Resenha Sobre Grecia e Roma de Pedro Pau

May 9, 2018 | Author: ProfmauricioAydano | Category: Roman Empire, Ancient Rome, Ancient Greece, Roman Republic, Augustus
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA – MEMÓRIA E IMAGEM (1º PERÍODO 2015) HISTÓRIA ANTIGA Prof. Dr. RENATA SENNA GARRAFONI Resenha sobre: Grécia e Roma, de Pedro Paulo Funari.  Adriene Mitally Ramos de Paiva Paiva Daniel Donato Ribeiro Gabriel Antonio Forgati Michele Souza de Oliveira

O AUTOR Pela Universidade de São Paulo, graduou-se em História e realizou Mestrado ( Antropologia  Antropologia Social ) e Doutorado ( Arqueologia  Arqueologia). Desde 1996 é docente livre da Universidade Estadual de Campinas. Suas principais linhas de pesquisa são:  Arqueologia (histórica, clássica e pública); Antiguidade e a posteridade do mundo antigo; Relações interprovinciais no mundo antigo; patrimônio histórico e cultural; e relações de gênero entra antiguidade e modernidade. É o pioneiro no estudo crítico da Antiguidade no Brasil.

ESTRUTURA TEXTUAL O livro inicia com uma breve introdução, na qual o autor apresenta os motivos que o levaram a escrevê- lo, seguido pelos dois capítulos principais, “Grécia” e “Roma”, e termina com uma lista de sugestões de leitura para o aprofundamento no

tema e uma linha do tempo dessas duas civilizações, respectivamente. Foi publicado pela editora Contexto em 2006, numa coleção denominada “Repensando a História”, organizada pelo historiador Jaime Pinsky.

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RESUMO Pedro Paulo Funari inicia o primeiro capitulo do livro, “Grécia”, desvinculando

o termo do atual país homônimo, ressaltando que durante a Antiguidade eram conhecidos como gregos todos os indivíduos que falavam a língua grega. O centro da civilização grega foi a Península Balcânica, que através de sua complicada condição climática favoreceu os deslocamentos populacionais. Os primeiros estabelecimentos dessa região são de aproximadamente 4500 a. C., e no início da Idade de Bronze viveram constantes invasões por povos vindos da  Anatólia. Paralelamente, a Ilha de Creta viveu seu apogeu durante a Era de Bronze, dominando o mediterrâneo e mantendo contato com outros povos (como os egípcios), tendo assim uma grande confluência cultural. Eles mantiveram a admiração dos gregos até a chegada dos aqueus e eólios, que mesmo com as intensas trocas culturais a invadiram e saquearam em aproximadamente 1400 a. C. Estabelecidos, o povo aqueu se desenvolveu e formou uma grande civilização, com vários reinos, uma grande expansão econômica e territorial, e importantes cidades, como Micena, uma influente cidade que deu nome ao período. Esse mundo e suas riquezas, porém, desapareceram com a chegada de um novo povo guerreiro, a partir de 1400 a. C.: os dórios. Restando da civilização micênica apenas os relatos contidos nos poemas mitológicos atribuídos a Homero: a Ilíada e a Odisseia (documentos posteriores datados do século VIII a. C), que narram a guerra entre os gregos e a cidade de Tróia juntamente com outras aventuras da Grécia Arcaica.  Após séculos de constantes invasões e fortes trocas culturais com outros povos, principalmente do Oriente, nasceu  –  de forma muito lenta  –  a clássica civilização grega que conhecemos. No século VIII os gregos haviam deixado o campo e se concentrado em cidades (poleis) distribuídas por todo o Mediterrâneo, das quais as mais conhecidas são Esparta e Atenas, rivalizando com os vizinhos fenícios no comércio. Essas cidades eram regidas pelos antigos nobres, que formavam uma oligarquia, mas para além deles existiam escravos, servos e trabalhadores livres (principalmente pequenos agrícolas e artesãos). Conhecida por ser extremamente rígida e militar, a cidade de Esparta, nasceu através de uma invasão Doria à região da Lacônia, transformando os antigos moradores em uma espécie de servos  –  os hilotas, que não eram escravos, mas

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eram obrigados a se submeterem aos espartanos. Após vários conflitos, no século VI, a cidade fechou as portas, impedindo a influencia de estrangeiros. O governo em Esparta estava concentrado nas mãos da Gerúsia um conselho e tribunal supremo formado por 2 reis e 28 anciãos escolhidos entre nobres com mais de 60 anos, e logo abaixo vinha a assembleia (formada por homens adultos de Esparta) e 5 éforos (como prefeitos, eram escolhidos pela assembleia). Já Atenas foi uma cidade sobrevivente do período Micênico. Era regida por uma forte aristocracia, os Eupátridas, e por um Conselho. O que gerou, durante séculos, um grande desconforto para o povo  – principalmente para os comerciantes enriquecidos - e resultou em algumas reformas, como a de Drácon (que tornou as leis acessíveis a todos, em 620 a.C.) e a de Sólon (que dentre os principais feitos pôs um fim na escravidão em função de endividamento, em 594 a.C.), até chegar a Clístenes, que procurou destituir o poder dos antigos aristocratas. A democracia ateniense, que tem sido um grande exemplo e fonte de inspiração para os governos ocidentais, se desenvolveu com Péricles em 469 a.C., que tornou os cargos políticos acessíveis a todos os cidadãos. Porém o autor ressalta que essa forma de governo também possuía restrições, ela só foi possível em função da escravidão e da exclusão de estrangeiros, mulheres e escravos da vida política, já que eram cidadãos atenienses apenas os homens adultos e filhos de pais atenienses.  Ao analisar questões especificas, o arqueólogo faz um alerta ao lembrar que é necessário se despir de alguns conceitos e ideais de moral religiosa e conservadora, que não existiam naquela determinada sociedade, tais como o conceito de classe social (na forma como hoje a entendemos), público e privado e sexualidade. Frente a várias diferenças e disputas entre as cidades-estados, além da língua, a religião grega dava coesão a essas disparidades. Assim como em outras religiões, os gregos possuíam um mito de criação e formas de adoração aos deuses, mas, ao contrário da tradição cristã, eles que viviam e agiam como homens, se diferenciando apenas por sua imortalidade. Os gregos são conhecidos por sua herança intelectual, tanto na filosofia (com o surgimento do pensamento racional, colocando o homem no centro), como também nas artes: arquitetura, teatro,

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escultura, entre outros, que ainda são encontradas e estudadas nos sítios arqueológicos.  A segunda parte do livro de Funari, intitulada “Roma”, primeiramente aborda a diferença da ideia que “Roma” inspira hoje (quando é apena s uma cidade, capital

da República Italiana) e como o fazia na Antiguidade (referindo-se a um Império de fato). Funari explicita que para se conhecer o mundo romano antigo precisamos buscar as “diversas fontes  de informação: documentos escritos, objetos, pinturas, esculturas, edifícios, moedas, entre outros.” (FUNARI, 2006: p. 77-78). As fontes

escritas chegaram até a contemporaneidade graças ao esforço dos copistas medievais. Os demais resquícios foram descobertos graças à Arqueologia, que permitiu as escavações na cidade de Pompéia, por exemplo, soterrada após a erupção do vulcão Vesúvio em 79 d.C.  A origem lendária de Roma está atrelada a dois personagens, Rômulo e Remo, que por um viés lendário contam a origem dessa civilização. A fundação histórica de Roma teria acontecido por volta do ano 753 a. C., pelo povo etrusco, que se uniu em uma grande comunidade unitária, substituindo as antigas comunidades diminutas.  Até o século VI a. C., período da Monarquia Romana, Roma se desenvolverá enquanto cidade  – dotando esta de infraestrutura que envolvia calçadas e sistema de esgotos  –  e enquanto Estado  –  aprimorando as relações de governo, estabelecendo leis para regrar a vida dos cidadãos. Em 509 a. C., a elite romana, denominada patrícios, depuseram o último rei etrusco e instauraram a República. Os patrícios eram os nobres da sociedade romana, os proprietários de terras. Abaixo deles situavam-se os clientes, servidores e beneficiários dos patrícios. A plebe se constituía de todos os demais habitantes, excetuando os escravos. Nos primeiros dois séculos da República apenas os patrícios detinham direitos políticos; após inúmeras disputas com a plebe, esta passará a ganhar espaços na sociedade e representantes direitos políticos. Grande conquista para a plebe foi a Lei das Doze Tábuas, estabelecida por volta de 450 a.C., que tornou as leis escritas e permitiu mais justiça dentro da República Romana. Esta

República

era

gerida

por

diversas

instituições

denominadas

magistraturas, e cada uma destas geria um aspecto específico do estado. O Senado

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 –  que já existia desde a monarquia romana  –  assumiu maior importância na

República e impedia que o poder se acumulasse nas mãos de uma só pessoa. Como na Grécia Antiga, em Roma as mulheres não tinham participação política, embora nesta civilização não vivessem tão isoladas como o f oram naquela. Com toda essa organização política, Roma expandiu-se conquistando outros povos, e assim o fez até o Império. A maior extensão chegou a abranger toda a bacia do mediterrâneo, o sul da Europa, a Península Ibérica, a Gália (atual França, Suiça, Bélgica e parte da Alemanha) e as Ilhas Britânicas quase integralmente, além do Oriente Médio, da Ásia Menor e do Egito. Como Roma nasceu da confluência de diversos povos, soube conquistar os povos, atribuindo tratamento diverso ao subjugar povo ou elite dos dominados. Basicamente, os que eram dominados sem resistência costumeiramente mantinham seu modo de vida, embora devessem pagar impostos e enviar soldados para as legiões romanas. Os que resistiam e eram derrotados geralmente eram escravizados. Com a expansão romana, o exército passou a assumir grande prestígio junto à sociedade. Ao final da República, Caio Júlio César, exímio general que rapidamente conquistou a Gália, tomou o poder de Roma em 49 a.C. tornando-se ditador, tendo sido assassinado cinco anos depois. O sobrinho e herdeiro de César, Otávio, derrotou seus adversários políticos e foi proclamado pelo Senado como  princeps, ou seja, o “principal”, e como Augusto, que assimilava sua imagem como a

de uma divindade, instaurando, assim, o Principado ou Império Romano. Otávio  Augusto inaugurou um período de paz interna e prosperidade para os romanos, que durou até 235 d. C., aproximadamente. O Império Romano desenvolveu uma capacidade administrativa aguçada para poder governar todo o seu vasto território. Dividiu-o em províncias, cujos governantes se reportavam a Roma. Mantinha uma considerável malha de estradas e infraestrutura urbana, como esgotos, edifícios públicos, aquedutos, banhos, termas etc. Essas grandes conquistas romanas causaram um grande afluxo de escravos para o Império, que vieram duma conquista engendrada por um excelente e volumoso exército, que chegou a contar trezentos e noventa mil homens, vindos de todas as províncias. As cidades, sobretudo Roma, eram movimentadas pelo

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comércio e sempre cheias de gente. Os torneios, principalmente as lutas de gladiadores, entretiam a população. Contudo, boa parte do povo vivia no campo trabalhando na agricultura e na pecuária. Em ambas as esferas é notada a riqueza da aristocracia e a pobreza do povo, embora a “mobilidade social” não fos se

impossível.  A religião romana, em boa parte, assimilou o que os gregos ensinavam, principalmente o conjunto de deuses (que tiveram seus nomes latinizados) e de lendas mitológicas. Os romanos respeitavam as outras religiões, desde que estas não ferissem os regimentos do Estado, como foi o caso dos cristãos, que recusaramse a reconhecer o Imperador como augusto e como deus, uma vez que eram monoteístas. Os cristãos foram, por alguns séculos, perseguidos e mortos nas arenas em verdadeiros espetáculos, sendo costumeiramente crucificados ou atirados às feras. Até que perseguição se encerrou oficialmente em 313 d.C., quando Constantino assinou o Edito de Milão e concedendo liberdade de culto aos cristãos.  A cultura romana  –  em boa parte atrelada à religião  –  assumiu muitas características do Mundo Helenístico, como na arquitetura. Funari ainda diz: “a

Grécia, capturada pelos romanos, capturou- os culturalmente.” (2006: p. 122). Porém, diferentemente dos gregos, os romanos desenvolveram um corpo de leis e de normas que compunham o Direito Romano, que serviu de base até para a constituição de nações na contemporaneidade.

COMENTÁRIOS FINAIS  Ao longo do seu trabalho Funari trabalha com tal sociedade e paralelo à isso aborda a forma como a Grécia foi utilizada na história “pós-clássica”. O autor

também aborda o legado que a filosofia grega deixou para outras sociedades, inspirando filósofos contemporâneos, porém, não somente a filosofia mas, segundo o autor, a arte grega inspira as sociedades atualmente, como pode-se ver na organização das ruas de algumas cidades. Funari também atenta para que não se idealize o período clássico dessa sociedade, deixando de lado seu passado.

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Pedro Paulo Funari também trabalha com a sociedade romana, o arqueólogo descreve a sua possível origem - e as influências de outras sociedades que ela sofreu  –  juntamente com a mitologia envolvida. O autor descreve os sistemas de governo que passaram por essa sociedade, a monarquia, a república e o império. O historiador trabalha com a importância do exército na sociedade romana e do seu período de expansão, a forma como essa sociedade exercia sua hegemonia sobre outras, mas também aborda a vida cotidiana nessa sociedade, a infância, a cidade, a cultura, a arte, a filosofia e as transformações que essa sociedade sofreu. Nessa parte do seu livro o autor enfatiza a importância da arqueologia e da cultura material nos estudos clássicos, citando a relevância dos grafites romanos, entre outros. É possível perceber uma nova abordagem do período clássico no livro do Funari que enfatiza como as duas sociedades foram governadas por aristocracias e que os cidadãos lutavam por maior participação política, a forma como a ordem social era implantada, a “democracia” ateniense, a forma de repressão das “revoluções” internas e a divisão hierarquizada da sociedade, diferentemente de

alguns discursos mais conservadores. O autor também afirma a importância da liberdade - e da possível subversão para padrões contemporâneos - dessas sociedades e como algumas revoluções, como a francesa, recorreram à esse passado greco-romano quando lutavam por liberdade.  Ao lermos Grécia e Roma, podemos dar destaque para três pontos principais: as rupturas e continuações entre as sociedades clássicas e a atualidade, bem como as heranças deixadas por aquela para esta; a diversidade cultural existente na época clássica e o enriquecimento que teve Grécia e Roma através do contato com outros povos; e por fim, fazendo ponte com os autores já lidos Richard Hingley e Martin Bernal, o uso desse passado clássico como forma de legitimação das políticas do presente. O primeiro ponto  –  rupturas, continuações e herança entre as sociedades clássicas e hoje  –  pudemos perceber na evidenciação de Funari sobre a sexualidade, religião, filosofia, arte e organização política de Grécia e Roma. Um exemplo de ruptura é a noção de sexualidade do presente e da Era Clássica. Houve uma restrição aos comportamentos sexuais em nossa época, decorrente da moral cristã e uma desmoralização destes, enquanto que para os gregos e romanos, o

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sexo era ligado ao divino e havia certa devoção ao ato sexual. Já um exemplo de continuação, podemos ver o direito romano ainda presente no direito atual, bem como a democracia grega, que ainda é usada como forma de governo nos países ditos “ocidentais”, ainda que com modificações e adaptações. No que diz respeito à

herança deixada pelos povos clássicos, podemos dizer da literatura, as poesias clássicas, as sátiras, também a filosofia, o próprio direito romano e a democracia grega, etc. Heranças que já foram usadas como “continuações”, ou ainda o são: o

que será o assunto tratado no terceiro ponto. O segundo ponto é de extrema importância para notarmos e, mais ainda, admitirmos que não houve jamais uma cultura clássica pura. Grécia e Roma construíram seu esplendor cultural através do contato, da conquista, do comércio etc., com os outros povos. Exemplos disso são suas religiões, suas línguas, suas organizações políticas, suas artes que, ao invés de puras, foram construídas por confluências entre os povos que tiveram contato e essas duas sociedades. Nesse ponto, vale destacar a relativização no tratamento aos povos conquistados por Roma: ao ser formada pela confluência de diversos povos, Roma soube gerir com grande flexibilidade a dominação que exerceu ao longo do território que compunha o seu Império, é necessário notar a importância da infraestrutura para essa administração visto que a distância com a Capital dificultaria o cumprimento das leis ou o pagamento de impostos por parte destes povos. Ao subjugar um povo, por exemplo, dava tratamento diferenciado à elite deste, mesmo porque era mais fácil a dominação dessa forma, o que dispenderia menos força bélica. A elite local, por sua vez, não veria a dominação romana  –  a não destrutiva e menos invasiva  –  como totalmente prejudicial, ao passo que poderiam receber benefícios, como a cidadania, exercer cargos, aprimorar seu status junto à sociedade. Por fim, no terceiro ponto, temos o uso das heranças clássicas pela atualidade para legitimar certas formas de discursos, de políticas, enfim, de poder. Isso é mostrado com clareza em autores como os já citados Richard Hingley, Martin Bernal, bem como em Laurent Olivier, que nos mostram como as sociedades clássicas foram usadas pelas sociedades posteriores  – principalmente na época do Imperialismo do século XIX  –  para desenvolver ideais de superioridade racial e cultural do dito “Ocidente”, do qual Grécia e Roma seriam as duas grandes raízes,

em relação aos povos “orientais” e do “Terceiro Mundo”. O que Grécia e Roma de

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Funari nos possibilita é justamente entender, quando Funari traça a história e o legado desses povos, como aspectos da cultura destes puderam ser usados da forma que foram pelas sociedades posteriores. Concluímos com essas leituras, através da conceituação sobre a própria história como um discurso construído tanto pelos historiadores, como pelo período e contexto em que eles se inserem, que a história de Grécia e Roma foi também construída, narrada e usada conforme o contexto e que cabe ao historiador, que é um ser intrinsecamente político, estar atento a essas construções, bem como estar atento às suas próprias construções, para que não corra o risco de reproduzir falas que trazem consigo discursos de poder – preconceito, racismo, superioridade cultural etc.  – para a sociedade.

REFERÊNCIAS FUNARI, Pedro Paulo A.. Grécia e Roma. 4 ed. São Paulo: Contexto, 2006.

PROGRAMA

de

Pós-Graduação

em

História. 

Disponível

em:

. Acesso em: 15 de junho de 2015.

CURRÍCULO do Sistema de Currículos Lattes (Pedro Paulo Abreu Funari). Disponível

em:

. Acesso em: 15 de junho de 2015.

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