EXEGESE Ap 2.12-17 - Versão Final

March 23, 2023 | Author: Anonymous | Category: N/A
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RODOLFO RODRIGUES SALES

EXEGESE APOCALIPSE 2.12-17

SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO REV. JOSÉ MANOEL M ANOEL DA CONCEIÇÃO TURMA – 4º ANO MATUTINO SÃO PAULO – SETEMBRO/2016

 

2

RODOLFO RODRIGUES SALES

EXEGESE APOCALIPSE 2.12-17 Trabalho

apresentado

em

cumprimento

às

exigências avaliativas da disciplina de Exegese do Novo Testamento IV - Apocalipse. Prof. Rev. Jair de Almeida Júnior.

SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO REV. JOSÉ MANOEL M ANOEL DA CONCEIÇÃO TURMA – 4º ANO MATUTINO SÃO PAULO – SETEMBRO/2016

 

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Sumário 1.  INTRODUÇÃO  .................................................................................................................... 4 2.  ESTUDO CONTEXTUAL ................................................................................................... 4 2.1. 

Contexto Histórico da Passagem .................................................................................. 4

2.2.  Contexto Literário da Passagem  .................................................................................. 6 2.2.1.  Contexto Remoto................................................................................................... 6 2.2.2. 

Contexto Próximo  .................................................................................................

2.2.3. 

Estrutura do Contexto  .......................................................................................... 7

2.3. 

Contexto Canônico  .......................................................................................................

3.  ESTUDO TEXTUAL  ......................................................................................................... 3.1. 

Tradução do Texto  .....................................................................................................

7

8

10 10

3.1.1. 

Texto Grego ......................................................................................................... 10

3.1.2. 

Quadro de Tradução ........................................................................................... 10

3.1.3. 

Sugestão de Tradução ......................................................................................... 16

3.1.4.  Quadro comparativo de versões  ......................................................................... 16 3.2.  Estrutura do Texto  ..................................................................................................... 19 3.2.1. 

Tabela de divisão das cláusulas  .......................................................................... 19

3.2.2. 

......................................................................................................... Comentário ...........................................................................................................

3.2.3. 

Mensagem para a época da escrita ..................................................................... 35

3.2.4. 

Mensagem para todas as épocas ......................................................................... 36

3.2.5. 

Teologia do texto  ................................................................................................. 36

20

3.2.5.1. 

Implicações para a Teologia Bíblica ........................................................... 36

3.2.5.2. 

Implicações para a Teologia Sistemática .................................................... 37

3.2.5.3. 

Implicações para a Teologia Prática ........................................................... 38

4.  SERMÃO............................................................................................................................  ............................................................................................................................

38

5.  CONCLUSÃO  ....................................................................................................................

41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁF BIBLIOGRÁFICAS ICAS  ...................................................................................... 41

 

4

1. 

INTRODUÇÃO Nosso trabalho exegético será realizado no texto de Apocalipse 2.12-17, onde

não nos propomos a esgotar todo o assunto e as informações ali presentes, mas proporcionar aos leitores deste trabalho, uma melhor compreensão daquilo que a Palavra de Deus tem a nos dizer nesta perícope. Para a realização deste trabalho, utilizaremos o método histórico-gramatical, onde serão observados o contexto ao qual todo o livro foi escrito, bem como o propósito pelo qual o livro foi escrito, a nuances gramaticais da língua hebraica, bem como a sua influência no texto, além da análise da mensagem para a época, a mensagem que é aplicada aos leitores em todas as épocas e as contribuições teológicas que o texto tem a nos oferecer. Temos como ponto inicial de nossa pesquisa, o pressuposto de que o autor tem como propósito demonstrar que mesmo em meio a perseguição, os Cristão necessitam ser fieis a Cristo e lutar contra os desvios doutrinário que tentam macular a sã doutrina.

2. 

ESTUDO CONTEXTUAL

2.1. 

Contexto Histórico da Passagem Enquanto que Gênesis é visto como aquele que inicia o cânon e a história do povo

de Deus no período veterotestamentário, Apocalipse é visto como o responsável por encerrar o cânon, bem como a história da caminhado do povo de Deus no período neotestamentário. Tenney afirma que Apocalipse “é final em seu pensamento, pois encerra a expectativa de uma igreja que fora lançada no mundo como uma instituição e que aguardava ansiosamente que sua missão se consumasse”1. Deste modo, toda a história do povo de Deus e o plano da salvação converge-se e consuma-se em Apocalipse. Apocalipse de João2, como o próprio nome já sugere, tem como autor João o apóstolo. Carson relata que embora haja discordâncias quanto à autoria do livro de Apocalipse “estamos, dessa forma, dispostos a aceitar o testemunho daqueles que estavam em condição de conhecer esses assuntos e atribuímos ambos os livros ao apóstolo João, ‘o 1 TENNEY,

Merrill C. O Novo Testamento Sua Origem e Análise.  Trad. Antonio Fernandes. São Paulo: Shedd Publicações, 2008, p. 391 2 Bíblia   Bíblia de Estudo de Genebra. 2. Ed. Barueri/SP: Sociedade Bíblica do Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009, p. 1718

 

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discípulo amado’”3. Além das evidências internas (Ap 1.1, 4, 9; 22. 8) que atestam e afirma ser João o autor do livro de Apocalipse, Pinto, comentando a autoria do livro, escreve que também “há boa evidência externa de que João, o apóstolo, foi o autor de Apocalipse. O clássico cristão primitivo, O Pastor de Hermas, usa linguagem joanina e contém alusões a temas encontrados em Apocalipse”4. Os argumentos apresentados contra a autoria joanina, tanto por parte de Dionísio5, como por parte dos estudiosos contemporâneos6, que são semelhantes aos de Dionísio, como afirma Carson, não possui um peso muito grande, pois todos os argumentos são baseados apenas no conteúdo de Apocalipse 7. Se existem divergências quanto a autoria, quanto ao local da escrita essas já não existem. Em Apocalipse 1.9, o autor, ou seja, João, informa que ele encontrava-se em uma ilha denominada Patmos, por causa da Palavra e do testemunho de Deus transmitidos através de sua vida. Patmos era uma ilha localizada na costa da Ásia Menor, situada a mais ou menos 56 km ao sudoeste de Mileto8, cujo relevo e solo eram extremamente pedregosos e áridos9. Já quanto a datação da escrita de Apocalipse na ilha de Patmos por João, a história não é a mesma. Pelo menos duas datações, uma mais recente e outra mais tardia10, tem sido apresentada e defendida. A primeira delas afirma que Apocalipse foi escrito entre os anos de 54 – 68 d.C.11 durante o reinado do imperador Nero. Mas, conforme afirma Ladd, a “tradição credita o Apocalipse à última década do primeiro século, quando Domiciano era imperador (81-96 d.C.)12. Quanto aos destinatários, em Apocalipse 1.4 lê-se que o livro é endereçado às sete igrejas que encontram-se na Ásia Menor, ou seja, Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia. Pinto afirma que estas cidades encontravam-se às margens de 3 CARSON, D. A.;

MOO, Douglas J.; MORRIS, Leon. Introdução ao Novo Testamento. Testamento. Trad. Márcio Loureiro Redondo. São Paulo: Vida Nova, 1997, p. 525 4 PINTO, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco e Desenvolvimento no Novo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2008, p. 589 5 Ibid, CARSON, Introdução ao Novo Testamento, Testamento, p. 521 6 Ibid, p. 522 7 Idid, p. 521 8 TENNEY, Merril C. (org.); et al. Enciclopédia da Bíblia. Trad. da equipe de d e colaboradores da Cultura Cristã. São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 794 9 ELWELL, Walter A.; YARBROUGH, Robert W. Descobrindo o Novo Testamento: Uma perspectiva histórica e teológica. Trad. Lúcia Kerr Jóia. São Paulo: P aulo: Cultura Cristã: 2002, p. 376 10  Ibid, ELWELL, p. 377 11  Ibid, CARSON, Introdução ao Novo Testamento Testamento, p. 527 12  LADD, George Eldon. Apocalipse: Introdução e comentário. Trad. Hans Udo Fuchs. São Paulo: Vida Nova, 2014, p. 9

 

6

uma importante estrada romana, dispostas ao longo da mesma na ordem em que João as elenca nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse13, ou seja, aqueles partiam de Éfeso poderiam ao percorrer por aquele caminho, visitar cada uma das cidades conforme João as apresenta em seu relato. Carson acrescenta que ao que tudo indica, João conheceu cada uma das igrejas e suas cidades durante o longo ministério que realizou na região da Ásia Menor14. Outra informação histórica relevante para a compreensão da perícope, diz respeito à cidade de Pérgamo, onde localiza-se a igreja que será alvo da mensagem de Cristo em Apocalipse 2.12-17. Pérgamo, uma das sete principais cidades da Ásia Menor, hoje, atual Bergama15. Estava situada à cerca de mais ou menos 24 km de distância do Mar Egeu16. Diferentemente de cidades como Esmirna e Éfeso, Pérgamo não era um importante polo comercial, mas tornou-se conhecida em toda a Ásia Menor, por ser um importante centro político-religioso 17, tanto que essa influência político-religiosa será a responsável por influenciar negativamente alguns da igreja que ali se encontra, tornando-a passível de repreensão da parte de Cristo.

2.2. 

Contexto Literário da Passagem

2.2.1.  Contexto Remoto Não há um consenso entre os autores18  quanto à divisão do conteúdo de Apocalipse. Apocalips e. Em razão disso, se levarmos em consideração a proposta que divide o livro em seis partes19, a perícope em estudo encontra-se na seção cujo nome é “A primeira visão” que compreende o capítulo 1, versículo 9 até o capítulo 3, versículo 22. Nossa perícope encontra-se se segunda grande divisão (1.9 – 3.22), na segunda seção, onde João, depois de relatar a visão do Cristo glorificado (1.9-20) que ele teve, passa a escrever a cada uma das sete igrejas da Ásia Menor. Depois então de escrever à Éfeso (2.17) e a Esmirna Esmirna (2.8-11), João escreve à igreja Pérgamo (2.12-17) a mensagem de Cristo que 13  Ibid,

PINTO, p. 590  Ibid, CARSON, Introdução ao Novo Testamento, Testamento, p. 531 15  KISTEMAKER, Simon. Comentário do Novo Testamento:  Apocalipse. 2. ed. Trad. Jonathan Hack, Markus Hediger, Mary Lane. São Paulo: Cultura Cristã, 2014, p. 172 16  Ibid, TENNEY, Enciclopédia da Bíblia, p. 929 17  Ibid, LADD, p. 37 18  George Ladd; Grant Osborne; Bíblia de Genebra; Merrill Tenney 19  George Ladd

14

 

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consta de um elogio, uma reprovação e uma promessa. Já a Bíblia de Genebra, divide o livro de Apocalipse Apocalip se em apenas três partes e insere nossa perícope em estudo na segunda seção, denominada “Visões” que compreende os capítulos 1, versículo 9 ao capítulo 22, versículo 5. A partir disso, tendo o livro sido dividido tematicamente, Apocalipse 2.12-17 faz parte da continuação das exortações endereçadas às sete igrejas que encontram-se na Ásia Menor 20.

2.2.2.  Contexto Próximo Os capítulos 1.9 a 3.22 estão unidos pela relação que ambos possuem com a narração da mensagem de Cristo às sete igrejas que encontram-se na Ásia Menor. As circunstâncias desta mensagem de Cristo às sete igrejas já pode ser depreendida a partir do relato da visão que João teve de Cristo, agora glorificado21, onde o apóstolo traz uma mensagem tanto para igreja sofredora do primeiro século, como também para a igreja do por vir (1.9-20). Então, a partir dessa visão, e o imperativo (1.11) a fim de que uma mensagem seja escrita e enviada, João passa a escrever e a tratar individualmente cada igreja. Primeiramente, João se dirige à igreja de Éfeso (2.1-8), posteriormente à igreja de Esmirna (2.9-11) e em seguida à igreja de Pérgamo (2.12-17), sendo que a mensagem a cada uma dessas igrejas e as que vem a posteriori (2.18 – 3.22), é composta basicamente de um elogio, uma repreensão, bem como de uma promessa.

2.2.3.  Estrutura do Contexto Capítulo 1.9-20

A visão de Cristo exaltado e glorificado sobre tudo e sobre

A visão de Cristo glorificado

todos, condição necessária para a concretização dos eventos que posteriormente ocorrerão. Uma igreja dedicada à obra do Senhor, que permaneceu firme na doutrina e guardava sua fé e que perseverava firmemente ante aos desafios da caminhada, mas que acabou por perder o seu primeiro amor por Cristo. Uma igreja cujo contexto é o de aflição, pobreza e de

Capítulo 2.1-7 A igreja de Éfeso Capítulo 2.8-11 20  Ibid, Bíblia 21  Ibid,

de Estudo de Genebra, p. 1720

KISTEMAKER, p. 124

 

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A igreja de Esmirna

Capítulo 2.12-17

constantes embates contra aqueles que tentavam infiltrar falsas doutrinas em seu arraial. Uma igreja que mesmo diante das pressões políticoreligiosas, não negava o nome de Cristo, mas que, embora

intolerante com os de fora, tornou-se tolerante com os de APerícope igreja de Pérgamo de nossa dentro, permitindo que indivíduos enamorados por falsas exegese doutrinas se mantivessem em seu meio. Uma igreja operosa, inclusive tinha muito mais obras naquele momento de sua história do que em seu início, que Capítulo 2.18-29 também perseverava ante os desafios da perseguição, mas A igreja de Tiatira que também tornou-se tolerante aos falsos mestres e suas doutrinas. Uma igreja que tem uma imagem equivocada de si mesma e Capítulo 3.1-6 que estava desatenta quanto aos perigos que a rondava. A igreja de Sardes Uma igreja, pequena, sem recursos financeiros, mas que guardou a Palavra do Senhor, não negou o seu nome e ainda Capítulo 3.7-13 combateu os falsos mestres. Assim como Esmirna, uma A igreja de Filadélfia igreja que não tem nenhuma repreensão da parte de Cristo. A única igreja que não recebeu nenhum tipo de elogio da parte de Cristo. Diferentemente das demais igrejas, não há Capítulo 3. 14-22 relato de qualquer tipo de perseguição. Repreendida por A igreja de Laodicéia Cristo por não fornecer cura ou renovação espiritual aos cristãos. *

2.3. 

Contexto Canônico Depois de João identificar o destinatário da mensagem de Cristo como sendo a

igreja que se encontra na cidade de Pérgamo, um importante centro político-religioso da Ásia Menor22, o apóstolo passa a fazer uma descrição de Cristo (2.12), como aquele que tem a espada de dois gumes afiada (2.16.), ligando assim a pessoa de Cristo descrita à igreja de Pérgamo, com a visão que João teve do Cristo, exaltado e glorificado (1.16). Essa metáfora utilizada pelo apóstolo para descrever Cristo, tem por finalidade 22  Ibid,

LADD, p. 37

 

9

demonstrar aos seus destinatários, que essa espada trata-se de uma palavra de juízo de Cristo23, primeiramente contra a igreja de Pérgamo por ter se tornado tolerante com alguns de seus membros enamorados por falsas doutrinas (2.16), mas também uma palavra de juízo contra os perseguidores da igreja em Pérgamo, que acreditavam ter o poder final da espada 24, ou seja, acreditavam que tinha o poder da vida ou da morte em suas mãos, conforme a obediência ou desobediência dos indivíduos. Todavia, esses que acreditam erroneamente ter o poder da espada, na verdade serão eles os julgados, não por um tribunal humano mas por um tribunal celeste (Dn 2.37-38; Dn 5; Rm 13.1-4; Ap 18 – 21)25, sendo assim uma mensagem de conforto ao povo de Deus, demonstrando que suas aflições em relação às perseguições não passarão incólumes aos olhos do Senhor. Posteriormente, João dirige-se novamente à igreja de Pérgamo, agora para condenar sua tolerância e permissividade para com enamorados pela doutrina de Balaão e dos nicalaítas (2.14-15). João está evocando aqui alguns eventos veterotestamentários (Nm 22 – 24; Nm 25.1,2; Nm 31.16) para ilustrar aquilo que estava ocorrendo, ou seja, assim como foram colocadas ciladas a fim de que o povo de Israel comesse coisas sacrificadas a ídolos pagãos e se prostituísse, pois na visão daqueles que armaram tais emboscadas não havia problema algum em tal prática 26, assim também alguns estavam seduzindo os membros da igreja de Pérgamo, enfatizando que a não necessidade de tais membros viverem debaixo da lei de Deus27, podendo praticar aquilo que mais lhes convinha. Após repreender a igreja quanto a suas falhas, João usa um imperativo comum na mensagem às igrejas da Ásia Menor, arrepende-te (2.5; 2.16; 3.3; 3.19), ou seja, assim como ocorreu com a igreja de Éfeso, Sardes e Laodiceia, a ordem à igreja de Pérgamo 28

29

também é, arrepende-te , mude sua conduta, tome um posicionamento diferente  a fim de que o Senhor não os abandone definitivamente (2Cr 15.2; Is 1.28; 65.11-12) 30.

23  Ibid 24  BEALE,

G. K. The Book of Revelation: A Commentary on the Greek Text . Grand Rapids, Mich. Carlisle, Cumbria. W.B. Eerdmans; Paternoster Press, 1999, S. 245 25  Ibid 26  CARSON, D. A.; et al. Comentário Bíblico: Vida Nova. Trad. Vários tradutores. São Paulo: Vida Nova, 2009, p. 2139 27  Ibid, CARSON, Comentário Bíblico: Vida Nova, p. 2139 28  Ibid, KISTEMAKER, p. 181 29  OSBORNE, Grant R. Apocalipse: Comentário exegético. Trad. Robinson Malkones, Tiago Abdalla T. Neto. São Paulo: Vida Nova, 2014, p. 161 30  Ibid, Kistemaker, p.182

 

10

3. 

ESTUDO TEXTUAL

3.1. 

Tradução do Texto

3.1.1.  Texto Grego 12

Καὶ τῷ ἀγγέλῳ τῆς ἐν Περγάµῳ ἐκκλησίας γράψον· Τάδε λέγει ὁ ἔχων τὴν ῥοµφαίαν τὴν 

δίστοµον τὴν ὀξεῖαν· 13 οἶδα ποῦ κατοικεῖς, ὅπου ὁ θρόνος τοῦ σατανᾶ, καὶ κρατεῖς τὸ ὄνοµά  µου καὶ οὐκ  ἠρνήσω τὴν πίστιν µου καὶ ἐν ταῖς ἡµέραις Ἀντιπᾶς ὁ µάρτυς µου ὁ πιστός µου, ὃς ἀπεκτάνθη παρ᾽  ὑµῖν ὑµῖν, ὅπου ὁ σατανᾶς κατοικεῖ . 14 ἀλλ᾽ ἔχω κατὰ σοῦ ὀλίγα ὅτι ἔχεις ἐκεῖ   κρατοῦντας  τὴν  διδαχὴν  Βαλαάµ, ὃς  ἐδίδασκεν  τῷ  Βαλὰκ   βαλεῖν  σκάνδαλον  ἐνώπιον  τῶν   υἱῶν  Ἰσραὴλ  φαγεῖν  εἰδωλόθυτα  καὶ  πορνεῦσαι. διδαχὴν  [τῶν]  Νικολαϊτῶν  ὁµοίως.

16

15

οὕτως  ἔχεις  καὶ  σὺ  κρατοῦντας  τὴν 

µετανόησον  οὖν· εἰ  δὲ  µή, ἔρχοµαί  σοι  ταχὺ  καὶ 

πολεµήσω  µετ᾽  αὐτῶν  ἐν  τῇ  ῥοµφαίᾳ  τοῦ  στόµατός  µου.

17

Ὁ  ἔχων  οὖς  ἀκουσάτω  τί  τὸ 

πνεῦµα λέγει ταῖς ἐκκλησίαις. Τῷ νικῶντι  νικῶντι δώσω αὐτῷ τοῦ µάννα τοῦ κεκρυµµένου καὶ δώσω  αὐτῷ  ψῆφον  λευκήν, καὶ  ἐπὶ  τὴν  ψῆφον  ὄνοµα  καινὸν  γεγραµµένον  ὃ  οὐδεὶς  οἶδεν  εἰ  µὴ  ὁ  λαµβάνων31.

3.1.2.  Quadro de Tradução Vs. 12 - Καὶ τῷ ἀγγέλῳ τῆς ἐν Περγάµῳ ἐκκλησίας γράψον· Τάδε λέγει ὁ ἔχων τὴν ῥοµφαίαν  τὴν δίστοµον τὴν ὀξεῖαν· Palavras Καὶ  τῷ 

Conjunção Artigo dat. masc. singular

E ao

ἀγγέλῳ  τῆς  ἐν  Περγάµῳ  ἐκκλησίας  γράψον  Τάδε  λέγει 

Substantivo dat. masc. singular Artigo gen. fem. singular Preposição Substantivo dat. fem. singular Substantivo gen. fem. singular Verbo imperativo aor. ativo 2 singular Pronome dem. acus. net. plural Verbo pres. ind. ativo 3 singular

anjo da em Pérgamo igreja escreve estas coisas diz

31  Aland,

Análise

Tradução

Barbara ; Aland, Kurt ; Black, Matthew ; Martini, Carlo M. ; Metzger, Bruce M. ; Wikgren, Allen: The Greek New Testament . 4th ed. Federal Republic of Germany : United Bible Societies, 1993, c1979, S. 635

 

11

ὁ  ἔχων  τὴν  ῥοµφαίαν 

Artigo nom. masc. singular Particípio pres. ativ. nom. masc. singular Artigo acus. fem. singular Substantivo acus. fem. singular

o que tem a espada

τὴν  δίστοµον  τὴν  ὀξεῖαν 

Artigo acus. fem. singular a Adjetivo acus. fem. singular de dois gumes Artigo acus. fem. singular a Adjetivo acus. fem. singular afiada Tradução: E ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz o que tem a espada de dois gumes afiada

Vs. 13 – οἶδα ποῦ κατοικεῖς, ὅπου ὁ θρόνος τοῦ σατανᾶ, καὶ κρατεῖς τὸ ὄνοµά µου καὶ οὐκ   ἠρνήσω τὴν πίστιν µου καὶ ἐν ταῖς ἡµέραις Ἀντιπᾶς ὁ µάρτυς  µου ὁ πιστός µου, ὃς ἀπεκτάνθη  παρ᾽  ὑµῖν ὑµῖν, ὅπου ὁ σατανᾶς κατοικεῖ .

Palavras Οἶδα  ποῦ  κατοικεῖς· ὅπου  ὁ  θρόνος  τοῦ  Σατανᾶ· καὶ  κρατεῖς  τὸ  ὄνοµά  µου, καὶ  οὐκ   ἠρνήσω  τὴν  πίστιν  µου  καὶ 

Análise Verbo perf. Ind. ativo 1 singular Advérbio Verbo pres. ind. ativo 2 singular Advérbio Artigo nom. masc. singular Substantivo nom. masc. singular Artigo gen. masc. singular Substantivo gen. masc. singular Conjunção Verbo pres. ind. ativo 2 singular Artigo acus. neutro singular Substantivo acus. neutro singular Pronome pes. gen. 1 singular Conjunção Advérbio Verbo aor. ind. méd. 2 singular Artigo acus. fem. singular Substantivo acus. fem. singular Pronome pes. gen. 1 singular Conjunção

Tradução

Sei onde habitas onde o trono de Satanás, mas reténs o nome meu e não negaste a fé minha mesmo

 

12

ἐν  ταῖς  ἡµέραις  Ἀντιπᾶς 

Preposição Artigo dat. fem. plural Substantivo dat. fem. plural Substantivo nom. masc. singular

em os dias Antipas

ὁ  µάρτυς   µου  ὁ  πιστός  µου, ὃς  ἀπεκτάνθη  παρ’  ὑµῖν, ὅπου 

Artigo nom. masc. singular Substantivo nom. masc. singular Pronome pes. gen. 1 singular Artigo nom. masc. singular Adjetivo nom. masc. singular Pronome pes. gen. 1 singular Pronome rel. nom. masc. singular Verbo aor. ind. pas. 3 singular Preposição Pronome pes. dat. 2 plural Advérbio

o testemunha minha o fiel meu que foi morto junto de vós onde

ὁ  Σατανᾶς  κατοικεῖ .

Artigo nom. masc. singular o Substantivo nom. masc. singular satanás Verbo pres. ind. ativo 3 singular reside Tradução: Sei onde habitas, onde (está) o trono de satanás, mas reténs o meu nome e não negaste a fé em mim, mesmo nos dias de Antipas a minha testemunha o meu fiel que foi morto junto de vós, onde satanás reside.

Vs. 14 – ἀλλ᾽  ἔχω  κατὰ  σοῦ  ὀλίγα  ὅτι  ἔχεις  ἐκεῖ   κρατοῦντας  τὴν  διδαχὴν  Βαλαάµ, ὃς  ἐδίδασκεν  τῷ  Βαλὰκ   βαλεῖν  σκάνδαλον  ἐνώπιον  τῶν  υἱῶν  Ἰσραὴλ  φαγεῖν  εἰδωλόθυτα  καὶ  πορνεῦσαι. Palavras ἀλλ’ ἔχω  κατὰ  σοῦ  ὀλίγα, ὅτι  ἔχεις  ἐκεῖ   κρατοῦντας 

Análise Conjunção Verbo pres. ind. ativo 1 singular Preposição Pronome pes. gen. 2 singular Adjetivo acus. neutro plural Conjunção Verbo pres. ind. ativo 2 singular Advérbio Particípio pres. ativo acus. masc. plural

Tradução Mas (enfático) eu (tenho) contra ti poucas coisas que tens aí que agarram

 

13

τὴν  διδαχὴν  Βαλαάµ, ὃς 

Artigo acus. fem. singular Substantivo acus. fem. singular Substantivo gen. masc. singular Pronome rel. nom. masc. singular

a doutrina Balaão, que

ἐδίδασκεν  τῷ  Βαλὰκ   βαλεῖν  σκάνδαλον  ἐνώπιον  τῶν   υἱῶν  Ἰσραήλ, φαγεῖν  εἰδωλόθυτα 

Verbo imperfeito ind. ativo 3 singular Artigo dat. masc. singular Substantivo dat. masc. singular Verbo aor. inf. ativo Substantivo acus. neutro singular Preposição Artigo gen. masc. plural Substantivo gen. masc. plural Substantivo gen. masc. singular Verbo aor. inf. ativo Adjetivo acus. neutro plural

ensinou a Balaque lançar causa de tropeço diante de os filhos de Israel comer sacrificados a ídolos

καὶ  πορνεῦσαι.

Conjunção e Verbo aor. inf. ativo prostituir Tradução: Mas eu tenho contra ti poucas coisas,, que tens aí os que agarram a doutrina de Balaão, que ensinou a Balaque a lançar causa de tropeço diante dos filhos de Israel para comer coisas sacrificados a ídolos e prostituir.

Vs. 15 – οὕτως ἔχεις καὶ σὺ κρατοῦντας τὴν διδαχὴν [τῶν]  Νικολαϊτῶν ὁµοίως. Palavras οὕτως  ἔχεις  καὶ  σὺ  κρατοῦντας  τὴν  διδαχὴν  τῶν   Νικολαϊτῶν  ὁµοίως.

Análise Advérbio Verbo pres. ind. ativo 2 singular

Tradução Assim tens

Conjunção igualmente Pronome pes. nom. 2 singular tu Particípio pres. ativo acus. masc. plural que agarram Artigo acus. fem. singular a Substantivo acus. fem. singular doutrina Artigo gen. masc. plural dos Substantivo gen. masc. plural Nicolaítas Advérbio também Tradução: Assim, tu também tens os que agarram a doutrina dos Nicolaítas

 

14

Vs. 16 – µετανόησον  οὖν· εἰ  δὲ  µή, ἔρχοµαί  σοι  ταχὺ  καὶ  πολεµήσω  µετ᾽  αὐτῶν  ἐν  τῇ  ῥοµφαίᾳ τοῦ στόµατός µου. Palavras µετανόησον 

Análise Verbo imperativo aor. ativo 2 singular

Tradução Arrepende-te

οὖν· εἰ  δὲ  µή, ἔρχοµαί  σοι  ταχύ  καὶ  πολεµήσω  µετ’ αὐτῶν  ἐν  τῇ  ῥοµφαίᾳ  τοῦ  στόµατός  µου.

Conjunção pois! Conjunção se Conjunção mas Advérbio não Verbo pres. ind. med./pas med./pas.. 1 singular venho Pronome pes. dat. 2 singular ti Advérbio rapidamente Conjunção e Verbo futuro ind. ativo 1 singular farei guerra Presposição com Pronome pes. gen. masc. 3 plural eles Preposição com Artigo dat. fem. singular a Substantivo dat. fem. singular espada Artigo gen. neutro singular da Substantivo gen. neutro singular boca Pronome pes. gen. 1 singular minha Tradução: Arrepende-te pois! Mas se não, venho rapidamente a ti e farei guerra com eles com a espada da minha boca.

Vs. 17 – Ὁ ἔχων οὖς ἀκουσάτω τί τὸ πνεῦµα λέγει ταῖς ἐκκλησίαις. Τῷ  νικῶντι νικῶντι δώσω αὐτῷ  τοῦ µάννα τοῦ κεκρυµµένου καὶ δώσω αὐτῷ ψῆφον λευκήν, καὶ ἐπὶ τὴν ψῆφον ὄνοµα καινὸν  γεγραµµένον ὃ οὐδεὶς οἶδεν εἰ µὴ ὁ λαµβάνων. 

Palavras Ὁ  ἔχων  οὖς  ἀκουσάτω  τί  τὸ  Πνεῦµα 

Análise Artigo nom. masc. singular Particípio pres. ativo nom. masc. singular Substantivo acus. nom. singular Verbo Imperativo aor. ativo 3 singular Pronome indef. acus. neutro singular Artigo nom. neutro singular Substantivo nom. neutro singular

Tradução O que tem ouvido ouça o que o Espírito

 

15

λέγει  ταῖς  ἐκκλησίαις. Τῷ 

Verbo pres. ind. ativo 3 singular Artigo dat. fem. plural Substantivo Substanti vo dat. fem. plural Artigo dat. masc. singular

diz as igrejas. O

 νικῶντι  δώσω  αὐτῷ  τοῦ  µάννα  τοῦ  κεκρυµµένου,

Particípio pres. ativ. dat. masc. singular Verbo Futuro ind. ativo 1 singular Pronome pes. dat. masc. 3 singular Artigo gen. neutro singular Substantivo gen. neutro singular Artigo gen. neutro singular Particípio perfeito méd/pas. gen. neutro singular Conjunção Verbo Futuro ind. ativo 1 singular Pronome pes. dat. masc. 3 singular

que vence darei a ele do maná o escondido

καὶ  δώσω  αὐτῷ  ψῆφον  λευκήν, καὶ  ἐπὶ  τὴν  ψῆφον  ὄνοµα  καινὸν  γεγραµµένον, ὃ 

e darei a ele

Substantivo acus. fem. singular uma pequena pedra Adjetivo acus. fem. singular branca Conjunção e Preposição sobre Artigo acus. fem. singular a Substantivo acus. fem. singular uma pequena pedra Substantivo acus. neutro singular um nome Adjetivo acus. neutro singular novo Particípio perf. méd/pas. acus. neutro escrito singular Pronome rel. acus. neutro singular que

οὐδεὶς  οἶδεν  εἰ  µὴ  ὁ  λαµβάνων.

Adjetivo nom. masc. singular ninguém Verbo perf. ind. ativo 3 singular conhece Conjunção se Advérbio não Artigo nom. masc. singular o Particípio pres. ativo nom. masc. singular que recebe Tradução: O que tem ouvido ouça o que o Espírito diz as igrejas. Ao que vence darei a ele do maná escondido e darei a ele uma pequena pedra branca e sobre a pequena pedra um novo nome escrito que ninguém conhece, se não o que recebe.

 

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3.1.3.  Sugestão de Tradução ¹² E

ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz o que tem a espada

de dois gumes afiada: ¹³ Sei onde habitas, onde (está) o trono de satanás, mas reténs o meu nome e não negaste a fé em mim, mesmo nos dias de Antipas, a minha testemunha, o meu fiel que foi morto junto de vós, onde satanás reside. 14 Mas eu tenho contra ti poucas coisas, que tens aí os que agarram a doutrina de Balaão, que ensinou a Balaque a lançar causa de tropeço diante dos filhos de Israel para comer coisas sacrificados a ídolos e prostituir. 15  Assim, tu também tens os que agarram a doutrina dos Nicolaítas. 16 Arrepende-te pois! Mas se não, venho rapidamente a ti e farei guerra com eles com a espada da minha boca. 17 O que tem ouvido ouça o que o Espírito diz as igrejas. Ao que vence darei a ele do maná escondido e darei a ele uma pequena pedra branca e sobre a pequena pedra um novo nome escrito que ninguém conhece, se não o que recebe.

3.1.4.  Quadro comparativo de versões  Sobre a sugestão de tradução acima vale salientar que32:

Vs. 12 – A MINHA TRADUÇÃO e a ACF optaram por traduções mais literais do texto, por isso, mantiveram em suas traduções a conjunção coordenativa Καὶ (traduzido por “E). O propósito dessa opção é, além de manter uma maior literalidade, demonstrar que há uma unidade entre as perícopes, embora cada uma delas trate de assuntos isolados. Enquanto que as versões MINHA TRADUÇÃO, ARA, NTLH, NVI e a BJP optaram pela utilização apenas da preposição “em” (ἐν) para se referir à localidade onde o anjo se encontra, a ACF optou por acrescentar a expressão “que está” antes da preposição “em” ( ἐν) para dar uma maior ênfase a respeito da localidade onde anjo encontrava-se. Apenas a versão NTLH optou por acrescentar após o verbo imperativo aoristo γράψον (escreve) a “seguinte” a fim de enfatizar a mensagem que virá logo depois.

Enquanto que as versões MINHA TRADUÇÃO, ARA, ACF e BJP optaram por traduzir verbo presente indicativo λέγει por “diz”, a versão NTLH optou por traduzi-lo por “mensagem”. Já a versão NVI, além alé m de optar por uma outra palavra em sua tradução, traduziu 32  Foram

usadas para essa finalidade as versões: Almeida Revista e Atualizada (ARA), Almeida Corrigida Fiel (ACF), Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH), Nova Versão Internacional (NVI) e A Bíblia de Jerusalém (BJP).

 

17

o verbo no plural (palavras), enquanto que no grego o verbo encontra-se na terceira pessoa do singular. As versões MINHA TRADUÇÃO, ARA, NVI e BJP optaram por uma tradução mais literal do adjetivo acusativo δίστοµον traduzindo-o por “de dois gumes”. As versões ACF e NTLH optaram pela utilização de sinônimos “fios” e “lados” respectivamente.

Vs. 13 – As versões ARA, NTLH, NVI e BJP optaram por utilizar o verbo ser (sei) na tradução do verbo perfeito indicativo οἶδα. As versões ARA e ACF traduziram o respectivo verbo por “conheço”. Além do mais, a versão ACF inseriu em sua tradução a expressão “as tuas obras” ficando assim: “conheço as tuas obras, e onde habitas”. Vale lembrar que a expressão inseria pela versão não se encontra no grego. Quanto à segunda parte do versículo as versões divergiram na tradução. A versão MINHA TRADUÇÃO traduziu a expressão καὶ  κρατεῖς  τὸ  ὄνοµά  µου por “e reténs o meu nome”. A versão ARA optou por utilizar um sinônimo de reténs, traduzindo o verbo presente indicativo κρατεῖς por conservas. Já a versão NTLH omitiu a expressão καὶ κρατεῖς τὸ ὄνοµά  µου em sua tradução. A versão NVI optou por uma tradução mais informal da expressão καὶ  κρατεῖς τὸ ὄνοµά µου traduzindo-a por “você permanece perm anece fiel ao meu nome”. Por fim, a versão

BJP procurou na tradução da expressão καὶ  κρατεῖς  τὸ  ὄνοµά  µου dar uma ênfase maior a ação do verbo κρατεῖς, traduzindo a expressão da seguinte forma: “Tu, porém, seguras firmemente o meu nome”. Enquanto que as versões MINHA TRADUÇÃO, ARA, ACF e BJP traduzem a expressão παρ᾽  ὑµῖν por “junto de vós”, “entre vós” ou “junto a vós”, as versões NTLH e NVI optaram por não traduzir, mas sim parafraseá-las, traduzindo-as da seguinte forma: “aí em Pérgamo” e “nessa cidade”, respectivamente. Vs. 14 – As versões ARA, NVI e BJP optaram por não seguir as demais traduções que traduziram a conjunção ἀλλ᾽  por “mas”, traduzindo-a por “todavia”, “no entanto” e “contudo”, respectivamente. Apenas a versão BJP traduziu a preposição κατὰ por “reprovações”. As demais traduções traduziram a preposição por “contra”. Além do mais, somente a MINHA TRADUÇÃO optou por traduzir o particípio presente ativo acusativo κρατοῦντας por “que agarram”, a fim de dar uma maior ênfase ao tipo de envolvimento que algumas pessoas tinham com doutrinas falsas.

 

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Enquanto que as versões MINHA TRADUÇÃO, ARA , ACF, NVI e BJP traduzem a expressão ὃς ἐδίδασκεν τῷ Βαλὰκ  βαλεῖν σκάνδαλον ἐνώπιον τῶν  υἱῶν υἱῶν Ἰσραὴλ  no sentido de que Balaque colocava situações a fim de que Israel tropeçasse, não deixando explícito que o tropeço trata-se de pecado, a NTLH traduz a expressão afirmando que as ciladas ou situações de tropeços colocados por Balaque tinham como objetivo fazer com que Israel pecasse contra o Senhor, deixando assim explícito os objetivos de Balaque.

Vs. 15 – No versículo 15 não há divergências significativas nas traduções, há somente o uso de sinônimos, que as diferenciam umas das outras. Apenas a versão ACF que após traduzir todo o versículo, faz a inserção da expressão “o que eu odeio” que não se encontra no texto grego.

Vs. 16 – Quanto à tradução do verbo imperativo aoristo µετανόησον, apenas a versão BJP traduziu-o como “converte-te. Todas as demais versões traduziram o referido verbo por “arrepende-te”. Além do mais, a versão NTLH optou por omitir em sua tradução a conjunção coordenada οὖν· , perdendo deste modo o sentido de conclusão da sentença como há nas demais versões. A MINHA TRADUÇÃO, optou por traduzir o advérbio ταχὺ por “rapidamente” a fim de conceder uma maior clareza e explicitude quanto ao senso de urgência de arrependimento, enquanto que nas demais versões há apenas uma ideia de brevidade. As traduções optaram pelo uso de diversos sinônimos si nônimos na tradução do verbo futuro indicativo πολεµήσω. A MINHA TRADUÇÃO seguindo uma tradução mais literal, traduziu o verbo por “farei guerra”, oferecendo também um sentido mais bélico à sua tradução. A versão ARA o traduziu por “pelejarei”. A versão ACF o traduziu por “batalharei”. As versões NTLH e NVI optaram por traduzir o verbo por “lutarei”. Por fim, a BJP traduziu o verbo por “combatê-los. Apenas a versão NTLH deu uma maior clareza à tradução da expressão αὐτῶν ἐν  τῇ ῥοµφαίᾳ τοῦ στόµατός µου. Enquanto que todas as demais versões traduziram a expressão

por “com a espada da minha boca”, a versão NTLH a traduziu por “com a espada que sai da minha boca”, fornecendo ao leitor uma maior clareza ao sentido do texto.

Vs. 17 – Enquanto que apenas a versão NTLH havia omitido a tradução da conjunção coordenada οὖν·, perdendo deste modo o sentido de conclusão presente no versículo 16 nas demais versões, agora ela é a única que inicia o versículo 17 com uma

 

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conjunção coordenativa conclusiva conclusi va “Portanto”, destoando do texto grego que inicia o referido verso com um artigo, ao invés de uma conjunção. Ademais, a versão NTLH também faz uma inferência em sua tradução. Enquanto que todas as demais versões optaram por restringir-se apenas ao que o texto grego diz, traduzindo o substantivo πνεῦµα  apenas por “Espírito”, a versão NTLH o traduziu por “Espírito de Deus”. A versão ACF optou por traduzir a expressão Τῷ  νικῶντι νικῶντι δώσω αὐτῷ τοῦ µάννα  τοῦ κεκρυµµένου por “Ao que vencer darei a comer do maná escondido”, ressaltando de uma

melhor forma a finalidade do prêmio. As demais versões apenas dizem que será concedido o maná como prêmio, todavia, a versão ACF traz para sua tradução que esse maná recebido como prêmio será para ser comido. Além do mais, as versões ACF, NTLH e NVI não traduziram o substantivo ψῆφον no diminutivo como as demais traduções, que o traduziram por “pequena pedra” ou “pedrinha”, não concedendo ao leitor uma ideia mais clara a respeito do tamanho deste prêmio.

3.2. 

Estrutura do Texto

3.2.1.  Tabela de divisão das cláusulas L1 12 Καὶ τῷ ἀγγέλῳ τῆς ἐν Περγάµῳ ἐκκλησίας  γράψον· L2 L3 

Τάδε λέγει ὁ ἔχων τὴν ῥοµφαίαν τὴν δίστοµον τὴν ὀξεῖαν· 13 οἶδα 

ποῦ κατοικεῖς, ὅπου ὁ θρόνος τοῦ σατανᾶ, καὶ 

κρατεῖς τὸ ὄνοµά µου 

καὶ οὐκ  ἠρνήσω τὴν πίστιν µου  καὶ ἐν ταῖς ἡµέραις Ἀντιπᾶς  ὁ µάρτυς µου ὁ πιστός µου, ὃς ἀπεκτάνθη παρ᾽  ὑµῖν ὑµῖν, ὅπου 

L4

14

ἀλλ᾽ ἔχω κατὰ σοῦ ὀλίγα 

ὁ σατανᾶς κατοικεῖ .

 

20

ὅτι ἔχεις ἐκεῖ  κρατοῦντας τὴν διδαχὴν Βαλαάµ, ὃς  ἐδίδασκεν τῷ Βαλὰκ   βαλεῖν σκάνδαλον ἐνώπιον τῶν  υἱῶν υἱῶν Ἰσραὴλ  φαγεῖν εἰδωλόθυτα  καὶ πορνεῦσαι.

L5

15

οὕτως ἔχεις καὶ σὺ  κρατοῦντας τὴν διδαχὴν [τῶν] Νικολαϊτῶν ὁµοίως.

L6

16

µετανόησον οὖν·

L7

εἰ δὲ µή, ἔρχοµαί σοι ταχὺ  καὶ πολεµήσω  µετ᾽ αὐτῶν ἐν τῇ ῥοµφαίᾳ  τοῦ στόµατός µου.

L8 17 Ὁ ἔχων οὖς  ἀκουσάτω  τί τὸ πνεῦµα λέγει ταῖς ἐκκλησίαις.

L9

Τῷ  νικῶντι νικῶντι  δώσω αὐτῷ  τοῦ µάννα  τοῦ κεκρυµµένου  καὶ δώσω αὐτῷ ψῆφον λευκήν, καὶ ἐπὶ τὴν ψῆφον ὄνοµα καινὸν γεγραµµένον  ὃ 

οὐδεὶς οἶδεν εἰ µὴ ὁ λαµβάνων.

3.2.2.  Comentário Depois de João identificar-se como autor do livro de Apocalipse (Ap 1.1, 4, 9) e informar seus leitores de sua situação (1.9), ou seja, que encontrava-se exilado 33 na ilha de Patmos por causa da pregação da Palavra e do seu testemunho a respeito de Jesus Cristo, o apóstolo relata que recebeu uma ordem da parte de Cristo a fim de que enviasse uma mensagem às sete igrejas que se encontram na região da Ásia Menor (1.11, 19). Em seguida,

33  Ibid,

CARSON, Introdução ao Novo Testamento, Testamento, p. 526

 

21

após fazer um relato da visão que teve do Cristo agora exaltado e glorificado no meio dos sete candeeiros (1.9-20), visão essa que serve de base e contexto para a mensagem que será enviada a estas igrejas, João passa a escrever individualmente a cada uma das sete igrejas que se encontram na Ásia Menor: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia.

2.12a Καὶ  τῷ  ἀγγέλῳ  τῆς  ἐν  Περγάµῳ  ἐκκλησίας  γράψον· (E ao anjo da igreja em Pérgamo escreve:) Lembrando, a partir das palavras de Carson, que apocalipse trata-se de um livro de “profecia cunhada no molde apocalíptico e escrita na forma de carta”34, essa (Καὶ  τῷ  ἀγγέλῳ  τῆς  ἐν  Περγάµῳ  ἐκκλησίας  γράψον·) é a fórmula padrão que João utilizará para

dirigir-se a cada uma das igrejas destinatárias da mensagem da parte de Deus (2.1, 8, 12, 18; 3.1, 7, 14). A fim de que haja ao mesmo tempo, tanto uma unidade, ou seja, uma relação de pensamento e uma certa unidade entre as mensagens enviadas às sete igrejas (2.1 – 3.22) 35, quanto um caráter individual36, ou seja, que haja uma mensagem exclusiva a cada destinatário, João utiliza-se da conjunção coordenada Καὶ (e) para abrir seu discurso à igreja de Pérgamo, logo após ter se dirigido tanto à igreja de Éfeso, quanto à igreja de Esmirna. Em seguida, João diz que a mensagem da parte de Cristo é destinada ao anjo (ἀγγέλῳ) da igreja que se encontra na cidade de Pérgamo. A palavra ἀγγέλῳ  (ἄγγελος) significa mensageiro, enviado37 e isso tem trazido algumas discussões a respeito de quem seria o destinatário da carta a igreja de Pérgamo, ou seja, se o anjo a quem João se dirige são seres angelicais, retratados ao longo das Escrituras como mensageiros da parte de Deus (Jz 6.11-23; 13.3-538; Zc 1.9, 11; 2.2-5; Ez 40.3 39), ou se o apóstolo está se dirigindo ao pastor

34  Ibid,

p. 534 WALLACE, Daniel B. Gramática Grega:  Uma sintaxe exegética do Novo Testamento. Trad. Roque Nascimento Albuquerque. São Paulo: Batista Regular, 2009, p. 668 36  SÓ PORTUGUÊS. Classificação da conjugação. Disponível em: . Acesso em: 28 Set 2016 37   GINGRICH, F. Wilbur.  Léxico do Novo Testamento: Grego, português. Trad. Júlio P. T. Zabatiero. São Paulo: Vida Nova, 1984, p. 10 38  DOUGLAS, J. D. (org.); et al. O Novo Dicionário da Bíblia. 3. ed. Trad. T rad. João Bentes. São Paulo: Vida Nova, 2006, p. 54 39  COENEN, Lothar; BROWN, Colin. Dicionário Internacional Internacional de Teologia do Novo Testamento. 2. ed. Trad. Gordon Chown. São Paulo: Vida Nova, 2000, v. I A-M, p. 145 35  

 

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da igreja, que de igual modo é reconhecido como mensageiro da parte de Deus. Grant Osborne é taxativo e afirma que João está se dirigindo a seres angelicais 40. No Novo Testamento os anjos são responsáveis não só por transmitir a mensagem da parte de Deus, mas estavam relacionados “corporativamente” com ela, tanto que a mensagem chega à toda igreja de Pérgamo por meio do anjo, como também eram os responsáveis por supervisionar o desenvolver dos planos e propósitos de Deus41 (1Co 11.10; Hb 13.2; 1Pe 1.12). É em razão de tais argumentos, funções atribuídas a estes seres angelicais e a sua relação com a igreja relatado nas Escrituras, que Osborne chega à conclusão de que João está se dirigindo a um deles quando escreve carta à igreja que se encontra em Pérgamo. Simon Kistemaker também é taxativo, contudo, em afirmar que o anjo ( ἀγγέλῳ) a quem João identifica como destinatário da carta, seja o próprio pastor da igreja de Pérgamo42. Tanto que em seu comentário à carta a igreja de Éfeso, ele já parte do pressuposto de que não qualquer tipo de dúvida ou questionamento a respeito da Questão. Outro teólogo defensor da ideia de que João está se referindo ao pastor da igreja é Augustus Nicodemus. Para Nicodemus, é impossível conciliar seres angelicais, que não são passíveis de queda e nem experimentam os efeitos noéticos do pecado, com uma mensagem de repreensão, oriunda de pecado, como é o caso da mensagem à igreja de Pérgamo 43, ou seja, a mensagem às sete igrejas só poderiam ser enviadas a seres ou indivíduos cujas atitudes são conduzidas pelos efeitos noéticos do pecado. Em razão disso, o melhor argumento a ser assumido é o de que João destina sua carta ao pastor que se encontra na igreja de Pérgamo. Outro fator importante a ser observado é a construção gramatical utilizada por João para dar uma maior ênfase à expressão. O normal seria o verbo imperativo aoristo ativo γράψον vir antes do objeto indireto τῷ ἀγγέλῳ, artigo e substantivo dativo respectivamente,

cuja finalidade é indicar o sujeito que sofrerá a ação do verbo 44. Entretanto, João inverte a

construção gramatical colocando o imperativo aoristo após o objeto indireto, intensificando assim o peso da ordem dada 45, demonstrando deste modo aos destinatários e os leitores da 40  Ibid, 41

OSBORNE, p. 122

 Ibid

42  Ibid,

KISTEMAKER, p. 152   LOPES, Augustus Nicodemus. Quem São os Anjos das Sete Igrejas do Apocalipse?   Disponível em: . . Acesso em 28 Set 2016 44  REGA, Lourenço Stelio; BERGMANN, Johannes.  Noções do grego bíblico: Gramática fundamental. São Paulo: Vida Nova, 2004, p. 69 45  Ibid, OSBORNE, p. 122

43

 

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carta, a seriedade e importância da mensagem que seria registrada, bem como que ele responsável ativamente pela redação da carta que será enviada à igreja de Pérgamo. Quanto à cidade de Pérgamo, esta era uma das sete principais cidades da Ásia Menor, hoje, atual Bergama46. Estava situada à cerca de mais ou menos 24 km de distância do Mar Egeu47. Ganhou notoriedade, em razão de sua beleza, por ter sido construída sobre um monte em forma de cone, destacando-se sobre todo o vale do rio Caicus48. Tornou-se uma cidade importante somente após a morte de Alexandre o grande, quando tornou-se capital do reino independente de Átalo49. Todavia, Pérgamo tornou-se conhecida em toda a Ásia Menor, por ser um importante centro político-religioso 50, tanto esta cidade tornou-se a capital oficial do culto ao imperador51. Inclusive, essa influência político-religiosa será a responsável por influenciar negativamente alguns da igreja que ali se encontra, tornando-a passível de repreensão da parte de Cristo.

2.12b Τάδε λέγει ὁ ἔχων τὴν ῥοµφαίαν τὴν δίστοµον τὴν ὀξεῖαν· (Estas coisas diz o que tem a espada de dois gumes afiada) Após João identificar o destinatário da carta, ele passa a fazer uma apresentação da pessoa de Cristo, ou seja, do remetente da mensagem. Para isso, utiliza-se da visão que teve do Cristo exaltado e glorificado, cuja espada afiada de dois gumes lhe saia da boca (1.16), visão essa, como já dito anteriormente, que serve de base e contexto para a mensagem que será enviada a estas igrejas, concedendo à passagem em voga, um tom de julgamento 52  e a autoridade de juiz de Cristo53, que será concretizado caso no futuro os destinatários da mensagem não se arrependam de seus maus caminhos (Ap 2.16). Entretanto, diferentemente de 1.16 onde João ao referir-se a cristo como aquele cuja espada afiada de dois gumes lhe saía da boca (καὶ  ἐκ   τοῦ  στόµατος  αὐτοῦ  ῥοµφαία  δίστοµος ὀξεῖα ἐκπορευοµένη· ), não utiliza-se de artigo para referir-se à espada, em 2.12 ele 46  Ibid,

KISTEMAKER, p. 172 TENNEY, Enciclopédia da Bíblia, p. 929 48  MOUNCE, Robert H. The Book of Revelation . Grand Rapids, MI. Wm. B. Eerdmans Publishing Co, 1997 (The New International Commentary on the New Testament), S. 77 49  MORRIS, Leon.  Revelation: An Introduction and Commentary. Nottingham, England. Inter-Varsity Press, 1987 (Tyndale New Testament Commentaries 20), S. 69 69 50  Ibid, LADD, p. 37 51  Ibid, MOUNCE 52  LIMA, Leandro Antonio de. Exposição do Apocalipse: Capítulos 1 – 7. São Paulo: Agathos, 2015, p. 55 53  THOMAS, Robert L. Revelation 1-7: An Exegetical Commentary. Chicago: Moody Publishers, 1992, S. 177 47  Ibid,

 

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 já lança mão desse recurso (ὁ ἔχων τὴν ῥοµφαίαν τὴν δίστοµον τὴν ὀξεῖαν· ), onde literalmente lemos como “o que tem a espada, a de dois gumes, a afiada”. Esse recurso gramatical usado por João tem como propósito agregar ênfase à mensagem transmitida54, ou seja, realçar aos leitores a importância daquilo que estava sendo transmitido, bem como demonstrar a estes, que de fato não era o procônsul quem tinha o direito de espada 55, mas que o único que poderia legislar sobre a vida e a morte, este era Cristo. O particípio presente ativo nominativo masculino singular ἔχων  traduzido por “que tem” denota o sentido de uma ação contínua, ininterrúpta 56, que não tem fim, ou seja, Cristo constantemente é o detentor da espada. João ao utilizar tal particípio tem como finalidade demonstrar que o julgamento operado por Cristo e a sua autoridade de juiz, prefigurada na metáfora da espada, sempre farão parte dos atributos de Cristo. Tanto que em 2.16, o apóstolo novamente evoca a figura da espada, agora no tempo futuro, para demonstrar que Cristo colocará em prática estes atributos, que constantemente fazem parte de seus atributos, caso não cumpram o imperativo µετανόησον, “arrepende-te”. “arrepende-te”.

2.13a οἶδα  ποῦ  κατοικεῖς, ὅπου  ὁ  θρόνος  τοῦ  σατανᾶ, (Sei onde habitas, onde (está) o trono de satanás,)  João ao utilizar o verbo perfeito do indicativo ativo οἶδα traduzido por “sei” tem como finalidade, demonstrar que aquilo que será dito a seguir é resultado do que foi dito ou da ação ocorrida anteriormente57, ou seja, é o resultado da afirmação de d e que de Cristo é aquele que tem a espada de dois gumes afiada, logo, detentor de autoridade e poder para julgar, assim, habilitado para conhecer a realidade dos habitantes de Pérgamo. Além do mais, tem por finalidade demonstrar que cristo não possui um simples conhecimento, mas sim um conhecimento incontestável, absoluto58, ou seja, conforme Mounce afirma, Cristo sabe perfeitamente das dificuldades que os cristãos da igreja de Pérgamo enfrentam ao residirem em uma cidade cujo contexto é de paganismo e perseguição àqueles que testemunham de Cristo59. 54  Ibid,

KISTEMAKER, p. 174  Ibid, MOUNCE 56  Ibid, REGA, p. 200 57  Ibid, WALLACE, p. 580 58  Ibid, OSBORNE, p. 123-124 59  Ibid, MOUNCE 55

 

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O verbo no presente do indicativo ativo κατοικεῖς, traduzido por “habitas” tem o sentido de uma habitação duradoura, contínua60, ou seja, tem como finalidade demonstrar que a habitação dos membros da igreja em Pérgamo não é algo temporário61 ou que estavam simplesmente passando por Pérgamo, provavelmente residiam ali desde o nascimento. Assim, pode-se concluir até aqui Cristo tem o pleno e absoluto conhecimento de onde os destinatários da carta mantém residência permanente, bem como que Cristo não está alheio à situação dos indivíduos da igreja de Pérgamo. João demonstra que Cristo conhece tão profundamente onde os da igreja de Pérgamo habitam, que em seguida ele introduz a expressão ὅπου ὁ θρόνος τοῦ σατανᾶ, (onde (está) o trono de satanás,). A expressão τοῦ  σατανᾶ trata-se de um genitivo subjetivo, pois está funcionando como sujeito de uma ideia verbal implícita no substantivo θρόνος62, cuja ideia é a de que Satanás controla e dá poder ao seu trono. Muito tem se perguntado a respeito do que realmente significa esta expressão. Carson, por exemplo, diz que essa expressão possivelmente está relacionada ao culto que era oferecido a Zeus em Pérgamo63. Mas também já afirmou-se que esta expressão é em razão do culto Esclépio, deus-serpente das curas 64, isso porque esse deus era representado através de uma serpente, que para a cristandade representava satanás. Outros também afirmaram que a expressão é em decorrência da forma da colina onde a cidade de Pérgamo foi construída 65. Entretanto, com exceção de Carson, os demais teólogos chegam à conclusão de que esta expressão refere-se ao culto imperial 66  instituído em Pérgamo, responsável tanto por conceder à cidade o status  de capital político-religiosa da Ásia Menor, quanto por desencadear a perseguição aos cristãos que não cederam a tal prática pagã.

60

 Ibid, REGA, p. 36 KISTEMAKER, p. 184 62  Ibid, WALLACE, p. 113 63  Ibid, CARSON, Comentário Bíblico: Vida Nova, p. 2138 64  Ibid, LADD, p. 37 65  AUNE, David E. Word Biblical Commentary: Revelation 1-5:14 . Dallas. Word, Incorporated, 2002 (Word Biblical Commentary 52A), S. 176 66  Ibid, TENNEY, Enciclopédia da Bíblia, p. 931 Ibid, LADD, 37 Ibid, MOUNCE Ibid, THOMAS Ibid, AUNE Ibid, OSBORNE, p. 156 Ibid, KISTEMAKER, p. 176 61  Ibid,

 

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2.13b καὶ κρατεῖς τὸ ὄνοµά µου καὶ οὐκ ἠρνήσω τὴν πίστιν µου (mas reténs o meu nome e não negaste a fé em mim) João abre a segunda parte do versículo 13 com a conjunção καὶ. Nesse contexto, καὶ  trata-se de uma conjunção adversativa, cuja finalidade trazer um sentido de oposição àquilo que foi dito67, ou seja, embora os cristãos habitassem no lugar onde encontrava-se o trono de satanás (culto ao imperador), estes mantiveram-se fieis, não negaram a fé em Cristo. Esse sentido é reforçado através do verbo presente do indicativo ativo κρατεῖς, traduzido por “reténs”, cujo sentido é o de algo duradouro, contínuo 68, ou seja, essa fidelidade dos indivíduos da igreja de Pérgamo não era algo casual ou temporário, mas que em todo o tempo eles procuraram ativamente resistir e se manterem fieis ao nome de Cristo. Em seguida temos o verbo aoristo indicativo médio ἠρνήσω, traduzido por “negaste”. A ação do aoristo no indicativo deve ser considerada como uma ação que ocorreu no passado69, logo, no presente contexto, o verbo aoristo ἠρνήσω  tem por finalidade demonstrar, tanto que perseguição à igreja de Pérgamo não é algo exclusivo do presente, mas que desde o passado essa igreja já era afligida 70, como demonstrar que desde o passado os indivíduos da igreja de Pérgamo procuraram não negar a fé em Cristo, ou seja, essa porção do versículo 13 tem a função de evidenciar que em todo o tempo, passado e presente, a igreja de Pérgamo procurou resistir e foi intolerante aos ataques externos, sendo por isso elogiada por Cristo.

2.13c καὶ  ἐν  ταῖς  ἡµέραις  Ἀντιπᾶς  ὁ  µάρτυς  µου  ὁ  πιστός  µου, (mesmo nos dias de Antipas, a minha testemunha, o meu fiel) Se na primeira utilização da conjunção καὶ, João a utiliza como uma conjunção adversativa, nesta segunda ocorrência ela é usada como uma conjunção progressiva 71, ou seja, tem por finalidade demonstrar e enriquecer com mais detalhes, as consequências que a perseguição trouxe àqueles dentre a igreja de Pérgamo que não sucumbiram ou cederam no

67

 Ibid, WALLACE, p. 671

68  Ibid,

REGA, p. 36 REGA, p. 139 70  Ibid, THOMAS 71  Ibid, OSBORNE, p. 157 69  Ibid,

 

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passado ao culto ao imperador. Essa maior riqueza de detalhes quanto às consequências da perseguição é demonstrada através do martírio de Antipas, a quem a história não revela muito a seu respeito 72, somente que foi alguém que testemunhou a respeito de Cristo e foi fiel ao Seu nome até o final, sendo em razão disso elogiado pelo próprio Cristo73.

2.13d ὃς  ἀπεκτάνθη  παρ᾽  ὑµῖν, ὅπου  ὁ  σατανᾶς  κατοικεῖ. (que foi morto junto de vós, onde satanás reside.) A utilização do verbo ἀπεκτάνθη, traduzido por “foi morto”, no aoristo indicativo passivo, tem por finalidade demonstrar que no passado, Antipas foi alvo de uma ação que resultou na sua morte, que como elucidado anteriormente, teve como estopim o seu testemunho e fidelidade à Cristo, não cedendo ao culto ao imperador. João ao posteriormente utilizar a expressão ὅπου  ὁ  σατανᾶς  κατοικεῖ   (onde satanás reside) tem como objetivo indicar com maior riqueza de dados o local onde Antipas teve a sua vida ceifada74, mas também demonstrar que os fiéis e seus opositores estão dividindo o mesmo lugar. Em razão dessa realidade, Kistemaker assevera que a presença do mal era algo constante entre os da igreja de Pérgamo 75.

2.14a ἀλλ᾽ ἔχω κατὰ σοῦ ὀλίγα (Mas eu tenho contra ti poucas coisas) A partir do versículo 14, João introduz um assunto completamente oposto ao que ele tratou até o momento. Para isso, inicia esse novo bloco com a conjunção adversativa enfática ἀλλ᾽76, traduzido por “mas”, a fim de demonstrar que aquilo que ele passará a tratar contrasta radicalmente77  com a fidelidade e perseverança demonstrada até aqui pelos da igreja de Pérgamo frente ao paganismo e perseguição religiosa por não cultuarem o imperador como deus. Além da conjunção adversativa enfática ἀλλ᾽, o apóstolo também utiliza o

72

 Ibid, KISTEMAKER, p. 177 S. The NIV Application Commentary: Revelation. Grand Rapids, MI: Zondervan Publishing House, 2000, S. 122 74  Ibid, THOMAS 75  Ibid, KISTEMAKER, p. 177 76  Ibid, AUNE 77  Ibid, WALLACE, p. 671 73  KEENER, Craig

 

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adjetivo acusativo neutro plural ὀλίγα, traduzido por “poucas coisas”. Embora em um primeiro momento a tradução do adjetivo conceda uma ideia de que aquilo que Cristo tem contra a igreja é pouco no sentido de número78, ou seja, que a igreja não possuía um panteão de atitudes reprováveis ao longo de sua caminha, tanto que Cristo a repreende por apenas uma coisa, a sua tolerância com membros da igreja que se enamoram por falsas doutrinas e que estavam disseminando-a entre os demais do corpo, de tal maneira que Kistemaker compara essa disseminação a um câncer que gradativamente vai se espalhando pelas partes saudáveis do corpo79. Todavia, não podemos considerar que essas “poucas coisas” não possuam importância ou relevância e que não precisem ser tratadas e extirpadas da vida prática da igreja, pelo contrário, a finalidade desta carta é justamente combater o mal presente em seu arraial.

2.14b ὅτι  ἔχεις  ἐκεῖ  κρατοῦντας  τὴν  διδαχὴν  Βαλαάµ, (que tens aí os que agarram a doutrina de Balaão,) Após indicar na primeira parte do versículo 14 que Cristo tem algo contra a igreja de Pérgamo, na segunda parte ele irá identificar a natureza, o que de fato é essa falha que tem maculado a essência dessa igreja. Jesus reprova a igreja de Pérgamo por ter em seu meio alguns que se envolveram com doutrina de Balaão. Para isso, João utiliza-se do particípio presente ativo acusativo masculino plural κρατοῦντας, que pode ser traduzido por “que guardam”, “que retêm”, “que agarram”, cujo objetivo é qualificar, atribuir uma qualidade80 ao verbo presente do indicativo ativo ἔχεις (tens), ou seja, o que João pretende ao usar o particípio κρατοῦντας associado ao verbo ἔχεις é demonstrar que o problema da igreja de Éfeso não era algo externo 81, derivado da perseguição religiosa, mas sim interno. Havia alguns indivíduos dentro da igreja de Pérgamo que estavam ativamente e obstinadamente agarrando-se com a doutrina de Balaão, como é identificado por Cristo. A história de Balaão é retratada a partir do capítulo 22 do livro de números, onde narra que o mesmo foi recrutado pelo rei de Moabe, Balaque, a fim de que este lançasse 78  Ibid,

KISTEMAKER, p. 178 KISTEMAKER, p. 178 80  Ibid, WALLACE, p. 625 81  Ibid, OSBORNE, p. 158 79  Ibid,

 

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maldições em Israel, furtando-os de seu poder 82, contudo, este movido pelo Senhor, ao invés de amaldiçoa-los os abençoou (Nm 23.11, 16-24; 24.1-10, 15-24).

2.14c ὃς  ἐδίδασκεν  τῷ  Βαλὰκ  βαλεῖν  σκάνδαλον  ἐνώπιον  τῶν  υἱῶν  Ἰσραὴλ   φαγεῖν  εἰδωλόθυτα  καὶ  πορνεῦσαι. (que ensinou a Balaque a lançar causa de tropeço diante dos filhos de Israel para comer coisas sacrificados a ídolos e prostituir.) Após identificar o problema da igreja de Pérgamo, João passa a dar mais detalhes a respeito do que se trata essa doutrina de Balaão. Em Nm 31.16 pode-se observar que o mesmo Balaão que em um certo momento abençoou o povo de Israel, impedindo que o rei Balaque prevalecesse contra eles, é o mesmo que será o responsável ensinar o mesmo rei Balaque a como aconselhar o povo de Israel a se deitar com as filhas dos moabitas e a se alimentar de coisas sacrificadas a ídolos (Nm 25.13)83, por isso a relação com a igreja de Pérgamo. Assim como Israel foi tolerante para com as investidas de Balaão, cedendo a seus falsos ensinos, passando a adorar ídolos e cometer imoralidade84, a igreja de Pérgamo também estava sendo tolerante para com falsos ensinos que haviam sido disseminados em seu meio, ensinos estes que visavam persuadir os indivíduos a viverem livremente, livremente , em não observância aos preceitos das Sagradas Escrituras85. Por isso, João utiliza o verbo imperfeito indicativo ativo ἐδίδασκεν, traduzido por “ensinou”. Pois, embora a ação do verbo tenha ocorrido no passado 86, as respostas, ou as ações daqueles que por ele foram instruídos ainda estão intimamente ligadas87, o que pode ser constatado88  pela ação dos três verbos aoristo no infinitivo ativo βαλεῖν  (lançar), φαγεῖν  (comer), πορνεῦσαι (prostituir) (prostituir)..

Deste modo, conclui-se que, do mesmo modo como Israel tropeçou porque lhe foi lançada uma pedra, alimentou-se de coisas sacrificadas a ídolos e se prostitui, porque anteriormente foi ensinado a Balaque a como persuadi-los a cometer tais coisas, assim também é para com alguns da Igreja de Pérgamo, que tornaram-se tolerantes porque 82  Ibid,

DOUGLAS, O Novo Dicionário da Bíblia, p. 150  Ibid, OSBORNE, p. 159 84  BEALE, G. K.; CARSON, D. A. Comentário do Uso do Antigo Testamento no Novo Testamento . Trad. C. E. S. Lopes, F. Medeiros, R. Malkomes e V. Kroker. São Paulo: Vida Nova, 2014, p. 1333 85  Ibid, CARSON, Comentário Bíblico: Vida Nova, p. 2139 86  Ibid, REGA, p. 129 87  Ibid, AUNE 88  Ibid, REGA, p. 138 83

 

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anteriormente lhes foi ensinado que não havia problema algum em se envolverem com ideologias mundanas89.

2.15 οὕτως ἔχεις καὶ σὺ κρατοῦντας  τὴν διδαχὴν [τῶν] Νικολαϊτῶν ὁµοίως. (Assim, tu também tens os que agarram a doutrina dos Nicolaítas.) Se a igreja de Éfeso havia prevalecido contra as obras dos nicolaítas (2.6), o mesmo não pode ser dito quanto à igreja de Pérgamo. Pois, além de ter em seu meio aqueles que agarram a doutrina de Balaão (2.14), há também aqueles que agarram a doutrina dos nicolaítas (2.15). Para fazer essa ligação da presença dos nicalítas em Éfeso e em Pérgamo, João utiliza-se da expressão καὶ  σὺ  (assim também), cujo objetivo é afirmar que os mesmos nicolaítas que tentaram, sem sucesso, agir em Éfeso, são os que agora alcançaram êxito em Pérgamo90. Os nicolaítas eram um grupo no primeiro século que envolveram-se com o paganismo, cujo propósito era permitir que os cristãos se envolvessem e se acomodassem com questões sociais e religiosas destoantes dos Ensinos das Sagradas Escrituras 91, ou seja, o que nota-se é que os nicolaítas são a versão neotestamentária da doutrina de Balaão92, em razão relação que há entre os dois ensinamentos.

2.16a µετανόησον οὖν· εἰ δὲ µή, ἔρχοµαί σοι ταχὺ (Arrepende-te pois! Mas se não, venho rapidamente a ti) João depois de identificar o problema existente na igreja de Pérgamo, no versículo 16 ele demonstra a única coisa que poderia livra-los do juízo de Cristo quando este voltar pela segunda vez93, ou seja, o arrependimento. Tanto é que João inicia essa porção das Escrituras com o verbo imperativo aoristo ativo µετανόησον  (Arrepende-te) seguido da conjunção οὖν  (pois!), trazendo deste modo uma ordem, que não se sabe se será ou não

89  Ibid,

MOUNCE  Ibid, AUNE 91  Ibid, DOUGLAS, O Novo Dicionário da Bíblia, p. 928 92  Ibid, BEALE, Comentário do Uso do Antigo Testamento no Novo Testamento, p. 1333 Ibid, MOUNCE 93  Ibid, LIMA 90

 

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cumprida 94, aos faltosos da igreja de Pérgamo. A palavra µετανόησον  significa sentir remorso, arrepender-se ou mudar de mente95. Deste modo, o intuito de João ao ordenar que estes arrependessem-se é a fim de que estes abandonassem sua tolerância e expulsasse do seu meio aqueles que lhes havia ensinado e lhes persuadido a tais coisas96, assemelhando-se deste modo à igreja de Éfeso que de modo algum permitiu a permanência dos nicolaítas em seu meio (2.6). Continuar no mesmo caminho só lhes conduziria à ruína, pois Cristo de modo algum permite a permanência de algo que macule a imagem de sua igreja. Se a expressão µετανόησον οὖν tem por finalidade ordenar que os faltosos de se arrependam, a expressão εἰ δὲ µή, traduzido por “mas se não” tem por finalidade demonstrar que a não observância do imperativo acarretará consequências sobre os obstinados de coração97. Ademais, a expressão ἔρχοµαί σοι ταχὺ, traduzido por “venho rapidamente a ti” em um primeiro momento pode dar a impressão da iminência, brevidade, rapidez da execução do juízo por parte de Cristo antes da segunda vinda 98. Todavia, essa rápida vinda de Cristo à igreja de Pérgamo deve ser entendida como o seu retorno na  parousia, no seu segundo e único retorno99, quando Cristo virá para julgar e exercer juízo sobre toda a humanidade.

2.16b καὶ πολεµήσω µετ᾽ αὐτῶν ἐν  τῇ ῥοµφαίᾳ  τοῦ στόµατός µου. (e farei guerra com eles com a espada da minha boca.) João inicia a segunda parte do versículo versícul o 16 com o verbo no futuro indicativo indicativ o ativo πολεµήσω, traduzido por “farei guerra”. Essa construção gramatical tem duas finalidades. A primeira é reforçar a ideia do juízo de Cristo que será exercido no futuro 100 – na sua segunda vinda – sobre aqueles que não obedecerem a ordem para arrepender-se. Em segundo lugar, o uso do verbo πολεµήσω (farei guerra) também tem a finalidade explicitar, reforçar, conceder 94  Ibid,

REGA, p. 268 GINGRICH, p. 134 96  Ibid, KISTEMAKER, p. 181 97  Ibid, OSBORNE, p. 161 98  Ibid, KISTEMAKER, p. 181 Ibid, OSBORNE, p. 161 Ibid, AUNE 99  Ibid, MOUNCE Ibid, THOMAS 100  Ibid, REGA, p. 55 95  Ibid,

 

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peso à natureza do juízo101 que Cristo exercerá sobre aqueles que não se arrependerem e não mudarem de mente. Em seguida, João novamente usa a imagem da espada já mencionada no versículo 12, bem como em 1.16. Como já mencionado anteriormente, a imagem da espada que sai da boca de Cristo relatado em 1.16 serve de base e contexto para a mensagem que será enviada às igrejas da Ásia Menor, cujo teor é o de julgamento 102  e da autoridade de Cristo como  juiz103. Não obstante, João em 2.16 ao utiliza-la novamente tem por finalidade demonstrar que de fato Cristo executará o juízo, ou seja, que aquilo dito por Cristo em 1.16, 2.12 e 2.16 não trata-se somente de uma ameaça104, mas se concretizará. Por fim, deve-se entender que esta imagem utilizada por João trata-se de uma metáfora, ou seja, não pode ser interpretada literalmente, ou seja, devemos entender que a espada que sai da boca de Cristo trata-se de suas palavras de juízo105 que serão proferidas contra os seus inimigos, sendo consolo para os injustiçados e perseguidos, mas um momento de pavor e angústia para os obstinados.

2.17a Ὁ  ἔχων  οὖς  ἀκουσάτω  τί  τὸ  πνεῦµα  λέγει  ταῖς  ἐκκλησίαις. (O que tem ouvido ouça o que o Espírito diz as igrejas.) Essa fórmula utilizada por João não é nova. Jesus ao longo de todo o seu ministério terreno sempre mencionava a ideia de que aquele que tinha ouvidos, que então ouvisse sua mensagem106  (Mt 11.15; Mc 4.9; Lc 8.8). O que João então faz em 2.17 e acrescentar que aquilo que seria ouvido provinha do Espírito Santo e não do apóstolo 107, por isso, os ouvintes tanto deve observar atentamente o conteúdo da carta, a mensagem que está lhe sendo transmitida, bem como deve movê-los a uma atitude de obediência, ou seja, necessariamente têm de coloca-las em prática em suas vidas cotidianas. Osbone ao comentar essa passagem afirma que a igreja estiver disposta a ouvir eles necessariamente têm de

101  Ibid,

OSBORNE LIMA, p. 55 103  Idid, THOMAS 104  Ibid, THOMAS 105  Ibid, OSBORNE Ibid, MORRIS Ibid, AUNE 106  Ibid, KISTEMAKER, p. 161 107  Ibid, OSBORNE, p. 162 102  Ibid,

 

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arrepender-se (2.16) e começarem a batalhar contra os falsos mestres e seus discípulos 108. A palavra ἔχων, traduzido por “que tem” é um particípio presente ativo nominativo, cuja finalidade e demonstrar que “ter ouvidos” e o ouvir não são ações diversas ou apartadas uma da outra109, mas que devem ocorrer simultaneamente, não há como excursar-se de tal realidade. Entretanto, é necessário acrescentar que só terá ouvidos, logo, ouvirá o que o Espírito diz, aqueles que crêem em Jesus Cristo 110, ou seja, a salvação em Cristo Jesus é a chave para se “ter ouvidos”, bem como para “ouvir” a mensagem, embora também haja também a responsabilidade humana, como encontra-se presente em 2.17 111 e em outros lugares lugares como Mt 11.15; 15.10; Mc 4.24; Ap 2.7, 11, 29. Além do mais, para ressaltar que esse ouvir, simultâneo à faculdade de se ter ouvidos não se trata de um simples ouvir, mas sim que este carrega uma ideia de ordem 112, João utiliza o verbo imperativo aoristo ativo ἀκουσάτω, traduzido por “ouça”, demonstrando que o ouvir não se trata de uma faculdade àqueles àquel es que “que tem ouvido”, mas sim uma ordem. ord em.

2.17b Τῷ  νικῶντι νικῶντι δώσω αὐτῷ τοῦ µάννα τοῦ κεκρυµµένου (Ao que vence darei a ele do maná escondido) A partir desse ponto, João começa a demonstrar cada uma das recompensas que futuramente Cristo dará àqueles que se arrependerem (2.16) ao ouvir o que diz o Espírito e tornarem-se vencedores. Futuramente, porque a partir daqui João utilizará o verbo δώσω  “dar” no futuro do indicativo ativo, ressaltando assim a ideia de que tais recompensas serão concedidas em um período que virá posteriormente113, de modo mais específico, na segunda vinda de Cristo. Antes de observarmos a primeira recompensa, é necessário analisarmos o particípio presente ativo dativo  νικῶντι, traduzido por “que vence”. Sua finalidade é demonstrar que vencer ( νικῶντι) e a ação de dar ( δώσω) são ações simultâneas114, sendo que a primeira é condição sine qua non para a segunda ação, ou seja, o que João está querendo 108  Ibid,

p. 162  Ibid, REGA, p. 199 110  COENEN, Lothar; BROWN, Colin. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. 2. ed. Trad. Gordon Chown. São Paulo: Vida Nova, 2000, v. II N-Z, p. 1483 111  Ibid, 1485 112  Ibid, p. 268 113  Ibid, REGA, p. 55 114  Ibid, p. 199 109

 

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dizer é que Cristo só dará a recompensa àqueles que vencerem a tolerância e lutarem contra os falsos mestres. A primeira recompensa prometida por Cristo ao vencedor é o maná escondido. Muitas sugestões têm sido dadas a respeito do que de fato seria esse maná escondido. Um dos argumentos é que João está lançando mão de uma lenda judaica que diz que Jeremias, durante a destruição do templo, recebeu uma ordem de Deus para esconder a arca em um monte, que continha em seu interior um jarro com maná, aguardando o dia que Cristo retornaria a arca, com o maná em seu interior, interio r, para o templo por ele reconstruído 115. Contudo, A melhor interpretação é a de que João está utilizando-se de uma figura metafórica 116 para ilustrar a comunhão que os vencedores já desfrutam em parte, desde a primeira vinda de Cristo, mas que receberão plenamente a partir da sua segunda vinda, bem como, desfrutarão fato este que realmente encontra oculto aos olhos dos ímpios, como ressalta Kistemaker 117.

2.17c καὶ δώσω αὐτῷ ψῆφον λευκήν, (e darei a ele uma pequena pedra branca) A segunda e mais controversa recompensa que será, no futuro, dada aos vencedores é a pequena pedra branca. Segundo Osborne, a teoria mais aceita entre os estudiosos é a de que no passado os bilhetes de entra em eventos, para comer ou participar de jogos eram pedras118. Já Kistemaker, diz que uma outra teoria bastante aceita é a de que pedras brancas eram utilizadas para absolver um réu e pedras pretas era utilizadas para condena-lo119, assim, no juízo final uma pedra branca seria utilizada para absolver o povo de Deus. Deste modo, o melhor entendimento e o de que a pequena pedra branca está reforçando a ideia do maná escondido como uma recompensa celestial 120. Assim, a pequena pedra branca seria o ingresso121, como utilizado na antiguidade, que tornaria os cristãos apto a participar das bodas do cordeiro, na segunda vinda de Cristo, ou seja, tanto o maná como a pedra branca são símbolos da festa no por vir que toda a cristandade participará.

115

 Ibid, OSBORNE, p. 163 BEALE, The Book of Revelation: A Commentary on the Greek Text   117  Ibid, KISTEMAKER, p. 813 118  Ibid, OSBORNE, p. 164 119  Ibid, KISTEMAKER, p. 183 120  Ibid, BEALE, The Book of Revelation: A Commentary on the Greek Text   121  Ibid, THOMAS 116  Ibid,

 

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2.17d καὶ ἐπὶ τὴν ψῆφον ὄνοµα καινὸν γεγραµµένον ὃ οὐδεὶς οἶδεν εἰ µὴ ὁ λαµβάνων. (e sobre a pequena pedra um novo nome escrito que ninguém conhece, se não o que recebe.) João além de mencionar que o vencedor receberia uma pequena pedra branca, ele na parte final do versículo 17 menciona que sobre essa pedra estará escrito um novo nome que ninguém conhece. Aqui também não há um consenso a respeito do que João está se referindo. Alguns argumentam que este novo nome pode ser o nome de Cristo ou de Deus 122, conforme 3.12 e 19.12. Outros argumentam que trata-se de um novo nome que o cristão receberá na consumação dos tempos123. Entre as duas opções a mais plausível é a de que este novo nome sobre a pequena pedra branca que o vencedor receberá na segunda vinda de Cristo, trate-se realmente de um novo nome ao cristão124, conforme inclusive Is 62.2, 15 reforça. Inclusive, nos dias já somos conhecidos por um novo nome125, ou seja, aqueles que estão em Cristo, são conhecidos após a sua conversão como cristãos.

3.2.3.  Mensagem para a época da escrita O propósito geral de Apocalipse é o de instigar em seus leitores o desejo por manterem-se constantemente fieis a Cristo, mesmo em meio as tribulações e perseguições a eles imbuídas a através da certeza de que Deus governa tudo e todos e que conduzirá tudo a uma gloriosa consumação126. Neste mesmo diapasão, a mensagem desta perícope (Ap 2.1217) segue o propósito do livro, porém, mais especificadamente, visa também estimular uma fidelidade a Cristo através da não tolerância, dentro dos arraiais da igreja, àqueles que insistem em introduzir ensinos que tem por finalidade desvirtuar ou afastar os crentes fieis dos verdadeiros ensinos das Sagradas Escrituras.

122  Ibid,

OSBORNE, p. 165 THOMAS 124  Ibid, OSBORNE, 165 123  Ibid, 125

 Ibid, KISTEMAKER, p. 184 de Estudo de Genebra. 2.

126   Bíblia Bíblia

2009, p. 1718

Ed. Barueri/SP: Sociedade Bíblica do Brasil, São Paulo: Cultura Cristã,

 

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3.2.4.  Mensagem para todas as épocas A exemplo dos primeiros leitores, a igreja de hoje também sofre dos mesmos males, ou seja, constantemente é invadida por lobos ferozes que tentam implantar novos pseudo-ensinos, novas pseudo-doutrinas, que enchem os olhos de muitos, mas que não passam de elucubrações antropocêntricas. Deste modo, devemos resistir a tais ataques, bem como usar de intolerância para com tais que tentam macular a pureza doutrinaria que emanda das Escrituras. Devemos ainda nos lembrar que vivemos em uma sociedade extremamente permissiva como a de Pérgamo 127, que tentam imprimir na igreja tal valor. A mensagem à igreja de todas as épocas é que não cedam a esta permissividade a fim de que assim como Pérgamo, não sejamos reprovados por Cristo.

3.2.5.  Teologia do texto 3.2.5.1.  Implicações para a Teologia Bíblica Intolerância aos tolerantes. Esse parece ser o grande tema presente no texto de (Ap 2.12-17). Intolerância é a disposição mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar diferenças em crenças e opiniões 128, sendo isso o que podemos compreender que o texto está nos transmitindo nessa porção das Sagradas Escrituras. João está a partir do versículo 12 demonstrando que os da igreja de Pérgamo em um primeiro momento manteve-se irremediavelmente intolerante para com os de fora de seu arraial, ou seja, postura essa que foi extremamente necessária a fim de que mudanças nas práticas religiosas não fossem introduzidas na igreja, como o império romano costumava fazer129. Contudo, João ao longo de sua carta a essa igreja, demonstra que eles acabaram por tornarem-se tolerantes para com os de dentro, ou seja, haviam alguns dos seus que

127  Ibid,

CARSON, Comentário Bíblico: Vida Nova, p. 2139    Dicionário inFormal: Dicionário online de português. Disponível em: . Acesso em: 29 Set 2016  129  THIELMAN, Frank. Teologia do Novo Testamento: Uma abordagem canônica e sintética. Trad. Rogério Portella, Helena Aranha. São Paulo: Shedd Publicações, 2007, p. 743 128

 

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estavam introduzindo uma nova doutrina que apregoava a permissividade permissivi dade e a não necessidade de se viver debaixo dos mandamentos das Escrituras, sendo então reprovados por Cristo. Assim, para resolver esse imbróglio, João escreve à igreja de Pérgamo orientando-os que estes, da mesmo forma como foram intolerantes para com os de fora, impedindo que o culto ao imperador fosse introduzido na igreja, também o deveria ser para com os de dentro, que tentavam a todo custo assediar os demais de seu meio a um “estilo de vida livre”.

3.2.5.2.  Implicações para a Teologia Sistemática O texto de Ap 2.12-17, no que tange à Teologia Sistemáti Sistemática, ca, ensina-nos a respeito de dois temas:

A conversão repetida130  O versículo 26 nos demonstra uma necessidade que o cristão possui que é o do arrependimento, quando este peca contra o Senhor e a sua palavra. Esse fenômeno Berkhof denomina de conversão repetida, ou seja, é quando alguém já que já foi salvo pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo e por algum motivo pecou contra o Senhor, mas que depois de algum tempo retorna a Deus. Assim como Berkhof elucida, é necessário nos lembrar que essa conversão repetida não está relacionado a salvação, pois esta ninguém pode decair dele depois de passar por ela131, o que a conversão repetida se refere é a um distanciamento temporário, onde necessariamente o faltoso retornará para o bom caminho do Senhor.

A necessidade de disciplina132  Principalmente em nossos dias, por causa da permissividade e tolerância existente, essa necessidade tem sido deixada de lado. No relato das cartas às sete igrejas da Ásia Menor temos o relato da igreja de Éfeso que foi aprovado pelo Senhor por não permitir que falsos mestres continuassem em seu meio e a igreja de Pérgamo que foi reprovada por tolerar em seu meio aqueles que procuravam dissuadir os cristãos dos valores

130  BERKHOF,

Louis. Teologia Sistemática. 4. ed. Trad. Odayr Olivetti. São Paulo: Cultura Cristã, 2012, p.

446 131  Ibid 132  Ibid, BERKHOF, p. 553

 

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escriturísticos 133 (2.14). Entretanto, é necessário que a igreja resgate essa importante prática, ou seja, o exercício da disciplina aos faltosos, não com a simples finalidade de punir, mas com o objetivo de fazer o faltoso reconhecer onde caiu, bem como traze-lo de volta à verdadeira vida cristã.

3.2.5.3.  Implicações para a Teologia Prática Naquilo que se refere à Teologia prática, essa passagem serve à edificação dos crentes. Pois, através dos relatos de João em Ap 2.12-17, os cristãos são ensinados e desafiados, ao desenvolvimento da fidelidade à Cristo, mesmo em meio a tempos em que somos tentados abraçar o mundo e aquilo que ele nos oferece. São também desafiados à prática da intolerância, ou seja, não uma intolerância irracional, mas uma intolerância intoler ância pautada nas Escrituras Sagradas contra aquilo que fere a verdade e a vontade do Senhor para a vida do Seu povo.

4. 

SERMÃO

4.1 Título do sermão: INTOLERÂNCIA AOS TOLERANTES 4.2 Tema: A IGREJA DE CRISTO SÓ ESTARÁ COMPLEMANTE PURA QUANDO OS CRISTÃOS FOREM INTOLERANTES TANTO COM OS DE FORA COMO TAMBÉM COM OS DE DENTRO

4.3 Doutrina: ECLESIOLOGIA 4.4 Necessidade: Vivemos em um período de completa permissividade e onde os indivíduos são repreendidos quando procuram lutar contra tal advento. Esse texto então é necessário, pois aponta para a necessidade de luta que os cristãos necessitam empunhar contra esse movimento que procura introduzir no meio de nossas igrejas, pensamentos, ideias e filosofias totalmente em desacordo com os valores prescritos pelas Escrituras. 4.5 Imagem: Apocalipse 2.6 Tens, contudo, a teu favor que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio.

133  Idid

 

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4.6 Objetivo: Desafiar os cristãos a entenderem a necessidade de não só conhecerem a doutrina cristã que emana das Escrituras, mas também a zelar pela sua pureza e prática na igreja e fora dela.

4.7 Esboço Introdução “O dia estava quente. As autoridades de Esmirna procuravam Policarpo, o respeitado bispo da cidade. Elas já haviam levado outros cristãos à morte na arena. Agora, uma multidão exigia a morte do líder. Apesar dos apelos de seus amigos, Policarpo recusou esconder-se e decidido afirmou: ‘Que a vontade de Deus seja feita’. [...] Alguns dos que ali estavam com a finalidade de prendê-lo pareciam arrependidos por prender um homem tão simpático. Os cristãos se recusavam a adorar ao imperador e aos outros deuses de Roma, por esta razão colhiam a fúria dos habitantes daquela cidade. Policarpo entrou numa arena cheia de pessoas enfurecidas e diante delas, o procônsul romano que parecia respeitar Policarpo, disse: ‘Faça o juramento e eu o libertarei. Amaldiçoe a Cristo!’ Mas o Bispo se manteve firme e disse: ‘Por 86 anos servi a Cristo, e ele nunca me fez qualquer mal. Como poderia blasfemar contra meu Rei, que me salvou?’ Diante da morte, da multidão e do procônsul, Policarpo admoestou seu inquisitor: ‘Se você [...] finge que não sabe quem sou, ouça bem: sou um cristão. Se você quer aprender sobre o cristianismo, separe um dia e me conceda uma audiência’. O procônsul ameaçou  jogá-lo às feras. Policarpo disse: ‘Pois chame-as. chame-as. Se isto fosse uma mudança do mal para o bem, eu a consideraria, mas não posso admitir uma mudança do melhor para pior’. Ameaçado pelo fogo, Policarpo reagiu: ‘Seu fogo poderá queimar por uma hora, mas depois se extinguirá; mas o fogo do julgamento por vir é eterno’.”134  Exemplos de cristãos que foram fieis a Cristo, mesmo sob ameaça ou até perdendo a vida, podem ser descritos por horas e horas, pois história como a de Policarpo continuam repetindo-se na história cristã e também em nossos dias. A pergunta então é, como nos mantermos fieis a Cristo e intolerantes diantes das ameaças e seduções de nossos dias? 134  KENNETH,

Curtis A. Os 100 acontecimentos mais importantes da história do cristianismo: do incêndio de Roma ao crescimento da igreja na China. Trad. T rad. Emirson Justino. São Paulo: Editora Vida, 2003, p. 22-25

 

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Creio que isso só será possível se houver um retorno ao ensino e prática fiel à Escritura e a passagem em questão nos fala da necessidade de nos tornarmos intolerantes com a quilo que foge da verdade bíblica.

1 – UMA IGREJA QUE NÃO FOGE AO COMBATE (Vs. 12 12-13) -13) - Cristo o único que tem poder e autoridade para julgar e salvar o mundo (Vs. 12) - Uma igreja que mesmo em meio a um contexto de opressão e perseguição conserva o nome de Cristo (Vs. 13) 2 – UMA IGREJA QUE NÃO PODE ABRIR MÃO DA SANTIDADE (Vs. 14-16) - Permitiu dentro de seu arraial a doutrina de Balaão (Vs. 14) - Permitiu dentro de seu arraial a doutrina dos nicalaítas (Vs. 15) - Uma igreja que foi ordenada a se arrepender (Vs. 16) 3 – UMA IGREJA QUE POSSUI UMA ENORME PROMESSA (Vs. 17) - Aquele que se arrepender participará das bodas do cordeiro CONCLUSÃO: 1.  Precisamos estar prontos para o embate: Não podemos continuar cultivando a ideia de que o amor encobre erros e pecados. Diante dos desvios, é necessário que a igreja estava pronta para a batalha a fim de que estes não adentrem às suas portas. 2.  Precisamos desenvolver um estilo de vida santo: A igreja de Pérgamo foi reprovada porque permitiu que indivíduos dentro de seu meio ensinassem doutrinas que levou alguns a se afastarem da verdade e cair em pecado. Assim, cada um de nós também está sujeito a cair. Contudo, este tornar-se-á cada vez mais difícil através da prática da santidade. 3.  Precisamos ter nossos olhos fitos no que realmente interessa: Caímos e no nos tornamos tolerantes porque desviamos nossos olhos daquilo que é eterno e os colocamos naquilo que é transitório. Diante das promessas feitas por Cristo, necessitamos redirecionar e reajustar novamente nossos alvos e

 

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prioridades.

5. 

CONCLUSÃO

O findar do referido trabalho exegético e tendo utilizado as ferramentas disponíveis para uma compreensão mais adequada e fiel da passagem de Apocalipse 2.1217, chegamos as seguintes conclusões: 1.  Que a nossa perícope faz parte segunda grande divisão (1.9 – 3.22) do livro de Apocalipse, tendo esse bloco sido divido tematicamente em duas sub cessões, onde Apocalipse 2.12-17 faz parte da continuação das prescrições de Cristo às sete igrejas da Ásia Menor 2.  É no contexto de perseguição aos cristãos que Cristo envia carta à igreja de Pérgamo a fim de que essa tornasse-se intolerante aos falsos mestres e seus falsos ensinos. 3.  Do ponto vista gramatical, o texto não apresenta nenhuma dificuldade textual, tanto que não há grandes ou sérias divergências de tradução entre as versões analisadas. 4.  Do ponto de vista teológico, a grande ênfase do texto é no que tange à igreja.

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