play/seek).
Aparência da Mídia
Aparência do item de mídia
Considere ligar a opção Don’t display peaks for tracks that are not selected (Não mostrar picos para faixas que não estão selecionadas). O resultado pode parecer bem estranho a princípio, mas se você usar envelopes extensivamente isto pode ajudar a ter controle dos seus envelopes. Considere ativar a opção para Tint media item peaks to custom track colors (Colorir picos de itens de mídias para customizar cores de faixas). Na visão de faixas, isto pode tornar muito mais fácil usar códigos de cores para identificação mais rápida de faixas e grupos de faixas.
Aparência de Temas
Temas de cores/controles
de cores
de fonte
Esquemas de cores que são brilhantes e vistosos podem criar um impacto visual estonteante, mas eles podem acabar adversos quando se trabalha por um longo período de tempo. Como regra geral, você mais provavelmente vai descobrir que estes esquemas que são mais fáceis de olhar funcionam melhor a longo prazo. Tente encontrar dois ou três esquemas de cores que combinam com você, e alterne entre eles de tempos em tempos. Isto lhe ajuda a manter o seu ambiente REAPER visualmente estimulante e interessante. O código de cores pode ajudar. Considere usar estes: •
Uma única cor para todos os picos de itens de mídia.
•
Cores customizadas sutis e suaves para faixas individuais e grupos de faixas.
•
Ativar a opção de Tint track panel backgrounds (Colorir fundo do painel de faixas) ao invés de Set track label background to custom track colors (Setar o fundo do rótulo das faixas para cores de faixas customizadas).
Preste atenção especial também aos seus Media Item background (Fundo de Item de Mídia) e várias cores de Envelope. Você vai querer se certificar que seus envelopes estão claramente visíveis contra os fundos das faixas.
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1 – Antes de começarmos…
Categoria
Grupo/Opção
Comentários
Comportamento de
Comportamento do cursor
Edição
de edição
Estas cinco opções juntas determinam tais fatores como se o cursor de edição é movido quando você clica num item de mídia ou define uma nova seleção de loop. Isto é definitivamente uma área onde não há um “tamanho único” de melhor permuta para todas as opções. Você deve experimentar com estes ajustes para determinar uma solução que melhor se adequa a seus próprios requerimentos.
Comportamento do Zoom
Comportamento de
Envelopes
Edição
Estas opções determinam o que fica no centro da tela quando você aumenta o zoom do seu projeto vertical e horizontalmente. Tenha certeza de que você entende quais são as diferentes opções e escolha a combinação que melhor se adequa a você.
Normalmente é uma boa idéia habilitar a opção Show envelopes in separate lanes (Mostrar envelopes em linhas separadas), especialmente se algumas faixas individuais contêm mais provavelmente mais de um envelope cada. Se você usa o método de gravação para criar seu envelope, você deve provavelmente ligar a opção para Simplify envelope data when recording automation (Simplificar os dados de envelope quando gravar automação). A opção para Automatically add/arm envelopes when tweaking parameters in write mode (Automaticamente adicionar/armar envelopes quando otimizar parâmetros no modo de escrita) pode ser útil se você pretende criar envelopes para parâmetros de efeitos gravando eles.
Mouse no
Comportamento do Mouse
Comportamento de
na Edição
Edição
Em particular, você vai precisar decidir que ajustes você gostaria para Mouse clicking on volume/pan faders and track buttons change track selection (Clique do mouse nos faders volume/pan e botões de faixa muda seleção) e Mouse clicks/edits in track view change track selection (Cliques/edição no Mouse mudam a seleção de faixa). Ai é onde você especifica que teclas modificadoras (Ctrl, Alt, Shift etc.) você deseja para combinar com o scroll de rolagem do mouse para diferentes ações, ex.: Zoom horizontal Scroll horizontal Zoom vertical Scroll vertical.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER
Categoria
Grupo/Opção
Comentários
Plug-ins
Plug-ins
Esta é uma das páginas mais importantes dos ajustes de preferências que você precisa considerar quando isto vem à mixagem. Quando mixar você freqüentemente vai alternar entre diferentes janelas de efeitos para vários plug-ins dentro da mesma faixa, e também entre as janelas de efeito para plug-ins em diferentes faixas. Conheça bem essas opções. Você vai precisar estudar o que serve melhor pra você. Automatically resize VST/DX config Windows (Automaticamente alterar o tamanho das janelas de configuração VST/DX). Tente ativar esta opção tanto para Up (cima) ou Down (Baixo) e veja se você gosta. Tente também ativar os seguintes: Set foreground to floating window when selecting (Ajustar janela em primeiro plano para flutuante quando selecionar). Only allow one FX chain open at a time (Apenas permitir uma cad eia de efeitos aberta de cada vez). Open track FX window on track selection change (Abrir janela de efeitos de faixa na mudança de seleção de faixa). Only if a FX window is open (Apenas se a janela de efeitos estiver aberta). Estas últimas três certificam que se você abrir a janela de efeito para qualquer faixa, à medida que você muda a sua seleção de faixa a janela de efeitos para aquela faixa será automaticamente mostrada.
VST
Plug-ins VST e ajustes de compatibilidade devem ser otimizados para lidar com quaisquer assuntos envolvendo plug-ins VST que você usa regularmente. Se você procurar os fóruns REAPER, você pode achar muita informação útil sobre vários plug-ins e como atingir os melhores resultados deles quando no REAPER. Em particular, no momento que escrevo, este tópico em particular contém informações úteis: http://www.cockos.com/forum/forumdisplay.php?f=20
Ajustes de Projeto
Não em Option,
Project Settings Tab (Aba de Ajustes de Projeto)
Preferences mas em File,
Use a opção Automatically mute Master if volume exceeds... (Automaticamente muta o Master se o volume exceed…). +6dB é um ajuste sensível. Isto pode salvar sua placa de som de ser fritada.
Project Settings
Áudio Setting Tab (Aba de ajuste de áudio) Especialmente se você está usando muito as funções de mudança de Tempo ou Pitch do REAPER, selecione o modo de mudança de
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1 – Antes de começarmos… 1.5.9
Ajustes de Faixa e Telas de Janelas
Ajustes de Tela são uma forma extremamente eficiente de mudar de um layout de tela para outro durante a mixagem. Em cada caso, você pode alternar de uma visão para outra apenas usando uma única tecla de função. Considere o mais simples dos exemplos. Nas três ilustrações que seguem temos dois ajustes de Visão de Faixa (umacom zoom completo para uma única faixa, um mostrando todas as faixas) e dois Ajustes de Tela de Janelas. Note como é fácil alternar entre as diferentes permutações destas duas visões quando você está mixando. Exemplo 1
Esta combinação de visões é útil quando queremos focar primariamente na visão do Mixer, mas com um olho ainda na visão geral do projeto. Note como é fácil é na visão do Mixer, pular de faixa em faixa, e de janela de efeito em janela de efeito. Em Options, Preferences, Plug-ins ativamos os três ajustes seguintes: Only allow one FX chain open at a time (Apenas permitir uma cadeia de efeitos por vez) Open track FX window on track selection change (Abrir janela de efeito na mudança de seleção de faixa) Only if a FX Windows is open (Apenas se a janela de efeito estiver aberta) Isto significa que à medida que vamos de faixa em faixa a janela de efeito de qualquer faixa que esteja atualmente selecionada é automaticamente mostrada em conjunto com a Visão do Mixer. O grande relógio também é mostrado nesta visão. Isto é um auxilio incalculável para saber exatamente onde na música você está.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Exemplo 2
Este exemplo usa o mesmo Ajuste de Tela de Janelas, mas um diferente Ajuste de Visão de Tela de Faixa. O uso desta combinação de ajustes de tela permite que você mesmo focando na visão do Mixer, possa também dar zoom numa faixa em particular. Claro, usando as setas para cima e para baixo nesta visão, ou clicando com o mouse em qualquer painel de faixa na Visão do Mixer, você pode selecionar uma faixa diferente para ser mostrada em detalhe. Isto é algo que você pode gostar de fazer, por exemplo, quando estiver trabalhando com envelopes de automação. Ambos os exemplos também ilustram como é importante conhecer e entender as várias opções de exibição daVisão do Mixer. Neste caso, note para que as seguintes opções tenham sido selecionadas: Show folders (Mostrar pastas) Show normal top level tracks (Mostrar topo de níveis normais das faixas) Show tracks that are in folders (Mostrar faixas que estão nas pastas) Show tracks that have receives (Mostrar faixas que tem receives) Show multiples rows of tracks where size permits (Mostrar múltiplas seqüências de faixas onde o tamanho permitir) Show maximum rows even where tracks would fit in less rows (Mostrar máximo de seqüências mesmo onde faixas se encaixariam em menos seqüências) Show pan controls at top (Mostrar controles de pan no topo) Show FX inserts when size permits (Mostrar inserts de efeitos quando o tamanho permitir) Show sends when size permits (Mostrar sends quando o tamanho permitir) Dock mixer in docker (Posicionar o mixer no docker) A opção (Option, Preferences, Appearance) para Set track label background to custom colors (Ajustar fundo do rótulo da faixa para cores customizadas) também foi ativada.
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1 – Antes de começarmos… Exemplo 3
Este exemplo usa um Ajuste de Tela de Janelas diferente, em combinação com o Ajuste de Tela de Visão de Faixa original. Note também que ele mostra a Matriz de Roteamento mais do que as janelas de efeitos. E que a Visão do Mixer não mais mostra os Inserts de efeitos, ficando ao contrario nos Sends. Esta combinação foi primariamente ajustada para uso quando estamos criando (e definindo) Sends e Receives. Segurando a tecla Crtl enquanto arrastamos e soltamos de uma faixa para outra no Mixer, nós podemos criar sends e mostras a janela de Controles para aquele send. Note que é claro que este Ajuste de Janelas de Tela também pode ser usado em conjunto com o Ajuste de Tela da Visão da Faixa mostrado no exemplo anterior, que é, para dar zoom em uma única faixa. Isto colocaria a distância de apenas uma tecla para alternar entre as duas. Claro que estes são apenas exemplos. Gaste algum tempo experimentando e trabalhando em ver qual Visão de Faixa e Ajuste de Tela de Janelas será mais útil para você, e como você pode usá-las em várias permutações. Fazer o máximo de Ajustes de Tela desta forma irá realmente abrir a porta para um enorme fluxo de trabalho e benefícios de produtividade quando você estiver mixando. Finalmente, note que nem todos os Ajustes de Tela têm atalhos de teclado automaticamente atribuídos a eles. Isto não deve ser um problema, uma vez que você pode clicar no botão Edit Shortcuts (Editar Atalhos) e criar o seu próprio.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 1.5.10 Atalhos de Teclado e Macros É quase impossível quantificar o tempo economizado por usar atalhos de teclado e macros quando você está mixando. Quaisquer seqüências de tarefas que você usa regularmente podem ser atribuídas a um atalho de teclado. É bem válido gastar algum tempo analisando que macros de teclado podem ser de algo uso para você. O tópico é tratado extensivamente no Guia do Usuário REAPER, mas para começar aqui vão algumas simples sugestões que vão fazer sua vida completamente mais fácil. Macros de Trim (Declive) e Fadeout Todos quando gravam, gravam alguns segundos de silêncio no fim de suas faixas. Então quando vai mixar, você percebe que precisa dar uma editada em todas as faixas para deixar no comprimento correto, então manualmente adiciona um fadeout para elas.
Estes dois macros quando usados em conjunto formam um par. Claro que você pode atribuir qualquer atalho de teclado que você desejar, mas por conveniência eles estão rotulados aqui como Alt T e Alt T respectivamente. Macro de Trim (Declive): Alt T O primeiro destes macros irá permitir que você primeiro passe o mouse sobre qualquer faixa e aperte Alt T para ter todas as faixas com Trim para aquela posição. Macro de Fade: Alt F Depois de aplicar o Macro de Trim, passe seu mouse numa nova posição sobre qualquer faixa e aperte Alt F para ter todas as faixas com Fadeout a partir daquela posição.
O que isto demonstra é que criar macros não é difícil, nem consome tempo. Toda vez que você achar que há uma tarefa – e mais especialmente uma série de tarefas – que você utiliza regularmente, então é hora de pensar Macro!
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1 – Antes de começarmos… 1.5.11 Que outras ferramentas você precisa? É provável que você descubra que você tem uma demanda de plug-ins outros além dos incluídos no REAPER. Neste livro, no entanto, nós apenas usaremos efeitos e plug-ins que ou são disponibilizados pelo REAPER ou disponíveis como Freeware. Em particular, valerá definitivamente a pena, atentar para os plug-ins detalhados abaixo. Há um número de sites na internet de onde estes itens podem ser (legalmente) baixados, livres de custo. Use um engine de busca como o Google para achar um site mais apropriado para você.
Multi-Inspector Free Este plug-in muito útil torna mais fácil para você comparar a extensão de freqüência em relação ao tempo de até quatro faixas diferentes ao mesmo tempo
Roger Nicholls IXL Spectrum Analyzer Colocado no fim da cadeia de efeitos para sua Master, este lhe ajuda a observar de perto o shape geral da sua mix. Você pode usar o do REAPER JS:Analysis/gfxanalyser para isto se você preferir, embora este não mostre tantas informações.
Panning Tools Há alguns plug-ins VST gratuitos disponíveis que lidam com tarefas simples de panning (balanço), incluindo RS Pan Pro e RS Balance Pro. Mostrado à esquerda está o Panature. Este plug-in muito simples e fácil de usar permitirá a você ajustar o panning para canais mono individuais e canais pareados estéreo dentro de suas faixas.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Schwa’s Track Notepad Inserido na cadeia de efeitos para qualquer uma de suas faixas, você pode usar este pequeno e notável plug-in para gravar notas ou comentários sobre o que está sendo feito. Uma função especialmente legal deste plug-in é que se você colocar comentários enquanto a faixa estiver tocando, a posição ao longo da linha do tempo onde o comentário foi colocado é automaticamente gravado com os comentários. Você pode ate automatizar a barra de rolagem para que o que você escreveu apareça no tempo correspondente à medida que você toca a faixa! JS Analysis Tools Os plug-ins JS disponibilizados com o REAPER incluem um numero de ferramentas de análise visual. Muitas pessoas gostam de usar estes para confirmação visual de como o som de um instrumento, uma submix ou o projeto inteiro está sendo shapeado(formatado). Outros preferem confiar apenas em seus ouvidos. A escolha é sua. LOSER’s GfxGoniometer Este plug-in da a indicação visual do quão “gorda” ou “cheia” está sua mix, assim como isto muda dinamicamente à medida que a musica é tocada. Quanto mais cheia a mix, mais gorda é a área sombreada. O propósito desta ferramenta fará mais sentido para você depois que tivermos examinado as dimensões do som (Seção 3 em diante).
Você também pode checar as outras ferramentas JS Analysis que são disponibilizadas pelo REAPER se você quiser. Mesmo mais avançadas e não essenciais para o iniciante elas podem ser de ajuda. Se você não entende o que elas fazem ainda, não se preocupe.
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1 – Antes de começarmos… 1.6
Ordene seus Takes
Se há muitas faixas onde você gravou mais de um take, tenha todos os seus take edits organizados antes de começar a mixar.
Certifique-se de entender completamente como gerenciar e trabalhar com múltiplos takes. Em particular, você deve saber usar os vários comandos no menu de contextos de Takes, incluindo Explode all takes to new tracks (Explodir todos os takes para novas faixas), Implode selected items across tracks into takes (Implodir todos os itens selecionados ao longo das faixas em takes), Implode selected items on same tracks into takes (Implodir os itens selecionados nas mesmas faixas em takes) e Paste to takes in selected tracks (Colar aos takes nas faixas selecionadas). Lembre-se também que a caixa de diálogo Item Properties (Propriedades de Item) inclui uma opção para Play all takes (Tocar todos os takes) se você desejar. Quando você terminar de organizar seus takes e estiver pronto para começar a mixar, você provavelmente vai achar mais fácil trabalhar se desligar a opção Show all takes in lanes (Mostrar todos os takes em pistas). Isto tem o efeito de apresentar uma faixa que foi cortada de vários takes da maneira mostrada abaixo.
Para maiores informações sobre trabalho com takes, você deve considerar consultar o Guia do Usuário REAPER.
1.7
O Projeto de Samples e Arquivos de Recurso
Este livro de mixagem faz uso extensivo de exemplos práticos, demonstrações, exercícios e estudos de casos. Você vai precisar baixar, unzip e instalar cada um dos seguintes, que contém material fonte: http://www.cockos.com/~glazfolk/Pelverata.zip http://www.cockos.com/~glazfolk/RosesBloom.zip http://www.cockos.com/~glazfolk/Waiting.zip Somado a isto, há Plug-ins JS customizados que são usados em alguns dos exemplos. Se você quiser, pode criá-los você mesmo, você pode ser mais fácil usar este Pack. Ele contém cinco plug-ins que são modificações de vários plugins JS desenvolvidos originalmente por IX e LOSER. http://www.cockos.com/~glazfolk/CustomPlugins.zip Você vai precisar unzip eles no seu diretório de programa REAPER, assim eles irão ficar no seguinte diretório: C:\Program Files\REAPER\Effects\NICHOLAS
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 1.8
Desenvolva uma estratégia de mixagem
O objetivo da mixagem, para simplificar, é fazer sua gravação soar o melhor possível. Soar pra frente o suficiente não é? No entanto, qualquer um que já tentou isso dirá a você que pode ser um desafio bem amedrontador. Um das causas mais comuns de mixagens ruim, pouco interessantes e medíocres é falhar em escolher uma abordagem completa e metódica. Não há modelo único que serve para todos, nem sistema ao qual o mundo inteiro deve aderir como escravos. No entanto, você será severamente aconselhado a encontrar um sistema que se aplica ao seu caso e se fixar nele. A mixagem requer uma grande quantidade de disciplina e é pouco provável que você obtenha os melhores resultados pulando randomicamente para lá e para cá sem um plano. Você pode pensar na mixagem como um processo de quatro passos, que são: 1.8.1 Ação Corretiva Comece identificando e corrigindo quaisquer problemas em sua gravação. A guitarra está muito suja. Os sons de respiração do vocalista estão muito altos. Há um hiss de fundo em uma das faixas. Tem um clique em algum lugar. Quanto mais limpas suas gravações estiverem, melhor você conseguirá avançar ao próximo passo. A hora de identificar e resolver estas questões é no começo do processo de mixagem, não no final. 1.8.2 Mixagem Espacial Trabalhe seu estagio sonoro desejado. Use as várias ferramentas ao seu dispor (Vamos ver do que se trata em breve) para posicionar cada instrumento bem onde você quer que ele esteja na sua mix final. 1.8.3 Mixagem Artística Este é dentre os aspectos mais interessantes e prazerosos de uma mixagem, aquele pelo qual você mais freqüentemente se veja tentado a pular os passos 1 e 2 e começar daqui. Não faca isso! Aqui é onde, Poe exemplo, você passa a construir sua musica e criar sua estrutura, destacando um instrumento em particular aqui ou ali, adicionando efeitos espertos em certas passagens e assim por diante. 1.8.4 Os Toques Finais O ultimo dos estágios no processo de mixagem é a masterização. A masterização consiste em trazer sua mix para um padrão apropriado para a distribuição final. Algumas pessoas escolhem fazer suas próprias masterizações, outras estão felizes em trabalhar dentro de suas limitações e se prender à pré-masterização; A pré-masterização consiste em tomar as ações necessárias para deixar sua mix pronta para a masterização pode um engenheiro e masterização profissional. Neste livro, vamos examinar as questões envolvidas na pré-masterização e olhar as ferramentas que o REAPER disponibiliza para que você faça isso. Entretanto o tópico masterização é grande, digno de um livro tratando só disso (na verdade, muitos excelentes já foram escritos). Está além do escopo deste livro entrar na ciência e na arte de masterizar. Eu reconheço, no entanto, que isto pode criar um tipo de dilema, especialmente para usuários com menos experiência. O que você faz se você não tem dinheiro suficiente para pagar um engenheiro de masterização profissional, não tem experiência para masterizar num padrão profissional você mesmo, mas precisa produzir, digamos, uma gravação demo? Na tentativa de disponibilizar um quebra-galho, eu inclui uma seção no final chamada Pseudo Masterização. Isto, temo eu, vai fazer muitos levantarem a sobrancelha. Nesta seção, serão mostradas umas poucas técnicas de bate e pronto que devem pelo menos melhorar a qualidade sonora geral da sua mix final. Esta pseudo masterização não tem a intenção de servir de forma alguma como substituta para a masterização propriamente. Pseudo masterização é apenas recomendada se as circunstâncias realmente não lhe deixam alternativa, e apenas como uma solução de curto prazo.
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1 – Antes de começarmos… Notes
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER
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2 – Consertos na Pré-Mixagem: Ação Corretiva
2 Consertos na Pré-Mixagem: Ação Corretiva 2.1 O que é Ação Corretiva? Antes que você pense em começar sua mix “de verdade”, escute cada faixa individualmente para ver se alguma requer uma ação corretiva. A ação corretiva pode precisar ser aplicada se houver falhas ou outros problemas no seu material gravado e por alguma razão estas falhas não puderem ser corrigidas fazendo overdub ou regravando. Exemplos de instâncias onde isto pode ser necessário incluem: • Uma faixa de guitarra que soa muito grave. • Uma faixa de piano que soa muito esgarçado. • Hi-hats que soam muito sujos. • Pequenas falhas que precisam de remoção. • Questões de vocal, como “popping” ou respiração. • Minimizar o impacto do “vazamento” em gravações não-discretas. • Remover ruído de fundo indesejado. Mixagem corretiva deve ser tratada como uma tarefa separada e distinta. Faça suas gravações ficarem o mais limpas e corretas que puderem antes de ir em frente e criar sua mix.
2.2 Ferramentas de Ação Corretiva É um dos grandes mistérios da gravação. De onde aquele estalo ou clique surgiu? Como isto entrou na minha faixa supostamente pura? De qualquer forma, você vai querer remover. REAPER oferece a você pelo menos nove ferramentas para lidar com sons indesejados nas suas faixas. O que é mais apropriado em cada circunstância em particular vai depender de fatores como a natureza e o contexto do som. Por exemplo, isto está presente em uma suposta passagem de silêncio ou ocorre ao mesmo tempo que outro material gravado que você quer manter? Numa visão geral, os nove métodos são: •
Usar EQ.
•
Criar itens separados e mutá-los.
•
Criar itens e usar crossfades.
•
Usar um envelope de mute.
•
Usar um envelope de volume.
•
Usar um Noise Gate.
•
Usar o ReaFir.
•
Usar um Compressor Multi-banda.
•
Usar o Spectro
Vamos analisar cada um destes métodos por vez, com exemplos do tipo de situação na qual eles podem ser aplicáveis. Fazendo isso, estaremos assumindo que você já está familiarizado com as mecânicas do REAPER, como como dividir um item, como adicionar fades e crossfades, como criar e usar envelopes e assim por diante.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 2.3 EQ Corretiva A seguinte tabela mostra alguns exemplos onde isto pode ocorrer, junto com possíveis remediadores sugeridos. Os remediadores são sugeridos apenas para guiar, nas para serem obedecidos às cegas. Questões de Mixagem Corretiva Típicas Questão
Comentários
Boominess (Muito grave)
Se um instrumento soa muito grave, tire alguns decibéis por volta de 200Hz.
Muddiness (Muito sujo)
Se um instrumento soa sujo, tente cortar o nível por volta de 300Hz.
Irritação
Especialmente com instrumentos percussivos, onde isto ocorrer, tente cortar por volta da amplitude de 2000Hz a 4000 Hz
Twanginess (Fanhoso)
Isto pode ocorrer especialmente com instrumentos de cordas dedilhados. Corte o volume por volta de 1000Hz a 4000Hz.
Thinness (Muito Fino)
Onde o instrumento soar muito fino, tente reduzir o volume por volta de 5000Hz a 8000Hz.
Hiss (zumbido)
Se um instrumento soar muito zumbido, tente reduzir acima da marca de 8000Hz.
Note que em cada um destes exemplos, o remediador sugerido envolve mixagem de subtração. Isto significa que ao invés de adicionar ganho em qualquer ponto, você deve diminuir o fader de ganho em ou por volta da freqüência crítica, para alcançar seus objetivos. Você pode ver que a mixagem corretiva muito provavelmente não vai envolver a aplicação de alguma equalização. Como regra, você deve usar instâncias renomeadas separadas do seu plug-in de equalização especificamente para esta tarefa, como mostrado à direita. Esta instância deve normalmente ser o primeiro de todos os plug-ins na cadeia de efeitos da faixa. Você deve então considerar que instância em particular do plug-in deve ser travada (locked).
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2 – Consertos na Pré-Mixagem: Ação Corretiva Se você mais tarde quiser fazer maiores mudanças na equalização de qualquer faixa, adicione uma instância separada, abaixe a cadeia e use esta. Esta abordagem tem inúmeras vantagens. Por exemplo: •
É segura e metódica. Você menos provavelmente vai desfazer acidentalmente seu bom trabalho mais tarde se ele estiver travado num plug-in dominante especifico.
•
É mais flexível. Você pode bem querer aplicar maiores equalizações mais tarde, mas você também pode querer aplicar outros efeitos, como talvez delay ou compressão. A equalização adicional que é requerida pode ser melhor colocada na cadeia de efeitos.
Lembre-se que a habilidade de renomear instâncias individuais de um plug-in é uma função extremamente útil do REAPER. Apenas clique direito sobre o nome do efeito na cadeia de efeitos (Na janela de Efeito ou Visão do Mixer) e escolha a instância Rename FX (Renomear efeito) no menu de contexto. Fazendo isso, você pode criar uma pista de auditoria (rastro) do seu trabalho à medida que você segue adiante. Dê uma olhada no exemplo mostrado à direita. Quão mais útil é ver uma cadeia como a mostrada acima e à direita do que apenas uma lista de nomes de plug-ins?
2.4 EQ: Largura de banda e Tipo Equalização é provavelmente o tipo de plug-in que você vai usar mais que qualquer outro. Por todo este livro de mixagem nós vamos primariamente usar o plug-in ReaEQ, o plug-in Equalizador paramétrico que é disponibilizado no REAPER. Felizmente, ele tem apenas um pequeno número de parâmetros, pelo menos comparada a outros tipos de plug-ins. Vale a pena gastar tempo para certificar-se que você está confortável com cada um destes parâmetros. Parâmetro
Comentários
Add Band (Adicionar Banda)
Por padrão, a tela do ReaEQ mostra quatro bandas, mas você pode adicionar mais se desejar.
Delete Band (Apagar Banda)
Deleta a banda atualmente selecionada.
Enabled (Habilitada)
Isto é um ativador que habilita ou desabilita a banda atualmente selecionada.
Frequency (Freqüência)
Determina a freqüência na qual os ajustes de Gain (Ganho) (Gain) e a Bandwidth (Largura de Banda) para a banda selecionada atualmente será aplicada.
Gain (Ganho)
Determina o valor de decibéis com o qual o volume da freqüência selecionada atualmente será aumentado ou diminuído.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Parâmetro
Comentários
Bandwidth (Largura de Banda)
Determina o número de oitavas ao longo das quais o ganho será aplicado. O alcance normal é entre 0 e 4.
Band Type (Tipo de Banda)
Determina o tipo de band. As opções são explicadas abaixo High Pass (Passa alta) Permite apenas freqüências acima do especificado passarem através do filtro e serem ouvidas
Low Shelf (Filtro de Baixa) Similar ao filtro High Pass mas mais gradual em seu efeito
Band (Banda)
Determina a freqüência central na qual o ganho ou redução é aplicado. O ajuste de largura de banda determina a extensão que será afetada. O tipo Band (deprecated) (Banda menosprezado) é similar ao Band, e reflete a forma como versões anteriores do ReaEQ se comportavam.
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2 – Consertos na Pré-Mixagem: Ação Corretiva Bandpass (Passagem de Banda) Permite que apenas aquela extensão de freqüências centradas na freqüência passem através do filtro e sejam ouvidas. Pode ser útil quando estiver varrendo uma faixa para identificar freqüências problemáticas ou freqüências-chave.
Parâmetro
Comentários Notch (Entalhe) Um tipo especial de banda, usado para uma suave redução no numa freqüência precisada.
filtro de aplicar volume altamente
Low Pass (Passa
Baixa)
O oposto de um filtro Permite que apenas abaixo do especificado ouvidas.
High Pass. freqüências sejam
High Shelf (Filtro de
Alta)
Similar ao Low Pass mas transição mais gradual.
cria uma
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Show Phase (Mostrar Fase)
Permite que você cheque as implicações das mudanças de fase dos seus ajustes de equalização. Deixe seus ouvidos serem o seu melhor juiz! Gain (Ganho)
O fader de ganho pode ser usado para ajustar o nível geral de sinal (aumentar ou diminuir) depois que os ajustes da sua equalização forem aplicados.
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2 – Consertos na Pré-Mixagem: Ação Corretiva 2.5 A área cinza As fronteiras nas quais a equalização corretiva e espacial começam podem ficar um pouco turvas, simplesmente por causa da própria natureza do processo de gravação por si só. Não importa o quão cuidadoso você é com a seleção do microfone e seu posicionamento, você nunca vai ter condições de reproduzir com 100% de fidelidade a verdadeira representação do som ao vivo. Esta é uma questão comum que se torna um pouco nublada, mas faz sentido tratar disso antes de passarmos para a próxima seção. Como regra, vale ser cuidadoso com qualquer sugestão de sempre equalizar um instrumento desta forma ou daquela. Todavia, escute cuidadosamente os seus instrumentos e veja se as sugestões que se seguem fazem sentido. Note, a propósito, o quanto de equalização subtrativa nestas tabelas toma lugar naquele âmbito de freqüência que nós vamos descrever mais tarde como Zona de Guerra. Se você desejar experimentar que qualquer um dos ajustes nesta página, insira uma instância separada do seu plug-in de equalização na cadeia de efeitos da sua faixa. Esta deve ser colocada depois de qualquer plug-in de equalização corretiva. Você deve normalmente também usar esta segunda instância da sua equalização para qualquer futura equalização que você possa querer aplicar a uma faixa num estagio mais tardio do processo de mixagem. O kit de Bateria Se seu kit de bateria gravado no seu estado seco (sem efeitos) soa talvez um pouco maçante ou ordinário, você pode experimentar com alguns destes: Instrumento
40 a 60 Hz
200 a 400 Hz
Kick
+ 2 dB
- 8 dB
+ 6 dB
- 5 dB
+ 5 dB
Toms
1000 a 3000 Hz
Caixa
5000 a 8000 Hz
10000 a 12000 Hz
+ 7 dB
Hi Hat
- 7 dB
+ 3 dB
Overheads
- 5 dB
+ 3 dB
Alguns outros instrumentos comuns Veja se estas pequenas e sutis otimizações trazem um pouco de vida aos seus instrumentos e vocais: Instrumento
40 a 60 Hz
200 a 400 Hz
Baixo
+ 2 dB
- 4 dB
Violão
- 5 dB
Guitarra Vocais Femininos Vocais Masculinos
1000 a 3000 Hz
5000 a 8000 Hz
10000 a 12000 Hz
+ 3 dB
+ 2 dB
+ 3 dB + 2 dB
+ 2 dB
+ 2 dB
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 2.6 Corrigindo problemas de Vocal 2.6.1
Sibilância
Sibilância é o termo usado para descrever aquele som de chiado que às vezes ocorre quando um som de “ss" é gravado. Ele é mais facilmente domado com o uso de um de-esser. Plug-ins de de-esser de terceiros podem ser comprados, ou você pode fazer o seu próprio, usando um Analyser, Equalizador e um Compressor Multi-banda. Qualquer ferramenta de análise de Espectro (incluindo aquelas mencionadas anteriormente neste livro) pode ser usada para ajudar a identificar a região aproximada onde a freqüência ofensiva pode ser encontrada. Para vocais masculinos, é provável que seja em algum lugar de 4,500 a 5,000 Hz, para vocais femininos 6,500 a 7,000 Hz. Uma vez que isto tenha sido identificado, uma técnica conhecida como sweeping pode ajudar você a situar a freqüência exata. Isto requer que você crie um filtro notch (entalhe). Para fazer isto: • Escolha uma das suas bandas de equalização, ajuste para aproximadamente a freqüência requerida e defina o tipo de equalização como banda. • Aumente o ganho em cerca de 15 dB para aquela banda. • Estreite a largura de banda para aquela banda para 0.01 (veja a figura acima) • Agora toque a faixa. À medida que você faz isso, cuidadosa e lentamente arraste o slider de freqüência para esquerda ou para a direita até que você identifique o lugar onde a sibilância é pior. • Agora muda o tipo de filtro para notch (entalhe), como mostrado à direita. • Toque sua faixa. Você deve notar alguma melhora na sibilância. Infelizmente, ao resolver um problema nós tenhamos provavelmente criado outro. Isto é porque, como as coisas estão, nosso filtro notch será aplicado todo o tempo, mesmo onde não há sibilância. Isto pode afetar seriamente a faixa de vocal, por exemplo, adicionando algo como um ceceio em sons outrora limpos. Você pode pensar em usar um envelope para ativar e desativar este filtro quando necessário, mas isto seria bastante trabalho. Uma solução melhor seria aplicar o que você aprendeu a um Compressor Multi-banda. Nós podemos agora, desta forma, bypass nossa equalização (ou desativar o filtro notch de banda) e inserir na cadeia de efeitos um compressor multi-banda como o ReaXComp. Isto nos permite aplicar compressão apenas às freqüências selecionadas, e apenas quando o volume a uma freqüência especifica chegar acima de certo nível. Este plug-in foi feito sob medida para de-essing!
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2 – Consertos na Pré-Mixagem: Ação Corretiva Note os ajustes mostrados à direita em particular: •
Apenas a Banda 3 é ativada
•
Auto make-up gain (Compensar o ganho automaticamente) está desativado.
•
O alcance para esta banda está ajustado em cerca de 3865 Hz a 5174 Hz. Isto é bem estreito, mas amplo o suficiente para capturar a sibilância.
•
O ajuste de ratio(taxa) está bem alto para certificar que o volume seja severamente reduzido quando o compressor age.
•
O threshold(limiar) está ajustado por tentativa e erro como que para ativar o compressor apenas quando a sibilância ocorra.
•
Os outros ajustes (knee, attack, release, etc.) estão todos bem baixos. Isto garante que o compressor, quando requerido, vai começar a agir rapidamente e parar de agir rapidamente também.
Lembre-se que uma vez que tenha experimentado com seus ajustes e criado aqueles que encaixam com suas necessidades particulares, você pode salvá-los com um preset. Você vai então ter um de-esser que você pode aplicar a outros projetos assim como fez ao atual. 2.6.2
Plosivos
Os plosivos consistem no de estouro que algumas vezes ocorre com sons gravados de “P” e “B”. Quando você dá zoom aproximando bem de um item de áudio gravado, é normalmente fácil de visualizar e identificar um plosivo, pelo seu padrão de onda denteado. Observe o exemplo mostrado à direita. Isto é parte de uma gravação de vocal. O primeiro item mostrado está bem, mas você pode observar um leve padrão denteado no começo do segundo item. Ai é onde nós temos uma palavra começando com “P” e onde o som plosivo foi feito. Há algumas técnicas disponíveis para consertá-los, algumas mais simples que outras. Como regra, tente os remediadores mais simples primeiro – você se surpreenderá com o quão freqüentemente eles funcionam. Apenas se todos esses falharem, tente os mais complicados. Primeiro, vamos apenas mencionar alguns que geralmente não são recomendados:
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Envelope de Volume: Você poderia ser tentado a usar o ordinário e padrão envelope de volume para dar um fade na sua faixa no ponto do plosivo. No entanto, o envelope normal de volume é aplicado a sua faixa depois da cadeia de efeitos. Desta forma se você usar um envelope de volume para abaixar o plosivo, qualquer outro efeito que você possa ter (como equalização ou delay) será aplicado aquele plosivo antes que ele tenha recebido seu tratamento corretivo. Isto pode na verdade dificultar a resolução do problema. Envelope de Mute: Há chances de que isto faça o truque, mas pode ainda ser problemático. A maior questão em usar um envelope de Mute para este propósito é que o envelope de Mute corta a entrada e a saída severa e repentinamente. Isto pode às vezes vir a criar um buraco na sua música. Noise Gate: Em teoria, pode ser bem possível usar um Noise Gate para corrigir plosivos, mas é meio como usar uma marreta para quebrar uma noz. A não ser que os parâmetros do Noise Gate sejam ajustados corretamente, o gate pode abrir e fechar muito velozmente, de uma forma que pode na verdade fazer com que sons indesejados pareçam piores ainda do que se eles tivessem sido deixados em paz. Esta mesma questão se levanta – na verdade mais ainda – quando você tenta usar um noise gate para eliminar sons de respiração indesejados. Somado a isso, se um vocalista está criando plosivos, as chances são de que haverá muitos ao longo da música– e você pode apostar seu último real que cada um irá requerer ajustes separados de noise gate. Você vai provavelmente terminar com três ou quatro envelopes de automação na sua faixa, só para controlar os plosivos. Vamos então dar uma olhada em algumas ferramentas à sua disposição que você pode considerar por usar antes que você apele para qualquer uma das acima. O Envelope de Volume (Pré efeito) Especialmente se a mixagem for uma bem congestionada, você pode fugir usando o envelope de volume pré efeito (como mostrado abaixo, a direita) para simplesmente abaixar sua faixa no ponto ofensivo, Entretanto, se houver muitos plosivos na faixa, é bem provável que este simples remédio não seja sempre efetivo. Por outro lado, se houver apenas um ou dois plosivos, você pode querer considerar se você quer a interferência de um envelope inteiro para tratar de um problema que ocorre apenas em um ou dois lugares. Dividir o Item Esta solução é tão simples que é quase ridícula. Mesmo assim, freqüentemente a simples ferramenta de divisão sozinha pode ser o necessário para resolver o problema. Observe no exemplo abaixo. Simplesmente dividindo o item de mídia no ponto do plosivo, e então adicionando crossfades, nós diminuímos o volume que ia para o plosivo e aumentamos quando ele estiver saindo. As facilidades flexíveis de edição do REAPER oferecem muitas variações deste método. Por exemplo, você pode usar a ferramenta de divisão para isolar o plosivo como um item separado, então mutar este item, ou diminuir seu volume, fade in e fade out nele. Isto pode ajudar a fazer sua própria edição parecer mais sem costuras. Duas variações deste conceito são ilustradas abaixo. No primeiro exemplo, o plosivo foi isolado num item de mídia separado (por divisão), então o volume daquele item (usando os ajustes de Propriedades do Item) foi diminuído cerca de -10dB. Crossfades entrando e saindo do item foram adicionados. O segundo exemplo difere porque ao invés de ajustar o volume de um item isolado, este foi mutado. A grande vantagem de usar este método é que ele permite que você se dirija a cada plosivo individualmente de forma precisa, de acordo com suas únicas características sem interferir nas suas faixas com excesso de envelopes.
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2 – Consertos na Pré-Mixagem: Ação Corretiva
Usar Equalização Outro método para domar os plosivos que você pode querer considerar é usar um equalizador como o ReaEQ. A idéia de usar equalizador é que ele efetivamente permite que você momentaneamente abaixe o volume em uma exata freqüência na qual o som indesejado é mais proeminente, ao invés de abaixar o volume geral de uma faixa como um todo. Isto diminui a possibilidade de criar um buraco na sua mix. Uma das ferramentas de Análise Espectral mencionadas antes neste livro pode ser usada para ajudar você a identificar a freqüência intrometida. Simplesmente coloque-a na janela de efeitos de faixa e toque a faixa. À medida que é tocada, procure pode qualquer mudança óbvia no ponto onde o som plosivo ocorre. Lembre que você pode usar o slider de Taxa de Playback na Barra de Transporte para ralentar o playback enquanto procura. Alternativamente, você pode usar a técnica do sweeping (descrita em detalhes na seção chamada Sibilância). Se você estiver tendo dificuldades, use ambos os métodos e tente identificar onde ambos os ajustes de procura convergem. Uma vez que você identificou a freqüência, faça os ajustes de equalização apropriados (um exemplo possível é mostrado abaixo), então adicione um envelope de automação para garantir que sua mudança só seja aplicada naquele ponto. Usando um Compressor Multi-banda O outro método principal de domar plosivos que você pode querer considerar é usar um compressor multi-banda como o ReaXComp. Esta é uma versão mais sofisticada de uso de equalizador, mas funciona com um princípio similar. Ao invés de apenas abaixar o volume naquela freqüência, nós o achatamos.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Um exemplo é mostrado acima. Claro que, como no exemplo da equalização, é só um exemplo. Você vai precisar determinar para si mesmo, em cada caso, que ajustes reais e valores são requeridos. No entanto as seguintes linhas de direção podem ser de ajuda: •
Deixe apenas uma banda ativa, a banda que você está usando.
•
Ajuste a freqüência de topo (Top Frequency) algo mais alto do que quando o plosivo parece estar pior. Se tiver dúvida, comece com um ajuste por volta de 500 Hz.
•
Ajuste um ratio alto, por volta de 30:1 ou mais.
•
Ajuste o Threshold de acordo com o volume da faixa, para que o Compressor realmente aja na entrada do ponto do plosivo.
•
Os ajustes de Attack e Release devem normalmente ser bem baixos para este tipo de ação.
•
Certifique-se que o Auto make-up gain está desligado.
Se você quiser, pode usar um envelope de automação de bypass para garantir que a compressão apenas seja aplicada onde e quando é requerido, não na faixa inteira. 2.6.3
Ruídos de Respiração
Ruídos de respiração freqüentemente propõem um problema especial por eles mesmos, porque o som da respiração pode algumas vezes apenas aparecer no começo do canto. Você terá que decidir qual a extensão do problema. Você pode querer removê-los todos juntos, ou você pode preferir simplesmente abaixá-los, especialmente se você sentir que a presença de alguns sons de respiração adiciona atmosfera ou realidade à gravação. Dito isto, freqüentemente a solução de Dividir o item já discutido acima também pode ser usada para reduzir ou remover sons de respiração indesejados. Mais ainda, há três outras possibilidades que você pode querer considerar – usando um Noise Gate, Auto Trim/Split ou Spectro. Usando um Noise gate É bem provável que você descubra que o ReaGate pode ser usado para eliminar sons de respiração. O truque é chegar aos ajustes certos para que o gate feche quando o volume vai abaixo do nível audível da gravação de vocal, ficando fechado para eliminar sons como respiração, mas também reabrindo a tempo de não perder nada do vocal quando ele vem. As duas ilustrações abaixo mostram este conceito, usando o ReaFir. Na primeira ilustração (esquerda) se você olhar cuidadosamente vai poder ver algum baixo nível abaixo da linha horizontal. Este é impedido e não chega a ser ouvido. A segunda ilustração (direita) mostra uma passagem de vocal que é forte o suficiente para ir adiante pelo gate.
Uma olhada mais de perto na segundo figuram no entanto, revela um problema que pode ocorrer com Noise Gates. Note que neste exemplo o último fade da passagem do vocal está barrado, porque ele cai abaixo do threshold do gate.
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2 – Consertos na Pré-Mixagem: Ação Corretiva Eis o porquê é importante que você ajuste seu Noise Gate corretamente – e lembre que você pode usar envelopes de automações e/ou de efeitos de itens para garantir que ajustes diferentes sejam usados em diferentes partes da música. Se você não tem certeza sobre estes ajustes, comece com algo similar a estes mostrados (direita) e faca seus ajustes de acordo com eles. O Threshold determina o nível de decibéis no qual o gate vai abrir e fechar. O ajuste Pre-open garante que o ReaGate vai ver adiante e poder antecipar quando uma mudança está vindo. O ajuste Attack determina o quão rápido o gate abre quando o sinal sobre acima do threshold dado, o Release determina o quão rápido ele fecha quando o sinal outra vez cai abaixo daquele threshold. Somado a isso, o Hold determina o quanto esperar depois que o volume cai abaixo do threshold antes que comece a fechar o gate. Pense nisso por um momento. Sons de respiração normalmente ocorrem depois de uma pausa (talvez entre versos) e normalmente ocorrem depois de um período de silêncio significativo. Quando o vocal começa (imediatamente após a respiração) você quer que o gate abra rapidamente, com um curto tempo de ataque (attack time). Entretanto, você não quer cortar um vocal que está abaixando (como nos exemplos anteriores) no final de uma linha ou uma frase, então faz sentido usa um hold relativamente longo e um release time lento. Isto não sempre o caso com noise Gates. Como você verá mais tarde, os ajustes de noise gate para instrumentos percussivos tendem a sem bem diferentes daqueles necessários quando lidamos com vocais. Usando AutoTrim / Split O método AutoTrim/Split funciona com um princípio similar ao Noise Gate, dividindo sua faixa de acordo com o Threshold e outros parâmetros, então removendo da faixa todas as passagens que combinam com seus critérios especificados. A grande vantagem deste método é que, diferente de um Noise Gate, ele não é aplicado em tempo real, e desta forma não aplica sobrecarga na CPU quando a faixa está sendo tocada. Isto pode, no entanto, ser uma abordagem um pouco “marreta”. Apesar disso é um método nãodestrutivo e você poder manualmente editar a divisão em qualquer lugar onde seus parâmetros não produzem exatamente o que você estava esperando. Os ajustes mostrados acima, à direita são consideravelmente conservadores e formais um ponto de partida razoável. O trailing pad (encaminhamento) de 100ms garante que os vocais em fading não serão perdidos e o ajuste para ignorar silêncio mais curto que (Ignore silence shorter than) 500ms deve certificar que a faixa não seja cortada em dois pedaços ridiculamente pequenos. Um exemplo da aplicação destes ajustes para um clipe de vocal é mostrado (direita).
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Usando Spectro Falando de modo geral, o uso de um Noise Gate especificamente para controlar sons de respiração é uma opçãomais prática com gravações discretas do que com não-discretas. Isto se deve à presença de vazamento que torna difícil identificar e apropriar níveis para seus ajustes, especialmente para o threshold. Você verá rapidamente como um noise gate pode às vezes se usado para reduzir o vazamento, mas não é sempre apropriado. Considere a situação onde você gravou uma banda ou talvez apenas um duo ou trio ao vivo com apenas dois ou três microfones. Esta pode não ser a forma ideal de fazer uma gravação, mas as circunstâncias podem ditar para que isto aconteça. Você ainda quer tirar o melhor do que você tem. Você toca suas faixas outra vez e note que de tempos em tempos, em uma faixa em particular, há o som de respiração, como se um dos cantores respirasse alto antes de cada linha. Você não pode usar um noise gate, porque ao mesmo tempo, na outra faixa há outros sons que você quer manter. Este pode ser um caso para o Spectro, com suas capacidades de edição em tempo real. Cheque o manual que vem com o Spectro para informação completa sobre como usar este maravilhoso plug-in. Se você não o tem, pode baixar o manual do web site deles em http://www.stillwellaudio.com. Enquanto isso, um exemplo é mostrado à direita. Neste caso, identificamos o som de respiração indesejado, isolamos ele desenhando um retângulo ao seu redor, então mutamos aquela área. Note que os outros sons (abaixo de 1277Hz e acima de 3570Hz) ainda são ouvidos. É possível quando você usa o Spectro desta forma que quando a faixa for tocada sozinha possa vir a ser notável um buraco entre estas freqüências. Você pode notar, no entanto, que quando você toca todas as faixas juntas isto não pode ser discernido. Se for, você tem pelo menos dois remediadores na ponta dos dedos. Você pode testar ambos e ver qual funciona melhor: •
Tente usar o equalizador para adicionar algum ganho neste alcance de freqüência em uma ou mais faixas. Você pode também precisar ajustar o balanço neste ponto. Você pode usar envelopes para isto.
•
Tente usar um send para enviar um sinal de um ou mais das outras faixas, apenas pela duração do buraco. Mais uma vez, use envelopes para fazer isto.
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2 – Consertos na Pré-Mixagem: Ação Corretiva 2.6.4
Correção de Pitch
Problemas de pitch podem ser corrigidos usando ReaTune. A melhor forma de fazer isso é usar o plug-in ReaTune para consertar erros de pitch individuais, e então aplicar o efeito num item de mídia como um novo take. O procedimento para fazer isto está listado abaixo. •
Solo na faixa.
•
Sete qualquer plug-in existente na cadeia de efeitos para aquela faixa para Bypass.
•
Sete o fader de volume para zero e o fader de pan para o centro.
•
Insira ReaTune na cadeia de efeitos da faixa.
•
Abra a página de ajustes Correction (Correção). Selecione o algoritmo elastique SOLOIST (Solista elástico) e o parâmetro Monophonic (Monofônico). Este é geralmente tratado como o algoritmo preferido para consertar questões de pitch de vocal.
•
Selecione o modo Man ual Correction (Correção Manual), abra a página Manual Correction e ative as várias opções.
•
Toque a música, usand o seu mouse para fazer as várias correções que são necessárias. Um exemplo é mostrado acima.
•
Quando você terminar, clique direito sobre o item de mídia e escolh a Apply FX to items as new take (Aplicar ef eitos aos itens como novo take) ou Apply FX to items as new take (mono output) [(Aplicar efeitos aos itens como novo tak e)(Saída mono)] como apropriado.
•
Faça do seu novo take o take ativo para esta faixa.
•
Na cadeia de efeitos (F X chain), sete o ReaTune para bypas s. Isto é normalmente melhor opção que del etar. Se você mais tarde notar que deixou passar qualquer erro de pitch, você pode resta urar seu take original como take ativo, fazer outras mudanças com o ReaTune e aplicar como novo take outra vez.
•
Salve o arquivo, claro, quando tiver terminado.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 2.6.5
Estalos e Cliques
Esta categoria engloba uma multidão de pecados. É o tipo de coisa que pode se levantar, Por exemplo, quando durante uma passagem outrora quieta (como o declive de um instrumento) o guitarrista acidentalmente bate na sua guitarra ou o vocalista esbarra no pedestal. Se você notar isto na hora, é normalmente melhor gravar a parte de novo. Quando isto não é possível, você precisa fazer tudo o que for necessário para consertar. Algumas vezes um fadeout acelerado ajuda, alguma vezes dividir e usar o trim pode ajudar, mas muito mais freqüentemente a melhor solução aqui será usar o Spectro Neste exemplo mostrado à direita, você pode ver um pico repentino no padrão espectral onde o músico acidentalmente criou um som de clique depois do fim da música. Isto pode ser causado, por exemplo, por esbarrar acidentalmente o dedo no instrumento quando o afasta das cordas. Neste exemplo, Spectro foi usado para isolar e mutar o ruído ofensivo. Exemplo Este primeiro exemplo vai ilustrar o uso do Spectro para eliminar sons de fundo indesejados. 1.
Abra p arquivo Don’t Keep Me Waiting e imediatamente salve-o como Don’t Keep Me Waiting SPECTRO.
2.
Selecione a faixa Vox ou Vocal.
3.
Se houver algum efeito na cadeia de efeitos, sete-o para o modo Bypass.
4.
Ajuste o fader de Volume para Zero e o fader de Pan para o Centro.
5.
Solo na faixa Vox.
6.
Abra a janela de efeitos para esta faixa e insira Spectro na cadeia de efeitos. Ajuste a opção para Follow (Seguir).
7.
Posicione o cursor de play no tempo 1:01.500. você pode precisar dar zoom para chegar à posição exata.
46
2 – Consertos na Pré-Mixagem: Ação Corretiva 8.
Toque a música. Você vai ouvir o cantor tomando fôlego por volta de 1:02.500. Esta respiração será visível no gráfico do Spectro.
9.
Use seu mouse na função “lasso” para selecionar o som da respiração como mostrado na ilustração à direita. Selecione o botão M (para Mute) para esta região.
10. Toque a música outra vez. A respiração não será mais ouvida. 11. Salve o arquivo.
Este segundo exemplo irá usar uma abordagem diferente para um problema similar. 1.
Posicione seu cursor de play e m 1:24.000. Selecione e dê solo na faixa Vox. Toque-a. você vai notar um s om em cerca de 1:25, pouco ant es do vocal voltar.
2.
Certifique-se que o Snapping está desativado. Selecione o item de mídia, então clique e arraste seu mouse pa ra selecionar a parte da faixa que contém o som (veja à direita)
3.
Clique direito sobre a área e e scolha Split item at time selection (Dividir item na seleção de tempo).
4.
Clique direito sobre o item s elecionado e escolha Item Settings (Ajustes de Item), Mute.
5.
Se você desejar, use seu mou se para desenhar um fade in e out a partir desta seção, como mostrado na ilu stração abaixa, à direita.
6.
Melhor do que ter uma faixafeita do que pode se tornar um grande número de itens de mídia, é considerar que depois de consertar estes problemas você poderá querer dar duplo clique na faixa no Painel de Controle da Faixa e então clique direito sobre qualquer parte da própria faixa e escolher Glue Selected Items (Colar Itens Selecionados ). Isto irá uni-los como se fossem um.
7.
Salve o arquivo.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 2.7 Lidando com o Vazamento O bleed (vazamento) acontece quando você grava um número de faixas ao vivo ao mesmo tempo. Isto pode acontecer sob qualquer número de circunstâncias, variando, por exemplo, de um músico solitário tocando violão e cantando ao mesmo tempo a uma banda inteira, completa com bateria e tudo. No primeiro caso, você pode gravar com dois microfones no violão e um para o vocal. No segundo caso, você pode gravar usando uma dúzia de microfones tantos microfones quanto se usa quando se grava simultaneamente. Em ambos os casos, o método de gravação usado significa que você não terá faixas discretas para cada voz ou instrumento. A sabedoria convencional diz que gravar com faixas discretas, sobrepondo em camadas uma sobre a outra, mais provavelmente resultará em melhores resultados. Não tenha medo de desafiar a sabedoria convencional. A gravação ao vivo pode ter certas vantagens. Por exemplo: No entanto, não podemos ignorar o fato de que o vazamento pode trazer seus próprios problemas. Em cada caso, você vai ter que avaliar a situação e fazer um julgamento. Algumas vezes o melhor curso de ação pode ser simplesmente viver com o transbordar de cada instrumento e fazer o melhor que se pode com isso. Outras vezes, você pode querer considerar usar qualquer número de técnicas para melhorar isto. ReaEQ Há certas circunstâncias nas quais você pode tentar usar o equalizador para minimizar o vazamento. Isto é especialmente provável ser o caso de haver apenas dois ou três itens que foram gravados ao mesmo tempo– por exemplo, um violão e um vocal. O truque é identificar as diferentes freqüências nas quais a parte principal sendo gravado e a parte intrusa estão na sua mais forte e mais fraca influência. A seção 3 deste livro inclui uma tabela a qual pode lhe ser útil, mas o truque de verdade é varrer o equalizador para encontrar a banda de freqüência onde abaixando o ganho você abaixa o efeito de vazamento. Algo como os ajustes mostrados à direita podem valer a tentativa quando você tem um vocal feminino vazando no microfone do violão. Lembre que ao formatar (shape) o som desta forma você também vai estar mudando o timbre do som só que você está pretendendo melhorar. Dependendo das circunstâncias, isto pode importar ou não. Por exemplo, o exemplo mostrado acima resultaria no efeito de fazer o violão soar com um pouco menos de brilho. Em algumas circunstâncias isto pode não ser aceitável. Em outra pode ser que sim. Pode ser o caso, por exemplo, se devido a um arranjo em particular, você está contando com a guitarra para adicionar algum bottom end a sua mix, ou se você também gravou o violão em linha em outra faixa. Esta técnica pode acabar sendo apropriada nisto, localizando e reduzindo o vocal da faixa do violão, você vai ao mesmo tempo criar um espaço na mix geral para que o vocal cante através dele.
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2 – Consertos na Pré-Mixagem: Ação Corretiva ReaFir Um plug-in de dinâmica como o ReaFir pode potencialmente ajudar a reduzir o vazamento trabalhando nas freqüências nas quais este vazamento é mais proeminente. O ReaFir é um plug-in de dinâmica para múltiplos propósitos que quase foge à categorização ou descrição. Ele pode agir como um equalizador, como um compressor, Noise Gate e mais. O exemplo à direita mostra o oposto do exemplo anterior. Aqui nós gravamos uma faixa de vocal feminino que inclui muito vazamento de um violão sendo tocado (e também gravado separadamente) ao mesmo tempo. Usando o ReaFir para tirar com o gate algumas das freqüências graves na faixa de vocal feminino nós reduzimos substancialmente o impacto do vazamento. Claro que, fazendo isso nós também corremos o risco de remover um pouco do calor do próprio vocal, e podemos também fazer com que o vocal pareça um pouco fino. Técnicas possíveis que podem ser usadas para “engordar” e “esquentar” os vocais incluem o uso cuidadoso da divisão de canal, reverb e delay. Todos estes serão discutidos mais tarde neste livro. Dividir (Split) e Mute, Abaixar Volume ou Apagar Este técnica é mais apropriada quando você quer efetivamente eliminar uma passagem inteira de uma faixa. Este pode ser o caso, por exemplo, quando você tem um break instrumental na faixa de vocal. Você pode simplesmente dividir o item de mídia e mutar a passagem indesejada. Isto pode ajudar a trazer mais claridade ao instrumento ou instrumentos que devem ser destacados no break. No primeiro dos exemplos mostrados abaixo, a passagem foi isolada e abaixada em seu volume. Na segunda, a mesma passagem foi mutada.
3
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 2.8 Removendo o Ruído de Fundo O ReaFir é um plug-in de dinâmica de múltiplos usos que quase foge à categorização ou descrição. Ele pode agir como um equalizador, um compressor, um Noise Gate ou mais. Neste exemplo, diferente do exemplo anterior usando Spectro, o ruído está presente ao longo de toda a faixa. Você vai ver como o ReaFir pode ser usado para noise reduction (redução de ruído). Neste exemplo (diferente dos exemplo usando Spectro), o ruído está presente ao longo da faixa inteira. A necessidade de plug-in noise reduction pode surgir quando uma faixa outrora boa tem alguns ruídos de fundo indesejados nela. Isto pode, por exe mplo, ser um hiss ou um rumble, ou o som de um ar condicionado. O ReaFir pode ser u sado para remover tais sons das suas faixas em tempo real. Para fazer isto, você pr ecisa primeiro identificar uma passagem na faixa (talvez um segundo ou dois) onde v ocê gravou o ruído sozinho. Ele provavelmente vai estar bem no começo da faixa. Procedimento No geral, o procedimento é este: •
Insira o ReaFir na janela de E feitos da faixa contendo os itens gravados com o ruído indesejado.
•
Posicione o cursor de play no começo da passagem contendo apenas o ruído indesejado (veja ilustração à direita).
•
Ajuste o ReaFir para o modo Subtract.
•
Ajuste Edit Mode para Precis e.
•
Selecione a opção Automatic ally build noise profile (Automaticamente construir o perfil do ruído)
•
Toque a faixa apenas pela du ração da passagem contendo o ruído, então pare o playback.
•
Você deve ver que o ReaFir construiu um perfil do ruído indesejado. Ele estará marcado com uma linha vermelha (veja abaixo à direita).
•
Agora desmarque a caixa com o titulo Automatically build noise profile.
•
Retorne o cursor de play para o começo da música e toque-a.
•
Você deve agora notar que à medida que a música toca, o ruído que foi rastreado seguindo os passos 1 a 5 agora é removido.
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2 – Consertos na Pré-Mixagem: Ação Corretiva Exemplo 1.
Abra o arquivo de projeto RosesBloomAll.rpp, ou melhor ainda, use um projeto seu onde você tenha uma faixa de vocal feminino que também contenha vazamento de instrumento. Selecione esta faixa e de solo nela.
2.
Imediatamente salve o arquivo como RosesBloom GATE.rpp
3.
Toque a música.
4.
Insira o ReaFir na janela de efeito. Selecione o modo Gate e abaixe a linha vermelha o suficiente para que a faixa seja ouvida normalmente.
5.
Observe o padrão de onda. Você deverá ver que em algum lugar perto de 180 Hz a densidade das ondas se afina notavelmente. Isto é a freqüência abaixo da qual apenas o violão está presente, não o vocal.
6.
Manipulando os ajustes do ReaFir (veja acima), você deve poder significativamente remover esta variação da sua faixa enquanto ainda permite que o vocal seja claramente ouvido. Os ajustes
mostrados são apenas um exemplo. Esteja preparado para experimentar para fazer ficar direito.
7.
Você pode achar que isto tem o efeito de fazer o vocal agora soar um pouco mais fino ou metálico. Toque a mix inteira e ouça cuidadosamente. Pode ser que o vazamento do vocal na faixa da guitarra seja suficiente para compensar isto.
8.
Se não for, tente adicionar o ReaEQ ou o ReaVerbate ou ambos para a janela de efeitos da faixa de vocal como mostrado aqui. Note que você deve liberar (feed) na faixa apenas uma pequena quantidade de sinal wet (com efeito). Use apenas o suficiente para fazer o vocal um pouco mais quente e cheio, não tanto que o reverb possa ser ouvido de verdade.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 9.
Um arquivo de amostra, RosesBloom GATE A, está incluído neste livro. Se você quiser, abra-o e o examine. Este arquivo não é feito para representar nada como uma mix final para esta música, apenas para ilustrar algumas das técnicas que você pode usar para reduzir o impacto do vazamento se você precisar.
10. Toque a música com e sem os efeitos ajustados para bypass. Você deve notar que com a cadeia de efeitos ligada o vocal pode ser ouvido mais distintamente. A tabela de fluxo mostrada abaixo representa o fluxo do sinal de áudio da faixa do vocal que contém o vazamento do violão. Dica: Em situações como esta não deveria ser tão difícil definir se você pode ou não usar um plug-in como o ReaFir para ajudar a reduzir o impacto do vazamento. Usando um Spectral Analyser (Analisador Espectral) como o Multi-Inspector, ou até o próprio ReaFir, você apenas precisa tocar a faixa (em solo). Você pode usar qualquer programa de captura de tela freeware como o EasyCapture para capturas imagens da análise espectral em diferentes momentos. Por exemplo, você pode ter um que captura a imagem do violão apenas, outro para o violão e a voz juntos, e um terceiro para a voz sozinha. Se necessário, você pode usar diferentes amostras discretas do mesmo vocalista e/ou instrumento para fazer isto. Isto pode lhe dar uma figura razoavelmente precisa. Comparando as diferentes imagens, você pode conseguir uma idéia razoavelmente precisa de onde você deve pelo menos começar suas modificações. O exemplo mostrado abaixo mostra o Multi Inspector (versão freeware) sendo usado para comparar a saída de duas faixas.
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2 – Consertos na Pré-Mixagem: Ação Corretiva 2.9 Níveis de Ajuste Tendo resolvido todas as questões que discutimos nesta seção, você finalmente está pronto para o negócio de mixagem de verdade. Mais uma vez, esta não é uma área na qual podemos colocar regras rígidas e rápidas quanto ao método que exatamente você deve usar para ir ao próximo passo. No entanto, é importante que você desenvolva uma metodologia e permaneça com ela. A sugestão aqui é uma que funciona bem comigo. A seguinte tabela de sumário descreve este método. O objetivo principal é fazer nossos ajustes de projeto o mais neutros possível antes que comecemos o trabah lo de verdade de mixar. Assim como com muitas das outras tabelas neste livro, você deve considerar tirar uma cópia da página para fácil referência. Ação
Razão
Tirar a opção Solo de qualquer faixa com Solo
Você vai precisar ouvir todas as faixas que você pretende que façam parte da sua produção para preparar seu projeto para a mixagem.
Tirar o Mute de qualquer faixa mutada (a não ser que elas estejam mutadas porque você acha que não vai precisar delas durante a mix) Ajuste o Pan de todas as faixas no centro e ajuste o Master Output para mono
No curso da gravação, procurando e corrigindo errinhos etc., é possível que você tenha usado o panning em certas faixas de forma que podem ser diferentes daquelas que são apropriadas para a sua mix. Você deve querer começar sua mix com uma situação mais neutra possível.
Toque o seu projeto
Neste próximo estágio você vai querer conseguir os níveis sonoros aproximadamente corretos para todas as faixas. Você vai precisar assumir uma abordagem flexível e de senso comum aqui. Por exemplo, é provável que na mix final alguns instrumentos precisarão ser abaixados ou aumentados em certos pontos. Não se preocupe com isso agora. Por ora, você está pretendendo alcançar um equilíbrio aproximado.
Ajuste os níveis de som para faixas individuais acima ou abaixo até que o equilíbrio geral soe bem
Não use os faders de volume ou envelope de faixa para este propósito. Há duas razões para isso: 1. O fader de volume da faixa e envelope de volume padrão são ambos aplicados pós-efeitos. Você quer que seu sinal de áudio seja ajustado para o valor aproximado do nível requerido antes da sua cadeia de efeito, não depois. 2. Nós estamos tencionando chegar à posição onde tudo está o mais neutro possível antes de começarmos. Você vai achar sem dúvida um monte de usos para os faders da faixa e envelopes de volume mais tarde. Ao invés disso, use a janela Item Properties (vista abaixo) para seus vários itens de mídia, ajustando o fader Normalize para se adequar. A exceção principal seria onde a faixa é feita de um número realmente grande de itens individuais (talvez depois de aplicar o Auto Trim/Split), em cujo caso seria mais fácil usar um envelope de Volume pré-efeito. Se você faz isso, a melhor idéia é provavelmente mostrar, faça o ajuste (para o envelope inteiro), e então o esconda.
Ajuste o Master Output de volta para Estéreo
Você se surpreenderá com o quão fácil é esquecer disso!
Salve o arquivo do projeto com um novo nome
Isto garante que você vai manter uma cópia precisa do seu projeto num estado de pré-mix, caso você precise voltar para isto.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Notas
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2 – Consertos na Pré-Mixagem: Ação Corretiva
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER
3 Mixagem Espacial 3.1 Conceitos de Mixagem Espacial Você já escutou um CD e percebeu que apesar de haver um, digamos, arranjo complexo você consegue ouvir cada um dos instrumentos e voz muito clara e distintamente, ainda que com tudo bem misturado e encaixado na produção total e geral? Você já escutou um outro CD com talvez um arranjo similar e notou que na verdade é bem difícil perceber o que exatamente está acontecendo? As razoes para isto são todas com relação ao espaço. A mixagem requer que a cada parte na produção – cada parte – tenha sido dada seu próprio espaço. Sem isso, não importa o quão criativo você seja trabalhando com dinâmica ou arte em suas gravações, você simplesmente não vai acabar tendo uma boa mixagem. Discutivelmente, muitas mixagens amadoras (e infelizmente algumas profissionais) são estragadas pela falha em dar atenção adequada às questões de espaço mais do que a qualquer outra coisa. Eis o porquê vamos gastar algum tempo examinando algumas das teorias e conceitos envolvidos antes de continuar a trabalhar com o nosso estudo do primeiro caso prático. O primeiro erro que alguns (de fato, muitos) cometem é pensar no espaço numa mix como consistindo em Width (abertura) apenas, e que isto é simplesmente determinado pelo panning (balanço). Claro que o panning é importante, mas o panning afeta apenas uma dimensão – a colocação de um instrumento numa escala horizontal em algum lugar entre 100 % esquerda e 100 % direita. Mas a abertura sozinha não é suficiente para criar um senso real de espaço na sua mix. Há ao todo, não uma, mas quatro dimensões, todas elas importantes. As Dimensões do Som Item
Comentários
Width (Abertura) (entre os falantes)
Isto é geralmente representado como sendo algo entre 100% esquerda e 100% direita. Mais comumente, as questões de colocação esquerda-direita são controladas pelo panning (balanço)
Height (Altura) (freqüência)
A amplitude de freqüência dos instrumentos e seus harmônicos ultrapassam aproximadamente dos 20Hz a 16,000Hz (e acima). Isto determina outra dimensão espacial da sua mix, da qual nos podemos pensar como sendo altura. O papel e importância que esta dimensão pode assumir em adicionar cor à sua mix é muito freqüentemente negligenciado.
Depth (Profundidade)
À medida que sua música toca através dos falantes, algumas vozes e instrumentos vão parecer estar mais perto do que outros. Se você preferir, você pode pensar sobre esta ilusão de profundidade como sendo conceitualmente similar a ilusão de profundidade que será criada por um pintor de paisagens.
Time (Tempo)
Como a altura, o tempo é uma dimensão à qual atenção suficiente geralmente não é dada. Sua mix não deve lembrar uma foto estática e sim deve se comportar dinamicamente através do tempo.
À medida que você começa a entender que o som opera através destas quatro dimensões, você irá crescer para apreciar porque cada uma destas é importante, e porque a forma de combinação destas diferentes dimensões importa.
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3 – Mixagem Espacial 3.2 Projetando um Palco Virtual Não é necessariamente verdade que grandes mentes pensam parecido. Algumas vezes pessoas igualmente bem dotadas irão abordar a mesma tarefa com sistemas e metodologia completamente diferentes. A melhor abordagem é aquela que funciona para você. alguns engenheiros de som insistem que você deve sempre mixar apenas com seus ouvidos, e ignorar todos os outros inputs sensoriais. Outros, incluindo eu, diriam que se você pensa que fazer uso dos outros sentidos (como sentidos visuais) pode ajudar você, então é melhor que você seja o melhor auxiliado possível sobre como usá-los. Algumas pessoas gostam de esboçar um palco de som virtual antes de começar a sua mixagem. Isto dá a elas um ponto de partida quando vem a posicionar os diferentes instrumentos na mixagem. Outros não vêem utilidade nisto, pois preferem simplesmente se guiar pelo ouvido. De forma definitiva, você tem que decidir por você mesmo se você gosta desta idéia, mas você certamente deve levar isto em consideração. Tente esboçar uma visão de cima do layout de um palco que você esteja pretendendo criar na sua mix. Alguns exemplos são mostrados abaixo. O primeiro é para uma música que inclui um vocalista principal, dois backing vocals, uma guitarra base, banjo, baixo acústico e uma bateria. Nós poderíamos ter isto em mente para criar um palco de som como este mostrada abaixo (como visto de cima) onde a frente do palco está na parte de baixo do diagrama. Isto ajuda você a decidir não só como balancear nossos instrumentos, mas, como verá em breve, também a onde nos vamos querer usar outras técnicas (como o uso do Equalizador e/ou Reverb) para fazer os instrumentos parecer mais à frente ou atrás na mixagem, Agora considere a segunda figura (abaixo).
Suponha que esta música inclua um break no qual nós queremos incluir o banjo. Isto nos deixa com o que poderia ser mais provavelmente uma mixagem fina. Nós devemos decidir se enquanto trazemos o banjo para frente e para o centro do palco, nós também vamos querer não só empurrar a guitarra base um pouco para trás, mas também de alguma forma espalhá-la para que pareça completar mais o espaço atrás do instrumento em destaque. Durante este capítulo desta livre, você verá como criar efeitos como este.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 3.3 Um Guia para Algumas Ferramentas e Efeitos de Mixagem A tabela abaixo serve como um guia para como algumas das muitas técnicas e ferramentas usadas na mixagem contribuem para criar sua tela sonora geral. Quando isto chega à mixagem artística, o truque é estar apto a usar as ferramentas necessárias para o trabalho correto juntas e combinando, não tratar cada uma por si só em isolamento. O quadro abaixo mostra as funções primárias de algumas das ferramentas ao seu dispor. Ferramenta
Width
Depth
Height
Time
Panning Volume Divisão de Canais Roteamento Equalização Compressão Delay Chorus Reverb Outros Efeitos (variados)
Vamos tomar um simples exemplo de como você pode interpretar este quadro. Note que você pode criar uma sensação de abertura na sua mix pela forma com a qual você balanceia (pan) vários instrumentos. Mas se da mesma forma que com a abertura, você quiser adicionar mais profundidade a um instrumento em particular você também pode precisar usar alguma equalização naquele instrumento para trazê-lo mais para frente ou afastá-lo na sua mix. E se você quiser controlar a forma como o instrumento responde ao tempo, você pode também considerar adicionar um toque de delay. Isto nos leva a uma observação importante. Não há algo como um ajuste padrão ou universal. Se você é um visitante regular de qualquer fórum de áudio, você vai freqüentemente se deparar com perguntas como “Como eu devo equalizar a minha guitarra (ou vocal)” surgindo com impressionante regularidade. A resposta simples para estas questões é que não há uma resposta simples. Mesmo que estejamos falando da mesma guitarra ou da mesma voz, o número de fatores que vão determinar os ajustes ideais é tal que a pergunta quase não tem significado. Estes fatores incluem: •
O estilo da música. O mesmo vocalista interpretando uma balada irá requerer um tratamento diferente do qual seria necessário se ele estivesse botando para quebrar num rock and roll.
•
O arranjo. Por exemplo, se seu arranjo musical consiste em um violão, violino e bandolim, então você deveria esperar colocar um pouco mais de graves na guitarra do que se o arranjo fosse, digamos, guitarra, baixo duplo e cello.
•
O clima. Que tipo de mensagem ou sentimento a música pretende transmitir? Uma musica que pretende criar um feeling de alegria e felicidade vai requerer um tratamento diferente de uma música triste e melancólica.
•
O contexto. Um instrumento pode estar tocando baixinho no fundo da música, mas talvez tenha seus vinte segundos ou mais de fama em algum lugar no meio. Isto vai requerer ajustes de equalização diferente, volume, panning e compressão em momentos diferentes ao longo da música.
Tudo isto nos leva a uma conclusão inescapável. Você nunca vai aprender como usar Efeitos devidamente enquanto depender de presets. Eu realmente não consigo destacar muito isto. Vamos tentar uma analogia. Vamos supor que
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3 – Mixagem Espacial você decidiu abrir um restaurante. Talvez você também decidiu fazer da sopa – uma sopa boa de verdade – sua especialidade. Neste caso, que abordagem seria mais provável que daria melhores resultados? Você: •
Vaguearia pelos corredores de todos os supermercados na cidade procurando pela melhor sopa instantânea em pacotes que pudesse achar, ou
•
Aprenderia a fazer a melhor sopa fresca que você conseguisse usando os mais finos e frescos ingredientes que pudesse achar?
Já falei o que eu penso! Há mais uma coisa que se sobressai neste quadro. É a importância da Divisão de Canais e Roteamento quando mixamos no REAPER. Não é exagero dizer que esta funcionalidade (quando usada em conjunto com muitas outras ferramentas ao seu dispor) traz oportunidades para uma mixagem de qualidade que nunca ocorreriam com a maioria dos outros DAWs. Mais uma coisa. O quadro mostra aqueles aspectos da mixagem para os quais muitas ferramentas de mixagem são mostradas. Esta informação deve ser tomada como ponto de partida, não uma limitação. Como veremos mais tarde, as diferentes dimensões espaciais do som com certeza interagem umas com as outras. Por exemplo, é perfeitamente plausível contemplar circunstâncias onde o panning pode ajudar a criar uma sensação de mais ou menos profundidade, ou onde a aplicação de um toque de compressão pode afetar a abertura percebida de um instrumento. Mixar, graças a Deus, não diz respeito à ciência e teoria, tem muito mais a ver com imaginação, experimentação e criatividade.
As Dimensões Espaciais do Som
3.4 Divisão de Canais ou Múltiplas Faixas? Muitos dos exemplos que seguem iram envolver tomar um sinal de áudio (como uma linha de voz gravada), dividi-lo em múltiplos canais, tratando os diferentes canais ou faixas de diferentes formas, e então em algum momento juntálos outra vez. Na maior parte, nestes exemplos, você pode alcançar resultados similares usando quaisquer destes dois métodos preferir (ou às vezes uma combinação de ambos). Quando decidir qual você prefere, mantenha o seguinte em mente: •
Usar múltiplas faixas torna mais fácil para você ajustar os ajustes de volume e pan para cada linha de áudio, uma vez que estas podem ser mostradas independentemente no mixer e no painel de controle de faixa. No entanto, isto realmente usa uma considerável quantidade de uso tela.
•
Usar a divisão de canais economiza o uso de tela (uma vez que não criar faixas extras), mas ajustar os parâmetros de linhas de áudio em diferentes canais se torna um pouco incômodo.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 3.5 Conceitos e Técnicas de Divisão de Canais Muitos exemplos que se seguem ao longo deste livro fazem uso extensivo da divisão de junção de canais. A idéia básica é que ao dividir uma faixa em vários canais e aplicar diferentes efeitos a cada canal antes de juntálos outra vez, nós podemos fazer alguns sons bem impressionantes. Mostrado à direita está um dos plug-ins de mixagem que nós usamos exaustivamente em alguns dos nossos exemplos. A beleza das ferramentas de mixagem como esta é que você tem na ponta dos dedos um método muito fácil de colocar as faixas juntas. Cada um dos canais (no exemplo mostrado, há oito canais) tem seus controles de volume e pan independentes. À medida que você trabalha através destes exemplos você será muito agradavelmente surpreendido, senão espantado, na primeira vez que descobrir o quanto de controle criativo isto coloca em suas mãos. Vale a pena usar algum tempo para entender isto claramente antes de continuar. Em alguns exemplos, vamos estar usando plug-ins especiais Channel Splitter para fazer isto. Estes são relativamente claros e objetivos. Entretanto, em muitos casos estes plug-ins divisores de canal não são capazes de nos dar os resultados que queremos. Ai é quando nós temos que usar um método diferente, mais complicado, dividindo nossas faixas em canais de uma forma que pode não ser imediatamente óbvia ou intuitiva. Vamos ver em princípio um exemplo de como isto pode ser feito. Suponhamos que temos que dividir uma faixa de vocal em dois pares de canais. Poderíamos então, por exemplo, aplicar equalizações separadas para cada par de canais (talvez fazendo um mais quente e o outro mais presente) e então usar o Channel Mixer (Mixer de Canal) para balanceá-los diferentemente antes de juntá-los para criar um efeito de vocal mais interessante e variado. O diagrama à direita ilustra como isto pode ser feito. A mesma faixa original de vocal é passada em duas instâncias separadas do ReaEQ. Então, como o diagrama mostra, o output de cada instância do equalizador é misturado usando pares de canais separados num mixer de canal antes de passar para os faders de volume e pan. Como então isto é feito? A resposta vem em duas partes. A primeira é que cada janela I/O da faixa nos deixa determinar quantos canais (e assim pares de canais) uma faixa deve ter. o padrão é dois, mas isto pode ser mudado para um número de até 64. No exemplo hipotético que estamos considerando aqui, um total de quatro canais é necessário.
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3 – Mixagem Espacial O procedimento ajustá-los é mostrado à direita. Você simplesmente abre a janela I/O para a faixa e especifica o número de canais requerido. No exemplo mostrado aqui, quatro Track Channels foram definidos. A segunda parte da resposta é encontrada na interface de Plug-in VST do REAPER. Ela permite você especificar quais canais serão usados para os inputs e outputs do plug-in. Na maioria dos casos, os ajustes padrão tanto para inputs quanto outputs são Canais 1 e 2. Estes são ilustrados abaixo, usando o plug-in ReaEQ como um exemplo: Você pode clicar no botão 2 IN 2 Out da interface Plug-in pin connector do plug-in para abrir a Routing Matrix (Matriz de Roteamento) para este plug-in. Note que: •
O número de canais disponível será igual ao número de Track Channels que foram definidos – neste exemplo, quatro.
•
Por padrão, VST In será atribuído ao Channel 1 e VST In 2 será atribuído ao Channel 2 (como mostrado). No entanto, você pode mudar isto como quiser.
•
Por padrão, VST Out 1 também será atribuído ao Channel 1 e VST Out 2 será atribuído ao Channel 2 (como mostrado). No entanto você pode mudar isto como quiser. Então, para retornar ao exemplo em questão.
Os ajustes padrão de input e outputs estão corretos para a primeira das nossas instâncias do nosso ReaEQ (imagem acima, à direita) – Channels 1 e 2 In, Channels 1 e 2 Out. No entanto, na segunda instância (Abaixo, à direita) nós ainda vamos precisar trazer o sinal através dos Channels 1 e 2, mas precisamos enviálo através dos Channels 3 e 4 – e onlyChannels 3 e 4. Nós desta forma precisamos (neste exemplo) de uma segunda instância do ReaEQ. Para esta segunda instância, você mudaria os ajustes da interface Plug-in pin connector como mostrado aqui à direita. VST Out 1 foi ajustado para o Channel 3 e VST Out 2 foi ajustado para o Channel 4. Assim, adicionando uma instância adicional do ReaEQ e roteando o output através do par de canais adicional, criamos um processo de Equalização paralela dentro de uma única faixa. Especialmente se você veio para o REAPER de outro DAW, tanto este conceito como sua implementação podem parecer estranhos ou até confuso a princípio. Isto é porque muito provavelmente o conceito inteiro de divisão de canal simplesmente não existe com seu software DAW anterior (pelo menos, não para áudio). Esteja preparado para perseverar. Com o tempo você vai se acostumar a isto, e será surpreendido com o quão fácil isto se torna. Lembre também que uma vez que você ajustou uma faixa de 4 canais com instâncias paralelas de ReaEQ, você pode salvar a faixa como uma Track Template (Template de Faixa) e rapidamente adicionar a equalização paralela a qualquer projeto.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 3.6 Width(Abertura) Ok, agora é hora de realmente lançar mão destas questões. Por toda esta seção (e aquelas que seguem) você vai encontrar alguns diagramas ilustrativos. Na maioria dos casos, o papel deles é ajudar você a entender visualmente conceitos que são por si só complexos e complicados. Desta forma, por favor, entenda que estes diagramas apenas estão lá como ilustrações. Seu conteúdo não deve ser tomado tão literalmente. Em muitos casos, a metáfora visual foi exagerado para ilustrar um ponto difícil de descrever. 3.6.1
Panning Simples
Para simplificar, panning tem tudo a ver com controle de multidão. Antes que você comece com o panning, cada faixa deve estar centrada. Isto garante que sua output vai ocupar o espaço inteiro tanto no falante esquerdo quanto direito. O problema é, todas as outras faixas também estarão assim. Tudo está literalmente sendo empilhado um em cima do outro numa mistura dos infernos para domínio do mesmo espaço. O resultado é um som o qual você será tentado a descrever como enevoado. D6e uma olhada na ilustração à direita. Se você não consegue dizer do que se trata, é porque isto é uma bagunça. Olhe cuidadosamente e você poderá ver uma mistura feita de três instrumentos – uma guitarra, um bandolim e um banjo. Por nada estar balanceado (panned), na maior parte da freqüências os três instrumentos estão apenas lutando um com o outro. O bandolim toma um pouco do espaço nas freqüências mais altas acima de cerca de 1300Hz (porque nenhum dos dois instrumentos chegam a esta altura), e similarmente a guitarra se beneficia de um pouco de espaço no fim da parte de baixo da escala, abaixo de cerca de 130Hz. O coitado do banjo, no entanto não tem chance. Agora vamos ver o que acontece quando introduzimos um pouco de panning, digamos por volta de 50% left para o bandolim, 50% right para o banjo, com a guitarra permanecendo no centro. Logo de cara vemos a diferença. Este conceito é ilustrado pelo segundo diagrama (abaixo, à direita). Claro que os instrumentos ainda vão se cruzar, mas cada um agora tem uma área de espaço definida em algum lugar entre o falante direito e o esquerdo que ele pode chamar de sua. A vantagem mais importante disto é que cada instrumento individualmente agora será ouvido mais claramente. Num momento, vamos trabalhar através de um exemplo que ilustra isto, mas antes, há uma questão a considerar.
Qual destes dois exemplos você acha que representa o melhor exemplo de panning? Se você escolheu o segundo exemplo, você estaria correto – pelo menos, você estaria certo a maior parte do tempo. Se você escolheu o primeiro exemplo, você estaria certo – bem, por algum tempo. Como pode ser assim? Bem, aqui vai um pronunciamento importante. Não esqueça! Não há regras no panning, apenas leis. Em outras palavras, as leis do panning ditam que se você balancear de uma certa forma, você vai conseguir certos resultados previsíveis. Entretanto, não há regras que governam que resultados são desejáveis. Isto depende de um número de fatores, incluindo o estilo da música. Alguns tipos de música na verdade trabalham com o tipo de resultado “parede de som” que o nosso primeiro exemplo nos deu.
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3 – Mixagem Espacial Exemplo Neste exemplo, você estará trabalhando com um arquivo de projeto seco (dry), usando o panning para separar e fazer espaço para um número de instrumentos que para uma larga extensão compartilham a mesma amplitude de freqüência em comum. Vamos nos envolver com um pequeno controle de multidão. Mais tarde, você estará trabalhando um pouco mais no mesmo arquivo, e explorando técnicas mais além do panning que podem ser usadas para criar um melhor uso do espaço e para melhorar a separação. 1.
Abra o arquivo Pelverata Frost e imediatamente salve como Pelverata Frost PAN1.
2.
Note que esta é uma faixa instrumental consistindo em Bandolim, Banjo, Guitarra Base, Guitarra Solo e Baixo Elétrico. Atualmente tudo está balanceado no centro.
3.
Neste estágio nós não estamos preocupados com todos os elementos da mixagem, como quais instrumentos destacar em certo ponto, ou se usar compressão, equalizador ou reverb em alguma faixa. Nós estamos unicamente preocupados com: •
Garantir que o volume de cada faixa esteja ajustado de forma que seu volume pareça aproximadamente correto com o fader de volume em 0. para fazer isto, uma faixa por vez, abra a caixa de diálogo Item Properties, ajuste o nível do fader Normalize, então clique em Apply.
•
Balancear nossos instrumentos ao longo do espectro esquerda-direita para que cada instrumento possa ser ouvido distintamente.
4.
Não há solução única para este exercício. O arquivo Pelverata Frost PAN1 A contém uma solução possível, que é mostrada abaixo. É perfeitamente possível que você possa chegar com uma estratégia de panning diferente que você gosta mais. Se for o caso, por favor use-a.
5.
À medida que você testa suas opções, faca uso do botão Output: Mono/Stereo no Mixer Master. Alternando entre a reprodução Mono e Stereo você pode avaliar a efetividade do seu panning.
Solução Possível Na nossa possível solução, nós usamos a caixa de diálogo Item Properties para cada faixa para aumentar seu nível em cerca de 6 dB. O panning é mostrado na ilustração (esquerda). Note que o Baixo está colocado no centro ou perto. Isto é uma técnica de mixagem bem padrão. Bandolim: 60% Left Guitarra: 42% Left Bass: 9% Right Guitarra Solo: 52% Right Banjo: 74% Right Nós mudamos, por conveniência a nossa ordem de faixas para que as faixas no mixer vão da esquerda para a direita como mostrado
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Ao colocar o Bandolim e o Banjo, quase longe um do outro é uma possibilidade razoável para garantir que cada um possa ser ouvido mais distintamente. Tenha cuidado para não usar o pan muito agressivamente – os instrumentos ainda precisam se misturar como uma mixagem integrada. 3.6.2
Bookend Panning (Panning “Suporte de Livros”)*
* Nota do Tradutor: Bookend significa suporte de livros numa estante. Como se um livro se sustentasse nos que estão ao seu redor. A palavra que o autor usa é wrap, ou seja embalar.
Bookend Panning não é um conceito fácil de explicar, mas é uma aplicação muito efetiva. É especialmente útil quando você não quer criar uma relação espacial entre dois instrumentos, mas ai surge um problema de um sempre tendendo a afundar o outro. Este pode ser o caso com o nosso Banjo e nosso Bandolim. Nós podemos precisar, por varias razões, colocar estes dois instrumentos juntos no espectro do panning. Um problema pode se levantar, no entanto, porque destes dois instrumentos o Bandolim é de longe o mais presente. Com isto queremos dizer que ele ressoa naquelas freqüências acima de 1000Hz ou algo assim, onde o Banjo simplesmente não vai. Freqüentemente esta questão pode ser resolvida no REAPER pelo uso cuidadoso do bookend panning. Colocando com simplicidade, posicionamos nossos instrumentos de tal forma que o instrumento mais fraco é capaz de se cobrir, embalar (ou bookend) com o instrumento mais forte, prevenindo que o mais forte domine a mix demais. A ilustração à direita demonstra este conceito. Neste caso, decidimos balancear nossa Guitarra à esquerda, nosso Banjo mais ou menos em direção ao centro e nosso Bandolim à direita. Este poderia ser o caso, por exemplo, se o Banjo fosse principal instrumento rítmico, para esta música em particular. Note como, usando o bookend panning nós pudemos conter as tensões outrora dominantes do Bandolim. Agora que entendemos a teoria, vamos ver como isto é feito.
Exercício Neste próximo exemplo, vamos usar uma gravação instrumental que inclui um Banjo, um Bandolim, um Baixo, um Violão Base e um Violão Solo. Vamos “embalar”(bookend) o Violão Base com o Violão Solo. Se você quiser, abra a caixa de diálogo Options, Preferences e clique no botão Advanced UI/System Tweaks. Se você então ativar a opção para Allow Track/routing windows to stay open, você conseguirá manter a janela de roteamento aberta enquanto trabalha com este exercício. Isto pode tornar mais fácil de entender. 1.
Abra o arquivo Pelverata Frost BOOKEND e imediatamente salve como PELVERATA FROST BOOKEND1
2.
Use o Pan no Banjo 70% left, o Bandolim 40% left e o Violão Solo 55% right. Você pode mudar estes ajustes mais tarde se você quiser. Clique e arraste as faixas para mudar sua ordem, de forma a da esquerda para a direita as faixas se alinhem como mostrado (direita)
3.
Solo na faixa do Violão (agora Track 4) e toque a música. Insira uma instância de ReaEQ nesta faixa. Você deve descobrir que diminuindo cerca de 4dB em 120Hz e adicionando cerca do mesmo por volta de 7000Hz você deve fazer o som um pouco mais brilhante.
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3 – Mixagem Espacial 4.
Os próximos passos podem parecer estranhos se você nunca fez isso antes. Fade down no volume nesta faixa em cerca de -12dB e Pan por volta de 95% Left. Vamos ouvir a maioria dos outputs desta faixa não diretamente, mas como bookends embalados ao redor da faixa do Violão Solo.
5.
Selecione Track 5 (Violão Solo) e abra a janela I/O (Routing) para esta faixa. Sete o número de Channels para 6.
6.
Agora exibir a janela I/O (Routing) para a faixa do Violão (Track 4)
7.
Adicionar dois sends mostrados à direita. Note que: • Ambos outputs vão para a Track 5 • Um é enviado aos Channels 3/4, pan 40% Right, ajustado a cerca de -0,8dB e é pós FX. Este sinal será modificado pelo equalizador inserido na FX Window da Track 4. • O outro é enviado aos Channels 5/6, pan 40% Left, também ajustado a cerca de -0.8dB e é pré FX. Este sinal não será modificado pelo equalizador inserido na FX Bin para a Track 4. • Estes pannings left e right serão relativos ao panning da faixa de destino, Track 5. em outras palavras , eles vão “bookend” a Track 5, uma à sua esquerda, e a outra à sua direita.
8.
Agora abra a FX Windows para o Violão Solo, Track 5.
9.
Na FX Window insira uma instância de JS: Loser/3BandJoiner. A instância mostrada aqui foi modificada para ler Channels 1/2 etc., mas faz exatamente o mesmo trabalho do plug-in original.
10. Solo na faixa e toque-a. Ajuste os níveis dos três faders de volume para combiná-los. 11. Tire o solo da faixa. Toque a música. Você deve notar que o Violão Base está cheio e brilhante, ainda assim permitindo os outros instrumentos aparecerem muito claramente. 12. Se você quiser ouvir a faixa de Violão Base sozinha, segure a tecla Alt enquanto você dá Solo nesta faixa. 13. Salve este arquivo.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Track Routing (Roteamento de Faixa) usado para Bookend Panning
A ilustração acima mostra a janela I/O Routing para as duas faixas usadas neste exemplo de bookend panning. Em particular, note que: •
Toda vez que você criar um Send, o REAPER vai automaticamente também criar um Receive na faixa de destino. Neste exemplo, os Sends na primeira faixa (Track 4) correspondem exatamente aos Receives na segunda faixa (Track 5). Se você quiser fazer alguma mudança (Ex. ao panning), você pode fazê-la tanto no Send quanto no Receive.
•
Um send está balanceado à direita, o outro à esquerda. Isto garante que o sinal recebido da Track 4 vai fazer “bookend” com material existente na Track 5.
•
Cada send é enviado a um diferente par de faixas de canais de áudio. Isto significa que o volume de cada receive que é finalmente usado na track mix também pode ser controlado usando o 3 Band Joiner.
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3 – Mixagem Espacial
As duas imagens mostram a imagem estéreo desta música sem (esquerda) e com (direita) bookending. Note como a segunda ilustração faz maior uso do espaço disponível. Você pode testar isto pra si mesmo usando o plug-in JS:LOSER/gfxGoniometer, o qual produz um display similar mas não igual ao mostrado aqui. O arquivo Pelverata Frost BOOKEND1 A mostra uma solução sugerida possível para este exercício. Por favor, note que isto é um exemplo desenhado para ilustrar o conceito e a implementação do bookending. Não tem a intenção de servir como uma mixagem completa. 3.6.3
Dynamic Panning (Balanço Dinâmico)
O termo dynamic panning simplesmente se refere à prática de variar o panning dos seus instrumentos ao longo do tempo. Você já viu uma performance ao vivo onde cada um dos membros da banda fica imóvel por toda a apresentação? Não? Então porque mixar como se eles o ficassem? Ao invés de manter cada instrumento travado em um lugar pela mix inteira, esteja preparado para usar envelopes para fazer mudanças ao seu panning em diferentes partes da música. Isto pode ocorrer, por exemplo: •
Durante um break. É uma prática muito comum mover um instrumento ao centro para um break de solo, e então movê-lo de volta outra vez quando o break tiver terminado.
•
Movimentos sutis. Esta é um técnica menos comumente usada. Seu efeito pode ser pouco notado, ma ainda assim num nível subliminar ou subconsciente o uso sutil de mudanças no panning pode ajudar a manter o interesse do ouvinte ao longo de uma mixagem.
Exemplo Abra o arquivo Pelverata Frost PAN2 A
Infelizmente pode não ser tão óbvio pela ilustração acima, mas se você observar este arquivo e escutar cuidadosamente, você verá que: •
A música é tocada três vezes.
•
O Bandolim quase que carrega a música durante a primeira rodada.
•
Na segunda rodada o Violão Solo surge mais à cena.
•
Na terceira rodada o Banjo é destacado mais proeminentemente.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER O que você deveria também notar é que há variações sutis e menores no panning (e volume) da maioria dos instrumentos em vários momentos da música. Estas mudanças são independentes de qual instrumento está carregando qual parte da música. O efeito combinado destas mudanças e variações vem produzir uma sensação mais vivaz e espontânea da música. Nota Este arquivo não tem o intuito de representar uma mix final para esta música. Você pode ver que, a não ser um Limiter no Master para evitar o clipping, nenhum efeito foi aplicado em canto nenhum. O propósito deste projeto é puramente ilustrar como é fácil melhorar sua mix com apenas pouco uso de dynamic panning. Agora tente você mesmo. Abra o arquivo Pelverata Frost PAN1 e salve como Pelverata Frost PAN2. Veja como você pode sua mix ficar mais interessante com o uso do panning dinâmico. 3.6.4
Automation Checkpoint (Ponto de checagem da Automação)
Se você leu a subseção que precede imediatamente esta e ponderou o que cargas d’água estava acontecendo e o que são envelopes, então você deve parar agora! A Automação e o uso de envelopes são aspectos fundamentais da mixagem, não só no REAPER, mas na maioria dos Digital Áudio Workstations (DAW). Você pode criá-los manualmente, ou dizer ao REAPER para gravar e lembrar dos seus movimentos no fader. Este livro vai dar exemplos e sugestões quanto a quando você deve querer usar envelopes, mas assume-se que você já entende o que são envelopes, como criá-los e como fazer ajustes neles. Se você está, de alguma forma, sem confiança nesta área, consiga uma cópia do Guia do Usuário REAPER agora e corra para a seção correspondente. 3.6.5
Pan Envelopes
Quanto ao assunto Envelopes, vale a pena mencionar outra vez que o REAPER oferece dois Pan envelopes para cada faixa – um Pré FX e um Pós FX. Na maioria dos casos é provável que você vai querer usar os envelopes pós FX, mas o mais importante é que você entenda o que você está fazendo! 3.6.6
Pan Laws (Leis de Pan)
As Pan Laws provavelmente tem mais a ver com a dimensão de depth (profundidade) do que de width (abertura), mas não é má idéia mencioná-las agora, enquanto ainda estamos olhando as questões envolvidas com panning em geral. Simplificando, qualquer que seja a pan law que esteja selecionada, ajudará a determinar a taxa na qual o volume de uma faixa parece decair na mix à medida que a faixa é balanceada para longe do centro. A pan Law é ajustada no Project Settings e é, por padrão, aplicada a todas as faixas num arquivo de projeto. Se estiver em dúvida, pode ser uma boa idéia escolher um ajuste padrão de -0.0.
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3 – Mixagem Espacial O REAPER permite que você exceda (override) a pan Law padrão do projeto para faixas individuais. Para fazer isto, simplesmente clique direito sobre o fader de controle de pan tanto no painel Track Control ou no Mixer e selecione seu ajuste de faixa na lista. Um ajuste padrão de projeto de -0;0 dB ainda vai deixar espaço para mover em qualquer direção para faixas mono individuais visando fazer com que estas faixas pareçam decair mais ou menos rapidamente que no presente, de acordo com o que você prefira.
3.7 Height (Frequency) (Altura [Freqüência]) Vamos começar esta seção com uma visão geral do Espectro de Freqüência, e como isto é feito. Esta informação deve formar um sólido ponto de referência quando vir a analisar as técnicas e métodos que usamos para criar uma maravilhosa ilusão mágica com nossas mixagens. Esta ilusão é usar apenas dois speakers para gerar um som que é rico e espacial em todas as suas dimensões. Não há concordância universal sobre onde as fronteiras exatas ficam entre um área do espectro de freqüência e a próxima. Trate este quadro, desta forma, apenas como um guia geral, não algo que você deve saber de cor e recitar!
O Espectro do Som Range (Amplitude)
Comentários
Sub Bass – abaixo de 40 Hz
Esta amplitude é freqüentemente mais sentida que ouvida. É onde você vai encontrar terremotos e afins em trilhas sonoras de filmes. É também onde você vai encontrar booms de rap e as freqüências mais baixas de baixos e bumbos. A queda do vinil e a ascensão da música em formato digital viu como tendência “bombar” seu range para uma extensão que antes não era possível.
Bass (Low) – 40 a 200 Hz
Esta é a amplitude normalmente pensada como “bottom end”. É a amplitude usualmente afetada quando você mexe nos ajustes de bass do som do seu carro ou de casa. Muito disto e sua música vai soar abafada.
Mid Range – 200 a 800 Hz
Esta é a amplitude que talvez precise da maior parte de atenção constante. Muito aqui vai fazer um instrumento ou mixagem soar suja, e até causar irritação e incômodo.
High Mid Range – 800 a 5000 Hz
Esta amplitude reflete bem a amplitude aumentada ou cortada no som do seu carro quando você mexe no controle de treble. Um pequeno ganho na mix geral por aqui pode fazer uma produção soar mais brilhante.
Ultra Highs – acima de 8000 Hz
Esta é onde os harmônicos tardios ocorrem. Tenha cuidado ao aumentar isto aqui.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Você vai se surpreender com a freqüência com que sua intuição vai lhe servir bem quando você estiver experimentando e explorando as opções de equalização. Você passou a maior parte da sua vida escutando música e outros sons. Você sabe o que lhe agrada ou não agrada. Você sabe como você reage emocionalmente em outras maneiras a vários sons. É a sua experiência de vida. Não tenha medo de confiar nesta experiência e colocá-la para bom uso na sua mixagem! 3.7.1
A Curva Fletcher Munson
Nós já dissemos que nossos ouvidos são mais sensíveis a mudanças no volume em algumas freqüências do que em outras. Estas diferenças são ilustradas no seguinte diagrama, a curva Fletcher Munson. Este diagrama ilustra bem claramente os níveis reais em diferentes freqüências para o volume percebido para parecer igual. Você pode ver pelo declive por volta de 1000 Hz a 5000 Hz que estas são as freqüências que ouvimos mais alto. De forma parecida, nossa habilidade de ouvir sons cai bem rapidamente em freqüências abaixo de cerca de 200 Hz e acima de cerca de 7000 Hz.
Há muitos pontos interessantes que podemos tirar disto: •
As relações entre os níveis nos quais diferentes freqüências são percebidas não são constantes. Note em particular que à medida que o volume geral é elevado, as freqüências mais baixas se tornam mais proeminentes. Você pode ver isto, por exemplo, comparando a forma da, digamos, curva 100 phon com a forma da, digamos, curva 40 phon.
•
Claro que você vai querer usar VU meters quando monitorar seus níveis de som, mas onde houver um conflito você deve geralmente confiar nos seus ouvidos mais do que nos seus olhos. Dependendo do mix de freqüências que geram um som comparado a outro, ambos podem parecer estar no mesmo volume, mas para o ouvinte um vai parecer mais alto que o outro. Você vai definitivamente querer que ambos pareçam estar aproximadamente no mesmo volume.
•
Quando você estiver fazendo ajustes na equalização de uma faixa, você vai descobrir que em diferentes freqüências você vai precisar fazer ajustes maiores ou menores para alcançar os resultados desejados. Por exemplo, se uma faixa parece abafada, você pode precisar abaixar o bottom end no que parece ser uma quantidade bem substancial por volta da amplitude de 100 Hz ou 180 Hz para consertar o problema. Por outro lado, se uma faixa parece muito presente, apenas o menor dos cortes por volta da área entre 3000 Hz a 5000 Hz deve ser suficiente para consertar isto.
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3 – Mixagem Espacial 3.7.2
A Zona de Guerra
O quadro abaixo mostra aproximadamente amplitudes de freqüência de muitos instrumentos populares (excluindo bateria) assim como a voz humana. Bateria e percussão serão considerados um pouco mais pra frente.
Para guia apenas: este quadro mostra apenas fundamentais, não harmônicos. Note que a área sombreada clara que nós descrevemos como A Zona de Guerra.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Se gerenciar a primeira dimensão da sua mix (width) tem largamente a ver com controle de multidão, então gerenciar a segunda (height) tem, mais do que qualquer outra coisa, a ver com desenvolver uma estratégia no campo de batalha. Dê uma olhada cuidadosa no quadro na página anterior. Note como tantos instrumentos estão sempre competindo com outros pelo mesmo pedaço de espaço acústico. Isto, incidentalmente, é antes que sequer comecemos a falar de harmônicos. Isto pode acontecer em qualquer freqüência. Por exemplo, a Viola e o Clarinete ocupam uma amplitude quase idêntica de espaço acústico quase em toda a sua extensão das notas mais graves à mais agudas. No entanto a área à qual você precisa dar a atenção mais constante é provavelmente a área chamada Zona de Guerra, entre cerca de 140 Hz e 1500 Hz. Quase todos os instrumentos que você vai provavelmente querer mixar vão requerer um espaço dentro desta zona. Tente um experimento. Coloque um CD que contenha uma amplitude completa de instrumentos e sons. Música clássica bem produzida é ideal para isto. Agora sente-se e escute. Escute cuidadosamente as diferentes freqüências, começando com as altas e então as baixas, depois que você as identificou, gradualmente convergindo em direção ao médios. Feche seus olhos e preste especial atenção a de onde a música parece estar vindo. As notas mais graves parece estar vindo de debaixo de algum lugar, enquanto os sons mais altos estão escorrendo de um plano mais alto? Parabéns, você acabou de descobrir a importância da dimensão de height (altura) para uma boa mix. 3.7.3
Entendendo Harmônicos
Nós já vimos como diferentes freqüências nos afetam de diferentes maneiras. Vamos agora tomar um conceito muitos passos adiante. Quando você está escutando música, você nunca escuta apenas uma freqüência sozinha. Você escuta um complexo padrão (ou padrões) de muitas diferentes freqüências em diferentes combinações. Se freqüências individuais são capazes de nos afetar de várias formas, quão maior deve ser o efeito de diferentes combinações de freqüências? O som de qualquer instrumento musical é feito não sé de uma única e limpa nota por vez, mas de uma seria inteira de notas que estão enterradas dentro daquele som. Estes são os harmônicos, os elementos que dão forma ao som. Tanto quanto qualquer outra coisa, é a forma como um instrumento musical produz seus harmônicos que dá ao som seu timbre e distingue o som de um instrumento em particular de qualquer outro.
A tabela (esquerda) mostra os harmônicos da nota simples Lá quando tocada num violão. Note que quando você usa equalização para aumentar ou abaixar o volume de qualquer freqüência em particular, você na verdade está aumentando ou diminuindo o volume de um harmônico em particular.
Este ponto importa porque certas combinações de harmônicos ímpares tenderá a produzir um som mais tenso, nervoso; enquanto os harmônicos pares criam um som mais suave e tranqüilo. Há apenas mais um ponto sobre harmônicos. Note que todo harmônico é aritmeticamente um múltiplo exato da sua raiz.
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3 – Mixagem Espacial 3.7.4
Height (Altura) e Color (Cor)
A dimensão da height é uma das mais poderosas armas do seu arsenal para adicional cor à sua mix. Vamos ilustrar isto com outra metáfora visual. Anteriormente, exploramos como o panning pode ser usado para adicionar width a uma mix. Considere outra vez, nosso exemplo Banjo – Violão – Bandolim, mostrado à direita. O panning muito certamente ajudou a criar algum espaço entre os diferentes instrumentos, mas nós bem podemos ser deixados como aquele problema de todos os três instrumentos lutando um com o outra por espaço acústico perto do topo da amplitude do Banjo. 3.7.5
Adicionando Cor à Mix
Neste caso, podemos usar o equalizador de uma forma que enfatize estas freqüências no instrumento de som mais fraco, e ao mesmo tempo tirar a ênfase daquelas freqüências no instrumento mais dominante, neste exemplo, o Bandolim. A segunda ilustração (direita) demonstra este conceito. Ela mostra o efeito de adicionar algum ganho para fazer o Banjo soar um pouco mais brilhante na sua amplitude superior, enquanto que ao mesmo tempo apaga-se o Bandolim na mesma amplitude para criar espaço. O padrão visual que representa nosso palco sonoro está agora mais variado e interessante, e menos cheios de sombras cinza homogêneas. Se você achar que esta metáfora visual não funciona bem para você, não se preocupe. Em breve vamos trabalhar com um exemplo real, mostrando apenas como é feito. Por ora, é apenas importante que você coloque na sua cabeça o conceito. Note que o que nós fizemos aqui não tem muito a ver com adicionar height à nossa mix, e sim é mais sobre como fazer a height existente mais colorida e interessante. 3.7.6
Adicionando Height à Mix
Em muitas instâncias também pode ser possível manipular a height (amplitude de freqüência) da mix usando equalização. Isto é feito identificando aquelas amplitudes dentro dos harmônicos onde ajustando-se os ajustes de equalização deve-se adicionar algum brilho à nossa mix. Na terceira ilustração (direita) fizemos isto com o Bandolim. Para resumir, nesta seção aprendemos que há duas formas com as quais se pode usar equalização para modificar (e melhorar) a forma como suas mixagens preenchem a amplitude de freqüência e compartilha espaço disponível entre os diferentes instrumentos. Estas são: •
Adicionar cor usando equalização em freqüências específicas.
•
Usar mais do espaço disponível adicionando algum brilho aos harmônicos dos instrumentos.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 3.7.7
Descrevendo o Som
Tivemos um breve encontro com a equalização mais cedo, quando vimos a Mixagem Corretiva. Você estará melhor equipado para fazer melhor uso da equalização se puder entender a relação entre diferentes freqüências e como o ouvinte percebe o som. Já mencionamos, por exemplo, termos como muddy (sujo) e boomy (abafado). De fato há um vocabulário de termos e expressões inteiro que descreve de uma forma ou de outra as qualidades do som. Quanto mais você se familiariza com eles, mais você deve poder responder ao desafio de usar equalização para uma maior vantagem. Além disso, se você quiser trabalhar com outros músicos e/ou engenheiros você vai precisar estar familiarizado com estes termos que são comumente usados para descrever as qualidades e características do som.* *Nota do tradutor: A tabela que segue apresenta uma série de termos usados para descrever o som em um rol de freqüências diversas. A tentativa de tradução destes termos apenas visa alcançar algo próximo do sentido que o original em inglês contém. Em português temos nossos próprios termos, alguns correspondentes e outros não. Neste livro serão preservados os termos em inglês para que não haja defasagem no entendimento geral.
Termos Comumente Usados Amplitude
Características
Muito
Pouco
Booming (Grave)
Bass – 40 Hz a 200 Hz
Full (Cheio)
Boomy (Abafado)
Anaemic (Anêmico)
Powerful (Potente)
Heavy (Pesado)
Sparse (Escasso)
Punchy (Energético)
Rumbly (Ruidoso)
Thin (Fino)
Solid (Sólido)
Stodgy (Indigesto)
Wimpish (Sem personalidade)
Thick (Grosso) Body (Corpo)
Low Mids – 200 Hz a 800 Hz
Fat (Gordo)
Barrelly (Atravessado)
Full (Cheio)
Muddy (Sujo)
Robust ( Robusto)
Tubby (Tubado)
Warm (Quente)
Discernible (Discernível) Present (Presente) Forward (Pra frente) Up Front (À frente)
High – 5000 Hz a 8000 Hz
Hollow (Oco) Disembodied (Sem corpo)
Chunky (Espesso)
Covered (Coberto)
Honky (Fanhoso)
Muffled (Abafado)
Nasal (Nasal)
Stifled (Preso)
Telephonic (Telefônico)
Veiled (Velado)
Wooden (Amadeirado)
Bright (Brilhante)
Cutting (Cortante)
Dark (escuro)
Brilliant (Brilhante)
Metallic (Metálico)
Dead (Morto)
Clear (Claro)
Piercing (Perfurante)
Dull (Sem graça)
Live (Vívido)
Shrill (Estridente)
Foggy (Enevoado)
Present (Presente)
Stridente (Estridente)
Indistinct (Indistinto)
Smooth (Suave)
Tinny (Metálico)
Unclear (Não claro)
Brittle (Delicado)
Cheap (Barato)
Glassy (Vítreo)
Dull (Sem graça)
Searing (Cáustico)
Flat (Sem sabor)
Sizzly (Sibilante)
Lifeless (Sem vida)
Crisp (Nítido) Gleaming (Resplandecente) Ultra High – acima de 8000 Hz
Empty (Vazio)
Boxy (Encaixotado)
Clear (Limpo)
Mids – 800 Hz a 5000 Hz
Distant (Distante)
Present (Presente) Radiant (Radiante) Sparkling (Cintilante)
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3 – Mixagem Espacial 3.7.8
Resolução de conflito
Vamos agora retornar ao exemplo Pelverata Frost, que nós balanceamos mais cedo e vejamos como, aplicando equalização, podemos resolver o conflito entre os diferentes instrumentos que estão lutando pelo mesmo espaço acústico. Fazendo isto, também adicionamos uma dimensão extra à nossa mix, uma dimensão que ira fazer a gravação imediatamente parecer mais vibrante e viva. Esta é a dimensão height (Altura). Vamos varrer cada faixa uma a uma para identificar quais freqüências parecem ser as mais interessantes. Então aumentando estas freqüências um pouco (e alguma vezes reduzindo a mesmo freqüência naquelas faixas balanceadas perto) fazemos aquele instrumento mais distinto em nossa mix. 1.
Abra o arquivo Pelverata Frost PAN1 e imediatamente salve como Pelverata Frost EQ1.
2.
Dê solo na faixa Bandolim e toque-a.
3.
Abra a janela FX para esta faixa. Certifique-se que o plug-in ReaEQ está ativado.
4.
Selecione Band 2 e mude o tipo de banda para Bandpass com uma bandwidth de cerca de 1 oitava.
5.
Enquanto a música toca, lentamente mova o slider de freqüência da esquerda para a direita. Você deve notar que ao redor de cerca da marca de 850 Hz o som tem um agradável e distinto brilho e claridade. Esta, então, é a freqüência chave para este instrumento. (veja à direita).
6.
Mude o tipo de banda para Band e crie uma curva de equalização similar à mostrada (embaixo, à direita). Se você quiser, adicione um ganho similar por volta de 4000 Hz. Você deve agora repetir este procedimento para cada um dos quatro instrumentos restantes, mas não nas mesmo freqüências, claro. Em cada caso, varra para achar as freqüências ideais. Se você estiver usando o mesmo panning como em nosso exemplo, comece com o Violão Solo. Devido a este instrumento ser o mais próximo do Bandolim, assim como adicionar algum ganho às suas freqüências chave, você também deve fazer uma redução por volta da marca de 847 Hz.
7.
À medida que você toca a música, você pode ligar e desligar o FX Bypass global para avaliar o efeito das suas mudanças. Segure a tecla Control e clique em qualquer botão de FX Bypass de uma faixa individual ou, melhor ainda, atribua um atalho de teclado à esta função. Faca desta uma tecla que não se desgasta facilmente.
Uma solução possível sugerida para este exercício é mostrado pela página. Não se preocupe se a sua é diferente. De fato, nossas sugestões são, de certa forma conservadoras. O que importa é que a sua mix deve soar correta!
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER
Track 4 Lead Guitar
Track 5 Banjo
Resumo Os ajustes acima foram usados no arquivo de projeto Pelverata Frost EQ1 A. Lembre-se que este projeto ainda está “em progresso” – não representa uma mixagem final. Este livro gasta uma boa quantidade de tempo discutindo equalização porque é uma ferramenta poderosa, útil e versátil. O propósito destas ultimas seções foi ajudar você a entender uma teoria e então ver como colocar esta teoria em prática. O que quer que você faça, não tente memorizar os ajustes acima. É muito mais importante que você entenda a técnica e a teoria, para que você possa aplicá-las à suas mixagens no futuro. Familiarize-se com a técnica de escutar uma faixa escaneando com um bandpass EQ e então passando a band EQ quando você tiver identificado a freqüência a ser cortada ou aumentada. Esta é uma técnica muito útil que vamos usar por todo este livro e que servirá bem a você nos seus próprios experimentos com equalização.
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3 – Mixagem Espacial 3.7.9
“Engordar” um instrumento “magro” com Equalização.
Os princípios que você aprendeu no último exemplo podem freqüentemente ser aplicados para bons efeitos mesmo quando você só tem um único instrumento. O truque é primeiro identificar as freqüências chave para aquele instrumento, e então duplicar (ou até triplicar ou quadriplicar) a faixa, tendo certeza de equalizar e balancear cada cópia diferentemente. Aqui está um exemplo simples. Exemplo 1.
Abra o arquivo Pelverata Frost MANDO e imediatamente salve como Pelverata Frost MANDO1.
2.
Toque o arquivo. Note que ele consiste numa faixa única, um Bandolim. Enquanto bandolim, está OK, mas por si só soa bem thin (magro) e wimpish (sem personalidade). Não quase nenhum outro instrumento cujo próprio som seja tão nu quanto o do bandolim. podemos fazer algo quanto a isso.
3.
Usar uma combinação de ReaEQ com um bandpass EQ Filter para varrer a faixa e um plug-in analisador como o VST MultiInspector Free, identificando as três freqüências (aproximadamente) que são mais interessantes em dar forma ao som deste instrumento. Não há uma única resposta correta a esta questão. Diferentes combinações vão produzir diferentes, mas igualmente interessantes resultados. Para o propósito deste exercício, vamos supor que identificamos 300 Hz, 1500 Hz e 5500 Hz como as freqüências que queremos enfatizar.
4.
Adicione uma nova faixa e coloque em cima da faixa do Bandolim existente. Nomeie esta faixa como Mandolin Mix.
5.
Adicione mais duas novas faixas depois da faixa do Bandolim original. Nomeie estas como Mandolin Copy 1 e Mandolin Copy 2 respectivamente. Estas serão as Tracks 3 e 4.
6.
Abra a I/O Routing Window para a Track 2 (a faixa original do Bandolim) e crie dois sends, um pra cada uma das Tracks 3 e 4. É importante que ambas devem estar Pré FX, como mostrado à direita.
7.
Agora faça para da Track 1 uma pasta e da Track 4 a última faixa na pasta. Seu projeto deve agora parecer similar ao mostrado abaixo.
8.
À medida que você trabalha nos passos restantes deste exercício você vão provavelmente querer deixar o projeto rodando.
77
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 9.
Vamos agora trabalhar na Track 2. Pan em cerca de 70 % esquerda. Segure a tecla Alt enquanto você clica no botão Solo para esta faixa.
10. Usando ReaEQ, ajuste esta faixa para dar um boost significante pela área de 300 Hz, e uma redução significante perto das nossas freqüências chave mais altas. Um possível resultado é mostrado na primeira das screen shots à direita. 11. Quando você terminar, tire o solo de todas as faixas. 12. Você vai precisar tratar as Tracks 3 e 4 de maneira similar. Deixe a Track 3 panned no centro ou perto e pan a Track 4 para cerca de 70 % direita. 13. Em cada caso, solo na faixa que você está trabalhando enquanto tenta encontrar o melhor ajuste de equalização para aquela faixa. Esteja preparado para alternar entre Solo on e off enquanto avalia os resultados dos seus ajustes. 14. Possíveis ajustes de equalização para as Tracks 3 e 4 são mostradas à direita, mas você deve estar preparado para experimentar. 15. Trate esse processo como repetitivo. Você deve estar preparado para voltar às faixas que você já trabalhou e ajustar se necessário. 16. Também pode valer adicionar o ReaComp à Track 1, a Mandolin Mix Track. A compressão será explicada em mais detalhes mais tarde, mas por ora, tente ajustar o ratio a cerca de 4:1 e o threshold em cerca de -18 dB. Você deve notar uma significante melhora no som do Bandolim. O arquivo Pelverata Frost MANDO 1ª contém uma possível solução para este exercício. Abra-o e examine. Note que um gfxGoniometer foi adicionado à Master FX Chain. Note a diferença do display aqui com a sua track FX ligada e ajuste para bypass. Nota: Em algumas das seções à frente deste livro, você vai aprender que há outras técnicas que podem ser usadas para “engordar” ainda mais o som de um instrumento magro.
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3 – Mixagem Espacial 3.7.10 Fazendo Sala para Vocais Provavelmente mais do que qualquer outra coisa, você deve prestar atenção cuidadosa aos vocais nas suas mixagens, e especialmente vocais principais. Nesta seção vamos ver como apenas algumas pequenas otimizações de equalização podem produzir uma grande mudança na percepção de como a faixa de vocal se enquadra na mix. Você vai sempre precisar estar ciente do estilo de vocal com o qual você está trabalhando, e a necessidade de trabalhar de acordo com aquele estilo. Por exemplo, um estilo de cantar “na sua cara” de uma música de salão vai requerer um tratamento significativamente diferente de uma balada sensível. Não obstante os princípios fundamentais que você vai precisar considerar serem os mesmos. Abra o arquivo RosesBloom VOX 1 e toque. Salve imediatamente como RosesBloom VOX2. provavelmente a primeira coisa que vai chegar a você é que o vocal está lutando para se fazer ouvir nos lugares. Você pode tentar simplesmente aumentar o volume da faixa do vocal. No entanto, escute cuidadosamente e você vai descobrir que esta não é uma solução satisfatória. Por vezes parece muito alto, quase a parte da mix geral. Ao invés disso tente: Exemplo 1.
À faixa Vox (Track 1) adicione uma instância do ReaEQ. Adicione cerca de 4 dB em 190 Hz ou por volta disto (Bandwidth cerca de .9) e 2.5 dB em ou por volta de 3000 Hz (Bandwidth 1.7). isto irá ampliar a voz em duas freqüências importantes. Isto é mostrado à direita.
2.
Para compensar por isto, vamos fazer ajustes mais ou menos equivalentes a algumas das nossas faixas de instrumentos. Adicione uma instância de ReaEQ à Track 3 (Gtr neck) e coloque em cerca de 3.5 dB a 190 Hz, bandwidth cerca de 2.00.
3.
Adicione outra instância do ReaEQ à Track 4 (Slide) e coloque em cerca de 5 dB por volta de 2900 Hz, bandwidth cerca de 2.00.
4.
Agora toque o arquivo, fazendo ajustes leves como necessários nos faders de volume para as várias faixas. Você
deve notar que as mudanças que fizemos vão permitir mais do calor do vocal ser ouvido através do falante esquerdo e mais da sua presença sair pelo falante direito. Isto ajuda a criar um som vocal mais completo e natural.
Claro que isto não é uma mix completa. Por exemplo, haverá lugares onde você deve querer usar Volume envelopes, ou ReaComp para modificar mais a fundo estas faixas, sem mencionar qualquer possível rever ou delay ou qualquer outro efeito. Todavia, se você comparar como o arquivo soa com o Global FX bypass ativado e com ele desativado, você provavelmente vai ficar surpreso com a diferença extraordinária que estes poucos e pequenos ajustes vai fazer no som geral. O arquivo RosesBloom VOX 1A contém uma possível solução sugerida para este exercício.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 3.7.11 Bateria e Percussão Abaixo esta um quadro de freqüência para alguns dos instrumentos de percussão mais comumente usados. Neste caso, harmônicos assim como fundamentais são indicados.
Os seguintes comentários também podem ser de ajuda, mas apenas como um guia. Em definitivo, você deve deixar seus ouvidos serem seu juiz. Instrumento
Comentário Pode ser muddy por volta de 300 Hz.
Kick Drum
Boost por volta de 2000 Hz a 2500 Hz para mais presença. Pode ser boomy por volta de 330 Hz.
Toms
Boost por volta de 300 Hz a 8000 Hz para claridade.
Snare
Pode adicionar corpo por volta de 100 Hz a 120 Hz. Crispness por volta de 4000 Hz. Pode ser muddy por volta de 300 Hz
Overheads
Presença por volta de 2500 Hz a 3000 Hz. Brilho por volta de 6000 Hz.
Hi-Hat
Pode ser muddy por volta de 300 Hz, Sparkling por volta de 10000 Hz a 12000 Hz.
Exemplo Neste exemplo que segue, você vai poder experimentar com a aplicação da equalização, compressão e panning à um arquivo de projeto que inclui percussão não mix. A intenção deste exercício não é criar uma mix geral perfeita. É ajudar você a entender como você pode tirar o melhor da sua percussão. 1.
Abra o arquivo Don’t Keep Me Waiting DRUMS e imediatamente salve como Don’t Keep Me Waiting DRUMS1
2.
Insira uma nova faixa imediatamente depois da faixa em questão, Track 3. Nomeie esta nova faixa como Percussion e use o botão Track Folder para fazer dela uma track folder. Faça da Track 7 a última faixa na pasta.
3.
Se você quiser, mude as Track Colours de forma que a Track 1 seja de uma cor, Tracks 2 e 3 de outra, e Tracks 4,5,6 e 7 de uma terceira cor.
4.
O efeito do que você fez até agora é mostrado na página que segue.
80
3 – Mixagem Espacial
5.
Selecione e ponha em Solo a faixa 5 (Snare) e abra a FX window para esta faixa
6.
Insira uma instância do ReaEQ nesta FX window. Toque a faixa.
7.
Selecione Band 1 e passe para o tipo Bandpass. Lentamente varra as freqüências baixas até que você encontre a freqüência na qual o corpo do instrumento soa mais agradável. Mude o ripo para Band, adicione cerca de 5 dB de ganho, então para o time, desmarque a caixa Enabled.
8.
Selecione Band 2 e passe para o tipo Bandpass. Lentamente varra as amplitudes médias até que você encontre a freqüência na qual o instrumento soe o mais muddy (sujo). Mude o tipo para Band, tire cerca de 5 dB, então para o time, desmarque a caixa Enabled.
9.
Selecione Band 3 e passe para o tipo Bandpass. Lentamente varra as amplitudes médias a altas até que você encontre a freqüência na qual o instrumento soe o mais claro. Mude o tipo para Band, e adicione cerca de 5 dB de ganho.
10. Agora ative as outras duas bands e toque a faixa, fazendo aqueles ajustes à sua equalização que lhe parecem adequadas. Provavelmente você vai acabar com algo bem similar ao mostrado acima. 11. Adicione ReaComp à FX chain, depois o ReaEQ. Vamos examinar e explicar ReaComp em mais detalhes brevemente, mas enquanto isso, vamos experimentar. Para enfatizar a natureza aguda e percussiva do instrumento, você pode ajustar relativamente um attack curto (cerca de 0.5 ms), tempos de release (cerca de 100 ms) e um knee pequeno (0.0 dB).
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 12. Ajuste o ratio por volta de 3 ou 4 para 1 e ajuste os ganhos de Threshold e Wet enquanto toca a faixa. Você está buscando domar alguns dos picos e levantar algumas das notas mais quietas. 13. Um resultado possível é mostrado à direita. 14. Opcionalmente, você pode querer também colocar um ReaGate depois do ReaComp, como que para manter longe o vazamento vindo dos outros microfones enquanto o Snare não estiver sendo tocado. 15. Se você fizer isto, você vai esperar que o Gate abra e feche rapidamente. Os tempos de Attack e Hold não devem ser maiores que 1 ms, e o Release não mais que cerca de 40 ou 50 ms (para permitir que o decay natural do instrumento passe antes que o gate feche). Você vai precisar ajustar o ganho de Threshold e Wet para combinar com o volume particular da faixa. 16. Agora vamos fazer o mesmo com o Kick. 17. Insira o ReaEQ. Veja se você consegue identificar as respectivas freqüências onde o corpo do instrumento é o mais firme, o som é o mais muddy e onde a clareza do instrumento está no seu melhor (para este último você pode precisar aumentar o volume). 18. Depois que você ordenou seus ajustes de equalização, adicione o ReaComp à chain. Por causa da natureza do kick (comparada à do snare), o som leva um tempinho para ser construído depois que a peça é tocada, mas morre mais rápido. Comece com um Attack time de cerca de 50 ms e um Release time de cerca de 20 ms e veja como fica. 19. Agora vamos fazer o mesmo com o Overhead. 20. Adicione o ReaEQ como o primeiro item da FX chain. Desta vez a tarefa da equalização é levemente diferente. Você será fortemente pressionado a encontrar uma freqüência baixa que você queira aumentar. Foque apenas em encontrar a freqüência média mais muddy e as freqüências altas mais interessantes. 21. Depois de ter feito isso, adicione o ReaComp imediatamente depois do ReaEQ. Comece tentando tempos de attack e release mais longos do que você usou com o kick e com o snare. 22. Uma vez terminado, toque todas as faixas. Você deve notar que seus itens de percussão agora estão muito mais claros e pungentes. Compare como a música soa com o global FX bypass ligado e desligado (segure Ctrl enquanto clica no botão FX Bypass para qualquer faixa). 23. Você deve notar também que a percussão vai dominar a mix. Assim é como deve estar neste estágio. Lembre-se que não fizemos ainda nada com o Vocal ou a Guitarra para esta música. 24. Salve seu trabalho quando terminar. Nota: O arquivo Don’t Keep Me Waiting DRUMS A contém uma possível sugestão sugerida para este exercício. Abra o arquivo, toque-o e inspecione os vários ajustes de FX cuidadosamente. Esteja preparado para otimizá-los (especialmente o uso do Gate) para ver se você consegue melhorar o som.
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3 – Mixagem Espacial 3.7.12 Freqüências Chave para Alguns Instrumentos Populares A lista seguinte indica as freqüências onde você deve começar procurando para moldar o som de vários instrumentos populares. Saiba que isto é apenas um guia, e o use desta forma. Lembre que dois instrumentos nunca são exatamente iguais. Que aquele trabalho e tratamento com um violão, por exemplo, pode não ter o mesmo efeito com outro. Note que para aqueles instrumentos onde isto seja especialmente apropriado, os formants são mostrados no quadro. Os formants são aquelas freqüências nas quais o instrumento é mais distinto. Formants podem freqüentemente ser considerados com sendo as freqüências que mais contribuem para dar ao instrumento seu som distinto. Nota do Tradutor: Aqui, mais uma vez, surgirão termos que traduzidos fazem pouco sentido no contexto do áudio. Por esta razão os termos originais em inglês serão mantidos; uma vez que o autor se referirá a estes em páginas seguintes, Instrumento Acordeom
Violão
Baixo Dobro
Guitarra
Harmônica Bandolim
Piano Trumpete Violino
Sopro (Madeira)
Comentários Fatness (gordura) do lado direito de 80 Hz a 240 Hz. Brilho (ambos os lados) de 2500 Hz a 4000 Hz. Shrill (apito) do lado direito acima de 5000 Hz. Fullness (Cheio) e body (corpo) em cerca de 100 a 200 Hz. Pode ser dull (sem graça) por volta de 1000 a 3000 Hz. Presença e clareza por volta de 4000 a 6000 Hz. Sparkle (Brilho) acima de 10000 Hz Feeling por volta de 40 a 60 Hz Presença em cerca de 1200 a 2400 Hz Harmônicos altos em cerca de 5000 Hz. Fullness (cheio) cerca de 300 a 500 Hz. Bite (morde) perto de 1500 a 2000 Hz Brilho por volta de 2500 a 5000 Hz Fullness (cheio) cerca de 200 a 300 Hz Bite (morde) por volta de 2000 a 3000 Hz. Presença em cerca de 5000 a 7000 Hz. Sparkle (brilho) acima de 8000 Hz. Fat (gordo) por volta de 240 Hz. Highs (altos) por volta de 2500 Hz. Harmônicos brilhantes por volta de 5000 Hz. Fullness (cheio) por volta de 200 a 300 Hz Clareza em cerca de 2500 a 5000 Hz. Chiado por volta de 10000 Hz Ressonância por volta de 50 Hz. Grave em cerca de 80 Hz a 100 Hz. Bite (morde) por volta de 3000 a 5000 Hz. Presença e Harmônicos 5000 Hz a 15000 Hz. Fundamentais por volta de 165 Hz a 1200 Hz Formants de 1000 Hz a 1500 Hz e 2000 Hz a 3000 Hz. Fullness (cheio) por volta de 240 Hz Formants em 300 Hz, 1000 Hz e 1200 Hz. Scratchy (estridente) em 7000 Hz a 10000 Hz Overtones acima de 16000 Hz. Full (cheio) em 200 Hz a 300 Hz Crisp (nítido) por volta de 2500 Hz. Clareza em cerca de 4000 Hz a 6000 Hz
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 3.8
Depth (Profundidade)
A dimensão depth é usada para criar a ilusão nos ouvidos do ouvinte que alguns instrumentos estão mais perto ou longe na mixagem. Você pode, no começo, pensar que esta dimensão pelo menos seria uma fácil de consertar. Afinal de contas, quanto mais perto um som, mais alto certo? Então com certeza é basicamente uma questão apenas de aumentar ou diminuir o volume de diferentes instrumentos, sim? Bem, na verdade não. Antes que você possa começar a entender como manipular as dimensões de depth, você precisa entender dois fatos importantes. 1. Freqüências diferentes decaem através do espaço com taxas diferentes. Isto significa que à medida que você se move para mais perto ou mais longe de um som, os níveis relativos de diferentes freqüências vão mudar. Como regra, freqüências mais altas decaem com uma taxa mais rápida que freqüências mais baixas. Eis o porquê de quando um som distante primeiro se aproxima de você, dependendo do ambiente físico, você pode notar que escuta apenas as freqüências graves primeiro, ou em outras circunstâncias as freqüências mais altas primeiro, com o quadro grela se preenchendo à medida que o som chega mais e mais perto. 2. A clareza do som se deteriora com a distância. Colocando de outra forma, quando mais distante um som, mais ele parece estar abafado. Isto acontece não por qualquer fator absoluto, mas de acordo com o ambiente no qual o som está sendo produzido e ouvido. Disto podemos inferir uma série de fatos, mas em particular que:
Fazer um instrumento parecer mais perto ou mais longe de nós numa mixagem é uma ilusão que pode raramente ser criada satisfatoriamente apenas ajustando o volume de um instrumento. Vamos então dar uma olhada nas ferramentas que temos à nossa disposição. 3.8.1
Compressão
O Compressor é realmente uma ferramenta multifuncional. Pode ser usada para mudar a distância percebida de um instrumento na mixagem, fazendo-o parecer mais perto à frente ou mais longe para trás. De forma diferente da Equalização ou Delay, o efeito que a compressão exerce num sinal é freqüentemente bem sutil. Isto a torna uma ferramenta mais difícil de entender e dominar. O REAPER fornece a você dois compressores – ReaComp (um compressor direto) e ReaXComp (um compressor multi-banda). Vamos retornar ao ReaXComp mais tarde neste livro. Por um momento, vamos focar no mais simples dos dois plug-ins, ReaComp. Vamos começar manuseando seus controles principais. O Threshold é o nível no qual o compressor vai agir. Estranhamente, não é na verdade estampado na interface. É o fader vertical à esquerda. Por exemplo, se você ajusta o threshold para, digamos, -10dB, então enquanto o volume da faixa ficar abaixo de 10dB, o compressor não vai fazer absolutamente nada ao sinal (exceto aplicar qualquer ganho que você possa querer adicionar ao Output Mix). O Ratio determina o grau de compressão que é aplicado. Por exemplo, um ratio de 4 para 1 significa que se o sinal entrando no compressor é 4 dB acima do nível de threshold, então o sinal saindo será de 1 dB acima do nível de threshold. A amplitude disponível é de 1:1 até Infinito:1. O Attack permite que você especifique um período de tempo antes do compressor agir. Por exemplo, um ajuste de attack de 3 ms resultaria numa compressão não começando até 3/1000 de um segundo depois que o volume passou acima do nível de threshold. Como regra geral, quanto mais longo o attack melhor para sons percussivos, ataques mais curtos para agradar partes mais melódicas, como cordas e vocais.
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3 – Mixagem Espacial O tempo de Release determina por quanto tempo a compressão será aplicada depois que o sinal cair abaixo do threshold. Tempos de release curtos funcionam bem com sons percussivos e pungentes, mas podem ser de alguma forma abrasivos quando aplicados a vocais. No entanto, um tempo de release muito longo numa faixa com forte dinâmica (como vocal principal) pode resultar numa compressão indesejada em passagem mais quietas. Isto pode resultar num efeito de gaguejar indesejado. Knee Size. Este ajuste determina se o compressor entra repentinamente ou gentilmente. Um ajuste baixo (Hard Knee) de 0.0 dB garante que o ratio de compressão completo seja aplicado no instante que o threshold é excedido. À medida que você aumenta o ajuste, o ratio é aplicado mais gradualmente. Os dois gráficos representam dois exemplos, à esquerda com o ajuste de Hard Knee, à direita com um ajuste de Soft Knee. Detector Input. Isto deve ser normalmente deixado no Main Input exceto quando você está usando sidechaining. O sidechaining será discutido separadamente. Low Pass / High Pass. Estes ajustes permitem que você sete filtros, para que apenas uma parte do sinal que cai dentre de uma freqüência específica sofram compressão. RMS Size. Quando ajustado a zero, o pico de sinal será usado como gatilho para o compressor. À medida que você aumenta o valor deste ajuste, um cálculo RMS (Root Mean Squared) será usado o lugar. Isto geralmente significa que quanto mais alto o ajuste RMS, mais você vai precisar abaixar o threshold para que o compressor se engaje. O compressor ReaComp é uma ferramenta bastante eficiente para levar um instrumento ou vocal mais para trás ou para frente numa mix. Use a tabela seguinte como guia. Dicas de Compressão Para alcançar este resultado...
Faça isto... Ajuste um ratio dentro da amplitude 3:1 a 6:1
Trazer um instrumento à frente numa mix
Ajuste um nível de threshold que vá garantir que o compressor nunca ou raramente diminua mais de 2 ou 3 dB do nível de sinal. Ajuste um valor RMS perto de 200 a 250. Adicione tanto ganho quanto requerido no fader Wet Output. Ajuste um ratio dentro da amplitude 8:1 a 16:1
Puxar um instrumento mais para trás numa mix.
Ajuste um nível de threshold que vai garantir que o compressor esteja engajado a maior parte do tempo, diminuindo cerca de 6dB a 10dB do nível de sinal. Ajuste um valor RMS de 0. Adicione ganho entre 1dB e 3dB ao fader Wet Output.
Trazer um instrumento realmente à frente numa mix.
Use ajustes similares a estes sugeridos no primeiro exemplo – então aumente o Wet Gain de verdade, talvez + 9 dB ou até mais.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 3.8.2 Compressão Sidechain Compressão sidechain é uma técnica que permite ao volume de uma faixa (ou grupo de faixas) determinar e controlar como a compressão é aplicada à outra faixa (ou grupo de faixas). Um exemplo típico disto seria aplicar compressão numa mix de instrumento gentilmente sempre que um sinal de áudio está presente na faixa do vocal, permitindo assim que o vocal seja ouvido acima da mix mais claramente. Esta técnica é conhecida algumas vezes como ducking (agachar). O plug-in compressor ReaComp suporta sidechaining desta forma. Ele usa o sinal de áudio dos seus Auxiliary Inputs para aplicar compressão ao sinal de áudio no seu Main Input. Exemplo 1.
Abra o arquivo RosesBloom CHAIN e imediatamente salve-o como RosesBloomCHAIN 1.
2.
Note que este arquivo consiste em uma faixa de vocal e uma mix de três faixas de violão. Quando você toque a faixa pode notar que o foco é tirado do vocal em certos lugares por causa dos picos no mix de instrumentos.
3.
Selecione a pasta de faixas Guitar Mix. Abra a janela I/O para esta faixa. Especifique que você requer 4 track channel e crie um Post Fader Receive da faixa Vox Lead para os Channels 3 e 4 da nossa Guitar Mix. Estes channels serão usados como inputs auxiliares no nosso sidechain compressor.
4.
Abra a FX Window da pasta de faixas Guitar Mix. Ela já contém uma instância do ReaComp. Ative este plug-in.
5.
Cheque se os Main Inputs estão ajustados para o Channel 1 (Esquerda) e Channel 2 (Right), e se os Auxiliary Inputs Left e Right estão setados para dos Receives dos Channels 3 e 4 respectivamente. O Compressed Output 1 deve ser o Channel 1 e o Compressed Output 2, Channel 2. Estes são os ajustes padrão.
6.
Ajuste o Detector input para Auxiliary Input L + R como mostrado.
7.
Toque a música.
8.
Ajuste o ratio para cerca de 5 ou 6 para 1 e ajuste o threshold de forma que o compressor esteja ativado durante as passagens instrumentais mais altas.
9.
Ajuste os outros ajustes do compressor para se adequarem. Um exemplo de ajustes apropriados e mostrado abaixo, mas você pode preferir suas próprias variações, especialmente no knee size, release time e RMS size.
10. Você deve notar como o violão está “domado” durante suas passagens mais altas quando o vocal está ative, mas é inalterado quando a faixa de vocal está em silêncio. 11. Salve o arquivo.
86
3 – Mixagem Espacial
Nota: Uma amostra de solução para este exercício está representada pelos arquivos Roses Bloom CHAIN 1ª. Se você quiser, abra o arquivo, toque-o e examine. Este arquivo não tem a intenção de servir como uma mix final para este projeto, meramente ilustra um exemplo prático de como a compressão sidechain pode ser usada.
O quadro de fluxo abaixo ilustra o fluxo de sinal que ocorre quando o sidechaining é usado desta forma.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 3.8.3
Equalização
Já abordamos Equalização exaustivamente em seções anteriores. Lembre que usando Equalização para fazer um instrumento parecer mais ou menos presente, podemos fazê-lo parecer estar mais perto ou mais longe. Exemplo: 1.
Abra o arquivo Don’t Keep Me Waiting COMP e imediatamente salve-o como Don’t Keep Me Waiting COMP 1.
2.
Toque este arquivo. Pode parecer que a harmônica está muito à frente na mix e que o Vocal muito atrás. Você pode tentar, por exemplo, aumentar o volume da faixa Vox para consertar isto, mas você vai mais provavelmente descobrir que isto não é realmente satisfatório. Se você aumentar suficientemente para frases mais quietas serem ouvidas, você vai notar que as frases mais altas estão muito altas. Possivelmente você poderia resolver isto com um volume envelope com talvez uma dúzia de pontos, mas usar um compressor é certamente mais fácil e quase sempre mais suave.
3.
Toque a música. À medida que você o faz, selecione a faixa Voz e abra sua Fx window. Insira o ReaComp na FX Chain desta faixa.
4.
Ajuste o Threshold para cerca de -27 dB (como mostrado) e o Wet Gain para cerca de =7.5 dB (também como mostrado).
5.
Use o Fade para cada um dos seguintes controles completamente à direita. Attack
Release
Ratio
RMS Size
6.
À medida que você procede ajustando (veja a ilustração acima, (escute cuidadosamente para aprender como cada um deles ajuda a moldar o som.
7.
Agora lentamente mova o Ratio para algum lugar por volta de 3:1 e 4:1.
8.
Lentamente mova o fader Attack para cerca de 60ms ou 70ms.
9.
Lentamente mova o fader Release para cerca de 1000ms ou 1200ms.
10. Lentamente mova o fader RMS size para cerca de 60ms ou 70ms. 11. Agora selecione a faixa Harmônica e exiba sua FX Window. 12. Vamos primeiro usar a Equalização para empurrá-la um pouquinho pra trás na mix. Insira uma instância do ReaEQ no começo da FX Chain da faixa.
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3 – Mixagem Espacial 13. Selecione Band 4 e ajuste seu tipo para High Shelf. Ajuste a Freqüência para cerca de 4700 e o Bandwidth para 2 oitavas. Abaixe o controle de Ganho para cerca de -4.5dB. A harmônica já deve parecer um pouco mais distante. 14. Agora adicione ReaComp à FX Chain, depois o ReaEQ. 15. Deslize os faders para Attack, Release e Ratio completamente para a esquerda. Deslize o fader para RMS Size completamente à direita. 16. Ajuste os níveis de Threshold, Ratio e Wet Gain como mostrado na segunda das ilustrações acima. 17. Agora lentamente ajuste o Ratio, Attack, Release e RMS Level como mostrado na segunda das ilustrações. 18. Se você achar agora que excedeu na compressão e talvez empurrou a Harmônica para muito longe na mix, faça os ajustes necessários para fazê-lo ficar correta. 19. Salve o arquivo. Nota: O Arquivo Don’t Keep Me Waiting COMP A contém um resultado possível para este exercício. Abra-o, toque-o e examine seus ajustes. Isto não tem, claro, a intenção de representar uma mix definitiva e final para este projeto (longe disto!). O propósito deste arquivo é puramente demonstrar um exemplo específico do uso da Equalização e compressão para criar uma sensação de profundidade e distância. 3.8.4
Delay
O plug-in ReaDelay pode ser usado para adicionar tanto delay simples quanto multi-tap à faixa de áudio. Se você usa apenas uma página de ajustes do ReaDelay, então você está usando o delay simples. Se você usa mais de uma página, ativada ao mesmo tempo, então você está usando o delay multi-tap (a ilustração mostra um delay multi-tap com três páginas de ajustes separadas). A diferença entre como estes dois tipos de delay funcionam será explicada em breve. Colocando da forma mais simples, um delay pega um sinal de áudio, e a toca de volta depois de adicionar um tempo de atraso. O tempo de atraso pode variar de uma fração de um milissegundo até vários segundos. Vamos começar considerando como o uso do delay simples se comporta, sem feedback. Níveis de Output que incluem o nível de Wet todos embaixo e o nível de Dry todo acima não irão implementar nada ao delay. Você pode também ajustar o FX à Bypass. Níveis de Output que incluem o nível de Wet acima e o nível de Dry abaixo vão produzir apenas o sinal com delay, claramente sozinho. O sinal original será atrasado por um período especificado. Níveis de Output que incluem alguma mistura de Dry e Wet vão criar um efeito de eco, com tanto o sinal original quanto o atrasado, cada um ouvido clara e distintamente.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Delay Simples Este conceito é ilustrado pela ilustração à direita. É importante quando usar o delay que mantenha em mente a relação entre tempo e distância. Quanto maior o delay time (tempo de atraso) adicionado a uma faixa de áudio, mais distante ela parecerá ser. Tome cuidado para não exagerar no uso do delay. A tabela seguinte mostra que mesmo quantidades modestas de delay podem produzir um impacto bem dramático. Delay Time (ms)
Distância Percebida
1
0.32 metros
2
0.64 metros
4
1.30 metros
8
2.60 metros
16
5.20 metros
32
10.40 metros
64
20.80 metros
128
41.70 metros
O ReaEQ oferece a você a opção de usar o ajuste de Comprimento (musical) para especificar seu período de delay como frações de uma nota ao invés de em unidades de tempo abso luto. Se você escolher usar esta opção, certifiqu e-se de checar seus Ajustes de Projeto antes, em particular os ajustes d e Project BPM e Time Signature. Feedback O efeito de eco simples criado pelo uso do delay simples certament e tem seus usos, mas ele é limitado. Ai é onde o feedback volta à tona. Adicionando o feedback a um sinal atrasado um certo nível a mais daquele sinal atrasado podemos criar uma transição suave, mais do que com apenas dois sinais distintos e separados. A ilustração à direita ilustra este conceito. Isto vem com uma palavra de cuidado. Muito feedback vai dar a você exatamente isto – feedback! Sempre comece com o fader do feedback completamente para a esquerda e o introduza gradualmente. Como você verá em breve, quando trabalhamos com um exemplo, o Delay pode desempenhar uma parte significante na forma que suas mixagens fazem uso do espaço disponível, particularmente para fazer um instrumento soar mais completo. Note que o ReaEQ inclui controles de Lowpass Filter e Highpass Filter. Estes funcionam da mesma forma que os Lowpass e Highpa ss filters da Equalização que já discutimos e usamos antes. Eles pode m ser usados para restringir a amplitude de freqüência para a qual o delay é aplicado. Por exemplo, se você seta um Lowpass filter de 8000 Hz e um Highpass filter de 2000 Hz, então o delay apenas será adicionado à amplitude de freqüência de 2000 Hz a 8000 Hz. Usar filtros desta forma pode fazer o sinal atrasado parecer mais presente, mas também pode fazer a faixa de áudio geral parecer de certa forma menos cheia. Isto realmente depende de que efeito você está buscando criar. A regra normal se aplica – esteja preparado para experimentar e aprender escutando! Você também tem disponível controles de Stereo Width e Pan. Vamos ver como estes podem ser usados em breve quando examinarmos o delay multi-tap, mas em resumo estes controles não afetam a forma ou natureza do sinal atrasado, apenas seu destino.
90
3 – Mixagem Espacial Delay Multi-Tap O delay multi-tap ocorre quando você tem mais de uma página de ajuste de delay ativada de uma vez. Delays multi-tap permitem que você crie padrões mais complexos que poder adicionar uma qualidade rítmica aos instrumentos. As possibilidades abertas para você pelo uso do delay multi-tap são enormes. No entanto, por ser uma ferramenta tão poderosa ela realmente precisa se manuseada com cuidado. Com o delay multi-tap, é muito fácil criar uma cacofonia indigna. A quantidade de delay entre os vários taps pode ser diferente. Qualquer feedback que você adiciona a taps(ou páginas) individuais é alimentada logo ao começo da delay chain (corrente de delay) (veja ilustração à direita). Isto pode ter conseqüências bem desagradáveis. Sem querer inibir seu espírito de aventura, é provavelmente mais sábio, pelo menos até que você esteja certo de que você realmente sabe o que está fazendo, ser extremamente cuidadoso com o uso do feedback numa cadeia de delay multi-tap. Um efeito mais interessante pode ser o uso dos controles de Stereo Width e Pan para diferentes taps (páginas) como que para enviar diferentes elementos ao seu sinal atrasado a diferentes lugares no seu palco de som virtual. Vamos dar uma olhada num exemplo disso em breve. 3.8.5
Usando Delay numa Mix
1.
Abra o arquivo Don’t Keep Me Waiting DELAY e imediatamente salve-o como Don’t Keep Me Waiting DELAY1.
2.
Note que há duas faixas de Violão. Estas são o mesmo instrumento, um Violão Resonator, gravado com dois microfones ao mesmo tempo, colocados em posições diferentes. Vamos adicionar algum Delay à gravação do Violão.
3.
Imediatamente abaixo da faixa Voz, adicione uma nova faixa chamada Guitar Mix e faça desta uma pasta de faixas. Faça da faixa Gtr Middle a ultima faixa na pasta, como mostrado à direita.
4.
Abra a FX Window para esta faixa e insira no começo da FX Chain uma instância do ReaDelay.
5.
Toque a música. Fade o Comprimento (musical) deixando todo à esquerda (para 0.0). Ajuste o nível de Output do Wet para -5 dB e o nível de Output do dry para 0.0 dB. Ajuste o Length (time) do Delay para 10.0 ms. Lentamente aumente o ajuste de Feedback para cerca de -35 dB ou -30 dB. Isto deve ter o efeito de fazer o som da faixa do violão mais notável e mais espaçoso.
6.
Agora clique no botão Add tap para adicionar outra página de ajustes. Por padrão, ela copiará os ajustes da página existente.
7.
Aumente o nível de Output do Wet para -3.5 dB. Modifique os ajustes originais (Tap 1) de forma que o feedback seja abaixado para cerca de -40 dB. Ele deve estar perto do ponte onde seja vagamente discernível. Mude também o ajuste de Pan para o Tap 1 para +0.9 (isto é 90% direita).
8.
Agora selecione a segunda página de ajustes (Tap 2).
91
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 9.
Ajuste o fader do Pan para a posição -09. (90% esquerda).
10. Aumente o Delay time em cerca de 25ms. Mais uma vez ajuste o Length (musical) todo à esquerda. De fato, quando usar o ReaDelay você deve mover o Length (musical) toda para a esquerda quando quiser usar o Length (time) e vice-versa. 11. Reduza o feedback para cerca de -040 dB. 12. Certifique-se que ambos os taps estão ativados. À medida que você escuta a música, você deve notar que o Violão soa pelo menos tão cheio e espaçoso como soou imediatamente depois do passo 5, mas melhorou em clareza. 13. Se você não está perfeitamente feliz com o som do Delay, faça as mudanças necessárias nestes ajustes para levá-los aonde você quer. Não esqueça de salvar o arquivo. A imagem à esquerda mostra a colocação do som com a pasta Guitar Mix com solo sem o efeito de Delay adicionado. A imagem à direita mostra a colocação do som com a pasta Guitar Mix com solo depois que o efeito de Delay multi-tap foi adicionado. Em ambos os casos, o LOSER’s gfx/Goniometer é usado. Este plug-in JS é disponibilizado pelo REAPER. Nota: O arquivo Don’t Keep Me Waiting DELAY A contém uma sugestão possível como resultado para este exercício. Abra-o, toque-o e examine. Por favor, note que este não tem a intenção de representar uma mix perfeita para esta música. Sua função primária é ajudar você a entender a natureza do delay simples e do delay multi-tap. 3.8.6
Usando o Delay para “Engordar” um Único Instrumento
Para poder tirar o máximo deste exemplo, você vai precisar ter primeiro completado o exemplo intitulado: “Engordar”
um instrumento “magro” com Equalização. 1.
Abra o arquivo Pelverata Frost Mando 1A e imediatamente salve-o como Pelverata Frost 2. já vimos como este projeto usa o routing e equalização para adicionar corpo e definição para um outrora magro instrumento solo.
2.
Adicione outra track (Track 5) ao fim do seu projeto. Nomeie esta track como Mando Delay. Crie um send Pré FX da Track 2 para esta faixa, como mostrado aqui. Faça da nova faixa (Track 5) a última faixa na pasta de faixas Mando Mix ao invés da Track 4. Ajuste o panning para as Tracks 2 e 4 para cerca de 60% esquerda e direita respectivamente. O layout do projeto é mostrado abaixo.
92
3 – Mixagem Espacial
3.
Adicione uma instância do ReaDelay ao FX Chain para a Track 5. Faça os ajustes aproximadamente como mostrado à direita. Note que o Length (time) está por volta de 7 ms, o Length (musical) é 0, o Feedback está em cerca de 66 dB e o panning em -1.0 é 100% esquerda.
4.
Adicione um segundo tap. Os ajustes devem ser similares ao primeiro tap, exceto o ajuste para Delay (time) que deve ser cerca do dobro do primeiro tap, e o panning em +1.0 deve ser 100% Direita.
5.
Depois do ReaDelay, adicione uma instância do ReaEQ. Adicione algum ganho em cerca de 180 Hz para esquentar um pouco esta faixa.
6.
Ao fim da FX Chain, adicione o ReaComp. Aplique uma compressão suave para “domar os picos” para estas faixas.
7.
Faça quaisquer outros ajustes que você queira e salve o arquivo. Note como o Bandolim agora parece mais cheio do que antes.
O arquivo Pelverata Frost MANDO 2ª contém uma solução possível para este exercício. 3.8.7
Entendendo e Usando o Reverb
O REAPER fornece a você pelo menos dois plug-ins de Reverb – o ReaVerbate e o ReaVerb. O ReaVerbate é simples mas surpreendentemente poderoso. ReaVerb é até mais poderoso mas é bem complexo no seu setup. Você será bem assessorado para conseguir uma boa desenvoltura na teoria básica e aplicação do reverb antes de tentar qualquer coisa mais ambiciosa com o ReaVerb. Por esta razão, nesta seção vamos usar outro excelente programa de reverb freeware, o Kjaerhus Áudio Classic Reverb, nos vários exemplos.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Este plug-in pode ser baixado em http://www.kjaerhusaudio.com/classic-reverb.php O desafio de usar o reverb é tentar recriar digitalmente e artificialmente o som produzido por uma vasta variedade de ambientes, indo por exemplo de uma pequena boate à uma igreja ou uma sala de concerto à uma caverna ou um porão. Antes de colocar o reverb em prática, desta forma, vale apena gastar um pouco de tempo se familiarizando com os parâmetros principais do reverb e como eles ajudam a criar a ilusão de que a música está sendo experienciada numa igreja, salão ou outro ambiente natural. Diferentes plug-ins de reverb variam levemente de um para o outro. Alguns usam diferentes termos para descrever o que é essencialmente o mesmo parâmetro. Alguns incluem funções extras, por exemplo um número de controles de “cor” que essencialmente aplicam a um equalizador à função de reverb. Os parâmetros chave, no entanto, são os que seguem: Parâmetros do Reverb Parâmetro
Explicação
Pre Delay
Imagine que você está sentado numa sala escutando uma musicista que está tocando um violino. Quando ela começa a tocar, o som da sua música viaja em todas as direções. Se você estivesse sozinho num campo vasto e aberto, toda a música que você ouviria teria viajado diretamente do violino para seus ouvidos. Num ambiente fechado, no entanto, o que você vai ouvir será um padrão de som incrivelmente complexo. Alguns vão alcançar seus ouvidos diretamente vindos do instrumento. Estes serão imediatamente seguidos por aquelas ondas sonoras que esbarraram numa superfície (como uma parede). O tempo muito curto que se passa entre o acontecimento destes dois eventos é conhecido como Pre Delay. Aumentando esta variável cria-se a ilusão de um espaço maior.
Early Reflections (Reflexões Precoces)
Early reflections são aqueles sons que alcançam seus ouvidos diretamente e distintamente depois de esbarrar numa superfície como uma parede ou um teto, ou um móvel. Vale entender que estas ondas sonoras não param abruptamente depois de esbarrar numa superfície. Ao invés disso, elas viajam mais longe para esbarrar em outra superfície e em outra e em outra. Gradualmente, à medida que elas diminuem com o tempo, estas reflexões se tornam menos distintas e se mesclam umas com as outras.
Room Size (Tamanho da Sala) Decay Time (Tempo para Decair)
Damping (Umidade)
Alguns efeitos de reverb usam uma combinação de dois parâmetros – Room Size e Decay Time – para conseguir este próximo efeito, outros usam apenas um ou outro. O princípio é o mesmo. O tempo que levam as reflexões, precoces e tardias, para alcançar o ouvido do ouvinte e a taxa à qual estas reflexões vão decair vai depender em parte do tamanho da sala na qual a música está sendo tocada e onde o ouvinte está sentado. À medida que nossas ondas sonoras esbarram ao redor de todo o lugar, seu timbre ou natureza será afetado pelo tipo de material que elas encontram. Por exemplo, a reverberação em uma superfície dura como um muro de concreto será mais clara e mais distinta do que a reverberação se cortinas estiverem penduradas em frente à mesma parede. No último caso, as freqüências mais altas irão decair mais rapidamente, resultando num som mais quente.
High and Low frequency filters or attenuation (Filtro de Freqüência alta ou baixa ou atenuação)
Estes ajustes podem ser usados para restringir o reverb para apenas uma amplitude de freqüências que nós especificamos. Já encontramos este conceito quando estávamos analisando o Delay.
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3 – Mixagem Espacial As Boas e Más Noticias Sobre os Presets Vale a pena tirar um momento para discutir os presets que vêm com muitos plug-ins de reverb. A primeira coisa que você precisa entender é que não há mágica ou gênio por trás deles. Um preset é simplesmente uma coleção de ajustes que você pode logicamente esperar que estejam juntos. Por exemplo, se você tem uma sala pequena, você esperaria encontrar junto com isto um tempo de pre-delay curto. Então as boas notícias sobre os presets é que para a maior parte eles representam combinações de ajustes seguras e inteligentes. Se você sentir que quer recriar a atmosfera de um porão de um nightclub ou um salão de tamanho médio de concreto, então é possível que um preset que se encaixe nisso possa lhe ajudar, você realmente trataria, no entanto, vozes tão variadas como Dean Martin, Sid Vicious, Bryn Terfel e Eminem exatamente da mesma maneira? Outra questão com presets é que sua força pode também por vezes ser considerada como sua fraqueza. E se você estiver querendo adicionar um certo pico ao som de um instrumento ou criar mais tensão num vocal? Muito possivelmente, um dos métodos que você pode querer usar para criar aquele pico ou tensão pode ser criar um efeito de reverb que molde um ambiente que simplesmente não existe no mundo real. Se você quiser ser criativo, se você quiser realmente fazer o melhor uso do reverb, você realmente precisa estar preparado para viajar para fora da zona de conforto dos presets. Em resumo, presets podem ser freqüentemente seguros... mas eles não são tudo ou servem pra tudo, e podem ser freqüentemente monótonos. Uma Palavra Sobre Convolution Reverb (Reverb por espasmos) O Convolution Reverb usa amostras de sons reais capturadas em certos ambientes específicos para permitir que você recrie aqueles ambientes na sua mixagem. Vamos ver alguns exemplos numa seção mais à frente. Um dos aspectos excitantes do ReaVerb é que você pode usar o convolution reverb e construir com isso. A Interface UI do REAPER Neste ponto, vale notar que o REAPER permite que você, se quiser, use uma interface simples para qualquer plug-in VST, ao invés da Interface Gráfica para o Usuário nativa do plug-in. Isto pode ter certas vantagens, por exemplo: •
Um formato consistente com diferentes plug-ins.
•
Faders horizontais fáceis de usar ao invés de knobs virtuais e switches.
Mostrado à direita está o REAPER UI para o Kjaerhus Classic Reverb. Exemplo Neste exemplo vamos adicionar algum reverb a um projeto. Vamos começar aplicando um preset bom e seguro na mix de instrumentos. Daí então, vemos como sendo apenas um pouco aventureiros podemos fazer nosso próprio ajuste de reverb para nossos vocais e nossa percussão. Por favor, note outra vez que, o objeto deste exercício não é criar uma mix definitiva. Quando você abrir o arquivo você verá, por exemplo, que nem Equalização nem compressão foram aplicadas a estas faixas. Usualmente você faria isto antes de adicionar o reverb. Na prática você vai normalmente descobrir que os ajustes de reverb ideais serão em parte afetados por fatores como seu uso de equalização e compressão (o que, incidentalmente, torna o uso de presets de reverb ainda mais sem razão). Neste exemplo, entretanto, o foco é ajudar você a aprender e entender como usar o reverb para conseguir o som que melhor se adequa à sua mix, não à de outra pessoa.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 1.
Abra o arquivo Don’t Keep Me Waiting REVERB e imediatamente salve-o como Don’t Keep Me Waiting REVERB 1.
2.
Selecione a última faixa. Insira quatro novas faixas após ela.
3.
Nomeie a primeira destas faixas como Reverb Mix e faça dela uma pasta de faixas.
4.
Nomeie as outras três faixas novas como Vox verb, Instr Verb e Perc Verb respectivamente. Faça da Perc Verb a última faixa na pasta.
5.
Insira uma instância do Kjaerhus Classic reverb em cada uma das três ultimas faixas.
6.
Insira uma nova faixa imediatamente acima da faixa Guitar Body. Faça dela uma pasta de faixas e coloque o nome de Instruments. Faça da faixa Harmônica Amp a última faixa na pasta.
7.
Insira uma nova faixa imediatamente acima da faixa Kick. Faça dela uma pasta de faixas e coloque o nome de Percussion. Faça da faixa Perc Ohead a última na pasta.
8.
Salve o arquivo, que agora deve estar reorganizado como mostrado abaixo:
9.
Certifique-se que seu Mixer View está visível e que você checou a opção de mostrar tanto os Sends quanto os FX Inserts. No mixer view, arraste e solte do Vox para o Vox Verb para criar um send.
10. Arraste e solte da pasta Percussion para a Perc Verb para criar um send. 11. Arraste e solte da pasta Instruments para a Inst Verb para criar um send. 12. Agora estamos prontos para começar a criar nossos diferentes efeitos de reverb. Neste exercício muitas das decisões tomadas serão necessariamente muito subjetivas e dependentes exatamente do som que o produtor tem em mente. Por ora, siga com os exemplos dados. Se você não gostar deles, sinta-se livre para mudá-los mais tarde. 13. Vamos supor que o nosso produtor pediu para um efeito geral de um Nightclub Pequeno, com uma dura aspereza nos vocais e “no lugar”, som afiado, quase irritadiço, percussão. Vamos começar com os instrumentos gerais.
96
3 – Mixagem Espacial 14. Solo na faixa Inst Verb. Abra o plug-in Classic Reverb. Selecione o preset Small Club (send). Mova o ajuste Mix cerca de três quartos do todo de forma que você possa ouvir como a faixa vai soar quando mixada com o reverb. Toque a faixa. Vamos dizer que estamos felizes com isto como o um som reverb geral. 15. Solo tanto na pasta Instruments como na faixa Inst Verb. Ajuste os níveis de mix e volume para o plug-in de reverb junto com o volume fader da faixa até que soe bem. Se você gostar destes ajustes, salve-os na sua própria lista de presets. No exemplo mostrado acima, nomeamos como Vanilla Reverb – Small Club. 16. Agora para os Vocais. Selecione a faixa Vox Verb, abra a FX Window e tente o plug-in Vocal Ambient como mostrado à direita. 17. Toque a música. Claramente este som de vocal não tem nada a ver com o efeito que estamos querendo. Doce e açucarado seria melhor descrição que duro e áspero. 18. Fazendo mudanças radicais nestes ajustes, no entanto, podemos criar o efeito desejado. Isto pode ser feito criando uma permutação de ajustes que adicione uma certa tensão ao efeito. Por exemplo, o que acontece se você definir ajustes baixos para o Room Size com aparentemente contraditórios ajustes altos para Early Reflections e Predelay? Tente e veja (abaixo à direita). 19. Mais uma vez, enquanto você experimenta, faça-o inicialmente com a faixa Vox Verb em solo e um ajuste de mix baixo. Isto vai permitir que você teste seu reverb enquanto como ele será aplicado na mix final. Quando você tiver os resultados que você quer, aumente o mix level e salve como um preset seu. 20. Ajustes similares a estes mostrados à direita devem dar a você aquele som áspero que você quer na sua faixa de vocal. Note que eles não guardam quase nenhum menção ao preset de vocal com o qual começamos. 21. Agora para a percussão. Outra vez, se você quiser, você pode tentar um dos presets de percussão. Você vai notar que irritante é a última palavra que você vai usar para descrevê-los. Isto não é uma crítica vã aos presets – para certos estilos de música e em certas situações eles seriam sem dúvida admiráveis. Eles apenas não são o que queremos aqui. 22. Use a mesma técnica de antes para criar o efeito que você está vendo. Abaixo são mostrados, para comparação, um dos presets de percussão e uma possível permutação de ajustes que devem conferir o tipo de som que nós estamos procurando.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER
Mostra à esquerda estão os ajustes gerados pelo preset de percussão
Mostrado à direita um set de ajustes completamente diferente, feito para criar um efeito de percussão mais à frente e irritante.
23. Finalmente vamos tentar outro truque. Adicione o ReaComp à pasta de faixas Reverb Mix. Isto pode ser muito eficiente não apenas para prevenir que picos de reverb pulem na mix, mas também, especialmente neste caso, para polir, ou talvez atenuar alguns dos topos mais ásperos. Esta declaração pode à primeira vista parecer bem contraditória, mas tente e você deverá conseguir discernir a diferença. 24. Salve seu trabalho.
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3 – Mixagem Espacial Nota 1: O arquivo Don’t Keep Me Waiting REVERB A contém uma sugestão possível como resultado para este exercício. Abra-o e explore à sua vontade. Nota 2 Alterar os ajustes de reverb on the fly (enquanto escuta) pode produzir estalos e outras falhas de áudio se o buffer size da sua placa de som, número de buffers, ou ajustes de latência não estiverem ideais. Você pode precisar experimentar com os ajustes da sua placa de som para fazer ficar correto. 3.8.8
Reverb Magic com o ReaVerb
Agora estamos prontos para ver um plug-in de reverb muito especial: ReaVerb. Sua capacidades são realmente incríveis. De fato, não é exagero dizer que o ReaVerb começa onde muitos outros plug-ins desistem. Com o ReaVerb, você pode criar seu próprio efeito de reverb completamente customizado definindo e então encadeando módulos de vários tipos. As possibilidades são quase literalmente ilimitadas. A primeira coisa a perceber sobre o menu Add (mostrado à direita) é que não há significância especial (além da alfabética!) na ordem na qual as escolhas são listadas. Você pode livremente experimentar encadeando seus módulos em diferentes ordens, para obter diferentes resultados. Quanto melhor você entende, mais confiante você estará em usar – mas como sempre, a regra de ouro é confiar nos seus ouvidos. Em breve, vamos trabalhar com um ou dois exemplos, mas primeiro vamos dar uma olhada geral nos diferentes tipos de módulos que estão disponíveis para você. Módulos ReaVerb Parâmetro
Explicação
Echo Generator (Gerador de Eco)
Usado para gerar um efeito de eco. Parâmetros que moldam o som e a duração do eco incluem:
File
•
Start position – milissegundos depois do som e antes do eco começar.
•
Length – quantos segundos o eco dura.
•
Spacing – quantos milissegundos entre a repetição dos ecos.
•
Error – permite, no caso de alguma imprecisão na criação do eco, fazê-lo soar mais natural.
•
Start and End Volume – volume do eco no começo e no fim.
Permite que você importe um arquivo de convolution reverb, referido como um impulso. Impulsos são gravações reais que foram sampleadas em ambientes específicos e são usadas para recriar a reverberação experienciada naqueles ambientes. Estes arquivos podem ser criados em vários formatos, mas o ReaVerb permite apenas um tipo de arquivo (Ex.: WAV ou OGG) por projeto. Você vai encontrar uma crescente coleção de arquivos de convolution reverb disponível para download gratuito em http://stash.reaper.fm/tag/Reverb-Impulses Se você procurar na web, você vai encontrar diversos outros além destes.
Filter (LP/HP)
Permite que o(s) efeito(s) na cadeia sejam aplicados apenas àquelas freqüências especificadas na amplitude de freqüência. Isto pode ajudar a cortar o rumble (zunido)
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER de reverb em baixa freqüência e o sizzle (chiado) de reverb de alta freqüência. Normalize
Ajusta o nível geral do output da cadeia.
Reverb Generator
Usado para gerar um efeito de reverb, de forma similar àquela que é usada por outro plug-in de reverb como o ReaVerbate ou Kjaerhus Classic reverb,
Reverse
Inverte a direção do efeito de reverb.
Trim/Gain/Stretch
Permite que você molde mais além o output do sinal de reverb esticando seu tempo. Parâmetro incluem:
Width Pan
•
Start position – A posição não qual o time stretch vai começar.
•
Maximum length of the time stretch.
•
Gain – aumenta ou diminui a força do sinal.
•
Stretch – o fator no qual o tempo será esticado (se maior que um) ou comprimido (se menor que um)
•
Pre silence – Um conceito similar ao pre-delay, este é o período de silêncio antes que o reverb seja esticado.
Note que perto do fundo da caixa de diálogo do ReaVerb há controles para Width e Pan. Estes determinam como seu efeito de reverb vai ser percebido em relação a estas dimensões em particular.
A combinação de várias destas ferramentas permite que você crie efeitos de reverb que terão significantemente mais camadas de profundidade para eles do que é normalmente possível com plug-ins de reverb convencionais. Se tudo isto parecer um pouco amedrontador, então apenas mantenha em mente o próximo ponto. Você não tem que ser um expert para começar a usar este kit de ferramentas fantástico. Você tem apenas que estar preparado para ser paciente, inovador, um pouco corajoso e proficiente com a opção Toggle effects bypass (Ligar/Desligar o bypass dos efeitos) (veja à direita). Enquanto você experimenta, logo descobrirá o que funciona bem e o que não funciona. Exemplo Como com todos os outros exemplos nesta seção do livro, o exercício que você está prestes a fazer não é desenvolvido para criar uma mix definitiva e perfeita. Ele tem objetivos específicos e limitados – neste caso ensinar a você como usar o ReaVerb para criar um reverb que soe bem. Antes que você comece, visite http://stash.reaper.fm/tag/Reverb-Impulses e baixe os vários arquivos de convolution reverb Pipeline Áudio. Descompacte e coloque os vários arquivos .WAV numa pasta em algum lugar no seu HD. No exemplo que segue, vamos construir um efeito de reverb usando vários dos módulos disponíveis (veja à direita). Nossa meta é criar um efeito que crie a sensação real de profundidade e espaço sem sacrificar a definição, presença ou clareza. Enquanto você desenvolve um melhor entendimento do ReaVerb, você vai descobrir que a forma mais conveniente de fazer isto é criando uma cadeia de módulos dentro de uma única instância do ReaVerb. No entanto para propósitos de aprendizado neste exercício, vamos utilizar duas instâncias separadas do ReaVerb. Isto torna mais fácil para você entender o que estamos fazendo.
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3 – Mixagem Espacial Como você vai ver, uma das chaves para o sucesso não é fazer isto à exaustão. Com Reverb, mais do que com qualquer outro efeito, um pouco pode dar um enorme resultado. 1.
Abra o arquivo Pelverata Frost REAVERB e imediatamente salve-o como Pelverata Frost REAVERB1.
2.
Depois da última faixa, insira uma nova faixa, Track 7.
3.
Nomeie esta faixa como ReaVerb. Certifique-se que ela não está incluída na pasta de faixas Instruments.
4.
No Mixer View, certifique-se que a opção Show FX Inserts e Show Sends estão ambas ativadas.
5.
Ainda no Mixer View, arraste e solte em turnos cada uma das faixas Bandolim, Violão, Baixo, Violão Base e Banjo para criar sends para cada um destes para a faixa ReaVerb.
6.
Adicione duas instâncias do ReaVerb à FX Bin para a faixa ReaVerb. Lembre que você normalmente usaria apenas uma instância. Nós estamos usando duas instâncias para propósitos de aprendizado.
7.
Adicione uma instância do ReaComp ao fim da FX Chain desta faixa.
8.
Por ora ajuste todos os FX na faixa ReaVerb para Bypass.
9.
Solo na faixa ReaVerb e toque o projeto.
10. Ajuste os níveis dos quatro sends se necessário até que você esteja feliz com o mix geral (veja a ilustração à direita). 11. Primeiro vamos samplear um convolution reverb. Ative a primeira instância do ReaVerb, de forma que ela não mais esteja ajustada para Bypass. Veja-a, clique no botão Add (mostrado à direita) e escolha File. Navegue para onde você guardou seus arquivos de impulso baixados e selecione 02-6 Hall 1-18.wav. Clique em Open. 12. Certifique-se que o Normalize Impulse está selecionado. Toque o arquivo tanto com como sem a faixa ReaVerb em solo. Ajuste o nível de wet para adequar-se. Veja os ajustes de sample mostrados à direita. 13. Renomeie a instância do ReaVerb para algo reconhecível como Verb File. 14. Este é na verdade um bom reverb – mas você provavelmente vai achá-lo um pouco “meloso”. Este é normalmente um dos problemas com o reverb. Se você diminuí-lo para remover a melosidade o reverb pode desaparecer completamente. 15. Ajuste esta instância do ReaVerb para bypass. Selecione e ative a segunda instância de forma que ela não mais esteja ajustada para bypass.
101
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 16. Clique no botão Add dentro do plug-in e selecione Reverb Generator do menu. 17. Ajuste aproximadamente como mostrado. Note especialmente que: •
Ao especificar a Start Pos de 10 ms nós garantimos que o sinal de áudio é ouvido claramente por um breve momento antes que o reverb entre.
•
Tanto Length como Room Size são ajustes bem conservadores.
•
O ajuste levemente maior de Dampening previne o resquício do reverb de perdurar por muito tempo.
18. Agora clique em Add outra vez e adicione um Echo Generator a este plug-in. Isto é mostrado abaixo. 19. Neste caso, vamos adicionar uma pequena quantidade de eco à nossa cadeia de reverb. Isto vai criar muito sutilmente uma maior profundidade. 20. Tente ajustes como estes mostrados à direita no começo. Mais tarde você pode ajustá-los como quiser. 21. Experimente enquanto você toca a música. Você vai provavelmente acabar com ajustes similares aos mostrados à direita. 22. Você pode notar algum zunido do reverb não freqüências baixas e algum chiado das freqüências altas. Podemos filtrá-los; 23. Clique no botão Add e selecione Filter na lista. 24. Faça seus ajustes lenta e cuidadosamente de forma que você possa julgar seus efeitos. 25. Diminua o ajuste de Lowpass para cerca de 0.750. 26. Aumente o ajuste de Highpass para cerca de 0.005, 27. Estamos começando a construir bem uma cadeia. Ajuste os faders de output do Wet e Dry de forma que o nível de Wet esteja por volta de -14 dB e o Dry por volta de -4 dB em cada um deles. 28. Toque o arquivo com a faixa de Reverb em solo. 29. À medida que você escuta você poderá notar que o reverb está talvez um pouco metálico demais ou agudo. Isto pode se resolver com alguma suavização.
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3 – Mixagem Espacial 30. Agora vamos adicionar de volta o nosso arquivo de convolution reverb original no final da nossa cadeia de reverb. Isto deve suavizar o som a contento. 31. Clique em Add outra vez, choose file e selecione 02-6 Hall 1-18.wav. Clique em Open. Certifique-se que a opção Normalize impulse está marcada. Toque o arquivo novamente. Você vai notar uma diferença significante. 32. Toque o arquivo novamente alternando o bypass de uma e outra instância do ReaVerb. 33. Você deve notar que a cadeia que você criou tem mais profundidade e espaço em si do que apenas usando o arquivo de convolution reverb, ainda assim ao mesmo tempo, ela mantém a clareza e distinção entre os diferentes instrumentos. 34. Salve o arquivo. 35. Toque o arquivo. À medida que você faz isso, experimente ativar o bypass nos vários módulos individuais do ReaVerb. Isto vai ajudar melhor você a não só entender o efeito de cada módulo individual, mas também como eles se misturam. 36. Com todos os módulos do ReaVerb outra vez atuantes, estenda o fader Width para 1.0.. Você deve notar que o som se tornando distintamente mais cheio. 37. Temos mais uma carta na nossa manga – ReaComp. Aplicando gentilmente compressão ao sinal depois do reverb (veja à direita) podemos prevenir qualquer passagem invasora do reverb de pular pra fora da mix. 38. Ajuste o fader de volume na faixa de Reverb. Você não vai querer ele muito alto, provavelmente por volta de -11 dB. 39. Salve o seu trabalho! Nota 1: O Arquivo Pelverata Frost REAVER1 A contém um resultado possível para este exercício. Explore-o de todas as formas! O roteamento do sinal de áudio para este projeto é representado no quadro de fluxo abaixo.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Nota 2: Há muitos experimentos interessantes que você pode realizar com o ReaVerb para conseguir exatamente o efeito que você está procurando. Aqui vão algumas dicas: •
Tente arrastar e soltar para mudar a ordem na qual os módulos estão colocados na cadeia. Isto pode fazer uma diferença dramática no som. Em particular, você pode conseguir alguns bom resultados colocando o arquivo de impulso primeiro na sua cadeia e então usando os outros módulos para modificá-lo.
•
Adicionar um módulo Time/Gain/Stretch pode ajudar a fazer o efeito de reverb mais afiado e vivo (Valor de Stretch menor que 1.0) ou mais suave e gentil (Valor de Stretch maior que 1.0).
•
Adicionar um Noise Gate depois do plug-in ReaVerb pode ter o efeito de cortar mais repentinamente o resquício tardio do reverb.
3.9
Tempo (Length)
O Tempo é uma dimensão separada – o tempo real que é – é um conceito que pode parecer difícil de absorver à primeira vista. É certamente um dos mais negligenciados. De fato é provavelmente a dimensão mais simples de todas para se usar na mixagem, assim como, discutivelmente a mais sub-usada. É simplesmente isto: Qualquer música ou faixa é tocada no e através do tempo. Uma música de três minutos irá tocar por três minutos. Estes três minutos são dinâmicos e não estacionários. Desta forma, sua mixagem também não deve ser estacionária. As mixagens que vão deixar a maior parte das impressões nos seus ouvintes são provavelmente aquelas onde mudanças, normalmente mudanças sutis, vão ocorrer aos vários elementos da mixagem através do tempo. Estas mudanças podem ser no panning ou na ênfase da equalização, ou no volume, ou em alguma combinação destes ou em muitos outros aspectos do som. Normalmente elas vão requerer o uso de envelopes de automação. Algumas vezes os usos mais efetivos da automação numa mixagem podem ser adicionar mudanças sutis das quais o ouvinte pode nem estar completamente consciente. Muitos dos exemplos que seguem vão encorajar você a fazer isto.
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3 – Mixagem Espacial 3.10
Exemplos de Mixagem Multidimensional
Agora que você se familiarizou com as quatro dimensões espaciais do som e como elas interagem umas com as outras, você está pronto para seguir em frente e aprender sobre o ponto mais excitante de todos. Quando você dominar este próximo conceito e suas implementações, você estará pronto para fazer mixagens que vão verdadeiramente tirar o fôlego dos ouvintes (e sem eles nem saberem porque). Já aprendemos que na mixagem estamos usando as ferramentas à nossa disposição para criar não um espaço real, mas a ilusão do espaço. O segredo está em como combinar as formas nas quais você usa a width, depth, height e time de modo que elas trabalhem juntas para criar uma verdadeira mixagem multidimensional. Uma vez que estamos criando não o real mas uma ilusão, isto significa que na sua mixagem você deve ser capaz de criar paisagens sonoras que não podem na verdade existir no mundo real. Os sons podem se comportar dentro de sua mix de qualquer forma empolgante que simplesmente não seja possível no mundo real. Vamos dar uma olhada em alguns exemplos. Eles foram selecionados com a intenção de expandir seus horizontes de mixagem. Alguns serão fáceis de seguir, outros não tanto. Persevere que você realmente quiser aprender. 3.10.1 Shadow Panning Shadow panning é uma variação da técnica do bookend panning que encontramos anteriormente. Com shadow panning, adicionando ao panning normal, usamos sends e divisão de canais para garantir que o sinal de uma faixa vai “fazer sombra” em outra faixa todas as vezes, por exemplo, permanecendo apenas um pouco à esquerda ou direita do sinal em que ele está incidindo. Isto pode garantir que enquanto uma faixa está balanceada longe ou perto do centro, a faixa que está “fazendo sombra” nela irá sempre permanecer aquele pouquinho para fora. O Shadow panning tem sua maior eficiência quando usada em conjunção com outras técnicas de mixagem, como equalização e delay ou reverb. Um uso para o shadow panning é preencher e engordar uma mix que esteja esparsa. Pode ser especialmente efetiva quando esta mix thin (magra) um instrumento bem suave e brando que é facilmente subjugado por outros instrumentos. Vamos fazer isto usando sends da nossa faixa em questão (neste caso a Violão) para as faixas para as faixas que estão sendo “sombreadas” (neste caso o Bandolim e o Banjo). Por este processo, aquela porção de sinal que é enviada da faixa em questão na verdade se torna anexada e uma parte da faixa sendo sombreada.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER O efeito que estamos buscando alcançar é ilustrado no diagrama acima. Note que não importa que mudanças de panning são feitas, cada instrumento ainda tem seu espaço definido no espectro left-right. Exemplo 1.
Abra o arquivo Pelverata Frost SHADOW e imediatamente salve-o como Pelverata Frost SHADOW1.
2.
Toque a música. Você pode ver que ela consiste num bandolim, um banjo e um violão base.
3.
Pan no Bandolim para cerca de 70% left e o Banjo cerca de 70% right. Isto certamente vai lhe trazer mais separação e tornar os instrumentos individuais mais distintos. No entanto a mixagem ainda parece um pouco magra e até desconjuntada.
4.
Abra a janela Routing (I/O) para o Bandolim e sete o número de canais para 4. Faça o mesmo para o Banjo.
5.
Abra a janela I/O para o Violão (veja à direita) e crie sends tanto para a faixa do Bandolim quanto para a do Banjo. Em cada caso o send deve ser Pre FX e ir para os Channels 3/4 na track receptora. Pan no send do Bandolim em 30% left para garantir que ele fique à esquerda da faixa do Bandolim e Pan no send do Banjo em 30% right. Isto é mostrado à direita.
6.
Abra a FX Window para o Violão. Se você quiser, adicione o ReaEQ para esta janela e faça os ajustes que você achar apropriado para dar um pouco de brilho ao violão.
7.
Solo na faixa Mandolin e play.
8.
Adicione uma instância do ReaEQ e selecione band 3. Ajuste a freqüência para cerca de 1500 Hz, bandwidth em cerca de .65 Octave e adicione cerca de 6 ou 7 dB de ganho. Isto deve tornar o Bandolim um pouco mais presente. Adicione também um pouco de ganho no geral, como mostrado.
9.
Adicione ao fim do FX chain o JS LOSER/3BandJoiner. Enquanto a faixa é tocada, você deve agora poder escutar o Violão que está sendo alimentado da Track 2 assim como o Bandolim. Note que as três bands são nomeadas como Low, Médium e High, mas de fato elas simplesmente representam os Channels 1/2, 3/4 e 5/6 respectivamente.
106
3 – Mixagem Espacial Se você quiser, você pode editar o texto do Plug-in e recompilar para mudar isto (como mostrado) 10. Abaixe o Channel 5/6 (estes canais não são usados neste exemplo) e ajuste os outros dois faders para se adequarem. Um exemplo é mostrado acima. 11. Imediatamente acima do 3BandJoiner vamos inserir um plug-in para melhorar a sensação de profundidade. Neste exemplo vamos usar o ReaDelay, mas você pode tentar o ReaVerbate ou algum outro plug-in baseado no tempo que você quiser. 12. Ajuste os Outputs para o plug-in de Delay para apenas Channel 3 (Left) e Channel 4 (Right) como mostrado abaixo. Ajuste os Inputs para apenas Channel 3 (Left) e Channel 4 (Right). Use ajustes bem conservadores (você poderá sempre ser mais aventureiro mais tarde), mas tenha certeza que o Wet Output está ajustado em 0.0 e o Dry Output todo embaixo.
13. Imediatamente depois do plug-in de Delay e antes do 3BandJoiner, insira uma instância do ReaEQ. Vamos usá-lo para moldar o sinal de áudio com delay um pouco como que para dar brilho a ele. Para este exemplo, tente ajustar a Band 2 para 320 Hz, -7,5 dB, Bandwidth 2.00 e Band 3 para 4700 Hz, +3,5 dB, Bandwidth 2.00. Não esqueça de fazer apenas os Input Channels 3 (Left) e 4 (Right) e os Output Channels 3 (Left) e 4 (Right). Se você quiser ouvir a faixa com delay sozinha, abaixe os Channels 1/2 no 3BandJoiner. 14. Agora tire o solo da faixa do Bandolim. Selecione e dê solo na faixa do Banjo. Repita os passos de 8 a 13 para a faixa do Banjo. Os ajustes de Equalização e Delay não precisam ser exatamente os mesmos (é mais interessante se eles não forem), mas claro que o fluxo de sinal – Input e Output Channels – para cada plug-in vão precisar ser exatamente os mesmos. 15. A FX chain para a faixa do Banjo é ilustrada à direita. Note que neste exemplo o JS Utility/limiter foi adicionado ao fim da cadeia para prevenir que o sinal ficasse muito alto.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Track Routing Usado Para o Shadow Panning
A ilustração acima mostra o routing de track e de channel usado no nosso exemplo de shadow panning. Note em particular que: • Para cada send da track de origem (Track 2 neste exemplo), há um receive correspondente na track de destino (neste exemplo, Track 1 e Track 3). • Cada send usa um par dedicado de channels (neste exemplo, Channels 3/4) na track de destino. Isto facilita a mixagem usando (neste caso) o 3 Band Joiner.
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3 – Mixagem Espacial 16. Agora tire o solo da faixa do Banjo. Toque a música. Cada faixa ainda deve estar clara e distinta, mas o violão base deve agora soar mais rico e cheio. Mova o Bandolim e o Banjo para um pouco mais perto do centro em 50% left e right respectivamente. Os sends com delay do violão irão preencher o espaço fora deles. 17. Para testar isto. Solo na faixa de violão e toque a música por alguns segundos. Agora segure a tecla Alt e clica outra vez no botão Solo para a faixa do violão. Você vai agora escutar ambos os feeds com delay junto com a faixa do violão original. 18. Tire o solo da faixa do Violão. Segure a tecla Ctrl e clique em qualquer botão de FX Bypass para ativar o bypass em todos os FX. Toque a música por alguns momentos. Mais uma vez, segure Ctrl enquanto clica em algum botão de FX Bypass – isto irá remover o estado de bypass. Você deve notar uma considerável diferença na qualidade da sua mixagem. 19. Salve seu arquivo. Se você quiser, cheque o arquivo Pelverata Frost SHADOW1 A. Note que a mix final para este projeto ainda não está completa – ainda está “em andamento”. Note que os vários Sends e Receives que você criou são mostrados na Routing Matrix para este projeto. Se você quiser, você pode clicar com o botão direito em qualquer uma das intersecções para editar os parâmetros (como volume e panning) destes Sends.
O quadro de fluxo abaixo ilustra o fluxo de sinal usado neste exemplo.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 3.10.2 Vocais Spacey (Etéreos, espaciais) Tudo na sua mix é igualmente importante certo? Bem, talvez, mas eu apostaria que se você tivesse que escolher apenas um aspecto na sua mixagem o qual seria mais importante que os outros, para a maioria dos estilos de música seriam os vocais. Quantas vezes você ouviu uma mix na qual um vocal magrinho e sem graça escorre até você do centro entre os speakers, freqüentemente muito alto porque aumentar o volume foi a principal ou única técnica para levantá-lo acima do resto da mix. Este tipo de atividade não é mixagem! É atacar seus ouvidos com intenção criminal. É como convidar seus amigos para jantar, tendo uma cozinha de gourmet à sua disposição e então servir a eles um prato de pão branco fatiado e margarina. Vamos ver como, sendo espertos, podemos chegar a vocais realmente interessantes. Lembre-se de duas coisas que já aprendemos até agora: 1.
Tem a ver com controle de multidão
2.
Tem a ver com desenvolver uma estratégia num campo de batalha.
Pense sobre a natureza do cantar. Há duas características da voz humana gritando com as oportunidades de mixagem que elas criam. Ambas são cegamente óbvias, o que pode explicar porque elas são tão negligenciadas: 1.
A freqüência do vocal vai mudar constantemente e continuamente por toda a música.
2.
O volume do vocal vai mudar constantemente e continuamente por toda a música.
Simplesmente não faz sentido mixar seus vocais como se estes fatores fossem constantes. Ainda assim muitas pessoas o fazem. Dentro da sua arena de mixagem você tem uma enorme quantidade de espaço disponível em termos de várias permutações de altura, profundidade e abertura. A última coisa que você deve é o que muitas pessoas na verdade escolhem fazer – apenas confiná-lo a um pequeno caminho desgastado e esfolado direto pelo centro entre seus speakers. Com isso em mente, podemos sutilmente manipular nossos vocais de forma que a voz costure por dentro e por fora da maior parte do espaço disponível, criando dentro da cabeça do ouvinte uma maravilhosa sensação de presença, majestade e plenitude. A notícia realmente é que as capacidades de divisão de canais do REAPER, tornam este tipo de atividade tão fácil de fazer e oferecem a você tantas opções. O exemplo que segue usa vocais femininos. O mesmo princípio, claro, pode ser aplicado a vocais masculinos, apenas com diferentes ajustes de parâmetros. A ilustração à direita mostra a FX chain que nós vamos usar neste exemplo. É apenas um exemplo, e uma vez que você absorva a técnica, pode criar instâncias muito mais interessantes para você.
Algumas Idéias para Vocais Espaciais Há alguns fatores que determinam o quão melhor você pode usar as técnicas descritas nesta seção para criar vocais espaciais. Estes incluem o timbre da voz, o estilo de cantar, as variações no volume, o microfone usado e a localização do microfone. Mantendo isto em mente, algumas das suas opções por canal incluem as seguintes. Equalização para enfatizar qualidade específicas da voz. Compressão com diferentes ajustes para tornar diferentes bandas de freqüência mais ou menos presentes. Reverb e/ou Delay para adicionar profundidade à voz. Também esteja preparado para experimentar ao melhor efeito com as freqüências nas quais você divide suas bandas.
110
3 – Mixagem Espacial O princípio em voga aqui é este. Primeiro vamos dividir as faixas de vocais em quatro pares de canais, neste caso pela amplitude de freqüência – low, medium, high, ultra high. Cada amplitude será balanceada diferentemente com diferentes e sutis efeitos aplicados a (neste caso) duas das quatro amplitudes. Os quatro pares de canais vão então ser unidos e ter gentilmente compressão aplicada. Isto não vai apenas criar um vocal mais rico, cheio e interessante. Também vai significar que quando a música é tocada, vários destes efeitos serão discerníveis de tempos em tempos (dependendo de outros fatores como os níveis dos diferentes instrumentos), garantindo que mudanças sutis no vocal vão ocorrer enquanto nos movemos através daquela quarta dimensão, o tempo. OK, vamos fazer isto. Para este exemplo você pode usar o projeto disponibilizado RosesBloom.rpp para propósitos de aprendizado. De muito mais importância, no entanto, é que você deve aprender a usar essas técnicas nas suas mixagens. Exemplo 1.
Abra o arquivo RosesBloom e imediatamente salve-o como RosesBloom SPACEY.
2.
Selecione a sua faixa de vocal, exiba sua Routing Window e sete o número de channels para 8 (como mostrado). Certifique-se que a faixa está balanceada para o centro.
3.
Abra a FX Window para esta faixa e insira o JS: LOSER/4BandSplitter. Se você tem algum plug-in de mixagem corretiva nesta faixa, coloque o 4BandSplitter imediatamente após eles. Se não, o 4BandSplitter deve ser o primeiro plug-in na cadeia. Não há regras rígidas e rápidas para escolher as freqüências nas quais você deve dividir o sinal. O exemplo mostrado cria as seguintes quatro bandas: Ch 1/2: Abaixo de 200 Hz Ch 3/4: 200 a 2000 Hz Ch 5/6: 2000 a 5000 Hz Ch 7/8: Acima de 5000 Hz
4.
O que nós vamos fazer em seguida é a própria simplicidade, ainda assim, se você nunca tiver tentado isto antes, vai provavelmente impactar você. Vamos meramente juntar os nossos canais separados outra vez e experimentar com panning. Adicione a sua FX Chain o JS:IX/Mixer_8xM-1xS. Experimente com o panning como mostrado abaixo. Seu vocal já deve soar mais brilhante, cheio e quente. Isto é antes de adicionar qualquer FX! Tudo o que fizemos foi dar ao nosso vocal um pouco de liberdade para se mover à vontade dentro da banda entre os limites de abertura e altura da nossa mix. Se você quiser, experimente também com mudanças sutis nos níveis de volume para os diferentes channels. Fazendo isto, você está efetivamente aplicando Equalização à sua faixa. Para este exemplo em particular, no entanto, depois que você terminou de experimentar, restaure os níveis de todos os 8 canais para 0.0.
111
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Claro que os melhores lugares para deixar os seus ajustes de pan vão depender largamente do que mais vai na sua mix. Lembre-se também que você pode aplicar envelopes de automação para fazer mudanças dinâmicas ao panning das suas diferentes bandas de freqüência à medida que a música progride. 5.
Os Channels 3/4 e 5/6 cobrem as amplitudes de freqüências que os nossos ouvidos ouvem melhor. Aplicando alguns efeitos sutis nestas freqüências visadas poderemos produzir alguma coisa bem interessante.
6.
Adicione o ReaVerbate à sua FX Chain e o posicione imediatamente depois do plugin splitter. Escolhemos este plug-in de reverb em particular porque ele é um efeito de reverb simples e despretensioso como você jamais poderia encontrar. Um ponto que vamos demonstrar aqui é que você não precisa de um plug-in de reverb de 1.000 dólares para fazer bons sons. O que mais importa é como você usa o que você tem.
7.
Para aplicar o reverb à amplitude de freqüência de 2000 a 5000 Hz apenas, sete o Main Input L ao Channel 5 apenas (como mostrado), Main Input R ao Channel 6 apenas, Main Output L ao Channel 5 apenas e Main Output R ao Channel 6 apenas.
8.
Experimente com ajustes de reverb que se adequam. Se você não estiver certo, comece com os ajustes mostrados.
Room Size é bem grande, para criar uma sensação de profundidade. Dampening afeta especialmente a taxa na qual as freqüências mais altas de reverb decaem. Isto pode ajudar a deixar o som mais suave. Stereo Width. Um ajuste alto maximiza o uso do width. Initial Delay. Um ajuste mais alto aqui pode dar ao reverb um efeito mais de eco.
112
3 – Mixagem Espacial Wet/Dry Mix. Experimente com este até se adequar. Sinal Dry insuficiente vai criar uma sensação de delay exagerada. 9.
Agora vamos adicionar um toque de delay ao Channels 1 e 2. Simplificando, a diferença principal entre Reverb e Delay é que o Reverb cria uma ilusão de decaimento contínuo, enquanto que o Delay cria uma instância separada e discreta do som original.
10. Insira o ReaDelay na sua FX Chain, imediatamente acima do plug-in ReaVerbate. Sete o Main Input L ao Channel 1 apenas, Main Input R ao Channel 2 apenas, Main Output L ao Channel 1 apenas e Main Output R ao Channel 2 apenas. 11. Especialmente com o Delay, é recomendável usar um ajuste bem conservador. Especificar um tempo de menos de 9 milissegundos vai normalmente garantir que o ouvido humano ouça o delay não como um som separado e discreto, mas tão cheio quanto o som original. Um exemplo de como você pode fazer isto é mostrado. 12. Por conveniência e futura referência, é uma boa idéia renomear as instâncias do plug-in como mostrado abaixo. Para fazer isto, simplesmente selecione o nome do plug-in na FX Chain e aperte F2 para exibir a caixa de edição Rename FX Instance. Digite o novo nome e aperte Enter. 13. O plug-in final que vamos usar nesta instância é o ReaComp. Assi como com os outros, o segredo é ser gentil! 14. Os ajustes exatos requeridos vão, claro, depender dos muitos fatores incluindo o volume da faixa. Lembre-se que as razões para que você use o compressor são para suavizar quaisquer picos, levantar as passagens mais quietas, e fazer o vocal geral parecer mais present Para este fim, você deve atentar para o seguinte:
Attack time: muito alto, um ajuste aqui vai fazer com que o compressor seja lento para agir quando um repentino aumento de volume ocorrer. Release time: um ajuste muito baixo vai fazer com que o compressor se retire muito rapidamente, criando um efeito de “pumping”. Um ajuste muito alto faz com que ele segure por muito tempo, aplicando a compressão talvez em passagem mais quietas também.
113
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Ratio: um ratio de menos de 4:1 não promete ser muito eficiente, maior que 8:1 aqui pode fazer a diferença ser muito notável quando o compressor age. Knee Size: experimente com esse ajuste para garantir que o compressor está engajado suavemente. Wet Gain Fader: aumente este apenas o suficiente para garantir que suas passagem mais quietas são ouvidas claramente. 15. É isto! O diagrama abaixo mostra nossa FX Chain final neste exemplo, e abaixo disto um quadro de fluxo indicando o que acabamos de fazer.
Isto ilustra o fluxo de sinal que acabamos de criar para nossos vocais espaciais. Lembre que você pode salvar como uma FX Chain (clique direito, Save FX Chain), o qual você pode então aplicar ao vocais em outras faixas se você quiser. O arquivo RosesBloom SPACEY A contém um resultado possível sugerido para este exercício. Por favor, lembre que este exemplo é apenas um exemplo e nada mais. Você deve estar preparado para experimentar com aqueles efeitos que funcionam melhor nos seus vocais para alcançar o resultado que melhor se adequa a você.
Abertura em Stereo da Faixa de Vocal – Dry comparado ao Spacey As ilustrações mostradas aqui são bem interessantes. Usando o AsGoniometer, ilustrações mostradas aquio são bem interessantes. elas mostram posicionamento efetivo Usando da nossao Goniometer, elas mostram o posicionamento efetivo da nossa faixa faixa de vocal entre os nossos ouvidos quando o dry (esquerda) de vocal entre os nossos ouvidos quando o dry (esquerda) é é comparado com aquele onde foi inserida a FX chain dos vocais comparado com aquele onde foi inserida a FX chain dos vocais espaciais (spacey) (direita). espaciais (spacey) (direita). Podeser serinteressante interessantedeixar deixareste estedisplay displayà àmostra mostraenquanto enquantoajusta Pode o panning doscanais váriosno canais no IX Mixer. o ajusta panning dos vários IX Mixer. 3.10.3 Customizando o Channel Mixer O realmente maravilhoso IX Channel Mixers do Phillip Consadine está entre as mais valiosas ferramentas de mixagem do REAPER. Customizando eles, você pode torná-los ainda mais apropriado para algumas das aplicações que vamos usar neste livro. Isto se deve a:
114
3 – Mixagem Espacial •
O ajuste de volume padrão a 0dB por canal é mais alto do que queremos em alguns casos.
•
A amplitude de volume de -120dB a +30dB por canal é mais aberto do que o ideal para algumas aplicações.
Não é difícil você mesmo otimizar estes ajustes. Não se preocupe se você nunca fez algo do tipo antes. Você apenas tem que ser meticuloso e cuidadoso, só isso. Neste próximo exemplo vamos criar uma versão modificada de um dos mixers do Phillip, com uma amplitude de -40dB a +6dB e um ajuste padrão para cada canal de -6dB. 1.
Feche o REAPER
2.
Abra o Windows Explorer e navegue para C:\Arquivos de Programas\REAPER\Effects\IX.
3.
Clique direito em Mixer_8xM-1xS
4.
Escolha Abrir no menu de contexto. Se o arquivo não abrir imediatamente, selecione um editor de texto (como o bloco de notas) da lista oferecida a você, então clique OK.
5.
Quando o arquivo abrir, use o comando File, Save As para salvar como Mixer_8xM-1xS_Modified
6.
isto garante que você não vai causar nenhum dano ao arquivo original do plug-in!
7.
Identifique os seguintes blocos de linhas
8.
Estas são as linhas que ajustam os faders de volume. Modifique este texto como mostrado abaixo (mudanças mostradas em negrito).
9.
Identifique a seguinte linha:
10. Modifique-a para adicionar seu próprio nome como modificador:
11. Agora salve o arquivo e o feche. Note que o arquivo não deve ter nenhum extensão. Se o programa de edição der a você uma extensão, edite o nome do arquivo depois para removê-lo. O arquivo deve se chamar apenas Mixer_8xM-1xS_Modified e não Mixer_8xM-1xS_Modified.txt. 12. No Windows Explorer, crie uma pasta com seu nome como mostrado (usando,claro, seu próprio nome): C:\Arquivos de Programas\REAPER\Effects\Seu nome 13. Mova o plug-in que você acabou de criar para esta pasta. 14. Da próxima vez que você abrir o REAPER, este plug-in vai estar disponível na categoria JS.
115
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 3.10.4 Vocais Suaves (Mellow) Este próximo exemplo mostra uma diferente interpretação da mesma faixa de vocal, desta vez para produzir um efeito um pouco mais suave, brando, descontraído. Vamos fazer outra vez usando a divisão de canal, mas de uma forma diferente. No nosso exemplo de Vocais Espaciais, separamos a nossa faixa em algumas bandas de freqüência diferentes, aplicando diferentes efeitos e panning para cada banda. Isto ajuda a criar aquele efeito de ao vivo do vocal, fazendo-o parecer flutuar suavemente pelo espaço, com o foco alternando para diferentes posições entre os speakers. Neste próximo exemplo, vamos dividir os canais diferentemente, enviando o mesmo material cru em cada canal, antes de usar a equalização, delay e panning (junto com um toque final de compressão) para produzir um som mais relaxado e relaxante. Exemplo 1.
Abra o arquivo RosesBloom e imediatamente salve como RosesBloom MELLOW
2.
Na FX Chain da faixa Vox Lead insira (nesta ordem) os seguintes plug-ins: ReaEQ ReaDelay Uma outra instância do ReaEQ Uma outra instância do ReaDelay Seu mixer de 8 canais (8x1M 2x1S) ReaComp
3.
Renomeie estas instâncias de plug-in como mostrado à direita.
4.
Selecione o plug-in EQ Ch 3/4. Deixe os inputs (2 Ins) nos seus padrões de Input 1 – Channel 1 e Input 2 – Channel 2. Mude os dois Outputs (2 Outs) para Output 1 – Track channel 3 apenas e Output 2 – Track channel 4 apenas.
5.
Nossa intenção aqui é fazer a faixa de vocal nestes canais, de alguma forma, menos presente. Isto pode ser conseguido com ajustes similares àqueles mostrados à direita. No entanto, se você abaixar todos os faders no Mixer de 8 canais, exceto os faders dos Canais 3 e 4, você deve conseguir experimentar até chegar ao som que você gosta.
6.
Agora selecione o plug-in Delay Ch 3/4. Ajuste os dois inputs deste plug-in para o track channel 3 (Input left) e track channel 4 (Input Right) apenas. Isto garante que a faixa equalizada será alimentada por este plug-in de delay.
7.
Mude os dois outputs (2 Outs) pata Output L – Track channel 3 apenas e Output R – Track channel 4 apenas.
8.
Crie um ajuste de delay bem conservador de cerca de 10 ms, com pan completamente à esquerda e com um mix de Wet/Dry similar ao mostrado abaixo.
116
3 – Mixagem Espacial 9.
Selecione o plug-in EQ Ch 5/6. Deixe os Inputs (2 Ins) nos seus padrões de Input 1 – Channel 1 e Input 2 – Channel 2. Mude os dois outputs (2 Outs) para Output 1 – Track channel 5 e Output 2 – Track channel 6 apenas.
10. Nossa intenção aqui é, mais uma vez, fazer este vocal parecer um pouco menos presente. Experimente ajustando seus níveis de Equalização para conseguir isto. Eles devem, de alguma forma, ser similares à Equalização usada nos Channels 3 e 4, mas não idênticas. Você vai conseguir melhores resultados se você permitir que mudanças sutis apareçam aqui. 11. Agora selecione o plug-in Delay Ch 5/6. Ajuste os dois inputs para este plug-in para o track channel 5 (Input left) e track channel 6 (Input right) apenas. Isto garante que a faixa equalizada dos Channels 5 e 6 será alimentada por este plug-in de delay. 12. Mude os dois outputs (2 Outs) para Output L – Track channel 5 apenas e Output R – track Channel 6 apenas. 13. Crie um ajuste de delay bem conservador de cerca de 15 ms, com pan completamente à direita e com o mix Wet/Dry similar àquele usado na instância do ReaDelay anterior. 14. Toque a música. Ligando e desligando a função Solo da sua faixa Vox Lead. Fazendo isto, ajuste os faders de panning e volume do seu mixer de 8 canais para obter um efeito mais agradável. Um exemplo é mostrado à direita. 15. Quando você estiver satisfeito com seus resultados, abra o plug-in ReaComp. Sua intenção principal aqui é suavizar a faixa de vocal um pouco mais. Tente ajustes similares a estes primeiro e depois ajuste para se adequarem Threshold – Menos 19 dB Release – 202 ms Ratio – 5 ou 6 para 1 Knee Size – cerca de 16 dB RMS size – cerca de 35 a 40 ms Wet gain – cerca de mais 2 dB. 16. Salve seu trabalho quando terminado.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Nota: O arquivo RosesBloom MELLOW A contém uma sugestão possível como resultado para este exercício. Se quiser, abra-o, examine e explore à vontade. Lembre que este arquivo não tem a intenção de ser uma mix terminada para este projeto. Seu propósito é servir como exemplo para esta técnica de mixagem em particular.
O quadro de fluxo à esquerda representa o caminho que o sinal do nosso Vox Lead toma para alcançar aquele bom e suave som que estamos buscando.
Não tenha medo de experimentar com estas técnicas. Sempre lembre que quando você estiver satisfeito com seus resultados você pode salvar uma FX Chain e/ou Track Template. Vamos deixar este arquivo de projeto por agora (mas voltaremos para ele mais tarde). Nosso próximo exemplo vai examinar como podemos usar técnicas de mixagem multidimensionais para adicionar raw edges ao vocais. Neste exercício vamos usar o arquivo de projeto Don’t Keep me Waiting.
118
3 – Mixagem Espacial 3.10.5 Vocais Smokey ou Edgy (Esfumaçados ou Obtusos) Com um pouco de prática, você vai se surpreender com o que pode fazer às suas faixas de vocal pela aplicação imaginativa e original de técnicas de mixagem multidimensional. Não há regras restritivas, não há limites e nem fronteiras no que você pode alcançar. Vamos pegar apenas mais um exemplo, um que podemos chamar de “vocais smokey” ou “vocais edgy”. Alguns estilos de música requerem uma certa obtusidade ou tensão na voz do cantor, um efeito que pode ser difícil de obter naturalmente, e igualmente difícil de criar artificialmente. Por exemplo, todo bom cantor de blues precisa soar como se ele fumasse pelo menos duas carteiras de cigarro por dia, certo? Bem, agora você pode criar este tipo de som para eles sem ter que acabar com seus pulmões para fazer isto. O truque é brincar com reverb, delay e compressão em diferentes freqüências para alcançar nosso alvo. O exemplo que segue é, como sempre, apenas um exemplo. Por causa da natureza da voz humana e da sua infinita variedade, só pode ser assim. Você pode descobrir que esses ajustes funcionam bem pra você, você pode descobrir que não. Se não, apenas continue experimentando até que conseguir. Quanto mais você faz isso, mais você aprende. A ilustração acima e à direita mostra a FX Chain que vamos criar para este exemplo. Muitos dos itens de efeito foram renomeados, mas deve ser óbvio qual é qual. Por exemplo, o item nomeado Delay 3/4 é o plug-in ReaDelay aplicado aos Channels 3 e 4. Entretanto, neste também vamos introduzir uma idéia além que vai levar nossa mixagem multidimensional para um nível completamente novo – cross-mixing. Cross-mixing, como você verá em breve, é a técnica de adicionar um efeito ao input por um canal (ou par de canais) e alimentá-lo diretamente para um canal diferente (ou par de canais). Isto pode ter um efeito de adicionar um grau de tensão ao geral da faixa de vocal. Se não for imediatamente óbvio o que isto significa, não se preocupe. Vai fazer sentido depois que você trabalhar com um exemplo. Devido ao fluxo de sinal ser significativamente mais complexo desta vez, vale a pena dar uma olhada no quadro de fluxo de sinal antes de embarcar neste exercício.
119
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER As características chave que se deve procurar, entender, interpretar e implementar são: •
O considerável número de plug-ins que são usados aqui. No entanto cada plug-in de Pitch, Delay e Verb individual é usando moderadamente. Em cada caso, os ajustes são bem conservadores. Cada efeito individual faz apenas uma sutil diferença no geral do som. É o seu impacto cumulativo que cria o efeito que estamos procurando.
•
Note como o cross-mixing em vários pontos adiciona efeito a uma cadeia e alimenta o output diretamente para outra. Por exemplo, o sinal dos Channels 7 e 8 – a amplitude de freqüência muito alta – é alimentado num plugin de Reverb, com o Reverb resultante sendo direcionado diretamente para os Channels 5 e 6.
•
Há um padrão aqui: efeitos adicionados à freqüências muito altas e muito baixas são mixadas diretamente de volta àqueles canais que cobrem as amplitudes de freqüência que ouvimos melhor. Isto, mais do que qualquer outra coisa é o que cria o efeito edgy (obtuso) ou smoky (esfumaçado)
Vamos agora dar uma olhada em como isto é feito. Mais uma vez por favor lembre que isto é um exemplo e apenas um exemplo. Você vai conseguir melhores resultados se você estiver preparado para experimentar e aprender por si só. Exemplo
O exemplo a seguir é um dos mais difíceis deste livro. Em particular, a ordem na qual os vários plug-ins aparecem na FX chain é importante, ou isto pode não funcionar. É altamente sugerido que trabalhando nisto, você regularmente cheque a FX mostrada na página anterior, para ter certeza que você tem os efeitos organizados na ordem correta. Também, se ajudar, cheque a solução sugerida para este exercício a qualquer tempo. 1.
Abra o arquivo Don’t Keep Me Waiting e imediatamente salve como Don’t Keep Me Waiting EDGY.
2.
Para criar um palco de som grosseiro e rápido, aplique pan nas suas tracks como segue: Vox – Centro
Kick – cerca de 20% left
Gtr Body – cerca de 40% left
Snare – cerca de 70% right
Gtr Neck – cerca de 40% right
Ohead – cerca de 70% left
Harmônica – cerca de 20% right 3.
Não está sugerido que estas são as posições de panning ideais, mas elas devem servir para este exemplo. Lembre que o objetivo aqui é demonstrar como criar vocais smokey.
4.
Solo na faixa Vocal. Abra a janela I/O Routing e certifique-se que esta faixa tem 8 canais. Exiba a FX Window para esta faixa.
5.
Insira o JS:LOSER/4BandChannelSplitter e para começar, ajuste os freqüências divididas como mostrado acima. Claro que você pode experimentar ajustando isto mais tarde se você quiser.
6.
Imediatamente depois do Channel Splitter, insira o Mixer_8xM1xS. Use tanto a versão dada pelo REAPER ou a sua própria versão modificada se você tiver.
7.
Por ora, ajuste o Volume e o Pan como mostrado abaixo. Claro que você pode mudar estes ajustes mais tarde se você quiser. Agora cheque Nota 1 e Nota 2 na página depois desta.
120
3 – Mixagem Espacial 8.
Imediatamente depois do Splitter (e antes do plug-in de Mixer) insira uma instância do ReaPitch. Ajuste os inputs deste plug-in para Channels 1 e 3 (Esquerda – como mostrado acima) e Channels 2 e 4 Direita.
9.
Ajuste os Outputs para apenas Channel 3 (Left) e Channel 4 (Right).
10. Adicione um Shifter a este plug-in de forma que ele contenha duas paginas de settings. 11. Para cada uma das duas paginas, mude os ajustes padrão como segue: •
Wet para -22.5 dB.
•
Dry para -0.0 dB.
•
Enabled on.
•
Algorithm: Elastique SOLOIST
•
Padameter: Monophonic
• Deixe todos os outros ajustes com seus padrões. 12. Para a primeira página de settings, sete o ajuste de Shift (cents) para 50. 13. Para a segunda página de settings, sete o ajuste de Shift (cents) para 50. 14. Solo na faixa e play. 15. Ajuste o nível do fader Wet de forma que o efeito do pitch shift possa ser apenas detectado. Isto será provavelmente em ou cerca de -18 dB. 16. Uma amostra de página de ajustes para a página 2 do plug-in ReaPitch é mostrada à direita. 17. Na FX Window, imediatamente depois do plug-in ReaPitch, insira uma instância do ReaComp. 18. Faça os Main Inputs para este plugin Channels 1 e 3 (Left) e Channels 2 e 4 (Right).
121
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER
Nota 1: Este diagrama (esquerda) ilustra como o sinal de áudio para a faixa Vocal irá fluir através da FX chain da faixa ao fim do passo 7 deste exemplo.
Nota 2: Nos passos 8 a 25, ajustamos a FX chain que irá, eventualmente ser alimentada para o channel mixer através dos channels 3 e 4. Isto inclui o input dos sinais nos outros canais, como mostrado (esquerda) Este segundo diagrama (esquerda) mostra como o sinal de áudio para a sua track Vocal vai fluir através da FX chain da faixa ao fim do passo 25 deste exemplo. Sinais dos Channels 1/2 e 7/8 são alimentados nos nossos diferentes efeitos, mas o output processado é direcionado apenas para os Channels 3/4.
À direita é mostrada a cadeia de mixagem depois do passo 25. Na ilustração mostrada, todos os plug-in, exceto o 4 Band Splitter foram renomeados.
122
3 – Mixagem Espacial 19. Faça como Outputs do ReaComp apenas os Channels 3 (Esquerda) e 4 (Direita). 20. Toque a faixa em solo. 21. Ajuste um ratio de algo entre 4:1 e 6:1. ajuste o threshold de forma que o compressor entre acentuadamente nas passagens de vocal mais altas. 22. Para melhorar aquele som “edgy”, você não deve querer que o compressor seja muito suave. Deixe o ajuste do Knee size bem pesado – 0.0 dB se soar OK – e o Release time bem baixo – talvez até em 40 ou 50 ms. 23. Imediatamente depois do ReaComp, insira uma instância do ReaDelay. O segredo aqui é usar o efeito de Delay com sutileza. 24. Ajuste os Inputs para este ReaDelay para os Channels 3 e 7 (Left) e Channels 4 e 8 (Right). Ajuste os Outputs para apenas Channel 3 (Left) e Channel 4 (Right). 25. Experimente com os ajustes de Delay até se adequarem, mas não se aventure muito no começo – você vai sempre poder mexer mais nisto mais tarde! A ilustração (no topo, à direita) mostra um conjunto de ajustes bem substancial. Agora recheque a Nota 2 na página anterior e cheque a Nota 3 na página seguinte. 26. Imediatamente depois do ReaDelay, insira uma instância do ReaVerbate na FX Chain. 27. Ajuste os Inputs para os Channels 1,5 e 7 (Left) e Channels 2,6 e 8 (Right). Ajuste os output para apenas Channel 5(Left) e Channel 6(Right). 28. Mais uma vez, seus ajustes de reverb aqui devem beirar para o lado do cuidado a princípio (veja acima). Você pode voltar a eles mais tarde se você quiser ser mais aventureiro. A ilustração (segunda de cima pra baixo) mostra um possível ponto de partida.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER
Nota 3: Nos passos 26 a 31, ajustamos a FX chain que irá, eventualmente ser alimentada para o channel mixer através dos channels 5 e 6. Isto inclui o input dos sinais nos outros canais, como mostrado (esquerda) Para facilitar o entendimento, este diagrama mostra apenas os efeitos adicionais que são aplicados à nossa faixa Vox durante os passos 26 a 31 e não aqueles efeitos já aplicados nos passos 8 a 25. O sinal de baixa freqüência (Ch 1/2) e o sinal de alta freqüência (Ch 7/8) são alimentados no plug-in de Reverb, mas o output processado é enviado apenas para os Channels 5/6.
A ilustração à direita mostra como sua FX chain deve se parecer depois do passo 31. note que, na ilustração, a maioria dos efeitos foi renomeada.
Nota 4: O diagrama à esquerda mostra os efeitos dos itens finais que adicionamos à nossa FX chain nos passos 33 a 35. Para melhor entendimento, este diagrama mostra apenas os efeitos adicionais que são aplicados à nossa faixa Vox durante os passos 33 a 35, e não aqueles efeitos já aplicados nos passos 8 a 31.
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3 – Mixagem Espacial 29. Imediatamente depois do ReaVerb, adicione outra instância do ReaComp. 30. Faça os Main Inputs para esta instância do ReaComp Channels 5 (Left) e 6 (Right) apenas, e faça seus Output channels também 5 (Left) e 6 (Right) apenas. 31. Ajuste um Ratio de cerca de 5:1 e ajuste o Threshold de forma que o compressor entre nas passagens mais altas. Faça os outros ajustes similares àqueles usados na instância anterior do ReaComp. 32. Toque a música, fazendo outros ajustes finos aos settings o seu Channel Mixer. Agora recheque a Nota 3 (página anterior) e cheque a Nota 4 (página anterior). 33. Imediatamente depois do Mixer, adicione uma instância do ReaEQ (veja acima). 34. Tire cerca de 4 dB por volta da marca de 1000 Hz e adicione cerca de 3 dB por volta de 4000 Hz. Isto ajudará a deixar o vocal mais presente na mix. Se necessário, ajuste o nível de Gain final. 35. Finalmente adicione outra instância do ReaComp no sim da cadeia (veja à direita). Seus ajustes devem ser bem gentis aqui, apenas suficiente para suavizar qualquer pico que possa estar saltando para fora da mix. 36. Agora toque a música, já sem o solo no vocal. 37. Esteja preparado para experimentar com seus ajustes de plug-ins para criar aquele efeito de vocal “edgy”! 38. Salve o arquivo. Nota O arquivo Don’t Keep Me Waiting EDGY A contém uma sugestão possível como resultado para este exercício. É, claro, um trabalho em andamento, não uma mix final para este arquivo de projeto. 3.10.6 O Violão Cantante Um dos segredos da mixagem multidimensional bem sucedida é simplesmente não fazê-la demais. Se você tentar os mesmos truques em toda faixa, você vai acabar arriscando criar um efeito geral de campo de batalha caótico. Em outra palavras, você quer ter certeza que cada instrumento e faixa na sua mixagem tem seu próprio espaço. O exemplo anterior apresentou a você uma forma de garantir que seus vocais encontrem bastante espaço na sua mix. No entanto se você aplicar exatamente a mesma técnica em toda faixa, há grandes chances de, na melhor das hipóteses, seus instrumentos ficarem brigando um com o outro enquanto na pior você poderia acabar com uma bagunça desestruturada. Eu normalmente gosto de tomar mais liberdade com os vocais do que com as outras partes, principalmente porque o vocal é o mais provável de ser a faixa que se sobressai. Com os outros instrumentos, custa ser um pouco mais aventureiro. Isto não significa que você não possa ainda se divertir. Vamos pegar como nosso próximo exemplo um violão. Vamos assumir que é o instrumento base principal numa mix. Isto o torna candidato a algum tratamento especial. Da tabela Freqüências Chave para Alguns Instrumentos Populares podemos desenvolver uma boa idéia de freqüências que provavelmente vamos precisar trabalhar para chegar ao melhor da nossa faixa de violão.
125
Fullness (Cheio) e body (corpo) em cerca de 100 a 200 Hz. Pode ser dull (sem graça) por volta de 1000 a 3000 Hz. Presença e clareza por volta de 4000 a 6000 Hz. Sparkle (Brilho) acima de 10000 Hz
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Exemplo 1.
Abra o arquivo contendo um arranjo bem simples de um violão e um vocal principal, talvez não mais. Você pode usar o projeto disponibilizado RosesBloom GUITAR.rpp se quiser. Abra este arquivo e imediatamente salve-o como RosesBloom GUITAR 1
2.
Selecione a faixa de violão e deixe o pan no centro. Ative o Solo dela.
3.
Abra a janela I/O(Routing) para esta faixa e ajuste o número de canais para 8.
4.
Abra a FX Window.
5.
Insira uma instância do ReaEQ. Toque a faixa e experimente com seus ajustes de equalização de forma a enfatizar o body (corpo) e a fullness (cheio) do instrumento. Você está almejando realmente trazer à tona o corpo, não criar um som balanceado. Um exemplo do tipo de ajustes que você pode chegar a fazer é mostrado acima e à direita.
6.
Ajuste esta instância de equalização para bypass. Agora insira uma instância separada do ReaEQ e ajuste os vários parâmetros, de forma a realmente enfatizar a clareza, presença e brilho do instrumento. Mais uma vez, você não está querendo criar um som equilibrado ainda. Um exemplo do tipo de ajuste que você pode alcançar é mostrado acima.
7.
Agora ative ambas instâncias de equalização. Vamos enviar a primeira instância de equalização aos canais 3 e 5, e a segunda instância de equalização aos canais 4 e 6.
8.
Em ambos os casos, deixe o input para os plug-ins de equalização como Channels 1 e 2 (estes são os ajustes padrão). Neste caso, não estamos usando um plug-in de divisão de canal, mas vamos usar os próprios plug-ins para realizar esta função.
126
3 – Mixagem Espacial 9.
Para o primeiro plug-in de equalização, ajuste os 2 outs para canais 3 e 5 respectivamente (veja ilustração à direita).
10. Para o segundo plug-in de equalização, sete os 2 outs para canais 2 e 4 respectivamente. 11. Renomeie cada instância de plug-in como achar apropriado, ex.: Ch 3/5 Body e Ch 4/6 Presence. 12. Depois do segundo dos plug-ins de equalização, você pode opcionalmente querer inserir uma instância do ReaDelay. Se você o fizer, deixe os inputs nos seus ajustes padrão (Ch 1/2) e direcione os outputs para os channels 7 e 8. Faca os ajustes de delay bem conservadores, com um length de não mais de 7 ms e um ajuste de wet de não mais que -12dB. Você pode, claro, ajustá-los mais tarde. 13. Depois do plug-in ReaDelay, insira seu channel mixer modificado. 14. depois do mixer, insira o plug-in JS Utility Limiter e ajuste o volume máximo para cerca de -2.0 dB. Isto irá evitar que o som fique muito alto enquanto você está otimizando. 15. Agora examine o mixer. Você deve querer alcançar alguns objetivos: •
Manter os canais de violão na maioria balanceados razoavelmente abertos, esquerda e direita, para deixar bastante espaço no campo sonoro para os vocais.
•
Obter o equilíbrio ideal entre os níveis dos diferentes canais para garantir que os elementos separados da faixa de guitarra – corpo, warmth(calor), presença, clareza etc. – possam todos ser ouvidos distintamente.
16. Um exemplo de como seus ajustes podem acabar é mostrado à direita. Lembre-se, no entanto, que toda gravação é única e você vai provavelmente encontrar muitas instâncias onde a menor das otimizações nos ajustes do seu mixer produzirá mudanças bem significantes no som. 17. Note que neste caso, Channels 1/2 contém um sinal completamente dry e não modificado. Isto pode ser útil para corrigir qualquer ênfase em excesso que você pode ter dado na sua equalização. Lembre que você pode usar envelopes de automação se quiser mudar o balanço entre os diferentes canais em diferentes partes da música.
127
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER O quadro de fluxo à esquerda, ilustra o fluxo de sinal usado até agora para criar o nosso efeito de violão cantante. Se você quiser, você pode salvar este setup como uma FX chain. Lembre também que este método traz com ele um número quase ilimitado de possibilidades. Uma variação óbvia é usar o ReaComp nesta cadeia, seja para aplicar compressão em certas freqüências, na mix da faixa em geral ou em ambos. Por exemplo, você pode tentar inserir o ReaComp na sua FX chain imediatamente depois da sua segunda instância de equalização. Neste caso, o Main Input do compressor viria dos canais 4 e 6 e seria output para os canais 4 e 6. você poderia usar o compressor tanto para domar alguns picos quanto para adicionar um pouco de sustain ao sinal que está sendo roteado através destes canais.
O projeto disponibilizado RosesBloom Guitar 1A demonstra uma sugestão possível como resultado para este exercício. À medida que você o toca, ligue e desligue a FX Chain para o canal do Violão. Você deve notar uma diferença.
128
3 – Mixagem Espacial 3.10.7 Vocais Grandes e Amplos Este próximo exemplo é uma boa ilustração do porquê você nunca vai criar uma boa mixagem se depender de presets e pré-concepções. Há apenas uma resposta sempre correta para questões como “Como eu devo equalizar meus vocais?” ou “Qual o melhor efeito de reverb para o meu violão”; esta resposta, claro, é Tudo depende do que você quer fazer! Enquanto que é verdade que há muitas respostas erradas na mixagem, também é verdade que há normalmente muitas corretas. Qual a melhor? Você decide. Neste exemplo, vamos tomar o mesmo material gravado e tratar o vocal de uma forma completamente diferente. Não melhor, não pior, apenas diferente. Você terá que decidir qual das duas você prefere, ou aparecer com um terceiro tratamento. Este exemplo vem com o discurso usual, ex.:, isto não quer representar a mix definitiva, ao invés disso, demonstra um ponto em particular. Neste caso, vamos tirar vantagem do fato de que as freqüências mais baixas parecem ocupar mais abertura do que as freqüências mais altas. Vamos criar três efeitos: •
O vocal vai preencher e ocupar muito mais o espaço entre os speakers.
•
Por causa da forma como vamos usar a equalização e o panning, você deve poder discernir mudanças sutis no balanço do vocal left-right ao longo da música sem a necessidade de usar nenhum envelope panning. Isto criar uma sensação de ao vivo muito natural para o vocal.
•
Adicionando apenas um pequeno toque de delay à freqüências mais baixas e balanceando-as em direção ao lado de fora, também poderemos criar uma maior sensação de profundidade e tempo.
Exemplo 1.
Abra o arquivo Don’t Keep Me Waiting VOX e imediatamente salve-o como Don’t Keep Me Waiting VOX1.
2.
Nossa produtora sente que o vocal principal está muito magro para o som que ela querendo criar. Somos solicitados a de alguma forma completar o vocal de forma que ele domine mais a gravação.
3.
Selecione a primeira faixa, a faixa de vocal. Insira duas novas faixas. Coloque uma dessas acima da faixa de vocal original, renomeie-a como Vox Mix e faça dela uma track folder.
4.
Nomeie a outra nova faixa (Track 3) Vox Wide e faça dela a última faixa na pasta.
5.
Agora abra a I/O window para a faixa Vox Wide. Crie quatro track channels e insira um Pre FX receive da Track 2 – Vox, como mostrado à direita.
6.
Abra a FX Window para a Track 2 Vox e insira uma instância do ReaEQ. Estamos buscando fazer esta faixa ser um pouco mais presente.
129
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 7.
Experimente com os ajustes de equalização enquanto você toca a música com a faixa em Solo. Ajustes similares a estes mostrados à direita vão adicionar presença a esta faixa.
8.
Mantenha o panning para esta faixa no centro ou muito próximo a ele.
9.
Agora abra a FX Window para a sua faixa Vox Wide.
10. Insira seu plug-in Mixer 8xM 1xS nesta FX bin.
Neste exemplo criamos nosso próprio mixer de quatro canais fazendo algumas modificações bem simples ao nosso plug-in JS de oito canais. Se você preferir não fazer isto, pode usar o mixer de oito canais. Neste caso, abaixe todos os faders de volume para todos os canais, exceto os quatro primeiros. 11. Isto será requerido como o último plug-in na FX chain desta faixa. Insira acima do mixer uma instância do ReaDelay seguida imediatamente por duas instâncias do ReaEQ. 12. Selecione o plug-in ReaDelay e garanta que seus VST Outputs serão direcionados para os quatro canais – Output L para os Channels 1 e 3 (como mostrado acima), Output r para os Channels 2 e 4. 13. Faça a sua primeira página de ajustes bem conservadora, com delay de cerca de 5.5 ms pan quase todo à esquerda (como mostrado). Ajuste o wet/dry mix para algo similar ao mostrado. Você pode, claro, mudar isto mais tarde se quiser. 14. Adicione uma segunda página, com ajustes similares à primeira, mas com pan quase completo à direita e com um Delay time de cerca do dobro usado na primeira página.
130
3 – Mixagem Espacial 15. Agora selecione o primeiro plug-in ReaEQ e mude os ajustes VST Input e VST Output para Channel 3 (Left) e Channel 4 (Right) apenas. 16. Faça alguns ajustes que vão tornar o output deste plug-in menos presente e com mais bottom-end. Um exemplo é mostrado à direita. 17. Selecione o segundo plug-in ReaEQ. Certifique-se que os únicos inputs e outputs usados por este plug-in são Channel 1 (Left) e Channel 2 (RIght). 18. Ajuste os ajustes de equalização para este plug-in para mais uma vez adicionar mais corpo nas freqüências mais baixas e para tirar um pouco da presença. Não use as mesmas freqüências ou octave band widths como antes, no entanto. Estamos buscando aqui criar variações sutis entre as duas. 19. Agora ajuste os níveis de volume e panning no seu Channel Mixer. Channels 1 e 3 devem ambos ser balanceados bem à esquerda, mas não identicamente. Channels 2 e 4 devem ser balanceados bem à direita, mas outra vez, não identicamente. Uma possível sugestão como resultado é mostrada à direita como um guia. 20. Toque a música, fazendo ajustes para qualquer um dos parâmetros, e para os níveis de volume relativos das faixas 2 e 3, assim como do seu volume mix. Deixe o pan de todos os três no centro. Se FX panning vai tomar conta disto. 21. Adicione uma instância do ReaComp a sua faixa Vox Mix. Ajuste o Threshold de forma que o compressor aja em passagens mais altas e ajuste um ratio de cerca de 4:1. 22. Ajuste os outros parâmetros do compressor como achar apropriado. 23. Salve o arquivo e toque a música. Faca qualquer ajuste além aos seus parâmetros e níveis de mix como você achar ser acertado.
131
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER
A imagem à esquerda representa o stereo spread do output da folder track Vox Mix com todos os efeitos em bypass. A imagem à direita representa o output da mesma faixa com todos os efeitos ativados.
Nota: O arquivo Don’t Keep Me Waiting VOX A contém uma possível sugestão como resultado para este exercício. Se você quiser, abra-o e examine.
O diagrama à esquerda mostra o fluxo do sinal de áudio do vocal pelo arquivo de projeto. Lembre que este é apenas um exemplo. O número de permutações de efeitos e divisão de canais que você pode usar é quase ilimitado. O truque é pensar sobre exatamente que tipo de som você gostaria de criar, e então concentrar-se em trabalhar apenas em como você pode fazer o REAPER lhe dar o que você quer.
Desafio de Mixagem! Antes de deixar esta página, pense num efeito de vocal que você gostaria de obter – como um vocal sussurrante, ou qualquer coisa assim. Veja se você consegue usar as técnicas ensinadas nesta seção para chegar a isto. Este exemplo deve ser 100% customizado para se adequar à suas necessidades. Desta vez, não estamos disponibilizando nenhum modelo de resposta!
132
3 – Mixagem Espacial 3.10.8 Harmonias Oníricas Assim como é o caso com os vocais principais, não há uma solução “pau pra toda obra” para lidar com harmonias vocais. Tudo depende exatamente de que tipo de efeito você está tentando criar. Neste primeiro exemplo, vamos dar uma olhada na criação de um ambiente ou um efeito distante para nossas harmonias vocais. Vamos buscar fazer nossas harmonias vocais claramente audíveis, ainda assim parecendo vir de um lugar distante, com uma qualidade quase sonolenta ou de sonhos nelas. Vamos tentar conseguir isto usando uma combinação de ajustes de volume, panning, equalização, reverb e compressão. Nosso segundo exemplo vai remixar as mesmas faixas, desta vez com as harmonias vocais muito mais à frente. Em ambos os casos, o exemplo não tem a intenção de ser uma mix final e completa para esta música. Seu propósito é unicamente ilustrar diferentes formas nas quais você pode interpretar e usar harmonias vocais. Exemplo 1.
Abra o arquivo RosesBloomBVOX e imediatamente salve-o como RosesBloomBVOX 1.
2.
Toque a música. Duas harmonias vocais podem ser ouvidas, primeiro uma feminina e então também uma masculina. Devido à faixa Vox Lead nesta mix ter sido dado o tratamento Spacey Vocals, as duas faixas de harmonia ficam bem atrás do vocal principal. No entanto, neste caso, queremos dar uma sensação mais suave, de sonho e ambiente.
3.
Coloque ambos os backing vocals em uma track folder como mostrado à direita. Isto irá facilitar para ajustarmos o nível do geral da submix da harmonia vocal.
4.
como seu primeiro passo em criar uma sensação de distância, pan nas harmonias vocais pra mais além do centro, cerca de 50% esquerda e direita respectivamente.
5.
Abra em turno as janelas I/O para cada uma das três faixas Vocal Harmonies (track folder), Vocal Harmy 1 e Vocal Harmy 2. Em cada caso, ajuste o número de Track Channels para 4.
6.
Use o pan das Tracks 5 (Guitar) e 6 (Guitar Neck) um pouco mais perto em direção ao centro, de forma que eles estejam cada um cerca de 33% left e right respectivamente. Isto ajuda a mover as harmonias vocais mais além da faixa Vox Lead principal.
7.
Se você estiver trabalhando em Track View, abra a FX Window para a faixa Vox Harmy 1. Se você estiver trabalhando em Mixer View, certifique0se que a opção Show FX inserts está ativada.
8.
Na FX chain para esta faixa insira (nesta ordem) ReaVerb e ReaComp. Se você fez o seu próprio Mixer 4xM 1xS, insira ao fim da cadeia, se não, use o Mixer 8xM 1xS que é fornecido com o REAPER.
133
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 9.
Solo nesta faixa. À medida que você toca, você pode modificar seu som.
10. Selecione o plug-in ReaVerb. Deixe os dois inputs nos seus ajustes padrão (track channels 1 e 2) mas mude os dois outputs para apenas Track channel 3 e Track channel 4 respectivamente. 11. Adicione um Reverb Generator ao ReaVerb. Crie um efeito de reverb de distância bem generoso e ajuste o output para Wet only. Uma possível combinação de ajustes é mostrada acima. 12. Adicione um filtro ao seu plug-in ReaVerb. Ajuste o Lowpass para cerca de 0.16. Isto irá evitar que o reverb seja adicionando à freqüências mais altas. 13. abra uma instância do ReaComp. Neste caso queremos aplicar compressão no sinal que passa através dos channels 1 e 2 bem agressivamente, para empurrá-los para trás. Um possível conjunto de ajustes é mostrado à direita. 14. Agora selecione o plug-in Mixer. Estamos buscando incluir a maioria do sinal comprimido dos track channels 1 e 2 com apenas um pouco de reverb dos track channels 3 e 4. Usando o panning nos channels 3 e 4 mais além para fora também estamos aumentando a sensação de espaço e distância. 15. A Faixa 4 Vox Harmy 2 precisa de um tratamento similar(mas não idêntico). 16. Adicione a mesma FX chain – ReaVerb, ReaComp e seu Mixer à esta faixa. 17. Mais uma vez, crie uma linha de reverb distante e wet para os channels 3 e 4, um som com compressão para os canais 1 e 2 e uma mix que consiste na maioria em linhas com compressão dos channels 1 e 2 com um pouco do reverb dos channels 3 e 4, empurrada para fora (neste caso, será à direita). 18. Podemos agora voltar nossa atenção para a track folder Vox Harmonies. 19. Adicione uma instância do ReaEQ a esta pasta. Perto da marca de 1000 Hz, adicione cerca de 6 dB de gain com uma bandwidth de cerca de 1.5 oitavas. Reduza o Gain do geral cerca de 3 dB para compensar por isto. Isto irá tirar um pouco do brilho e da proximidade da submix das harmonias vocais. 20. Depois disso, adicione uma instância do ReaComp. Vamos usar um compressor sidechain. 21. Abra a I/O Window para a track folder Vox Harmonies e insira um Post fader receive da Track 1 – Vox Lead. Isto irá “dirigir” nosso compressor sidechain.
134
3 – Mixagem Espacial 22. Selecione o plug-in ReaComp e certifique-se que os Main Inputs estão vindo dos track channels 1 e 2 e o Auxiliary Input está vindo dos track channels 3 e 4. estes devem ser os ajustes padrão. 23. Modifique os ajustes do ReaComp para se adequarem. Lembre que o seu objetivo principal aqui é evitar que as harmonias vocais pulem por sobre a Vox Lead. Um exemplo destes ajustes é mostrado à direita. 24. Adicionar um envelope de Volume à faixa Vox Lead com um gain de cerca de 1 dB vindo de próximo da marca de 37 segundos em diante vai ajudar a conseguir isto. 25. Toque a música, fazendo qualquer ajuste adicional que você ache apropriado. Sua harmonias vocais devem agora pousar como sonho atrás do vocal principal na sua mix. Salve o arquivo. Nota: O arquivo Don’t Keep Me Waiting VOX A contém um possível resultado para este exercício. O quadro abaixo ilustra a interação entre nossas várias faixas de vocal assim como o fluxo de sinal.
135
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 3.10.9 Harmonias Brilhantes No exemplo anterior criamos um efeito de harmonia de vocal de apenas uma ou duas harmonias vocais. Esta técnica pode ser especialmente efetiva quando você tem alguns poucos backing vocals na mix. Neste próximo exemplo, queremos nossa duas harmonias vocais muito mais à frente na mix. Algumas das técnicas que nós usamos para conseguir este resultado incluem: •
Panning: o panning será bem menos agressivo, movendo as nossas harmonias mais perto do centro fazendo com que elas estejam mais integradas com o vocal principal
•
Compressão Sidechain: isto ainda pode ser usado aqui, mas menos agressivamente do que no exemplo anterior, e individualmente para cada faixa, uma vez que podemos na verdade querer permitir que harmonias ocasionalmente cortem caminho à frente da mix desta vez.
•
Nenhum track folder de harmonias: uma track folder não é necessária porque nós estaremos tratando cada faixa de harmonia de vocal desta vez muito mais como uma faixa individual. Não estamos buscando criar um efeito de choir ou algo assim.
•
Menos profundidade: devido ao fato de não estarmos buscando empurrar nossas harmonias para trás na mix, elas não vão requerer nenhum efeito especial de reverb. Algumas vezes, entretanto, podemos querer usar um pouco de delay, apenas para preencher as vozes um pouco.
•
Equalização: no exemplo anterior usamos equalização para remover um pouco da presença e caráter das harmonias vocais. Neste caso, vamos usá-la para acentuar as características mais fortes de cada harmonia vocal.
Exemplo 1.
Abra o arquivo RosesBloomBVOX e imediatamente salve-o como RosesBloomBVOX 2.
2.
Ajuste o panning para as duas faixas Vox Harmy de forma que elas estejam cerca de 20% left e right respectivamente.
3.
Ajuste o panning das faixas Guitar e Gtr Neck de forma que elas estejam cerca de 50% left e right respectivamente.
4.
Ajuste os faders de volume das várias faixas de forma que o equilíbrio da mix soe bem perto dos níveis que você está querendo alcançar.
5.
Se você estiver trabalhando em track view, abra a FX Window para a faixa Vox Harmy. Se você estiver usando o Mixer view, certifique-se que a opção Show FX Inserts está ativada.
6.
Adicione os seguintes efeitos a esta faixa, nesta ordem: ReaDelay, ReaEQ e ReaComp.
7.
Ajuste os parâmetros do ReaDelay para criar um efeito de delay bem sutil e adicionar um nível generoso deste delay na mix das faixas. Uma possível sugestão de valores é mostrada aqui.
8.
Experimente com os ajustes de equalização, para remover um pouco de mid-range desta faixa enquanto adiciona um pouco mais de presença. Lembra que você pode usar a técnica de varrer a amplitude de freqüência com um ajuste de bandpass EQ para ajudar a identificar a freqüência ou freqüências que você vai querer dar um boost.
136
3 – Mixagem Espacial 9.
Um possível arranjo de ajustes de equalização é mostrado à direita.
10. Para cada uma das faixas Vox Harmy 1 e Vox Harmy 2 abra a I/O window e especifique que você quer 4 track channels. 11. Em cada caso, adicione um Post Fader Receive da faixa Vox Lead, para os Channels 3/4. 12. Agora selecione o plug-in ReaComp para o Vox Harmy 1. Certifique-se que o input do Detector está ajustado para Auxiliary Input L+R. 13. Ajuste os outros parâmetros para garantir que seu compressor sidechain vai agir bem gentilmente e apenas durante a mais alta das frases da faixa Vox Harmy 1. Seus ajustes vão provavelmente acabar bem parecidos com estes mostrados à direita. 14. Note que neste caso estamos também usando o fader Wet output para dar ao volume desta faixa uma levantada significativa. 15. Toque a música fazendo quaisquer otimizações que você achar apropriado para qualquer um destes ajustes. 16. Em seguida, a faixa Vox Harmy 2 precisa de tratamento similar a esta. Use os mesmos plug-ins, mas claro que com diferentes ajustes. Por exemplo, você pode tentar usar um delay de cerca de 8ms ao invés de um de 4ms (para conseguir um som mais variado e mesclado). Para a equalização, você provavelmente vai querer dar um boost nesta faixa para enfatizar o corpo ou o calor do vocal ao invés da sua presença. 17. Finalmente e muito importante, podemos usar envelopes de Volume para dar um efeito realmente bom a esta mix. Fazendo alguns ajustes bem precisos no volume das três faixas de vocal, podemos criar uma boa sensação de ao vivo, com vozes individuais sendo levantadas logo acima da mix aqui e ali para algumas frases, palavras ou até silabas. 18. Um exemplo de como isto é feito é mostrado abaixo.
137
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 19. Salve seu trabalho quando estiver feliz com os resultados.
Nota: O arquivo RosesBloom BVOX 2A contém um possível resultado para este exercício. Se você quiser, abra-o e examine para seu lazer. O quadro de fluxo acima ilustra a interação entre a faixa Vox Lead e as faixas Vocal Harmony neste exemplo.
Acabamos de examinar duas abordagens e técnicas completamente diferentes para mixar harmonias vocais numa música. Não sugerimos que estas são as únicas técnicas disponíveis, ou talvez as melhores técnicas. Ao invés disso, elas estão ai para encorajar e ajudar você a pensar sobre que tipo de som você quer conseguir, e como você pode agir para criar.
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3 – Mixagem Espacial 3.10.10 Harmonias Cheias e Gordas Aqui está uma pra deixar você realmente pensando. Neste exemplo, estamos passando uma outra forma de lidar com harmonias vocais, uma que literalmente combina tanto as características das nossas Harmonias de Sonho como nossas Harmonias Brilhantes. O resultado é uma mix de vocal que de alguma forma consegue combinar uma presença forte e definida com uma sensação suave e confortante ao mesmo tempo.
A ilustração acima mostra um arquivo de projeto no qual as faixas de harmonias vocais foram duplicadas. As Tracks 2, 3 e 4 são essencialmente tratadas da mesma forma como foram as nossas harmonias vocais no exemplo das Harmonias de Sonhos. As Tracks 5 e 6 foram essencialmente tratadas da mesma forma como foram nossas harmonias vocais no exemplodas Harmonias Brilhantes. Se você abrir o arquivo RosesBloom BVOX 3A, vai encontrar uma amostra de mix que faz exatamente isto. Se não servir de nada, pelo menos lhe dará algumas idéias. E já que estamos falando de idéias... Gastamos um bom tempo analisando harmonias vocais e apenas algumas das incríveis oportunidades que o REAPER apresenta a você para mixá-las. Entretanto, você estaria perdendo seriamente alguns truques se achasse que estas ferramentas são apenas para serem aplicadas a vocais. Não importa o estilo de música e quais instrumentos ou outras partes, a oportunidade está La pra você cavar e conseguir alguns sons realmente bons. De fato, em breve aplicaremos o tratamento REAPER a um instrumento principal. Não tenha medo de experimentar e não tenha medo de errar no meio do caminho, porque tudo isto vai ajudar você a chegar ao seu destino que é conseguir uma mix realmente boa.
139
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 3.10.11 Lead Instruments Agora você deve estar captando a idéia. Para conseguir o máximo de qualquer instrumento na sua mix, você precisa primeiro identificar aquelas amplitudes de freqüência que são mais fortes e as características mais desejadas do som instrumento que devem ser encontradas. Uma forma de fazer isto é varrer a faixa usando um filtra bandpass (veja à direita). Você pode usar as técnicas que aprendemos nesta seção para realmente trazer aquele instrumento à vida. Você deve também manter em mente a necessidade de evitar confrontos de diferentes instrumentos brigando pelo mesmo espaço acústico. Por exemplo, pode ser possível para dois instrumentos existir perto, lado a lado no seu espectro de panning (left-right) se as freqüências nas quais eles são ouvidos primariamente são diferentes. Isto pode ser o caso, por exemplo, de um piccolo e um cello. Da mesa forma, pode ser possível a dois instrumentos compartilhar a mesma amplitude de freqüência se seu uso do panning os mantêm bem longe no espectro left-right entre os speakers. Este pode ser o caso, por exemplo, de duas guitarras. Mas você muito certamente não vai conseguir o melhor de cada uma delas se estiverem posicionadas perto uma da outra em mais de uma dimensão ao mesmo tempo; Lembre que freqüentemente um instrumento, como uma guitarra solo, pode ter um papel relativamente menor ou coadjuvante a desempenhar numa mix, exceto por talvez os 20 ou 30 segundos quando é realçado num break. Quando este é o caso, o uso das técnicas mostradas nas sub-seções precedentes podem geralmente ser bem efetivo para trazer aquele instrumento à vida. Lembre que usando envelopes de bypass, você pode rodar uma FX Chain completamente separada para uma passagem de uma música e não aquela usada pelo resíduo da canção. Se o uso de envelopes de bypass parece muito incomodo, há uma técnica diferente que você pode usar: 1.
Crie uma nova track imediatamente abaixo da faixa que contém o instrumento a ser destacado no break principal.
2.
Crie um Pre-FX send a partir da faixa original (com o Media Item) para a nova faixa.
3.
Insira uma FX chain multidimensional na nova faixa. Use qualquer outro efeito que você achar apropriado na faixa original.
4.
Use envelopes de volume para criar um cross-fade entre as duas faixas durante o break principal.
Um exemplo disto é mostrado acima. A Track 3 contém a Guitarra Solo. Um Pre FX Send é usado para enviar uma cópia deste sinal de áudio até a Track 4. A FX Chain multidimensional foi inserida na FX Windows para a Track 4.
140
3 – Mixagem Espacial Envelopes de Volume foram usados nas Tracks 3 e 4 para criar o cross-fade entre as duas faixas no começo e no fim do lead break. Antes que você note, estará criando lead breaks muito melhor do que você já pensou ser possível! Apenas requer prática, persistência e paciência. Exemplo 1.
Abra o arquivo RosesBloom LEAD e imediatamente salve-o como RosesBloomLEAD 1.
2.
Vamos fazer algum trabalho na faixa Slide de forma que os últimos 30 segundos ou algo assim da música destaquem este instrumento.
3.
Selecione esta faixa (Track 5) e aperte Ctrl T para inserir uma nova faixa imediatamente depois. Nomeie esta nova faixa como Slide Solo.
4.
Abra a I/O Window para a nova faixa. Defina-a como tendo oito canais e adicione um Pre FX receive a partir da faixa Slide, como mostrado.
5.
Na FX Window desta faixa, insira uma instância do ReaEQ e ajuste como mostrado aqui. O efeito de tirar um pouco de fullness e um pouco de brilho deste instrumento, enquanto se adiciona um gain para compensar no geral, será fazer o instrumento parecer estar um pouco mais atrás na mix sem que seja necessário que ele seja mais quieto.
6.
Agora adicione um envelope de Volume a esta faixa. Adicione os nodes (pontos) necessários para abaixar esse envelope em toda a extensão logo após o ponto na música onde os vocais terminam.
7.
Adicione um envelope de volume a nossa nova faixa Slide Solo. Arraste esse envelope todo para baixo até o –inf e então o aumente até cerca de 0dB bem perto do ponto onde os vocais param. Veja a ilustração à direita.
141
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 8.
Abra a FX Window para sua faixa Slide Solo.
9.
Insira nesta FX Chain uma instância do Mixer 8xM 1xS.
10. Logo acima deste, insira uma instância do seu JS:LOSER/4BandSplitter. 11. Com o tempo, você vai provavelmente querer experimentar com os ajustes para conseguir os melhores resultados. Para começar, tente ajustes similares a estes mostrados aqui. 12. Crie um loop para os últimos 15 segundos da música. Toque a música enquanto você faz seus ajustes. 13. Entre o Splitter e o Mixer, insira uma dinstância do ReaComp e uma instância do ReaDelay. 14. Sete o Main Input left e right do ReaComp para apenas Channels 3 e 4 respectivamente. Sete seus Outputs left e right para apenas Channels 3 e 4 respectivamente. Ajuste de forma a aplicar uma compressão bem gentil a estes canais. Um possível set de ajustes que você pode usar é mostrado aqui. 15. Selecione o plug-in ReaDelay. Faca os ajustes necessários aos ajustes do plug-in para garantir que ele tenha seus únicos inputs (left e right) dos channels 5 e 6 respectivamente e também direcione seus outputs (left e right) apenas àqueles mesmos canais. 16. Faca tais ajustes ao outros parâmetros do plug-in de forma a aplicar um delay bem sutil. Um possível set de ajustes sugerido é mostrado aqui. 17. Selecione seu plug-in Mixer. Ajuste os níveis de volume e posições de pan para seus oito canais até que esteja feliz com seu som.
142
3 – Mixagem Espacial 18. Faça quaisquer ajustes adicionais que você queira aos seus envelopes ou quaisquer outros parâmetros. Você deve agora notar que depois que o vocal acaba, o Slide Solo parece vir à frente na mix assim como se espalha para dominar o palco. 19. Uma vantagem significativa de usar este método é que para alternar entre suas duas faixas de slide em qualquer momento você tem que fazer ajustes em apenas dois envelopes, ao invés de um número inteiro de plug-ins e outros parâmetros. Nota: O arquivo RosesBloom LEAD 1A contém um possível resultado para este exercício. Abra este arquivo, toque-o e examine seus ajustes.
O diagrama abaixo representa o fluxo de sinal para o sinal de áudio da Slide Guitar neste projeto.
143
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 3.10.12 Reverb Multi-Canal Já exploramos algumas possibilidades para explorar o Reverb no REAPER, algumas destas de formas que podem ser novas para você. Este próximo exemplo vai apresentar a você uma outra. Neste caso, vamos tomar um dos nossos projetos e adicionar um toque de reverb à nossa mix do geral. Vamos fazer isso, no entanto, de tal forma que dividindo a nossa faixa de Reverb (bus) em vários canais, variações nos nossos ajustes de Reverb sejam aplicadas a diferentes amplitudes de freqüência e também balanceadas diferentemente. Esta técnica tem um número extraordinário de permutações e possibilidades. Neste exemplo, vamos empreender a busca do Santo Graal do reverb – o uso do reverb para adicionar profundidade e calor à nossa mix enquanto ao mesmo tempo na verdade melhora-se a clareza. Exemplo 1.
Abra o arquivo Pelverata Frost VERB e imediatamente salve-o como Pelverata Frost VERB1.
2.
Depois da última faixa, adicione uma nova faixa e a nomeie Multi Verb. Certifique-se que ela não esteja incluída na sua track folder Instruments.
3.
Exiba a janela I/O para esta faixa e defina o número de canais para quatro.
4.
No mixer view, certifique-se que tanto os FX Inserts e Sends estão visíveis.
5.
Arraste e solte para criar sends a partir das faixas Bandolim, Violão, Lead Gtr e Banjo à sua nova faixa Multi Verb. Veja a ilustração abaixo.
6.
Note que não há send da faixa Bass. Na verdade é uma prática bem comum não adicionar reverb a um baixo.
7.
Solo na faixa Multi Verb e ajuste os níveis de cada send para conseguir uma mix equilibrada.
8.
Na FX Window para a faixa Multi Verb, insira as duas instâncias do Kjaerhus Audio Classic Reverb. Ajuste um destes para bypass.
144
3 – Mixagem Espacial 9.
Para o plug-in de reverb ativo, estamos buscando a criar um som que vai adicionar Reverb mas também manter o brilho. Um room size bem pequeno, um predelay muito curto, early reflections bem modestos e um valor de low cut bem agressivo vai nos ajudar a criar este som.
10. Um possível ser de ajustes para conseguir este efeito é mostrado na primeira das duas ilustrações à direita. 11. Agora ajuste este Reverb para bypass e incorpore o outro plug-in Reverb. Remova o ajuste bypass deste plug-in. 12. Para este segundo plug-in, queremos criar um efeito de reverb mais cheio e exuberante. 13. Para esta instância, vamos precisar de um room size grande, mais predelay, um valor de low cut muito mais baixo e outras mudanças aos vários parâmetros. Uma solução de resultado possível é mostrada na ilustração de baixo das duas à direita. 14. Quando você conseguir o som que você quer, remova o estado de bypass de ambos os plug-ins de reverb e toque a música. 15. você pode notar que o efeito dos dois reverbs diferentes é criar um tipo de confronto. Podemos resolver isto com o uso da divisão de canal e do panning. 16. Ao fim da FX chain da faixa Multi Verb, adicione seu plug-in Channel Mixer. Coloque os faders de volume todo para a esquerda em todos os canais, exceto Channels 1, 2, 3 e 4. 17. Selecione seu primeiro plug-in de reverb e mude seus outputs para apenas Channel 3 (Esquerda) e Channel 4 (Direita). 18. Agora toque a música outra vez, com o Reverb Bus em solo. 19. Ajuste as posições e volumes do pan para seus quatro canais até que você consiga o reverb que soe o melhor que você puder. 20. Você deve provavelmente vai querer usar faders de volume mais altos para os Channels 3 e 4 do para 1 e 2 porque os Channels 3 e 4 estão dando ao seu Multi Verb sua clareza e definição, enquanto os Channels 1 e 2 vão tender a produzir um efeito mais distante. 21. É importante que cada canal esteja balanceado suficientemente para longe uns dos outros para terem seu próprio espaço. 22. Como regra, você colocaria o mais presente dos canais (3 e 4) mais perto do centro, com os sons mais distantes dos outros canais se perdendo na distância.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER
23. Um resultado possível é mostrado à direita. 24. Você pode colocar o JS:utility mixer depois do mixer, para evitar que o output desta faixa fique muito alto. Defina um output máximo de cerca de -3dB. 25. Tire o solo da faixa Multi Verb e toque a música. Ajuste o fader de volume da faixa para se adequar. Você também pode precisar fazer mudanças em alguns ajustes de um plug-in individual. Salve seu trabalho. Nota 1: O arquivo Pelverata Frost VERB1 A contém um possível resultado para este exercício. Abra o arquivo, toque-o e explore seus vários ajustes. O quadro de fluxo abaixo representa o fluxo de sinal para este projeto. Nota 2: Este exemplo apresenta a você uma gama inteira de possibilidades. Por exemplo, você pode usar o ReaVerb em uma ou mais cadeias de reverb, além disso, você também pode inserir outros efeitos, como Equalização às suas cadeias.
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3 – Mixagem Espacial 3.10.13 Questões de Phasing Quando você aplica efeitos como Delay e Equalização a um sinal de áudio, sempre há o risco de que questões de phasing possam se levantar. Simplificando, qualquer coisa que você faz que afeta o tempo que um sinal leva para alcançar seus ouvidos pode potencialmente colocar parte do sinal parcialmente fora de phase. Se isto acontecer, você vai notar seu instrumento soando sem graça, sujo e provavelmente mais quieto do você acha que deveria. Uma forma de resolver esta questão é analisar seus ajustes de Equalização, individualmente e em combinação, para identificar onde o problema está ocorrendo e que passos você deve tomar para consertá-lo. Esta abordagem é o método mais comumente usado. No entanto, com a mixagem multidimensional você deve freqüentemente notar que você pode usar uma abordagem diferente e mais interessante. Tente ajustar os parâmetros de pan no seu channel mixer. Separando desta forma a combinação de ajustes que está causando o problema você deve poder conseguir um resultado satisfatório.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Notas
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3 – Mixagem Espacial
4
Mixagem Artística
Para muitos de nós, este é o aspecto da mixagem que é mais desafiador e satisfatório. Aqui é onde você tem a oportunidade de pegar uma boa mix e fazer dela uma mix fantástica. Esta curta seção visa dar a você algumas linhas de direção que você pode aplicar quando for decidir como melhor mixar suas músicas. •
Entenda a Música. Na hora em que chegamos neste estagio do processo de mixagem, cada mix é um trabalho único. Escute a música cuidadosamente. Experiência ela até o fim bem dentro de si mesmo. Descubra o que ela está tentando dizer. Uma música de amor calorosa, com esperança e positiva, mais provavelmente vai pedir uma mix quente e suave. Uma música de angústia e desespero vai provavelmente precisar ter um certo “edge” sobre seu som.
•
Entre no Clima. Seguindo a partir do ponto anterior, qual é o clima geral da música? Se é plácido e gentil, então assim você deve ser. Por outro lado, uma música dramática e poderosa pode estar clamando por ajustes dramáticos de Equalização e panning (e talvez mais) à medida que a música se desenvolve.
•
Ouça a Melodia. Entenda e aprenda a sentir a linha melódica da música. Uma linha complexa pode requerer pouco ou nenhum efeito e é melhor que se deixe ela falar por si só. Em contraste, uma melodia simples (e talvez simples demais) pode ser incrementada com muitas das técnicas abrangidas neste livro de mixagem, como fattening (engordar), equalização, delay ou reverb.
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Não Lute contra o Ritmo. Como regra geral, quanto mais complicado é o ritmo, menos você deve querer interferir nele. Para um ritmo complicado, seu desafio é enfatizar clareza e distinção. Para um ritmo mais simples, você pode precisar usar efeitos de uma forma criativa para mantê-lo interessante.
•
Use Efeitos de Som (mas moderadamente). Ouça cuidadosamente a letra. Freqüentemente você vai descobrir oportunidades onde elas estão implorando por melhorias. “Você está ouvindo o soar do sino da igreja?” pode ser a sua deixa para adicionar um sino de igreja em algum lugar ao fundo. “Eu ouço aquele trem se vindo” pode estar justamente pedindo pelo som distante de um trem se aproximando. Não exagere, no entanto, ou você vai deixar seus ouvintes loucos!
•
Perceba o Arranjo. Não faça nenhum pré-julgamento aqui. A simples lógica pode ditar que um arranjo magro (talvez vocal e violão apenas) deva precisar ser engordado e preenchido, enquanto um som de full band vai precisar de eliminações e emagrecimento. Mas a simples lógica não está sempre correta. Algumas vezes aquele arranjo simples funciona melhor quando mais magro. E algumas vezes a forma de lidar com aquela mix cheia e complexa pode ser apenas deixando-a mais cheia e mais complexa.
•
Menos Pode Ser o Melhor. Muitas mixagens sofrem por serem muito cheias de detalhes. Isto foi discutido antes – dependendo do estilo de música, talvez você queira uma parede de som, talvez não. Em ambos os eventos, freqüentemente um instrumento pode ter mais impacto numa música sendo sub-usado do que super- usado. Este pode ser o caso, por exemplo, de uma flauta ou ocarina, que pode soar melhor sutilmente aumentada e diminuída do que presente todo o tempo.
•
Procure Construir Sua Mix. Dependendo em parte do clima da música e da própria letra, considere segurar alguns instrumentos e introduzi-los gradualmente em diferentes estágios da sua mix. Esta é uma técnica muito antiga que tem sido usada em muitas gravações de sucesso desde praticamente o começo das gravações de sucesso. Isto se deve ao fato de que quando usado apropriadamente, isto pode ser bem efetivo.
•
Permaneça com a Estrutura. Ouça buscando mudanças na estrutura da música. Deve haver uma oportunidade aqui para sermos realmente criativos mixando diferentes partes da música diferentemente. Estas mudanças podem ser maiores ou menores, dependendo da música. Um exemplo óbvio disto é mudar o balance, som e posicionamento de vários instrumentos durante qualquer lead break, ou durante uma ponte da música.
149
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Notas
150
3 – Mixagem Espacial
5
Cozinhando a Mix
5.1
Introdução
Como dito no preâmbulo, este livro de mixagem busca ajudar você a produzir grandes mixagens que estarão prontas para serem masterizadas. Ele não leva você ao reino da masterização. Há um número de razões para isto, que incluem: 1.
Nem todo mundo vai querer fazer sua própria masterização. Muitos preferem deixar suas mixagens prontas para a masterização e então passam os projetos para um masterizador profissional.
2.
Deste usuários do REAPER que preferem fazer sua própria masterização, todos provavelmente usam um programa à parte como Sound Forge, Wavelab ou CD Architect para este propósito.
3.
Masterizar é uma arte especializada e uma ciência com suas próprias regras. Esta técnica, conhecimento e habilidades requeridas para isto estão mais longe de serem específicas do REAPER do que qualquer outro assunto abordado neste livro. Não faltam livros de qualidade que foram escritos sobre o assunto masterização, nenhum melhor na minha opinião do que Mastering Audio, de Bob Katz. Seria ridículo da minha parte, se eu sugerisse que eu tenho qualquer conhecimento ou sabedoria a oferecer além desta.
O que você vai ver, no entanto, em alguns dos casos estudados que seguem, são alguns exemplos de como você pode adicionar aqueles toques finais às suas mixagens que vão deixá-las prontas para a masterização.
5.2
Ordem de Mixagem
Não há uma ordem dura e rápida que você possa usar para abordar suas faixas quando deixa sua mix pronta para a masterização. Pessoas diferentes terão idéias diferentes. Esteja preparado para experimentar até que encontre uma metodologia que se adeque a você – e esteja preparado para ser flexível. Dito isto, se no momento você está se debatendo imaginando por onde começar, você pode considerar isto como um ponto de partida. 1.
Mute em todos os vocais. Comece com os instrumentos de ritmo básicos. Deixe seu panning, equalização e assim sucessivamente o mais correto que você possa. Considere qualquer outro efeito que possa ser necessário. Há algum instrumento principal que soa muito magro, por exemplo, e possa beneficia com um toque de shadow panning ou bookend panning?
2.
Lide com a percussão. Cheque especialmente como você pode precisar usar panning, equalização, gate e compressão aqui.
3.
Adicione seus outros instrumentos. Estes podem incluir instrumentos que tem papeis coadjuvantes. Considere ajustar seu panning com o tempo para fazer room para eles. Este também é o momento de lidar com quaisquer instrumentos que precisem ser destacados como instrumentos principais durante um break.
4.
Mute em tudo exceto seu vocal principal. Deixe seu timbre, forma e outras qualidades o mais próximo de como você sente que deva parecer na mix final. Considere qualquer tratamento especial que o vocal principal possa precisar.
5.
Adicione qualquer harmonia vocal ou backing vocals.
6.
Traga de volta à sua mix todos os instrumentos. Você vai agora quase que certamente precisar fazer ajustes pelo menos nos níveis de panning e volume, possivelmente também à equalização para criar o espaço acústico necessário para todos os seus instrumentos, e possivelmente ajustes aos parâmetros do seu compressor.
7.
Identifique oportunidades onde você possa adicionar alguns toques artísticos adicionais. Estes podem ser ajustes no panning ou equalização em pontos para fazer a mix mais variada e interessante com o tempo.
8.
Esteja ciente de que o processo é interativo. Se você não gostar de algo que fez antes, volte e mude.
151
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 5.3
Pseudo-Masterização
A questão inteira da masterização pode criar um sério dilema, especialmente para os usuários menos experientes. O que você faz se você não tem dinheiro suficiente para pagar um engenheiro de masterização profissional, não tem experiência suficiente pata masterizar num padrão profissional por si só, mas precisa produzir, digamos, uma gravação demo. Como uma tentativa de disponibilizar uma solução paliativa, eu adicionei uma seção neste livro – PseudoMasterização. Temo que isto vá fazer com que muitas sobrancelhas levantem. Nesta seção, serão mostradas algumas técnicas relativamente diretas que podem pelo menos melhorar o som do geral da sua mixagem final. Esta PseudoMasterização não tem o intuito de servir de forma alguma como substituta da masterização correta. A pseudomasterização deve apenas ser considerada em circunstâncias específicas, e então apenas como solução de curto prazo. Enquanto isto, vamos ver as questões envolvidas na pré-masterização - ou seja, deixar seu projeto pronto para ser masterizado por outra pessoa.
5.4
Pré-Masterização
Basicamente, estamos analisando aqui que mudanças você pode querer fazer para sua Master para trazer sua mix ao seu melhor padrão possível antes da masterização. Há uma regra de ouro que se aplica aqui. Se estiver em dúvida, não faça! Qualquer engenheiro de mixagem vai dizer a você que eles preferem trabalhar com uma mix que está inacabada do que uma que está além da conta. Você deve evitar o uso de plug-ins de masterização como Linear Phase EQ, Multiband Compressors, Digital Detailers, Dynamizers e Mastering Limiters. Também fique longe de programas de masterização como T-Racks e Ozone – a não, claro, que você esteja fazendo a masterização por si só. Lembre sempre que qualquer coisa que você faz ao Master vai se aplicar à mix inteira. Não use isto para corrigir falhas dentre da própria mix. Por exemplo, se seu instrumento soa muddy (sujo), volte e reveja como você manuseou os instrumentos. Na medida do possível, você deve sempre corrigir os problemas na sua fonte. Dito isto, aqui vão algumas questões que você pode querer considerar quando trabalhar com a track master do seu projeto. Antes que você tente qualquer um deles, leia o aviso oferecido na seção 5.4.5! 5.4.1
Equalização
Se você quiser, pode usar um pouco de equalização para gentilmente moldar o som do geral da sua mix final. Tal aplicação deve ser sutil e irá refletir tanto quanto qualquer outra coisa sua interpretação do gênero musical do projeto. Tipicamente, isto é usado para adicionar um pouco de warmth (claro) e/ou ar ao projeto. Um exemplo de como isto pode ser feito é mostrado aqui. Algumas pessoas também preferem usar esta equalização para valorizar o bottom end em cerca de 40 ou 60 Hz, abaixo do nível da audição humana. Isto pode ajudar a evitar o zunido desconfortável que pode algumas vezes ser sentido quando músicas contendo uma boa quantidade de grave são tocadas em alguns aparelhos de som. Mais tarde neste livro você vai encontrar um exemplo onde isto foi feito.
152
3 – Mixagem Espacial 5.4.2
Stereo Enhancer
Alguns dos plug-ins disponibilizados pelo REAPER podem ser usados para incrementar as qualidades stereo da sua mix final. Incluem-se Loser’s Stereo Enhancer e Stereowidth da Stillwell (mostrados aqui). Se você usar algum destes, seja conservador na sua aplicação. Use-os moderadamente se você pensa que sua mix pode ser beneficiada com alguma separação. 5.4.3
Ajuste de Volume
Você deve buscar produzir um nível de output adequado para a masterização. Se sua mix está muito quieta, isto pode representar dificuldades para o engenheiro de masterização. Como regra, você deve buscar: •
Peak Volume entre -6 dB e 0 dB.
•
Peak RMS em cerca de -12 dB.
Esteja preparado para ajustar as opções do ser Master VU Meter para lhe ajudar a conseguir isto. Se você seus peaks estão muito baixos, a resposta é não aumentar o Master Volume Fader acima de 0 dB, pois isto pode resultar em clipping. O REAPER inclui um pequeno e útil Volume Adjuster que você pode usar para resolve este problema. No exemplo mostrado abaixo, este plug-in é usado para levantar o nível da faixa Master em 2 dB, mas também para garantir que em tempo algum o volume permitido vá acima de -3.0 dB.
5.4.4
Simple Limiter
Com mais freqüência do que ter problema com a sua mix soando muito quieta, você vai encontrar o problema dela estar muito alta, causando clipping na sua Master VU (veja à direita). Se este for o caso, use o método seguinte para resolver este problema: 1.
Levemente reduza os níveis dos faders de Volume nas suas várias faixas, até que o VU Meter da sua Master Track atinja o vermelho apenas muito ocasionalmente e então apenas momentaneamente.
2.
Você pode agora usar um Simple Limiter puramente para seus propósitos de prevenir o clipping. É mais sábio usar um simple limiter do que um mastering limiter neste estágio. Você pode facilmente dizer qual é qual – um mastering limiter tem muito mais controles e parâmetros do que um simple limiter.
153
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 3.
No exemplo mostrado aqui, o simples Utility Limiter tem apenas um controle – Max Vol. Se ajusta este controle para evitar que o output da sua Master Track vá acima daquele nível.
4.
Como antes, você deve usar isto em conjunto com o fader de volume da sua Master Track ajustado em 0 dB.
5.4.5
Fale com Seu Engenheiro de Masterização
Antes de fazer qualquer um destes passos acima, é uma boa idéia falar com seu engenheiro de masterização. Diferentes engenheiros estão mais acostumados com diferentes gêneros de música, assim como tem seus próprios métodos preferidos de trabalho. Eles devem ter sua própria sugestão quanto ao que você deve, e mais importante, não deve fazer quando for deixar sua mix final pronta.
154
3 – Mixagem Espacial Notas
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Notas
156
3 – Mixagem Espacial
6 Estudo de Caso 1: When The Roses Bloom Again 6.1
Introdução
Neste capítulo, vamos ver duas abordagens possíveis para mixar uma das nossas amostras de arquivos de projeto, When The Roses Bloom Again. A primeira abordagem cria um som cheio e produzido, bem no clima de uma música pop. A segunda busca um som mais “de volta à terra”, mais perto daquilo que você pode associar com música folk. Em ambos os casos, as musicas foram levadas ao estagio onde elas deveriam estar prontas para a masterização. Estas são apenas duas interpretações de onde você pode querer levar esta música quando mixá-la. Esteja ciente de que há muitas outras. Com mixagem, podem haver, de verdade, muitas respostas erradas, mas é mais raro haver apenas uma correta.
6.2
A Mix Grande Produção
O arquivo RosesBloom MIX 1A contém uma possível mixagem para este projeto. Ele combina algumas técnicas que usamos em exemplos anteriores, mais outras mudanças. Abra o arquivo e salve como RosesBloom Mix 1B. Ouça e examine este arquivo em conjunto com as notas que seguem. 6.2.1
O Mixer
Uma olhada no Mixer deste projeto (acima) mostra que fizemos muito uso tanto de efeitos como de Sends/Receives. Examine os FX bins das várias faixas mais de perto e você também pode ver que este projeto também faz uso significante de divisão e junção de canais de áudio.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 6.2.2
O Track Layout
Da mesma forma, uma olhada no track layout (acima) mostra que esta mix também faz um bom uso de Track Folders. Isto apesar do fato de que para esta música simples apenas cinco faixas foram gravadas na verdade! 6.2.3
O Vocal Principal
O Vocal Principal neste exemplo foi mixado da maneira do nosso exemplo de Spacey Vocals que foi analisado numa seção anterior. Os ajustes reais foram otimizados para se adequarem a mix geral. Além disso, mais dois plug-ins foram adicionados ao fim da FX Chain – ReaComp e ReaEQ. Seu propósito principal é domar os ocasionais picos de vocal excessivos saído do channel mixer, e fazer a faixa de vocal em geral um pouco mais quente e mais suave. Se você tocar a música com e sem estes dois efeitos em bypass, você deve poder avaliar seu efeito. 6.2.4
Harmonias Vocais
As duas harmonias vocais gravadas (Tracks 3 e 4) estão contidas na pasta Dreamy Vocal Harmonies e a elas foi aplicado um tratamento similar àquele usado previamente neste livro. A Track 3 também é enviada à Track 6 e Track 4 à Track 7 (Ambos Pré-FX). Estes são tratados de uma maneira similar à nossas harmonias brilhantes num exemplo anterior. Ambas faixas estão na pasta Bright Harmony Mix. Ambas pastas recebem um send da faixa Vox Lead para o único propósito da compressão sidechain. As Tracks 6 e 7 fazem uso de envelopes de automação de volume para permitir que a frase seja empurrada através da compressão sidechain, assim criando uma sensação mais natural e vívida à mix. 6.2.5
Guitar e Guitar Neck
Não há nada muito fora do comum em como estas faixas foram mixadas. A equalização é usada para adicionar um pouco de bottom end. Isto tanto enfatiza a fullness do instrumento como adiciona um pouco a uma área na qual a mix tinha falta. A lei do Pan para ambas faixas dói mudada de -3.0 para -1.5. isto ajuda o instrumento a soa razoavelmente pra frente na mix mesmo quando empurrado para fora. Note também que ambas as faixas são deslocadas para fora para os extremos left/right da mix durante o solo Slide Guitar ao fim da música.
158
3 – Mixagem Espacial 6.2.6
Slide e Slide Solo
Aqui usamos o roteamento para enviar uma copia da nossa faixa Slide Guitar para uma nova faixa chamada Slide Solo. A esta última faixa foi dado o tratamento do Instrumento Principal que foi analisado anteriormente neste livro. 6.2.7
Submix de Instrumento
Note que as quatro faixas de violão e slide guitar estão todas roteadas para o Master via uma Submix de Instrumento. A razão principal para isto é permitir que a compressão sidechain seja aplicada à submix Instrument. Note que os Post Fader Receives vêm para esta submix tanto da Lead Vox quanto da Bright Harmony Mix.
6.2.8
Reverb Bus
No fim da track list você pode ver que outra faixa extra foi adicionada, chamado Reverb. Isto é usado para adicionar um toque a mais de reverb à sua Instrument Mix, assim como um pouco de reverb à sua Lead Voz e Bright Harmony Mix. Lembre que o reverb aumenta o senso de profundidade e distância. Adicionando um pouco mais de reverb ao instrumento do que aos vocais, ajudamos a manter o vocais mais à frente na mix. 6.2.9
Master
Fizemos muito pouco com a Track Master. Basicamente adicionamos dois efeitos – ReaEQ e o JS: Utility Limiter. O Equalizador é usado para esquentar a mix geral um apenas um pouco e para adicionar algum ar a esta. Nós então adicionamos apenas alguns decibéis ao gain geral, para garantir que o volume do geral do output da música seja adequado para a masterização . O Utility Limiter é simplesmente uma precaução para evitar o output de clipar em qualquer estágio.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 6.3
A Mix mais Simples e mais Gentil
O projeto RosesBloom MIX 2ª contém uma mix alternativa para esta música. No geral, ela busca criar um som menos produzido, mais suave e mais natural. Uma forma com a qual ela faz isto é fazendo menos uso da presença e mais da width. Isto deve ser especialmente notável com o vocal principal e o Slide Guitar solo que ocupa cerca dos 30 últimos segundos da música. Mesmo uma rápida olhada na Mixer View e Track View vai lhe dar uma indicação que esta é uma mix menos complexa. Menos uso é feito de Track Folders, efeitos e Divisão de Canal, e há menos faixas.
Abra este arquivo e dê o play. Escute-o cuidadosamente e compare com a mix anterior. Pergunte-se sobre questões como quais são as maiores diferenças e qual você prefere. Você deve agora estar pronto para examinar e analisar as características e pontos de distinção desta mix em particular.
160
3 – Mixagem Espacial 6.3.1
O Vocal Principal
Este recebeu basicamente o tratamento Vocais Suaves que foi explicado numa seção anterior. Em adição, um pouco de gentil compressão foi adicionada ao fim da FX chain, e um send foi adicionado à Track 8 (Reverb bus) 6.3.2
Harmonias Vocais
Estas receberam muito pouco tratamento. Isto ajuda a preservar a simplicidade desta gravação. Em ambos os casos, elas foram balanceadas cerca de 20% para um lado e uma razoável quantidade de compressão foi usada para empurrá-las um pouco para trás, atrás do vocal principal. Isto garante que nenhum sidechaining seja necessário. Numa situação adversa quando uma nota ou duas ainda querem pular para fora um pouco, isto serve para melhorar a autenticidade do som. Assim como com o Vocal Principal, um pouco de Reverb foi adicionado à estas faixas, significantemente mais do que foi adicionado ao Vocal Principal. 6.3.3
Guitar e Gtr Neck
As duas faixas de violão foram balanceadas cerca de 50% left e right respectivamente... e a não ser pela adição de um pouco de reverb, isto foi quase tudo. Nos casos da primeiras das duas faixas, a equalização foi modestamente aplicada para fazer a faixa ficar um pouco menos à frente. 6.3.4
Slide Guitar
Esta faixa (Track 7) é a faixa cujo tratamento varia mais dramaticamente do que na outra mix. Olhe atentamente para a FX Chain e sends desta faixa. Note também que esta faixa alocou 4 Track Channels. O ReaEQ foi usado para fazer o instrumento soar um pouco mais presente. O output do ReaEQ é alimentado tanto pelo ReaDelay quanto pelo ReaComp. A output com gentil compressão do ReaComp é alimentado pelo Volume e Pan faders da Track 7. Note, no entanto, que o output do ReaDelay é enviado apenas para os Channels 3 e 4, não para os Channels 1 e 2. Como não usamos um channels mixer aqui, o sinal com delay não é adicionado ao output da Track 7 de forma alguma. Ao invés disso, o output do ReaDelay é enviado via dois sends à faixa Guitar e à faixa Gtr Neck, em cada caso balanceada mais além para fora. Por exemplo, Track 5, Guitar, já está balanceada cerca de 50% left, e o sinal vindo através do seu receive da Track 7 está balanceado mais à left outra vez. A Track 6, Gtr. Neck, já está balanceada cerca de 50% right, e o sinal vindo através do seu receive da Track 7 é balanceado mais à right outra vez. Esta é uma suave variação da técnica de Shadow Panning que encontramos anteriormente. O volume dos sinais enviados da Track 7 para a Track5 e 6 é controlado por dois envelopes de automação. Exceto em um ou dois lugares anteriores onde eles foram usados brevemente para efeito, estes envelopes são abaixados até os últimos 30 segundos ou quase isso de música. Você pode acertar o efeito deste arranjo escutando ele. Mais do que vir à frente na nossa mix (o que é o que acontece em RosesBloom MIX 1ª), o instrumento se espalha para ocupar mais width (abertura). O resultado é para certamente dar seus 30 segundos de fama, mais de uma maneira mais relaxada e tranqüila.
161
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER O quadro de fluxo abaixo representa o fluxo de sinal para a Slide Guitar nesta mix. O Reverb send não é mostrado no diagrama porque não é relevante ao conceito que está sendo ilustrado.
6.3.5
A Mix de Instrumentos
Finalmente, o nível geral dos sinais combinados de Guitar, Gtr Neck e Slide Guitar é controlado pelos faders do Instrument Mix. Esta faixa contém uma instância do ReaComp que é controlado pelo sinal Vox Lead como um compressor sidechain. 6.3.6
A Master
Como antes, o ReaEQ é usado para esquentar a mix, adicionar um pouco de ar e aumentar o volume suficientemente para que esteja pronto para ser masterizado. Um limiter é adicionado como precaução contra o clipping.
6.4 A Tarefa do Projeto Agora é a sua chance de colocar em prática o que você aprendeu! Abra o arquivo RosesBloom e salve como RosesBloom MIX 3 Agora mixe!
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3 – Mixagem Espacial Notas
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Notas
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3 – Mixagem Espacial
7 Estudo de Caso 2: Pelverata Frost 7.1
Introdução
Neste capítulo vamos examinar, analisar e desconstruir um mix de uma das nossas amostras de arquivos de projeto, Pelverata Frost. Você vai então ter a oportunidade de criar sua própria mix para este projeto. A mixagem coloca em prática muitos dos tópicos abordados neste livro, mas há um aspecto que você deve achar especialmente interessante. Este projeto é um simples arranjo de apenas cinco instrumentos, mas ele usa múltiplos sends para construir a música de forma que, com o tempo se aproximando do fim, ele consiga um som notadamente mais encorpado por completo. Especialmente com música acústica, esta pode ser uma abordagem muito mais natural e dinâmica para preencher uma mix do que, digamos, o uso da compressão multi-banda. Então, vamos começar. Abra o arquivo Pelverata Frost MIX 1ª e imediatamente salve-o como Pelverata Frost 1B. isto irá facilitar para você, se você fizer quaisquer mudanças, recuperar ao arquivo seu estado original à qualquer momento. Toque a música. Note como a música se constrói. Em cerca da marca de 1 minuto e 25 segundos o som se torna notadamente cheio, ainda que cada instrumento individual possa ser ouvido com grande clareza. Para propósitos de comparação, compare este com o som do arquivo original como gravado, Pelverata Frost MIX 1. você vai notar logo de cara que o som do arquivo original é muito menos cheio do que a versão mixada. Analisando esta mix, você deve desenvolver confiança na sua habilidade de criar um som muito cheio mesmo dispondo de arranjos esparsos, se for isto o que você queira. Agora vamos examinar o arquivo mixado Pelverata Frost MIX 1ª um pouco mais de perto.
7.2
O Layout das Faixas
Como a ilustração acima mostra, este projeto tem uma estrutura de faixas muito simples. Ele contém cinco faixas gravadas – Mandolim, Guitar, Bass, Lead Guitar e Banjo, e não há track folders. A faixa Lead Featured é simplesmente uma duplicata da faixa Lead Guitar. Uma faixa separada é usada para habilitar certos efeitos para que sejam aplicados lead break no qual o instrumento está destacado. A última faixa Reverb é simplesmente um reverb bus.
165
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 7.3
A Matriz de Roteamento
Vamos começar com uma olhada na matriz de roteamento deste projeto.
Você pode ver que embora este projeto contenha apenas um pequeno número de faixas, há sends pra todo lado. Você pode passar seu mouse sobre qualquer uma das intersecções na matriz (como mostrado acima) para exibir uma tooltip com informações sobre aquele send. Para informações mais detalhadas (ou para fazer ajustes) você pode claro clicar com o botão direito sobre a intersecção . Na visão geral, no entanto, este projeto usa sends de quatro formas: 1.
O Track 7 é em efeito, um Reverb bus. Os Sends para esta faixa vindos de outras faixas são usados para adicionar algum reverb a cada um destas faixas. Ajustando os níveis de sends individuais, a quantidade de reverb adicionado individualmente a cada faixa é controlado. Se você quiser, você também pode usar o pan control nestes sends para criar uma sensação maior de width.
2.
Os Sends vindos da Guitar tanto para o Mandolim quanto para o Banjo são usados para espalhar o som do violão de forma que ele ocupe mais width. Isto possibilita que ele tenha um papel forte o suficiente na mix, enquanto que ao mesmo tempo se mantém mais para trás.
3.
Sends complementares vindos da Lead Guitar e Banjo (ex.: um de cada para o outro) são usados para permitir um som mais cheio ser construído à medida que o som progride. Estes sends são aumentados gradualmente mais tarde na música.
4.
Um send vindo da Lead Guitar para uma faixa separada, Lead Featured, ativa as técnicas de divisão de canal para que sejam aplicadas a esta faixa, para ajudá-la a se sobressair durante um período de cerca de 25 segundos quando é destacada.
Nos casos 2 e 3 acima, estas são variações de técnicas de Bookend Panning e Shadow Panning. Nós já experimentamos com ambas técnicas em seções anteriores.
166
3 – Mixagem Espacial 7.4
O Mixer
Uma olhada no Mixer confirma o número de sends e receives que você vê na Routing Matrix. Níveis de send podem, claro, ser controlados a partir do Mixer. Note também que muito pouco efeito foi usado em algumas faixas (embora para a maior parte, bem conservadoramente). No caso tanto da Track 1 (Mandolim) quanto da Track 5 (Lead Featured), a divisão de canal é usada para criar um som mais cheio.
7.5
Os Instrumentos Individuais.
7.5.1
O Violão
Vamos começar dando uma olhada na Track 2, o Violão. Note o boost de equalização por volta de 2150 Hz. Isto levanta o violão um pouco acima da mix nesta freqüência. Quando você inspeciona outras faixas como o Bandolim, Violão Solo e Banjo, você vê que cada um destes tem um pequeno boost em diferentes freqüências. Isto ajuda a aumentar a clareza entre cada um destes instrumentos diferentes. Você também pode ver que há um send Pre-FX a partir do Violão para o Bandolim (Track 1). Este send está balanceado à esquerda do Bandolim. Isto ajuda a completar o espaço à esquerda do Bandolim.
167
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER
7.5.2
O Bandolim
Vamos ver em seguida a Track 1, o Bandolim. Note que isto é feito de quatro canais (veja acima). Um receive da Track 2, a faixa do Violão, é alimentado nos Channels 3 e 4 desta faixa. Este é balanceado à esquerda dos Channels 1/2. Uma quantidade muito pequena de Delay é adicionada ao sinal de Guitar antes que a equalização seja usada para fazer soar só um pouco mais brilhante. O próprio Bandolim tem alguma equalização aplicada antes que os quatros canais sejam unidos, depois do que uma gentil compressão é aplicada para evitar tanto que o instrumento (mas especialmente o bandolim) “perfure” quanto salte muito para fora da mix. O diagrama à direita representa o fluxo de sinal para a faixa do Bandolim. Note na própria faixa como muitas pequenas variações no panning são usadas ao longo da música. Esta técnica é também usada em outras faixas várias vezes. O efeito geral destas sutis mudanças é aperfeiçoar sutilmente a sensação de performance ao vivo desta gravação. 7.5.3
O Baixo
Só um pouco de equalização e compressão são aplicados para fazer o Baixo soar um pouco mais punchy. 7.5.4
O Violão Solo
Este é o instrumento que estaremos destacando mais nesta mix. Por esta razão demanda muita atenção. A própria Track 4 é bem simples. Ela usa equalização para adicionar um pouco de clareza ao instrumento. O truque principal trabalhado neste instrumento, no entanto, está no send para a Track 5.
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3 – Mixagem Espacial Esta faixa usa a divisão de canal com efeito (veja o diagrama à direita) para preencher e dar um boost no instrumento durante um período de cerca de 38 segundos até cerca de 63 segundas. Esta segunda faixa então é abaixada por cerca de 20 segundos antes de ser lentamente aumentada de volta para ajudar a construir um final dramático para a canção. 7.5.5
O Banjo
A equalização é usada nesta faixa para adicionar um pouco de corpo e refrescar um pouco o som. Note que durante os últimos estágios da música, o panning é mudado para os relativos um para o outro do Banjo e Violão Solo. 7.5.6
O Reverb
O ReaVerb foi usado para adicionar um pouco de reverb sendo incorporado a todas as faixas exceto o Baixo. Neste exemplo o Reverb Generator, Echo Generator e Arquivo (02-7 Plate Reverbs-10.wav) foram usados (junto com um LP/HP Filter) para criar um efeito não-usual mas também não-dominante de reverb.
Para este exemplo funcionar, você deve primeiro baixar os arquivos necessários em http://stash.reaper.fm/tag/Reverb-Impulses
Se você tocar a música primeiro com o reverb ligado, e então com bypass, depois ligado outra vez, você vai ver como esta combinação de reverb cria um abrangente senso de espaço. 7.5.7
A Master
Note como o ReaEQ foi usado para adicionar um pouco de calor, brilho e ar à mix geral (com uma redução de gain geral compensadora). Finalmente, um limiter é colocado ao fim da cadeia para evitar o clipping.
7.6
Tarefa do Projeto
Agora é a sua chance de colocar em prática o que você aprendeu! Abra o arquivo Pelverata Frost MIX 1 e salve como Pelverata Frost MIX 2 Agora mixe!
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Notas
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3 – Mixagem Espacial
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER
8
Estudo de Caso 3: Don’t Keep Me Waiting
A música Don’t Keep Me Waiting foi usada para ilustrar muitos dos conceitos apresentados nos vários estágios deste livro. Neste exemplo, vamos analisar um possível exemplo de uma mix final. Por ora você deve perceber que não há uma resposta simples e única para esta questão, “O que é uma boa mix?” (embora seja bem fácil definir uma ruim). Isto vai depender muito largamente de interpretação. O exemplo aqui representa uma destas interpretações. Você deve sentir-se encorajado a tentar sua própria. Abra o arquivo de amostra Don’t Keep Me Waiting MIX 1ª e imediatamente salve como Don’t Keep Me Waiting MIX 1B. você pode agora fazer quaisquer mudanças que queira a esta mix, sem, de forma alguma, mudar os ajustes do arquivo de projeto original. Toque o arquivo de projeto. Na produção desta mix, muita ênfase foi colocada na clareza dos diferentes instrumentos, junto com a criação do efeito de Edgy Vocals de que tratamos mais cedo. Se você notar que ao tocar este arquivo produz um som de estalos, pode tentar ajustar o Anticipative FX Processing em Options, Preferences, Áudio, Buffering. 8.1.1
Visão Geral do Projeto
Este projeto usa áudio ducking (sidechain compression) de uma forma suavemente mais sofisticada do que encontramos anteriormente. Note que o projeto contém duas pastas – Instrument Mix e Percussion Mix. Se você checar a janela I/O(Routing) para uma ou ambas, você vai ver que nenhuma delas envia seu sinal diretamente à Master. Ao invés disso, o output de ambas submixes é enviado à outra faixa chamada All Instruments. É nesta faixa que ambas as submixes são combinadas antes de serem enviadas para a Master. Este fato também pode ser discernido pela Matriz de Roteamento para este projeto. Este arranjo nos permite usar a compressão sidechaining de uma forma diferente e esperta. Usando sends a partir da faixa Vox podemos usar o vocal para compressão sidechain não apenas na faixa All Instruments, mas também na pasta Instrument Mix. Nenhuma compressão sidechain é aplicada diretamente à pasta Percussion Mix. Isso nos permite controlar o nível geral de todos os instrumentos musicais (para evitar que eles fiquem no caminho dos vocais), enquanto ao mesmo tempo preserva na medida do possível a dinâmica dos instrumentos de percussão como o Snare. Isto permite que eles preservem uma forte presença sem dominar muito o geral da mix de instrumentos. Combinado com os Edgy Vocals, isto busca criar uma sensação “natural” de performance ao vivo. O diagrama no topo da próxima página ilustra uma visão geral deste fluxo de sinal. Note que este não mostra todos os track FX, apenas aqueles que são usados para sidechain compression. Podemos ver que apesar dos arranjos bem complexos, os únicos feeds mostrados diretamente na Master são os da faixa Vox e da faixa All Instruments. (De fato, também há feeds na Master das duas faixas de Reverb, mas eles não são relevantes ao conceito ora discutido e ilustrado aqui.) Esta é uma área onde você deve pisar cuidadosamente. Se você experimentar fazer mudanças aos ajustes dos dois sidechain compressors (especialmente ajustes de Threshold e Ratio), você vai descobrir que mudanças relativamente pequenas aos parâmetros podem ter um efeito marcado no som geral.
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3 – Mixagem Espacial
Este quadro de fluxo mostra como o áudio ducking é usado duas vezes neste projeto – uma no Instrument Mix e então outra vez na pasta All Instruments. Você pode ver desta forma que o processo é de fato aplicado duas vezes ao Instrument Mix. Quando isto é feito, você deve ser cuidadoso em usar ajustes bem conservadores nos seus compressores.
O layout de faixa para esta projeto é mostrado abaixo:
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Finalmente, você também pode ver a partir da Matrix de Roteamento que há dois sends adicionais que podem ser identificados. 1. Um send a partir da pasta Instrument Mix para a faixa Instrument Verb. Isto é usado para adicionar algum reverb ao Instrument Mix. Se você quiser exercer mais controle sobre como o reverb é adicionado a instrumentos individuais, você pode deletar este send e adicionar sends à faixa Instrument Verb individualmente a partir de cada umas das três faixas Gtr Body, Gtr Neck e Harmônica. Alternativamente, ou adicionalmente, você pode usar esta técnica para aplicar extra reverb ou uma diferente forma de reverb a qualquer uma destas faixas se você quiser. 2. Um send a partir da pasta Percussion Mix à faixa Percussion Verb. Isto é usado para adicionar algum reverb ao Instrument Mix. Se você quiser exercer mais controle sobre como o reverb é adicionado a instrumentos individuais, você pode deletar este send e adicionar sends à faixa Instrument Verb individualmente a partir de cada umas das três faixas Kick, snare e Overhead. Alternativamente, ou adicionalmente, você pode usar esta técnica para aplicar extra reverb ou uma diferente forma de reverb a qualquer uma destas faixas se você quiser. 8.1.2
A Voz
A FX chain na faixa Vox é muito similar àquela usada no exemplo Smokey Vocals que foi analisado mais cedo neste livro. A técnica chave aqui é que com o Channel Splitting estejamos aptos a aplicar diferentes efeitos a diferentes amplitudes de freqüência, então mixar aqueles efeitos de volta numa amplitude de freqüência diferente. Isto é o que adiciona o feeling edgy (ou tensão) à voz. Esta técnica é usada com todos os primeiros quatro efeitos aplicados imediatamente depois do Four Band Splitter – ReaPitch, ReaComp, ReaDelay e ReaVerbate. Você pode examinar cada um destas janelas de efeitos para ver como isto é aplicado.
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3 – Mixagem Espacial As quatro faixas de áudio são mescladas usando o 8xM-1xS Mixer. Depois disto, um pouco de equalização é usado para fazer o vocal um pouco mais presente do que antes, então uma compressão final pata suavizar alguns dos extremos mais fortes no vocal. Você pode avaliar por si só o efeito de cada item de FX individual ajustando-o para bypass enquanto a faixa é tocada. 8.1.3
As Faixas de Violão
Não muito foi aplicados à estas faixas – apenas uma compressão pequena e gentil. 8.1.4
A Harmônica
Mais uma vez, muito pouco é feito aqui em questão de efeitos, a não ser por uma pequena compressão para suavizar alguns picos. Note também que para cerca de 40 segundos (da marca de cerca de 1 minuto e 40 segundos), esta é balanceada ao centro e levantando de forma que possa ser destacada num break. A faixa Vox é mutada neste ponto. Soltar um verso da mix neste ponto e destacar a harmônica desta forma resulta num arranjo mais interessante e variado. 8.1.5
O Instrument Mix
Esta mix engloba as duas faixas de Violão e a faixa de Harmônica. Note que por uns poucos segundos durante a intro, um panning ping-pong é usado para criar um efeito bem dramático com o Violão. Isto imediatamente cria interesse nos ouvidos dos ouvintes, antes que se nós sequer chegarmos à parte principal da música. O único plug-in usado no Instrument Mix é o ReaComp. Como já discutido, isto é usado como um ducking compressor para evitar que os instrumentos pulem sobre o topo do vocal. 8.1.6
O Kick
Aqui uma combinação de equalização e compressão é usada para dar ao kick mais corpo, calor e punch. O Gate é usado para cortar o vazamento de outros instrumentos. 8.1.7
O Snare
Esta faixa usa equalização e compressão para dar ao Snare mais presença e bite. 8.1.8
O Overhead
Note aqui como algum top end foi adicionado à gravação do microfone overhead do bumbo. Isto adiciona um pouco de brilho e ar à mix geral. 8.1.9
O Reverb
Diferentes ajustes de reverb foram aplicados às Mixes de Percussão e Instrumentos. Experimente fazer algumas mudanças que você queira. 8.1.10 A Master Não muito foi adicionado à faixa Master, simplesmente: •
Equalização foi usada para adicionar um pouco de calor e um pouco de ar.
•
Algum melhoramento sutil de stereo foi adicionado. Tente ajustar se você quiser.
•
Um limiter simples foi aplicado para evitar o clipping.
8.2 Tarefa do Projeto Agora é a sua chance de colocar em prática o que você aprendeu! Abra o arquivo Don’t Keep Me Waiting MIX 1 e salve como Don’t Keep Me Waiting MIX 2. Agora Mixe!
175
ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Notas
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3 – Mixagem Espacial
9
Os Toques Finais
9.1
Pseudo-Masterização
A questão inteira da masterização pode criar um sério dilema, especialmente para os usuários menos experientes. O que você faz se você não tem dinheiro suficiente para pagar um engenheiro de masterização profissional, não tem experiência suficiente pata masterizar num padrão profissional por si só, mas precisa produzir, digamos, uma gravação demo. Como uma tentativa de achar uma solução paliativa, você pode tentar aplicar as técnicas descritas nesta seção. Eu chamei de técnica de Pseudo-Masterização. Esta prática pode ser mais do que uma pequena controversa, e por muitos, sem dúvida, será considerada uma heresia. Você pode querer considerar seu uso apenas se não houver outro caminho aberto para você. Neste seção, será mostrado algumas técnicas relativamente direto ao ponto que se usadas cuidadosamente e moderadamente poderão pelo menos melhorar o som geral da sua mix final. Esta Pseudo-Masterização não tem a intenção de servir de forma alguma como uma substituta da masterização correta. A Pseudo-Masterização é apenas recomendada se você realmente não tiver outras opções, e então somente como solução de curto prazo. Depende de você testar e julgar por si mesmo se está feliz ou não com os resultados. Vamos usar quatro plug-ins que são disponibilizados com o REAPER neste exemplo. Eles são: Sstillwell Stereo Width – Este plug-in que encontramos brevemente nos nossos exemplos anteriores. Como o nome diz, pode incrementar a sensação de width da sua mix. ReaEQ – Este é um equalizador o qual agora já deve ser bem familiar a você. ReaXComp – Este é um compressor multi-banda. Encontramos ele em um dois exemplos bem lá atrás neste livro quando analisamos a Mixagem Corretiva. Neste exemplo ele terá um uso diferente. LOSER’s masterlimiter – Até agora usamos apenas um limiter simples. O Master Limiter é usado para ajudar a aumentar o volume geral de um projeto. Outra possibilidade é usar o LOSER’s MGS SJ Limiter. Exemplo 1.
Abra o arquivo RosesBloom PSEUDO MASTER e imediatamente salve como RosesBloom PSEUDO MASTER 1. você pode trabalhar com esta cópia. Certifique-se que o fader Master Volume está ajustado em 0 dB.
2.
Toque a música. Insira na Master Track uma instância de cada; Stillwell Stereo Width, ReaEQ, ReaXComp e LOSER’s masterlimiter. Deixe todos exceto o primeiro em bypass.
3.
Agora ajuste o plug-in stereowidth. O objeto deste exercício aqui é criar um som mais completo e ao mesmo tempo adicionar um pouco mais de claridade entre as diferentes partes, abrindo o stereo spread. Evite a tentação de simplesmente bombar tudo. Como regra geral, você deve querer que o volume percebido da música seja quase o mesmo esteja o plug-in agindo ou em modo bypass. Note que no exemplo mostrado a width e o centre spread tiveram ambos um boost mas o gain geral foi reduzido para compensar isto.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER Ajustes como aqueles mostrados acima farão freqüentemente uma diferença definida de como a mix soa. 4.
Este próximo comentário é um pouco evasivo mas é interessante. O plug-in JS:LOSER/gfxGoniometer pode ser
usado para analisar o efeito da sua imagem melhorada do stereo. Abaixo é mostrado o output deste plug-in com o plug-in Stereowidth em bypass (esquerda) e atuante (direita). O Goniometer aqui está colocado na FX Chain imediatamente após o Stereowidth.
Estas duas imagens ilustram o efeito de adicionar o plug-in Stereowidth à nossa FX chain; Você pode ver como este plug-in ajuda a criar um som significativamente mais cheio.
5.
Agora ative o plug-in ReaEQ. Nossa intenção aqui é tripla: •
Remover qualquer possível zunido que possa ocorrer em alguns sistemas de som em freqüências muito baixas abaixo do threshold da audição humana.
•
Adicionar um pouco de calor ao bottom end.
•
Adicionar um pouco de ar ao top end.
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3 – Mixagem Espacial Não é nossa intenção necessariamente usar este plug-in para aumentar o volume geral. De fato, se a sua dry mix está no lado quente, você pode até querer reduzir o gain um pouco neste estágio. Como um indicador bruto, você poderia ajustar o gain no plug-in de forma que tanto os primeiros dois plug-ins ativados, o VU meter da Master tenha peaks mais ou menos como mostrado à direita. 6.
Agora ative o plug-in ReaXComp e o selecione.
7.
Exiba a lista de presets e escolha o preset griz:Mastering 3 band electro. Note que há uma serie de presets de mastering. Você pode explorar a diferença entre estes ao seu lazer. Um compressor multi-banda funciona como um compressor normal, mas com uma diferença importante. Você pode aplicar diferentes ajustes à diferentes amplitudes de freqüência. Para cada amplitude definida, você pode puxar os peaks para baixo e levantar as passagens mais quietas, assim ajudando você a criar um som mais suave e mais plano. O quanto você vai querer fazer isto depende mais do que qualquer outra coisa do estilo da música. O importante é que você deve entender que o que está acontecendo aqui é uma troca entre volume e dynamics. Se tiver dúvida, seja gentil!
8. Toque a música, ajustando para cada banda o threshold, de forma que os VU meters verdes para cada banda acenda logo acima da linha vermelha do threshold para aquela banda (como mostrado abaixo para Band 2). Se estiver em dúvida, é melhor ser muito cuidadoso no começo do que ser aventureiro.
9.
Agora ative o plug-in LOSER/masterLimiter. Vamos usá-lo para aumentar um pouco o volume geral do nosso output. Isto é feito ajustando o controle de Threshold. Mais uma vez, o quão agressivo você deve ser depende em parte do estilo da música. Quanto mais agressivamente você aplica o limiter (deslizando o threshold mais para a esquerda), mais você arrisca destruir a dinâmica da sua mix.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER
10. No exemplo acima, ajustando um threshold de -2.4 dB e um Limit de -0.5 dB garantimos que o nível geral da nossa mix é aumentada apenas um pouco. O efeito é suficiente para garantir que a faixa agora vai ter peaks no nosso limite declarado (-0.5 dB) mas ainda vai ter dinâmica suficiente para registrar atividade no VU Meter. 11. Agora toque a música com a Master FX Chain alternadamente com e sem bypass. Você deve notar uma diferença significante. O arquivo de projeto RosesBloom MASTER A contém uma possível solução sugerida para este exercício. Nota: Se você está produzindo uma demo com mais de uma música, você vai precisar garantir que todas as musicas
parecem ao ouvinte ter um volume equivalente. Quando se masteriza corretamente, há ferramentas e técnicas disponíveis para fazer isto. Infelizmente, com a Pseudo-Masterização, você terá que depender um pouco de tentativas e erros.
9.2
Alguns Outros Plug-ins de Masterização
À medida que você se torna mais confiante, você pode querer começar a explorar alguns outros plug-ins que podem ser efetivamente aplicados à faixa Master se a mix requerer isto. Duas palavras gerais de cuidado, entretanto: 1.
Não tente usar a Master Track FX Chain para corrigir erros na sua mix básica. Uma guitarra suja, por exemplo, deve ser consertada na fonte, não na Master Track.
2.
9.2.1
A ordem na qual você coloca seus efeitos vai fazer diferença. Experimentar com diferentes ordens pode produzir resultados interessantes, mas nunca coloque nada depois do seu Master Limiter (exceto uma ferramenta analítica como o Goniometer ou um plug-in de dithering se você estiver usando um – isto será discutido em breve). Exciters
Um exciter pode ser usado para adicionar mais top end à uma mix se você sentir que ela precisa de mais ar. Ele oferece mais opções e mais controles sutis do que você pode conseguir simplesmente aplicando uma alta shelf band ao seu plug-in de equalização. O REAPER inclui dois Exciters básicos, um do SStilwell (mostrado acima) e o outro do LOSER.
180
3 – Mixagem Espacial Além disso, você também pode querer explorar o LOSER Compciter. Como o nome já diz, este ótimo plug-in combina as características de um Exciter com algumas das características de um Compressor. Quando usar um Exciter, comece com os ajustes padrão, então tente fazer ajustes, em turnos, de vários parâmetros. O ajuste Drive desempenha um papel em determinar o quão agressivo o plug-in é aplicado. Custa ser especialmente gentil aqui. Muito deste parâmetro pode deixar sua mix muito alta. O ajuste Freqüência ou High Pass vai determinar o limiar de freqüência usado pelo Exciter. Por exemplo, usando o exemplo mostrado acima, o Compciter gain (drive) seria aplicado a todas as freqüências acima de 5000 Hz. 9.2.2
Saturação
Adicionar saturação à uma mix pode melhorar sua qualidades de warmth e ajudar a criar uma sensação suave. Se você quiser testar, adicione este plugin à sua Master Track do RosesBloom PSEUDO MASTER 1. Tente colocá-lo imediatamente depois do plug-in ReaEQ e começar com um ajustes por volta de 50% a 60%. 9.2.3
Width
Por último mas não menos importante nesta seção, o pequeno notável plug-in Width da SStilwell definitivamente merece uma menção. Tente usar se você notar que os outros stereo enhancers parecem gerar quase separação demais entre as diferentes partes. Por este funcionar subtrativamente, você pode notar que este plug-in em particular vai dar a você o stereo spread extra e a clareza que você está buscando, mas sem a separação excessiva. Exemplo Para um exemplo de alguns destes plug-in em ação, abra o arquivo Pelverata Frost PSEUDO A. Salve-o como Pelverata Frost PSEUDO B. Ajuste todos os efeitos na Master Track inicialmente para bypass, então reintroduza eles um de cada vez. Mais tarde, experimente fazer os ajustes nos vários plug-in da Master FX Chain.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER 9.3 Dithering Se você esta pretendendo produzir um CD de áudio do seu material, então sua mix vai precisar ser renderizada como um arquivo WAV estéreo em 44100 Hz e 16 bit. Muito provavelmente você vai ter gravado no formato 24 bit WAV, com uma sampling rate de 44100 Hz, 48000 Hz ou 88200 Hz. Neste evento, é aconselhável adicionar o dithering bem no fim da sua cadeia de plug-ins Master. Resumindo, dithering é um processo que melhor faz a transição de 24 bit para 16 bit, dando a você uma conversão mais suave. O REAPER disponibiliza alguns plug-ins de dithering, qualquer um deles pode ser usado se você quiser. O JS: Utility/dither mostrado acima é adequado para este propósito. Até quando você souber mais sobre masterização, incluindo dithering, sua opção mais segura é aceitar os ajustes padrão, tendo certeza de que a resolução de 16 bit está selecionada. Para facilitar a velocidade de download, os itens de mídia usados nas nossas amostras de projetos foram todas gravadas no formato OGG. Todavia, para propósitos ilustrativos um plug-in de dithering foi adicionado ao fim da FX Chain na Master Track do arquivo RosesBloom MASTER A.
9.4 Schwa’s Audio Statistics Colocada ao fim da FX Chain da sua Master Track, este maravilhoso plug-in da a você uma riqueza de informações analíticas, incluindo: •
Leituras de RMS dB
•
Leituras de Peak dB
•
DC Offset
Este plug-in dá estatísticas de áudio no estilo do Sound Forge / Wavelab no seu output. O medidor na parte inferior dá um display gráfico da amplitude dinâmica do material de áudio. O display mostra o peak level (os triângulos externos), current level (as linhas finas), um mapa de cores de quanto tempo o áudio leva em cada volume RMS (color map mais estreito = menos amplitude dinâmica), e volume total RMS da peça de áudio inteira (os triângulos internos).
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3 – Mixagem Espacial 9.5 Renderizando Sua Mix Você vai precisar renderizar sua mix antes de poder publicá-la, por exemplo como um CD de áudio ou um arquivo MP3. Este tópico é tratado extensivamente no Guia do Usuário REAPER. Por favor, acesse este documento para maiores informações.
9.6 Queimando um CD de Áudio Este tópico é tratado extensivamente no Guia do Usuário REAPER. Por favor, acesse este documento para maiores informações.
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ReaMix: Quebrando as barreiras com o REAPER
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3 – Mixagem Espacial Preâmbulo Este livro de mixagem tem a intenção de guiar você em conseguir o melhor da mixagem dos seus projetos no REAPER. Ele é designado a ajudar você a produzir grandes mixagens que estarão prontas para a masterização. Ele não é realmente adequado para um novato completo do REAPER (nem do áudio digital) uma vez que ele assume um certo nível básico de conhecimento prévio. Inclui:
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