03-Manual Básico do FN

April 21, 2017 | Author: Felipe Borges | Category: N/A
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OSTENSIVO

CGCFN-1101

MANUAL BÁSICO DO FUZILEIRO NAVAL

MINISTÉRIO DA MARINHA COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS 1998

FINALIDADE: BÁSICA

a

1 REVISÃO

Em 03 de agosto de 1998.

Fuzileiro Naval Esta publicação é uma revisão do LIVRO BÁSICO DO FUZILEIRO NAVAL, cuja primeira edição data de 1974. Ela

tem

por

finalidade

disseminar

os

conhecimentos

básicos

indispensáveis a todo Oficial ou Praça que escolheu o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) para nele servir à Marinha do Brasil (MB). Na presente revisão foram incluídas algumas alterações significativas em relação à revisão anterior (1988), com o intuito de aprimorá-lo no que concerne à amplitude e profundidade dos assuntos abordados. Assim, foram incluídos os capítulos sobre tradições navais, legislação militar, educação moral e cívica, direito da guerra, organização atual da MB, a carreira e condicionamento físico, enquanto alguns outros capítulos foram condensados, reduzindo-se a profundidade da abordagem. A leitura atenta de tão valiosa publicação lhe proporcionará a qualificação inicial para enfrentar o dia-a-dia de uma das mais gratificantes profissões e ser um valoroso integrante do CFN. Por fim, esperamos sua contribuição para o constante aperfeiçoamento desta publicação, enviando-nos suas sugestões de alterações e correções.

ADSUMUS VALDIR BASTOS PONTE Almirante-de-Esquadra (FN) Comandante-Geral

OSTENSIVO

CGCFN-1101

ATO

DE

APROVAÇÃO

APROVO, para emprego na MB, a publicação CGCFN-1101 - MANUAL BÁSICO DO FUZILEIRO NAVAL.

Em

de

Rio de Janeiro, RJ. de 1998.

VALDIR BASTOS PONTE Almirante-de-Esquadra (FN) Comandante-Geral

AUTENTICADO PELO ORC

RUBRICA

Em_____/_____/_____

CARIMBO

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- II -

REV 1

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CGCFN-1101 ÍNDICE PÁGINAS

Folha de Rosto ...............................................................................

I

Ato de Aprovação ...........................................................................

II

Índice ..............................................................................................

III

Introdução ......................................................................................

IX

CAPÍTULO 1 - HISTÓRICO DOS FUZILEIROS NAVAIS 1.1 - Antecedentes .........................................................................

1-1

1.2 - Primeira fase ........................................................................

1-2

1.3 - Segunda fase .......................................................................

1-3

1.4 - Terceira fase ..........................................................................

1-5

CAPÍTULO 2 – TRADIÇÕES NAVAIS 2.1 - Generalidades ........................................................................

2-1

2.2 - A gente de bordo ....................................................................

2-1

2.3 - O pessoal de serviço ..............................................................

2-1

2.4 - A rotina de bordo ....................................................................

2-2

2.5 - Procedimentos rotineiros ........................................................

2-5

2.6 - Instalações de bordo ..............................................................

2-6

2.7 - As fainas ................................................................................

2-7

2.8 - Os uniformes ..........................................................................

2-7

2.9 - A linguagem do mar ...............................................................

2-9

CAPÍTULO 3 - HIERARQUIA, DISCIPLINA E CORTESIA 3.1 - Hierarquia e disciplina ..........................................................

3-1

3.2 - Cortesia militar ......................................................................

3-2

3.3 - Continência ...........................................................................

3-3

3.4 - Continência individual ...........................................................

3-3

3.5 - Apresentações - tratamento entre militares .........................

3-3

3.6 - Procedimentos do FN em diversas situações ......................

3-4

3.7 - Correspondência entre os diversos postos e graduações das forças armadas .............................................................

3-5

CAPÍTULO 4 - LEGISLAÇÃO MILITAR 4.1 - Leis e regulamentos ............................................................

OSTENSIVO

- III -

4-1

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CGCFN-1101

CAPÍTULO 5 - EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA 5.1 - A família ...............................................................................

5-1

5.2 - A pátria .................................................................................

5-1

5.3 - A caserna .............................................................................

5-1

5.4 - O espírito de corpo...............................................................

5-1

5.5 - Símbolos nacionais ...............................................................

5-2

5.6 - Hinos e canções ...................................................................

5-3

5.7 - Datas especiais .....................................................................

5-3

CAPÍTULO 6 - DIREITO DA GUERRA 6.1 - Generalidades ........................................................................

6-1

6.2 - Normas fundamentais ............................................................

6-1

6.3 - Regras de comportamento .....................................................

6-4

6.4 - Sinais convencionais ..............................................................

6-7

CAPÍTULO 7 - LIDERANÇA 7.1 - Generalidades ................ ........................................................

7-1

7.2 - Conceitos básicos ...................................................................

7-1

7.3 - Princípios de liderança ...........................................................

7-2

7.4 - Tipos de liderança ...................................................................

7-4

7.5 - O líder ......................................................................................

7-5

7.6 - A importância do líder no CFN ................................................

7-11

7.7 - Diferença entre líder e chefe ..................................................

7-12

CAPÍTULO 8 - ORGANIZAÇÃO 8.1 - Introdução ................................................................................

8-1

8.2 - Organização do Ministério da Marinha ....................................

8-1

8.3 - Comando de Operações Navais ..............................................

8-1

8.4 - Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais ......................

8-2

8.5 - Força de Fuzileiros da Esquadra .............................................

8-3

8.6 - Divisão Anfíbia .........................................................................

8-4

8.7 - Tropa de Reforço .....................................................................

8-5

8.8 - Grupamentos de Fuzileiros Navais ............................................

8-6

8.9 - Organizações militares de instrução e adestramento do Corpo de Fuzileiros Navais ......................................................

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- IV -

8-7

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CAPÍTULO 9 - UNIFORMES 9.1 - Generalidades .......................................................................

9-1

9.2 - Uso dos uniformes ................................................................

9-1

9.3 - Prescrições diversas .............................................................

9-2

CAPÍTULO 10 - A CARREIRA 10.1 - Generalidades .......................................................................

10-1

10.2 - Oficiais Fuzileiros Navais .......................................................

10-1

10.3 - Praças Fuzileiros Navais .......................................................

10-3

CAPÍTULO 11 - CONDICIONAMENTO FÍSICO 11.1 - Generalidades .......................................................................

11-1

11.2 - Orientações ...........................................................................

11-1

11.3 - Programas de treinamento físico-militar .............................

11-1

11.4 - Informações complementares ..............................................

11-2

11.5 - Teste de avaliação física .....................................................

11-4

CAPÍTULO 12 - SERVIÇOS INTERNOS 12.1 - Generalidades ........................................................................

12-1

12.2 - Serviço de Estado ................................................................

12-1

12.3 - Serviço de Guarda do Quartel ...............................................

12-1

12.4 - Serviço de Policiamento Interno ............................................

12-1

12.5 - Serviço de Guarda de Subunidade ........................................

12-1

12.6 - Atribuições .............................................................................

12-2

CAPÍTULO 13 - EQUIPAGENS INDIVIDUAIS 13.1 - Utilidade das equipagens ......................................................

13-1

13.2 - Definições ..............................................................................

13-1

13.3 - Constituição das equipagens ................................................

13-2

13.4 - Uso das equipagens .............................................................

13-2

13.5 - Inspeção nas equipagens individuais ...................................

13-4

13.6 - Cuidados com a equipagem .................................................

13-4

CAPÍTULO 14 - HIGIENE

E

PROFILAXIA

DAS

DOENÇAS

INFECTO-

CONTAGIOSAS 14.1 - Generalidades ........................................................................

14-1

14.2 - Regras básicas de higiene pessoal.......................................

14-1

14.3 - Higiene em campanha ...........................................................

14-2

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-V-

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14.4 - Doenças venéreas............. ....................................................

14-3

14.5 - Recomendações sobre a AIDS ...............................................

14-4

CAPÍTULO 15 - PRIMEIROS-SOCORROS 15.1 - Generalidades ..........................................................................

15-1

15.2 - Princípios gerais ......................................................................

15-1

15.3 - Regras básicas ........................................................................

15-2

15.4 - Procedimentos para casos especiais ......................................

15-9

15.5 - Animais e plantas venenosas....................................................

15-18

15.6 - Acidentes por agentes físicos ..................................................

15-23

15.7 - Pequenas emergências ............................................................

15-24

15.8 - Transporte de feridos ..............................................................

15-25

CAPÍTULO 16 - NAVEGAÇÃO TERRESTRE 16.1 - Generalidades...........................................................................

16-1

16.2 - Cartas .......................................................................................

16-1

16.3 - Cuidados para com as cartas em campanha .........................

16-2

16.4 - Convenções cartográficas .......................................................

16-3

16.5 - Representação do relevo ........................................................

16-4

16.6 - Escala da carta ........................................................................

16-5

16.7 - Designação de pontos na carta ...............................................

16-6

16.8 - Determinação das direções ......................................................

16-8

16.9 - Bússola .....................................................................................

16-14

16.10 - Orientação da carta ...................................................................

16-18

16.11 - Como trabalhar com a carta e a bússola ...................................

16-21

16.12 - Orientação quando em movimento numa viatura .....................

16-25

16.13 - Giro do horizonte .......................................................................

16-25

CAPÍTULO 17 - ARMAMENTO DO CFN 17.1 - Definições básicas ..................................................................

17-1

17.2 - Generalidades sobre as armas leves ....................................

17-2

17.3 - Fuzil de Assalto 5,56mm M16A2Mod705 ................................

17-5

17.4 - Fuzil Automático 7,62mm M964 FAL .......................................

17-6

17.5 - Fuzil Metralhador 7,62mm M964 FAP .....................................

17-8

17.6 - Metralhadora 7,62mm Mod B 60-20 MAG ..............................

17-10

17.7 - Pistola 9mm PT92 - TAURUS .................................................

17-11

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- VI -

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17.8 - Submetralhadora 9mm TAURUS .............................................

17-13

17.9 - Metralhadora 12,7mm (.50) HB M2 QCB BROWNING ............

17-15

17.10 - Espingarda 18,6mm (CAL 12) MOSSBERG..............................

17-17

17.11 - Lança Granada 40mm M203 ....................................................

17-18

17.12 - Lança-Rojão 88,9mm (3,5”) M-20 A1B1 ...................................

17-20

17.13 - AT-4 ...........................................................................................

17-21

17.14 - Míssil Anticarro RBS 56 - BILL ..................................................

17-23

17.15 - Míssil Antiaéreo Mistral .............................................................

17-24

17.16 - Generalidades sobre as armas pesadas ...................................

17-25

17.17 - Morteiros 60mm M-60 BRANDT e 81mm M29 A1 ....................

17-27

17.18 - Morteiro 120mm Auto-Rebocado K6A3 ....................................

17-29

17.19 - Obuseiro Auto-Rebocado 105mm/22.5 M101A1 ......................

17-30

17.20 - Obuseiro Auto-Rebocado 155mm/23 M114A1 .........................

17-31

17.21 - Reparo Singelo de 40mm/L70 FAK BOFI-R-BOFORS .............

17-33

CAPÍTULO 18 - MEDIDAS DE PROTEÇÃO 18.1 - Generalidades .............................................................................

18-1

18.2 - Fortificações de campanha .........................................................

18-1

18.3 - Camuflagem ................................................................................

18-19

18.4 - Destino do material escavado ....................................................

18-22

18.5 - Drenagem ...................................................................................

18-24

18.6 - Revestimento ..............................................................................

18-24

18.7 - Teto .............................................................................................

18-25

CAPÍTULO 19 - INTRODUÇÃO ÀS OPERAÇÕES ANFÍBIAS 19.1 - Generalidades .............................................................................

19-1

19.2 - Conceito básicos .........................................................................

19-1

19.3 - Vida a bordo ................................................................................

19-4

ANEXO A - LISTA DE ANEXOS ................................................................

A-1

ANEXO B - HINO NACIONAL ....................................................................

B-1

ANEXO C - HINO À BANDEIRA NACIONAL .............................................

C-1

ANEXO D - HINO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL ..............................

D-1

ANEXO E - CANÇÃO DOS FUZILEIROS NAVAIS - “NA VANGUARDA” .

E-1

ANEXO F - HINO AO FUZILEIRO NAVAL DO BRASIL - “REGIMENTO NAVAL” ................................................................................... OSTENSIVO

- VII -

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ANEXO G - CANÇÃO DO MARINHEIRO - “CISNE BRANCO” .................

G-1

ANEXO H - CANÇÃO SOLDADO DA LIBERDADE ...................................

H-1

ANEXO I - CANÇÃO FIBRA DE HERÓI ....................................................

I-1

ANEXO J - LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ..................................

J-1

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CGCFN-1101 INTRODUÇÃO

1. PROPÓSITO Esta publicação destina-se, fundamentalmente, a proporcionar ao Fuzileiro Naval (FN) os conhecimentos básicos e indispensáveis ao desempenho de suas tarefas nos primeiros anos de sua carreira. 2. DESCRIÇÃO Esta publicação está dividida em 19 capítulos e 10 anexos que enfocam desde o Histórico do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) até uma Introdução às Operações Anfíbias, bem como os hinos e canções de maior relevância. 3. PRINCIPAIS MODIFICAÇÕES Esta publicação é uma revisão do LIVRO BÁSICO DO FUZILEIRO NAVAL. Nela foram efetivadas algumas alterações significativas em relação à versão anterior com o intuito de adaptá-la às normas em vigor para o Sistema de Publicações da Marinha (SPM), como também de aprimorá-la no que concerne à amplitude e profundidade dos assuntos abordados. Assim, foram incluídos, dentre outros, os capítulos sobre tradições navais, legislação militar, educação moral e cívica, direito da guerra, organização atual da Marinha do Brasil (MB), a carreira e condicionamento físico, enquanto alguns outros capítulos foram condensados, reduzindo a profundidade da abordagem. 4. CLASSIFICAÇÃO Esta publicação é classificada como: PMB não controlada, ostensiva, básica e manual. 5. SUBSTITUIÇÃO Esta publicação substitui, em conjunto com o CGCFN-1103 - Manual do Combatente Anfíbio, o Livro Básico do Fuzileiro Naval aprovado em 07 de março de 1988.

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- IX -

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CGCFN-1101 CAPÍTULO 1 HISTÓRICO DOS FUZILEIROS NAVAIS

1.1 - ANTECEDENTES A Brigada Real da Marinha foi criada em Lisboa a 28 de agosto de 1797 por alvará de D. Maria I, e suas raízes remontam a 1618, data de criação do Terço da Armada da Coroa de Portugal, primeiro corpo militar constituído em caráter permanente naquele país. O Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) originou-se dessa brigada, cujos componentes aportaram no Rio de Janeiro a 7 de março de 1808, guarnecendo as naus utilizadas pela Família Real e a Corte Portuguesa, para transmigrar para o Brasil em decorrência das Guerras Napoleônicas. No Brasil, a Brigada Real da Marinha ocupou a Fortaleza de São José da Ilha das Cobras, em 21 de março de 1809, por determinação do

Ministro da

Marinha D. João Rodrigues de Sá e Menezes - Conde de Anadia. Ao longo de sua existência, o CFN recebeu várias denominações, podendo sua história ser dividida em três fases principais, de acordo com as características básicas de sua atuação: - de 1808 a 1847, atuando como Artilharia da Marinha; - de 1847 a 1932, atuando como Infantaria da Marinha; e - a partir de 1932, sendo empregado como uma combinação de tropas de variadas características. Em todas essas fases, o exercício de atividades de guarda e segurança de instalações navais ou de interesse da Marinha tem sido constante. Na fase recente, a capacitação para a realização de desembarques nas Operações Anfíbias (OpAnf), de acordo com o conceito atual, tem definido a atuação do CFN. A figura que se segue faz parte da história do CFN e representa uma cópia do Estandarte da Brigada Real da Marinha.

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Fig 1-1 - Estandarte da Brigada Real da Marinha 1.2 - PRIMEIRA FASE Na primeira fase, houve ênfase no emprego dos Fuzileiros Navais (FN) para guarnecerem

a

artilharia

das

naus

e

embarcações

armadas.

Os

artilheiros-marinheiros constituíam-se nos únicos militares profissionais de carreira existentes nas guarnições dos navios. Em virtude de sua formação militar, tinham acesso ao armamento portátil e contavam com a confiança dos comandos que, por meio deles, se impunham à marinhagem sempre que era necessário o emprego da força. Por estas mesmas razões, adquiriram condições de praticar a abordagem, defender seus navios contra esse tipo de ação e, desembarcando, combater em terra. Neste período, participaram ativamente de todas as operações navais nas quais a Marinha se envolveu, sendo dignas de realce a expedição contra Caiena, as lutas pela consolidação da Independência, a pacificação das Províncias dissidentes e a Guerra da Cisplatina.

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O CFN recebeu as seguintes denominações nesta etapa de sua existência: - 1821 - Batalhão da Brigada Real da Marinha destacado no Rio de Janeiro; - 1822 - Batalhão de Artilharia da Marinha do Rio de Janeiro; - 1826 - Imperial Brigada de Artilharia da Marinha; e - 1831 - Corpo de Artilharia de Marinha.

Fig 1-2 - Almirante Rodrigo Pinto Guedes, Barão do Rio da Prata, primeiro Comandante da Brigada Real da Marinha no Brasil 1.3 - SEGUNDA FASE Esta fase iniciou com a criação do Corpo de Imperiais Marinheiros a quem cabia guarnecer a artilharia dos navios e embarcações, passando os FN a serem empregados como infantaria na realização de abordagens, na defesa das naus e na realização de desembarques. Entretanto, em decorrência de seu melhor preparo, mantiveram, durante algum tempo, várias tarefas referentes à Artilharia da Marinha. A artilharia dos FN evoluiu de artilharia naval para artilharia de posição e artilharia de desembarque, culminando no Grupo de Artilharia de Campanha do Regimento Naval.

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Nesta fase, os soldados-marinheiros participaram de guerras externas, como as campanhas contra Oribe e Rosas, contra Aguirre, e a Guerra do Paraguai. As denominações a seguir foram as que o CFN recebeu nesta importante fase: - 1847 - Corpo de Fuzileiros Navais; - 1852 - Batalhão Naval; - 1895 - Corpo de Infantaria da Marinha; - 1908 - Batalhão Naval; e - 1924 - Regimento Naval.

Fig 1-3 - Tomada do Forte Sebastopol (1864) Campanha contra Aguirre Vale destacar que, na campanha contra Aguirre, os FN desempenharam papel relevante na tomada do Forte Sebastopol da Praça Forte Paissandu, quando o o

2 Sargento Francisco Borges de Souza se destacou por seu heroísmo e destemor. Por sua vez, o Batalhão Naval participou com todo seu efetivo na longa e cruenta Guerra do Paraguai ou da Tríplice Aliança (1864). Das 1845 praças que constituíam o efetivo do Batalhão Naval à época, 1428 estavam embarcadas nas unidades navais em operações no Prata, sendo 585 artilheiros e 843 fuzileiros.

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Fig 1-4 - Guerra do Paraguai 1.4 - TERCEIRA FASE A denominação de Corpo de Fuzileiros Navais, em 1932, em substituição à anterior, Regimento Naval, assinalou o ínicio da terceira fase, que vem se caracterizando por franca expansão e aprimoramento, mas conservando a tradição de disciplina e confiança, a qual, originária da época da Brigada Real da Marinha, manteve-se através dos tempos.

Fig 1-5 - Evolução dos uniformes do Corpo de Fuzileiros Navais

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Deve ser destacada uma série de fatos ocorridos em relativo curto espaço de tempo que permitiram esta evolução: - a formação dos primeiros oficiais FN na Escola Naval; - o extraordinário desenvolvimento das OpAnf na Segunda Guerra Mundial; - a expansão da Marinha; - o aprimoramento técnico-profissional

dos oficiais por meio de cursos,

estágios e visitas ao exterior; - a criação do Campo da Ilha do Governador e, nele, o Centro de Instrução (hoje Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo) e a Companhia Escola (hoje Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela Alves, localizado no Campo de Guandu do Sapê, no subúrbio carioca de Campo Grande, RJ); e - a obtenção de áreas para adestramento e a construção de aquartelamentos. O progresso material alcançado, ao qual se adicionou o devido embasamento doutrinário, possibilitou o incremento de exercícios com forças navais de países amigos que culminaram com o adestramento interaliado na Ilha de Vieques, Porto Rico, juntamente com FN norte-americanos, holandeses e ingleses. Nesta fase, o CFN, como um todo ou em parte, atuou em acontecimentos relevantes da história do Brasil, a saber: - posição legalista nas Revoluções Constitucionalista (1932) e Integralista (1938); - Segunda

Guerra

Mundial

com

destacamentos

embarcados,

Companhias Regionais nos portos de onde nossas forças navais participavam do conflito e destacamento na Ilha da Trindade; e - posição democrática na Revolução de 1964. Por ocasião do conflito entre a Índia e o Paquistão, em 1965, o Brasil, como membro

da Organização das Nações Unidas (ONU), enviou observadores

militares com uma representação do CFN, o mesmo ocorrendo na luta deflagrada entre Honduras e El Salvador. Nas operações levadas a efeito pela Organização dos Estados Americanos (OEA) na República Dominicana, o CFN enviou um Grupamento Operativo

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(GptOp) integrando o Destacamento Brasileiro da Força Interamericana de Paz (FAIBRAS), um dos componentes da Força Interamericana de Paz (FIP). De março de 1965 a setembro de 1966, esse GptOp foi revezado três vezes, cumprindo as tarefas recebidas com exemplar disciplina e eficiência técnico-profissional.

Fig 1-6 - Contingente do Corpo de Fuzileiros Navais em São Domingos (1965) Nos últimos anos e em atendimento às solicitações da ONU, o Brasil tem enviado militares de suas forças armadas (FA) para várias regiões em conflito no mundo. O CFN, como uma tropa de elite, tem participado ativamente dessas Missões de Paz, com observadores militares ou mesmo tropa. Desta forma, os FN do Brasil já marcaram presença em El Salvador; em Honduras; na antiga Iugoslávia; em Moçambique; em Ruanda; em Angola; no Equador; e no Peru. O elevado grau de profissionalismo dos seus militares, aliado à disciplina, é fator fundamental para o êxito nesses tipos de operações e tem contribuído para que o Brasil, cada vez mais, seja um membro atuante na nova ordem internacional. Também, no âmbito interno, por diversas vezes o CFN teve atuação destacada no restabelecimento da ordem, juntamente com a participação das demais forças singulares.

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CGCFN-1101 CAPÍTULO 2 TRADIÇÕES NAVAIS

2.1 - GENERALIDADES O presente capítulo aborda as tradições navais e sua linguagem, sem pretensão

de

esgotar

o

assunto,

mas,

tão-somente,

disseminar

conhecimentos iniciais àqueles que começam, como fuzileiro naval, a vida de bordo, em qualquer Organização Militar (OM) da Marinha do Brasil (MB). 2.2 - A GENTE DE BORDO O Comandante é a autoridade suprema de bordo. O Imediato é o oficial cuja autoridade se segue, em qualquer caso, à do Comandante. É, portanto, o substituto eventual do Comandante. A gente de bordo compõe-se do Comandante e da Tripulação. O Imediato e os demais oficiais constituem a oficialidade. As praças constituem a guarnição. A oficialidade e a guarnição formam a tripulação da OM. As ordens emanam do Comandante e são feitas executar pelo Imediato, coordenador de todos os trabalhos de bordo e que exerce a gerência das atividades administrativas. 2.3 - O PESSOAL DE SERVIÇO Uma série de atividades de bordo é executada pelo pessoal de serviço. Originalmente, o cuidado com o navio, em termos de zelo por sua segurança, determinou o emprego de parcelas da tripulação em períodos de quatro horas, denominados quartos. Resulta daí a divisão do dia em quartos de serviço, correspondentes aos períodos entre os horários de 0000 às 0400, 0400 às 0800, 0800 às 1200, 1200 às 1600, 1600 às 2000 e 2000 às 2400 horas. O quarto de 0400 às 0800 é denominado quarto d’alva. Alguns serviços são comuns a todas as OM, tanto a bordo de navios como de unidades de fuzileiros navais, unidades aéreas e OM de terra. Em geral, são diários, ou seja, parcela da tripulação se reveza no guarnecimento a cada vinte e quatro horas, assumindo dois quartos em efetivo serviço nesse período. 2.3.1 - O Oficial de Quarto ou de Serviço

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No exercício de suas atribuições, é o representante do Comandante. É o responsável pela segurança do navio ou OM, pela manutenção da disciplina e pelo cumprimento da rotina de bordo. 2.3.2 - O Contramestre É um suboficial ou sargento, ajudante do oficial de serviço. 2.3.3 - O Polícia É um sargento ou cabo, ajudante do oficial de serviço para efeito de fiscalização quanto ao cumprimento da rotina e manutenção da disciplina. 2.3.4 - O Ronda / O Mensageiro É um marinheiro ou soldado, estafeta ou mensageiro, às ordens do oficial de serviço. 2.3.5 - A Sentinela É um marinheiro ou soldado destacado para um posto de guarda, com atribuição básica de proteger a OM das ameaças provocadas por estranhos ou inimigos. 2.4 - A ROTINA DE BORDO A observação de que o dia é dividido em quartos de serviço nos indica que o dia do homem do mar é marcado por certa continuidade nos trabalhos, ou seja, pela não suspensão do guarnecimento dos serviços. 2.4.1 - O Sino de Bordo No período compreendido entre os toques de alvorada e de silêncio, os intervalos dos quartos são determinados por batidas do sino de bordo, feitas ao fim de cada meia-hora. A primeira meia-hora é determinada por uma batida singela; a segunda, por uma batida dupla; a terceira, por uma batida dupla e uma singela; a quarta, por duas batidas duplas; a quinta, com duas batidas duplas e uma singela; a sexta, por três batidas duplas; a sétima, por três duplas e uma singela; e a oitava, por quatro duplas (figura 2-1).

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Fig 2-1 - Quadro sinótico das batidas de sino que marcam os intervalos dos quartos 2.4.2 - O Apito de Marinheiro Os principais acontecimentos de bordo estão relacionados às ordens que são transmitidas por meio de toques de apito de marinheiro ou de corneta, ou ainda, por ambos. O apito de marinheiro tem sido, através dos tempos, uma das mais características peças do equipamento náutico de uso pessoal da gente de bordo. Gregos e Romanos já o usavam para fazer a marcação do ritmo dos movimentos dos remos nas galés. Com o passar dos anos, tornou-se uma espécie de símbolo de autoridade e até mesmo de honra. 2.4.3 - Acontecimentos da Rotina Normal Para apresentar os principais acontecimentos da rotina normal nas OM, serão enfocadas algumas fainas e ações afetas ao pessoal de serviço, e outras que envolvem a tripulação como um todo, normalmente referidas aos quartos de serviço. Com algumas variações, correspondem ao dia-a-dia das OM:

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a) No quarto d’alva I) Alvorada; II) Faxina do quarto d’alva, que corresponde à limpeza e à arrumação das instalações de bordo pelo pessoal de serviço; III) Regresso de licenciados; e IV) Sinal para a bandeira, preparativo para o cerimonial que se seguirá. b) No quarto de 0800 às 1200 h I) Cerimonial do hastear da bandeira A bandeira nacional é içada às oito horas da manhã em todas as OM da Marinha, em cerimonial que consta de sete vivas dados com o apito de marinheiro, ou de toque de corneta, e das continências individuais por todo o pessoal presente nas imediações do local do cerimonial; II) Parada Formatura geral da tripulação para a transmissão/recebimento de ordens; o

III) Início do 1 tempo de adestramento e expediente, que termina próximo ao meio-dia; IV) Rancho para serviço; e V) Sinal do meio-dia e o rancho geral. c) No quarto de 1200 às 1600 h I) Período de recreação, após o rancho; o

II) Início do 2 tempo de adestramento e expediente; III) Formatura para distribuição de faxinas; IV) Inspeção, quando todas as incumbências de bordo são vistoriadas; e V) Volta às faxinas, adestramento e expediente. d) No quarto de 1600 às 2000 h I) Autorização para baixar a terra, ou seja, o licenciamento; II) Período de recreação; III) Sinal para a bandeira; IV) Cerimonial do arriar da bandeira;

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CGCFN-1101 A bandeira nacional é arriada ao pôr-do-sol com formatura geral da tripulação ou de todos que se encontram a bordo. Após o cerimonial do arriar, é costume o cumprimento de boa noite por todos;

V) Rancho para serviço; e VI) Rancho geral. e) No quarto de 2000 às 2400 h I) Formatura de todos que se encontram a bordo, se licenciada a tripulação. Essa formatura é conhecida como Revista do Recolher ; e II) Silêncio. f) No quarto de 0000 às 0400 h É redobrada a atenção do pessoal de serviço com a segurança, uma vez que, desde o silêncio, o restante do pessoal a bordo estará recolhido para descanso. 2.5 - PROCEDIMENTOS ROTINEIROS 2.5.1 - Saudação entre militares A saudação entre militares é a continência. Ela é uma reminiscência do antigo costume que tinham os combatentes medievais, metidos em suas armaduras, levarem a mão direita à têmpora para suspender a viseira e permitir a sua identificação, ao serem inspecionados por um superior. 2.5.2 - Saudar o oficial de serviço Todos que entram a bordo obrigatoriamente saúdam o oficial de serviço e pedem licença para entrar a bordo. Da mesma forma, para retirar-se de bordo, qualquer pessoa deve obter permissão do oficial de serviço e dele se despedir. 2.5.3 - Saudar o pavilhão nacional a

É costume, ao entrar-se a bordo pela 1 vez no dia, saudar o pavilhão nacional, bem como ao retirar-se de bordo. 2.5.4 - Dar o pronto da execução de ordem recebida O subordinado dará o pronto a seu superior da execução das ordens que dele tiver recebido, bem como o manterá informado do andamento das tarefas por ele determinadas. 2.5.5 - Uniformes a bordo OSTENSIVO

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É obrigatório possuir a bordo todos os uniformes previstos, em quantidade suficiente e em condições de pronto uso. 2.6 - INSTALAÇÕES DE BORDO Algumas instalações a bordo recebem denominação típica da linguagem dos homens do mar. A título de familiarização, algumas serão apresentadas a seguir. 2.6.1 - Alojamentos Câmara, camarote, alojamento e coberta são locais destinados a alojar o pessoal de bordo. A câmara é destinada ao Comandante. Os camarotes e alojamentos aos oficiais, suboficiais e primeiros-sargentos. As cobertas aos demais sargentos, cabos, marinheiros e soldados. 2.6.2 - Ranchos Nas OM, de uma forma geral, haverá os seguintes ranchos: o do Comandante, normalmente agregado à câmara; o dos oficiais, realizado na Praça D’armas; o dos suboficiais e primeiros-sargentos; e os das demais praças, que, nos navios, recebe a denominação de coberta de rancho. 2.6.3 - Praça d’armas Compartimento onde funcionam o refeitório e a sala de estar dos oficiais nos navios de guerra. A expressão originou-se do fato de, no tempo da Marinha a vela, ser no compartimento reservado à refeição dos oficiais que se guardava o armamento portátil de que dispunha o navio. 2.6.4 - Escoteria Local, nas OM, onde são guardadas as armas portáteis e as de porte. 2.6.5 - Sala de Estado Dependência destinada à permanência do oficial de serviço e seus auxiliares. 2.6.6 - Salão de Recreio Compartimento amplo destinado ao uso das praças nos períodos de recreação previstos na rotina de bordo. 2.6.7 - Paiol

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Compartimento destinado à guarda ou armazenamento de materiais, como, por exemplo, munição, rancho, tintas, equipagens, fardamento etc. 2.6.8 - Bailéu Compartimento destinado ao recolhimento de presos. Na Marinha antiga, o local das prisões a bordo de navios situava-se em determinado pavimento denominado bailéu. 2.6.9 - Secretaria Dependência da OM onde são executadas atividades administrativas. 2.6.10 - Corpo da Guarda Conjunto de dependências destinadas ao serviço e alojamento do pessoal em serviço de guarda. 2.7 - AS FAINAS Fainas são trabalhos que envolvem o pessoal de bordo para um fim específico, classificando-se, conforme o caso, em gerais ou parciais. São também classificadas como comuns ou de emergência. Para cada situação prevista de faina, a cada elemento a bordo é designado um posto ou função específica, ou então, um local de formatura. As fainas comuns são ordenadas como nas atividades previstas na rotina, ou seja, por meio de toques de apito ou corneta e anúncio por fonoclama. As fainas de emergência são ordenadas por sinais de alarme, seguidos de aviso específico sobre a faina. Em um navio de guerra, as seguintes fainas são importantes para os procedimentos a serem adotados pelos fuzileiros navais a bordo: geral de postos combate; as comuns de recebimento de combustível e munição; e as de emergência de incêndio, colisão e abandono. 2.8 - OS UNIFORMES Com vistas a pronta identificação, a utilização de platinas, galões, distintivos e divisas obedecem às seguintes normas: oficiais e suboficiais usam platinas nos ombros dos uniformes brancos, galões nos punhos dos uniformes azuis e distintivos nas golas dos uniformes cinza ou bege. Sargentos, cabos, marinheiros e soldados usam sempre, para distinção de graduação, divisas

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nas mangas desses uniformes. No uniforme camuflado, os distintivos de oficiais e suboficiais e as divisas das demais praças são usados na gola.

2.8.1 - Uniformes Característicos a) O uniforme do marinheiro O uniforme típico do marinheiro é universal. Suas peculiaridades são o lenço preto ao pescoço e a gola azul com três listras. O lenço tem sua origem na artilharia dos tempos antigos da Marinha a vela. Os marujos usavam um lenço na testa durante os combates, amarrados atrás da cabeça. Este procedimento evitava que o suor misturado à graxa e mesmo à pólvora das peças que atiravam, lhes caísse aos olhos, ficando, portanto, na parte da frente da blusa, com as duas pernadas da amarração presas com cadarço branco. Usualmente esses lenços eram coloridos, mas, nos funerais do Almirante Nelson, o mais famoso dos almirantes ingleses, os marinheiros desfilaram com lenços pretos, o que foi mais tarde posto em uso na Marinha Britânica e adotado, praticamente por todas as Marinhas do mundo. A gola do marinheiro é bastante antiga. Era usada para proteger a roupa das substâncias gordurosas com as quais os marujos untavam o “rabicho” de suas cabeleiras. O uso do rabicho desapareceu mas a gola

permaneceu como parte do uniforme bem característica. A cor azul é adotada por quase todas as Marinhas do mundo. As três listras existentes na gola foram usadas pela primeira vez, também nos funerais de Nelson, para comemorar suas vitórias nas três grandes batalhas: Aboukir, S. Vicente e Trafalgar. b) O uniforme do fuzileiro naval Característico dos fuzileiros navais da MB, o gorro de fita de forma escocesa é a peça mais tradicional do uniforme. Adotado há mais de cem anos, constitui-se em significativo elemento de identificação dos integrantes do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN). Também pelo seu uniforme de gala, o garança, é o fuzileiro naval reconhecido, notadamente por sua utilização nas cerimônias e nas OSTENSIVO

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apresentações das bandas de música. Sua túnica, no tom vermelhovivo, corresponde à tradição reinante nas tropas do século XIX, no teatro da Europa, que empregavam uniformes nessa cor para ressaltar os valores de intrepidez e ardor com que se comportavam nas batalhas. Simbolicamente, retratavam o sangue do combatente a manchar sua vestimenta de combate. 2.9 - A LINGUAGEM DO MAR Este artigo contém uma pequena mostra de expressões de uso consagrado na Marinha do Brasil, visando a uma adaptação inicial com a linguagem própria da força: a linguagem do mar. 2.9.1 - O navio e as posições relativas a bordo a) Nomenclatura das partes mais importantes I) Casco é

o

corpo

do

navio

sem

levar em consideração os

mastros, aparelhos e outros acessórios. Não possui uma forma geométrica única, sendo sua principal característica ter um plano de simetria (plano diametral), que se imagina passar pelo eixo da quilha, dividindo-o,

verticalmente,

em

duas

partes

no

sentido

do

comprimento.

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CGCFN-1101 Fig 2-2 – Vista de uma seção do casco de um navio

II) Quilha é a peça estrutural básica do casco do navio, disposta na parte mais baixa do seu plano diamentral, em quase todo o seu comprimento. É considerada a "espinha dorsal" do navio. III) Cavernas são assim chamadas as peças curvas que se fixam transversalmente à quilha do navio e que servem para dar forma ao casco e sustentar o chapeamento exterior. IV) Costado é a parte do forro exterior do casco situada entre a borda e a linha de flutuação a plena carga. V) Anteparas são as separações verticais que subdividem, em compartimentos, o espaço interno do casco, em cada pavimento.

Fig 2-3 – As partes mais importantes do navio VI) Proa é a extremidade dianteira ou anterior do navio. VII) Popa é a extremidade posterior do navio. VIII) Bordos são as duas partes simétricas em que o casco é dividido pelo plano diametral. Boreste (BE) é a parte à direita, e bombordo (BB) à esquerda, supondo-se o observador situado no plano diametral e olhando para a proa. IX) Convés é a denominação atribuída aos pavimentos com que o navio é dividido no sentido da altura. O primeiro pavimento contínuo de proa a popa, contando de cima para baixo, que é descoberto em todo ou em parte, tem o nome de convés principal. Abaixo do convés OSTENSIVO

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CGCFN-1101 principal, os conveses são designados da seguinte maneira: segundo convés, terceiro convés, etc. Eles também podem ser chamados de cobertas. Um convés parcial, acima do principal, é chamado convés da superestrutura.

X) Convés de vôo ou convôo é o convés principal dos naviosaeródromos, que se estende de popa a proa, constituindo sua pista de decolagem e pouso. XI) Superestrutura

é a construção feita sobre o convés principal,

estendendo-se ou não de um bordo a outro, e cuja cobertura é, em geral, ainda, um convés. XII) Castelo da proa, ou simplesmente castelo, é a superestrutura na parte extrema da proa. XIII) Tombadilho é a superestrutura na parte extrema da popa. XIV) Superestrutura central é a existente a meia-nau.

Nela

normalmente são encontrados dois importantes conveses: o tijupá, convés geralmente aberto e mais elevado do navio, onde é instalada a agulha magnética padrão e outros instrumentos que não devem ficar cobertos; imediatamente abaixo do tijupá, encontra-se o passadiço, pavimento dispondo de uma ponte (passagem) na direção de BB a BE, de onde o Comandante dirigi a manobra do navio e onde permanece o oficial de quarto. XV) Porão é o espaço entre o convés mais baixo e o fundo do navio. Nos navios transporte, ele é, também, o compartimento estanque onde se acondiciona a carga. XVI) Bailéu é um pavimento parcial abaixo do último pavimento contínuo, isto é, no espaço do porão. Nele fazem-se paióis ou outros compartimentos semelhantes. É, também, uma expressão naval utilizada para designar a prisão a bordo. Essa acepção decorre do fato de, na Marinha antiga, tais prisões ficarem situadas no bailéu dos navios. XVII) Portaló é a abertura feita na borda ou passagens nas balaustradas, por onde o pessoal entra e sai do navio, ou por onde OSTENSIVO

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CGCFN-1101 passa a carga leve. Há um portaló de BB e um de BE, sendo esse último considerado o portaló de honra dos navios de guerra.

b) Posições relativas a bordo I) A vante e a ré Diz-se que qualquer coisa é de vante ou está a vante (AV) quando está na proa, e que é de ré ou está a ré (AR) quando está na popa. Se um objeto está mais para a proa que outro, diz-se que está por ante-a-avante (AAV) dele; se está mais para a popa, diz-se que está por ante-a-ré (AAR). II) Cobertas abaixo Diz-se que algo se encontra cobertas abaixo quando está nos conveses cobertos. III) Cobertas acima Diz-se de atividade, faina, etc. realizada no convés ou em pavimento a céu aberto. IV) No convés Diz-se que algo se encontra no convés quando está em um convés descoberto. 2.9.2 - Expressões do cotidiano a) Safo É talvez a palavra mais usual na Marinha. Serve para tudo que está correndo bem ou que faz correr as coisas bem: “oficial safo”, “marinheiro safo”. “A faina está safa”. “Não se preocupe fulano, o dinheiro está safo”. “Consegui safar o navio do banco de areia”. “A entrada é safa, pode demandar: não há obstáculos”. b) Onça Também de grande uso. É dificuldade: “onça de dinheiro”, “onça de sobressalente”. Estar na onça é estar em apuros. “A onça está solta”, quer dizer que tudo está ruim a bordo, tudo de ruim acontece. Vem a expressão de uma velha história de uma onça de circo solta a bordo. OSTENSIVO

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c) Safa-onça É a combinação das duas expressões anteriores. Significa salvação. “safa-onça” é tudo que soluciona uma emergência. “Safei a onça agarrando uma táboa que flutuava”. “O meu safa-onça foi um pedaço de queijo, que ainda restava no barco; do contrário, morreria de fome”. “Este livro é o safa-onça de inglês”. d) Pegar É o contrário de estar safo. Significa entravar, não conseguir andar direito. “Tenente, o rancho está pegando, não chegou a carne”. “Este Mestre D’armas não serve; com ele tudo pega”. “Comandante, não pude chegar a tempo, a lancha pegou bem no meio da baía”. Parece que a expressão vem de pegar tempo ou seja pegar mau tempo. “Fulano está pegando tempo para resolver a primeira questão”. “Aquele marujo não conseguiu safar-se para a parada: pegou tempo para arranjar um boné novo”. e) Caverna mestra Oficial ou praça que, por achar-se há muito tempo no navio e ser dedicado às coisas de bordo, torna-se profundo conhecedor dos problemas e peculiaridades do mesmo. f) Bóia de espera, ficar na bóia de espera Esperar a vez; aguardar promoção. “Fulano foi preterido, ficou na bóia de espera aguardando vaga por antiguidade”. g) Cochar Proteger; cuidar com preferência de (alguém); proporcionar as melhores situações a. Cocha é o empenho ou a recomendação de pessoa importante. É também a pessoa que faz esse empenho ou recomendação. Cochado, por sua vez, é o protegido, recomendado. h) Voga Ritmo ou regime imprimido a uma atividade ou trabalho. Voga picada significa uma voga puxada, com ritmo acelerado. i) Arvorar OSTENSIVO

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Desistir de uma empreitada. Suspender a execução de uma atividade determinada anteriormente.

j) Jacuba Bebida refrigerante constituída de suco de fruta (natural ou artificial) dissolvido em água, adoçado com açúcar.

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CGCFN-1101 CAPÍTULO 3 HIERARQUIA, DISCIPLINA E CORTESIA

3.1 - HIERARQUIA E DISCIPLINA A hierarquia e a disciplina são a base institucional das forças armadas. A autoridade e a responsabilidade crescem com o grau hierárquico. A hierarquia militar é a ordenação da autoridade, em níveis diferentes, dentro da estrutura das forças armadas. A ordenação se faz por posto ou graduação; dentro de um mesmo posto ou graduação se faz pela antigüidade no posto ou na graduação. O respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de acatamento à seqüência de autoridade. Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e disposições que fundamentam o organismo militar e coordenam seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes desse organismo. A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as circunstâncias da vida entre os militares da ativa, da reserva remunerada e reformados. Quando se fala de disciplina no Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), não se quer referir aos regulamentos, às punições ou a uma condição de subserviência. O que se quer dizer é a exata execução das ordens, decorrente de uma obediência inteligente e voluntária, e não de uma disciplina baseada somente no temor. A punição de militares por quebra da disciplina é as vezes necessária, mas apenas para corrigir os rumos daqueles que ainda não foram capazes de fazer parte de uma equipe. A disciplina é necessária a fim de assegurar a correta execução das ações ordenadas, as quais serão de grande importância, principalmente nas situações de combate. O fuzileiro naval (FN) precisa ser capaz de reconhecer e enfrentar o medo por ser este o inimigo da disciplina em determinadas situações. O medo não controlado transformar-se-á em pânico, e a unidade que entrar em pânico não será mais uma unidade disciplinada e sim uma OSTENSIVO

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turba. Não há pessoa sã que não sinta medo, mas com disciplina e moral elevado, todos podem enfrentar o perigo. Um FN aprende a ser disciplinado adquirindo um senso de obrigação para com ele próprio, com seus companheiros, com seu comandante e com o CFN. Ele aprende que é membro de uma equipe organizada,

treinada e

equipada com o propósito de engajar e derrotar o inimigo. A meta final da disciplina militar é a eficiência em combate, a fim de garantir que uma unidade lute corretamente, conquiste seus objetivos, cumpra a missão recebida e auxilie outras unidades na execução de suas tarefas. Um Comandante é investido da mais alto grau de autoridade, que se estende, inclusive, aos assuntos que dizem respeito aos indivíduos que estejam sob suas ordens. Incluem-se nesse caso, a preocupação com a alimentação, o cuidado e o modo de usar os uniformes, os hábitos de higiene, as condições de saúde e os fatores morais, todos afetando direta ou indiretamente as vidas de cada um. É importante que o FN obedeça prontamente às ordens de seu Comandante, o qual é particularmente interessado no bem-estar dos homens sob seu comando. Desenvolvendo o hábito da pronta obediência a todas as ordens, o FN alcançará a disciplina individual e da unidade. Será demasiadamente tarde adquirir disciplina no campo de batalha. É preciso que ela seja conseguida em tempo de paz nas atividades diárias. Um FN treina com seus companheiros de modo que, como uma equipe, consigam cumprir tarefas com variados graus de dificuldade e possam se orgulhar de seus atos. O FN deve se comportar como um representante de uma tradicional e gloriosa instituição e não como um indivíduo isolado. 3.2 - CORTESIA MILITAR Todo militar deve provas de disciplina e cortesia aos superiores, como tributo natural à autoridade de que se acham investidos por lei, manifestadas em todas as circunstâncias por atitudes e gestos precisos e rigorosamente observados.

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A espontaneidade e a correção dos sinais de respeito são indícios seguros do grau de disciplina das corporações militares, bem como da educação e do grau de instrução profissional de seus integrantes. 3.3 - CONTINÊNCIA A continência é a mais importante de todas as cortesias militares. Essa saudação militar é impessoal e visa à autoridade e não à pessoa. A continência parte sempre do mais moderno. O mais antigo tem o dever de responder à continência que lhe é feita e, dessa forma, dar aos companheiros de farda uma prova da consideração e de respeito mútuo que devem existir entre os membros da família militar. 3.4 - CONTINÊNCIA INDIVIDUAL É a saudação que o militar isolado faz à Bandeira Nacional, ao Hino Nacional, aos superiores e a outras autoridades. A continência individual não pode ser dispensada. Ela é feita a qualquer hora do dia ou da noite. Os elementos essenciais da continência individual são a atitude, o gesto e a duração, de acordo com a situação dos executantes. 3.5 - APRESENTAÇÕES - TRATAMENTO ENTRE MILITARES O FN que se apresenta ou for apresentado a um superior assume a posição de sentido e anuncia seu posto ou graduação, nome e função. A praça para falar ou apresentar-se a um oficial, aproxima-se deste a uma distância aproximada de dois passos, assume a posição de sentido, faz a continência, desfazendo-a após a apresentação pessoal independentemente de ordem, permanecendo, entretanto, na posição de sentido. O aperto de mão é uma forma de cumprimento que o superior pode conceder aos subordinados. O FN nunca estende a mão ao superior na ocasião de cumprimentá-lo, mas se este o fizer não poderá recusar-se a apertá-la. Em recinto coberto a praça armada de fuzil não faz ombro-arma para falar ou apresentar-se ao superior, assumindo, apenas, a posição de sentido. Para retirar-se da presença do superior, o FN faz-lhe a continência e pede licença para se retirar. Concedida a licença, o militar faz a meia volta regulamentar e inicia o seu deslocamento com o pé esquerdo.

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O FN chamado por um superior apressa-se para atendê-lo; se no quartel, no navio ou em campanha, acelera o passo e, na distância apropriada, faz o alto seguido da continência. 3.6 - PROCEDIMENTOS DO FUZILEIRO NAVAL EM DIVERSAS SITUAÇÕES Quando um FN que está fumando ou conduzindo pequeno embrulho com a mão direita encontra um superior, passa para a mão esquerda o cigarro ou o embrulho e faz-lhe a continência regulamentar. Se o FN encontrar um superior numa escada cede-lhe o melhor lugar e saúdao fazendo alto, com a frente voltada para ele. Todo FN deve se levantar sempre que passar uma tropa nas proximidades de onde se encontra; caso esteja andando, deverá parar, voltando a frente para essa tropa. No quartel, navio ou outro estabelecimento militar, a praça, diariamente, faz alto para

a continência ao Comandante na primeira oportunidade que o

encontrar. Das outras vezes, gira a cabeça com vigor, encarando-o. Fora dessas dependências, cumprimenta o superior sempre que encontrá-lo. Quando um militar entra em um estabelecimento público, percorre com o olhar o recinto para verificar se há algum superior presente; se houver, o militar, do lugar onde está, faz-lhe a continência. O FN que entrar em um quartel ou navio deverá prestar continência à Bandeira Nacional, se estiver hasteada, e apresentar-se imediatamente ao oficial-deserviço. Quando dois militares se locomovem juntos, o mais moderno dá a direita ao mais antigo. Numa calçada, o mais moderno deslocar-se-á deixando o lado interno da calçada para o deslocamento do mais antigo. Em embarcações ou viaturas, o embarque é feito do mais moderno para o mais antigo. Por ocasião do desembarque, os militares saem em ordem decrescente de antigüidade. Os lugares de honra deverão ser reservados aos mais antigos.

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3.7 - CORRESPONDÊNCIA ENTRE OS DIVERSOS POSTOS E GRADUAÇÕES DAS FORÇAS ARMADAS

Fig 3-1 - Correspondência entre os diversos postos e graduações das forças armadas

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CGCFN-1101 CAPÍTULO 4 LEGISLAÇÃO MILITAR

4.1 - LEIS E REGULAMENTOS 4.1.1 - Constituição Federal É a lei fundamental de um país, a partir da qual todas as demais devem se subordinar. A Constituição da República Federativa do Brasil foi promulgada em 05 de outubro de 1988 e procura instituir um Estado democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, e a segurança. Além disso, ela busca o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça numa sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos. Compete principalmente ao Supremo Tribunal Federal (STF) zelar pelo fiel cumprimento da Constituição. 4.1.2 - Estatuto dos Militares Regula a situação, obrigação, direitos, deveres e prerrogativas dos membros das forças armadas (FA), tanto da ativa quanto da inatividade. 4.1.3 - Regulamento Disciplinar para a Marinha (RDM) Tem como propósito a especificação e classificação das contravenções disciplinares e o estabelecimento das normas relativas à amplitude e à aplicação das penas disciplinares, à classificação do comportamento militar e à interposição de recursos contra as penas disciplinares. Entende-se por contravenção disciplinar toda ação ou omissão contrária às obrigações ou deveres militares estabelecidos nas leis, nos regulamentos, nas normas e nas disposições em vigor que fundamentam a Organização Militar (OM), desde que não incida no que é capitulado pelo Código Penal Militar como crime. 4.1.4 - Código Penal Militar (CPM) Legislação especial que abrange a uma classe de pessoas e define os crimes militares em tempo de paz e em tempo de guerra, a aplicação da lei penal militar, os crimes contra o Patrimônio, bem como os crimes contra a Incolumidade Pública. OSTENSIVO

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4.1.5 - Código de Processo Penal Militar (CPMM) Codifica toda a matéria relativa à parte processual penal militar em tempo de paz ou de guerra, sem ter o seu aplicador de recorrer à legislação penal comum, salvo em casos muito especiais. 4.1.6 - Lei de Remuneração dos Militares (LRM) Regula a remuneração dos militares das FA da ativa e da inatividade, a qual compreende vencimentos ou proventos e indenizações, no país e em tempo de paz. 4.1.7 - Plano de Carreira de Praças da Marinha (PCPM) Tem como propósito orientar a carreira das praças dos diversos corpos e quadros, definir as habilitações necessárias ao exercício de funções nas várias graduações da carreira, e complementar os critérios para a condução da carreira. 4.1.8 - Regulamento de Promoção de Praças da Marinha (RPPM) Estabelece os critérios e as condições que asseguram às praças da ativa militares de carreira - acesso na hierarquia militar, mediante promoções de forma seletiva, gradual e sucessiva. 4.1.9 - Cerimonial da Marinha Tem por finalidade estabelecer os procedimentos relativos à etiqueta militar da Marinha. É dever de todo militar da Marinha que estiver investido de autoridade fazer cumprir o Cerimonial da Marinha e exercer severa fiscalização quanto à maneira pela qual seus subordinados o cumprem. 4.1.10 - Regulamento de Uniformes da Marinha do Brasil (RUMB) Tem por propósito estabelecer os uniformes da Marinha e regular seu uso, posse e confecção. Os uniformes determinados por este Regulamento têm por finalidade principal caracterizar os militares da Marinha, permitindo, à primeira vista, distinguir não só os seus postos ou graduações, como, também, os corpos ou quadros a que pertencem.

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4.1.11 - Regulamento de

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Continências,

Honras,

Sinais

de Respeito e

Cerimonial Militar das Forças Armadas (RCont) Estabelece as honras, as continências e sinais de respeito que os militares prestam a determinados símbolos nacionais e às autoridades civis e militares. Regula as normas de apresentação e de procedimento dos militares, bem como as formas de tratamento e a precedência entre os mesmos. Fixa as honras que constituem o Cerimonial Militar no que for comum às FA. As prescrições desse Regulamento aplicam-se às situações diárias, estando o militar de serviço ou não, em área militar ou em sociedade, nas cerimônias e solenidades de natureza militar ou cívica. 4.1.12 - Ordenança Geral para o Serviço da Armada (OGSA) Tem como propósito consolidar as disposições fundamentais relativas à organização das forças navais e demais estabelecimentos da Marinha, bem como aquelas relacionadas com o pessoal, seus deveres e serviços. Constitui-se em documento normativo essencial para a correta condução das atividades diárias a bordo das OM. Seu pleno conhecimento é obrigatório para todos aqueles que servem à Marinha. Seu manuseio constante e fiel observância contribuem significativamente para um desempenho profissional uniforme e eficiente. A OGSA veicula, também, a preservação de valores que se cristalizaram nas tradições navais, permitindo, assim, uma desejável continuidade nos usos, costumes e linguagem naval.

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CGCFN-1101 CAPÍTULO 5 EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA

5.1 - A FAMÍLIA A família é o primeiro grupo natural do homem e a menor fração da sociedade. Através da família, o homem estabelece laços com o passado e com o futuro por meio dos seus ascendentes e descendentes, respectivamente. Assim, considera-se a família a "célula mater" da sociedade. 5.2 - A PÁTRIA A Pátria é a reunião de todas as pessoas que vivem em comunidade nacional dentro de um mesmo país. Comunidade nacional são todas as pessoas que falam a mesma língua, que trabalham regidos pelas mesmas leis, tendo os mesmos deveres e direitos, servindo à mesma Bandeira. Pátria encerra um conceito sentimental-geográfico. Patriotismo é uma virtude cívica, um sentimento desinteressado que liga o indivíduo à sua terra e à sua gente, e o impele a amar o país em que nasce. 5.3 - A CASERNA Se a família é percebida como o primeiro grupo natural do homem, sua primeira escola, seu primeiro lar, a escola é tida como a continuação dos ensinamentos ministrados pela família - o seu segundo lar. É fácil concluir, então, que a caserna é o lar derradeiro do cidadão que foi preparado pela família e pela escola, e abraçou como profissão a carreira das armas. Caserna é portanto a casa do militar, o local onde ele se instrui e se adestra para melhor servir à pátria. 5.4 - O ESPÍRITO DE CORPO O Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), acompanhando a evolução da Nação brasileira, vem sofrendo mutações no curso de sua existência. Além de poderoso instrumento de projeção do poder naval, cultiva com especial carinho o espírito de corpo, uma forma de pensar e uma crença que polarizam homens na busca de objetivos comuns.

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5.5 - SÍMBOLOS NACIONAIS o

A Constituição da República Federativa do Brasil no seu Art. 13, Parágrafo 1 , estabelece que os símbolos nacionais são a Bandeira Nacional, as Armas da República e o Selo Nacional. A existência humana, as sociedades e todas as culturas, por mais diversas que sejam, estão cultuar os

impregnadas de símbolos. Desse modo, deve-se

símbolos pátrios, pois eles representam a trajetória histórica do

povo brasileiro.

Fig 5-1 - As Armas da República

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Fig 5-2 - O Selo Nacional

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CGCFN-1101 Fig 5-3 - A Bandeira Nacional

5.6 - HINOS E CANÇÕES Tradicionalmente, as forças armadas (FA) cultivam o canto de hinos e canções pelo seu pessoal. Eles são executados em cerimônias militares ou em qualquer outra ocasião julgada conveniente. As letras dos principais hinos e canções utilizados pelo CFN estão transcritas nos anexos a esta publicação. 5.7 - DATAS ESPECIAIS Da história da criação do mundo contada no livro Gênese até os dias de hoje, o homem marca seu calendário com datas festivas: religiosas, feitos gloriosos, aniversários e tantas outras comemorações. No calendário atual, dentre as datas significativas, ressaltam as seguintes: 01 de janeiro, Confraternização Universal; 07 de março, aniversário do CFN; 21 de abril, Dia de Tiradentes; 01 de maio, Dia do Trabalho; 08 de maio, Dia da Vitória; 11 de junho, Batalha Naval do Riachuelo; 21 de julho, Dia dos Mortos da Marinha; 28 de julho, criação do Ministério da Marinha; 07 de setembro, Independência do Brasil; 12 de outubro, Padroeira do Brasil; a

11 de novembro, Armistício da 1 Guerra Mundial; 15 de novembro, Proclamação da República; 19 de novembro, Dia da Bandeira; 13 de dezembro, Dia do Marinheiro; e 25 de dezembro, Natal.

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CGCFN-1101 CAPÍTULO 6 DIREITO DA GUERRA

6.1 - GENERALIDADES A História registra que a disciplina e o moral contribuíram para inúmeras vitórias militares. Tais virtudes são desenvolvidas por uma série de atitudes, dentre as quais ressalta a observância das normas que regulam os conflitos armados, no que concerne ao comportamento individual de cada combatente diante das Leis da Guerra. As Convenções de Genebra e de Haia estabeleceram essas normas, que passaram, com o peso de lei, a fundamentar o Direito Internacional Humanitário, no campo dos conflitos armados. De um modo geral, pode-se dizer que essas leis têm por finalidade proteger os combatentes fora de combate e as pessoas que não participam das hostilidades, bem como as pessoas encarregadas de prestar auxílio às vítimas, ou seja, integrantes devidamente autorizados dos serviços de saúde e religiosos, sejam esses militares ou civis, e da Cruz Vermelha. O Brasil ratificou as convenções e aderiu aos seus protocolos adicionais, o que, em outras palavras, significa que se comprometeu a respeitar e fazer respeitar, em todas as circunstâncias, as normas estabelecidas. É dever, pois, de todo o fuzileiro naval (FN), conhecer e obedecer as regras que regem os conflitos armados, nos seus aspectos fundamentais, que serão apresentados neste capítulo. 6.2 - NORMAS FUNDAMENTAIS 6.2.1 - Responsabilidade pela observância Respeitar as regras do Direito da Guerra é uma obrigação precípua de todo militar. Cada combatente é individualmente responsável pela sua observância, mas os Comandantes são os únicos responsáveis por fazerem com que seus subordinados as respeitem. Antes de dar a ordem para uma ação militar, o Comandante deve avaliar o risco de cada uma das alternativas para cumprir a missão recebida e verificar se elas não violam nenhuma das regras do Direito da Guerra.

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6.2.2 - Evitar sofrimentos inúteis O Direito da Guerra também rege a conduta do combate e o uso de certas armas, com o fim de evitar sofrimentos ou males que sejam excessivos em relação à vantagem militar que possam proporcionar. A necessidade militar não admite a crueldade, quer dizer infligir um sofrimento sem motivo, ou por vingança. 6.2.3 - Limitar os danos e destruições O Direito da Guerra estabelece que os danos e as destruições devem se limitar ao necessário para impor a sua própria vontade ao adversário. Não podem ser excessivos em relação à vantagem militar prevista. Por conseguinte, só se utilizarão armas, métodos e meios de combate que causem os danos inevitáveis para cumprir a missão recebida. 6.2.4 - Atacar somente objetivos militares Segundo as regras que regem os conflitos armados, são objetivos militares os combatentes e os seus equipamentos, bem como os estabelecimentos e meios de transporte militares (exceto os estabelecimentos e meios de transporte que tenham o emblema da Cruz Vermelha ou de uma outra instituição humanitária), as posições das forças inimigas e os bens que, por sua natureza, localização e finalidade, contribuam para a ação militar. É considerada deslealdade, por exemplo, fingir a condição de protegido, simular rendição para enganar o adversário ou ganhar a sua confiança com a intenção de traí-lo. Os bens civis (objetos sem finalidade militar e que não servem de apoio à ação militar) não constituem objetivos militares e merecem proteção. 6.2.5 - Lutar só contra combatentes Somente combatentes, ou seja, os membros das forças armadas (salvo os pertencentes aos serviços de saúde e religioso), têm o direito de combater e podem ser atacados. Como membros das forças armadas devem ser consideradas todas as pessoas que estiverem usando uniformes militares característicos das partes em conflito, conduzindo armamento, ou participando, de qualquer forma, em operações ou atividades militares. OSTENSIVO

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Incluem-se como não-combatentes a população civil (todas as pessoas que não pertençam às forças armadas e não participam das hostilidades) e, por conseqüência, não deve ser atacada; o mesmo vale para os feridos, náufragos e doentes que não tomem parte nas hostilidades. Os ardis de guerra tais como estratagemas, fintas, armadilhas, camuflagem ou simulação de ações são permitidos. No entanto, ficam proibidos os meios desleais. 6.2.6 - Respeitar os combatentes inimigos que se renderem Esta regra é derivada do princípio no qual fica estipulado o respeito e a proteção ao inimigo que já não pode ameaçar ou atacar, ou que esteja fora de combate. Capturando-o, já se consegue alcançar o propósito de incapacitá-lo para o combate. O inimigo que se rende, manifesta claramente a sua intenção de não prosseguir combatendo. Em geral, lança suas armas ao chão, levanta as mãos, retira seu capacete, agita uma bandeira branca ou sinaliza essa intenção com outras atitudes evidentes. Em um conflito armado entre países, um soldado inimigo capturado é considerado prisioneiro de guerra (PG). Em outras modalidades de conflito (uma guerra civil por exemplo), o inimigo capturado não tem a condição de PG e pode ser processado judicialmente, mas tem, no entanto, o direito a um tratamento humano. 6.2.7 - Proteger os combatentes inimigo feridos, doentes ou fora de ação O combatente ferido ou doente que já não pode lutar, também está fora de combate e, conseqüentemente, não constitui uma ameaça. Será tratado como prisioneiro, e terá o direito de ser protegido e receber assistência. 6.2.8 - Respeitar e proteger os civis Os civis não podem participar diretamente das hostilidades, devendo ser respeitados e protegidos contra maus tratos, as ameaças, humilhações, vingança e ataques indiscriminados que causem danos excessivos às pessoas e aos seus bens. Os civis também não podem ser tomados como reféns. Seus bens e propriedades devem ser respeitados. A pilhagem é crime.

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6.2.9 - Respeitar o pessoal, os veículos e as instalações do serviço de saúde militar ou civil e da Cruz Vermelha O Direito da Guerra protege especialmente os feridos e doentes, tanto amigos como inimigos, assim como os prisioneiros. Por conseguinte, é lógico prever a proteção ativa de quem está encarregado de recolher e/ou assistir a essas vítimas, nas zonas de combate ou na retaguarda. A utilização de veículos e instalações do serviço de saúde com fins militares de disfarce ou escudo de proteção, ou, ainda, o uso indevido do emblema da Cruz Vermelha ou de outra organização humanitária, são exemplos de violações graves ao Direito da Guerra. 6.3 - REGRAS DE COMPORTAMENTO 6.3.1 - Em relação aos combatentes inimigos a) Nunca atacar um militar inimigo que se renda ou que tenha sido capturado, ferido ou se encontre doente. No trato com os PG, observar os seis procedimentos padronizados: revistá-los, guardá-los, mantê-los em silêncio, separá-los, protegê-los e evacuá-los para retaguarda, com brevidade. Um PG não pode ser morto, torturado ou maltratado, pois isto consiste numa grave violação das leis da guerra e a perda de uma fonte vital de dados sobre o inimigo. Ao se maltratar os PG, estar-se-á desencorajando outros soldados inimigos a se renderem e motivando a continuidade da resistência. Se, ao contrário, eles forem bem tratados, além de incentivar o inimigo à rendição, contribuirá para que eles tratem bem os seus prisioneiros (nossos companheiros). Tratamento humano dos PG é correto, honroso e prescrito nas leis que regem os conflitos armados. b) O inimigo pode usar diferentes sinais para indicar que está se rendendo, porém essa indicação deve ser clara e perceptível. É crime atirar num inimigo que tenha deposto sua arma e oferecido rendição. c) Prover sempre cuidados médicos para os combatentes feridos, sejam eles amigos ou inimigos. De acordo com o Direito da Guerra, é necessário proporcionar ao inimigo doente ou ferido tratamento médico da mesma qualidade que o proporcionado ao próprio pessoal. OSTENSIVO

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d) Quando se captura alguém, nem sempre é possível ter certeza se este indivíduo é um inimigo. A confirmação, em caso de dúvida, só poderá ser obtida por pessoal especialmente adestrado para esse fim em Postos de Comando de escalões mais elevados. O captor, contudo, pode interrogar seus prisioneiros sobre informações militares de valor imediato para o cumprimento de sua missão, porém sem nunca ameaçar, torturar ou empregar

qualquer

outra

forma

de

coerção

para

obter

esses

conhecimentos. Por sua vez, o PG, quando interrogado, só é obrigado a dizer seu nome, posto ou graduação, data de nascimento e número de matrícula. Ou seja, os dados constantes de sua placa de identificação em campanha. e) Não se pode tomar de um PG seus bens pessoais, exceto aqueles itens claramente de valor militar ou de interesse para a produção de informações, tais como: armas, canivetes, equipamentos de sapa, de orientação

e

de

comunicações,

sinalizadores,

lanternas,

cartas

geográficas e documentos militares. Nesse caso, a retirada desses bens só se fará após o prisioneiro ter sido colocado sob segurança, separado e mantido em silêncio. Nada que não tenha algum valor militar lhe poderá ser tomado. Somente por ordem de um oficial poderá ser retirado dinheiro de um prisioneiro. Nesse caso, será fornecido recibo assinado pelo elemento responsável pela custódia, no qual serão registrados os dados que permitam a perfeita identificação do emitente. f) Os PG podem realizar vários tipos de trabalhos, desde que estes não estejam relacionados ao esforço de guerra da parte captora. O trabalho aceitável que pode ser executado pelos PG deve ser limitado, admitindose, entretanto, que cavem tocas

de raposa e abrigos coletivos

destinados à sua própria proteção. g) Segundo as leis que regulam os conflitos

armados, não é permitido

utilizar prisioneiros: como escudo ou medida de proteção no ataque ou defesa contra o inimigo; na localização, limpeza ou lançamento de minas ou armadilhas; ou, ainda, para transportar munição ou equipamentos pesados.

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h) Não é permitido atacar localidades. Porém, admite-se engajar o inimigo que nelas se encontre, bem como destruir qualquer equipamento ou suprimento que o mesmo lá possua, quando a sua missão assim exigir. Em qualquer caso, as destruições devem se limitar ao absolutamente necessário para o cumprimento da missão. Caso se empregue o apoio de fogo numa área urbana, só os alvos militares devem ser atacados. i) Os prédios e instalações protegidos não devem ser atacados. Embora uma edificação possa parecer de menor importância para quem a ataca, na verdade pode apresentar importância relevante para determinado país. Exemplos de edificações protegidas: prédios dedicados às atividades religiosas, artísticas, científicas ou caritativas; monumentos históricos; hospitais e lugares onde os doentes e feridos são concentrados e tratados; escolas e orfanatos. Se o inimigo, no entanto, utilizar esses lugares para seu refúgio ou com propósitos ofensivos, o Comandante deverá comunicar ao seu superior, que decidirá sobre um ataque a essas posições, após analisar toda a situação. Em caso afirmativo, a destruição causada à edificação protegida deve ser a menor possível, compatível com as necessidades ditadas pelo cumprimento da missão. j) Pára-quedistas isolados (como, por exemplo pilotos ou tripulação de aeronaves abatidas ou em pane) são considerados desamparados até que alcancem o solo. De acordo com as regras da guerra, não é permitido atirar neles até que cheguem ao chão. Só então, se eles resistirem com armas ou não se renderem, poderão ser atacados. Tropas pára-quedistas, por outro lado, são sempre consideradas combatentes e podem ser atingidas enquanto ainda estiverem no ar. 6.3.2 - Com relação aos civis a) Não violar os direitos civis nas zonas de guerra. Se cada combatente tiver algum conhecimento sobre a cultura e as práticas do povo que vive nessas áreas, serão pequenos os problemas de identificação dos seus direitos civis. Convém lembrar que os civis são protegidos contra atos de violência, ameaças e insultos, quer do inimigo, quer de nossas forças.

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b) Eventualmente pode ser necessário movimentar ou reposicionar civis, em virtude da urgência exigida pelas atividades militares. Sob nenhuma circunstância pode ser destruída uma propriedade civil sem aprovação do Comandante do mais alto escalão. Da mesma forma, nada pode ser retirado ou tomado dos civis sem autorização expressa de autoridade competente. A não observância dessas regras é uma grave violação das leis sobre o Direito da Guerra. c) Sob nenhuma circunstância, também, pode-se abrir fogo sobre pessoal médico ou equipamentos empregados pelos serviços de saúde públicos ou militares do inimigo. A maioria do pessoal e das instalações de saúde são distinguidos pelo símbolo da Cruz Vermelha. É proibido o uso deste símbolo por qualquer tropa ou instalação que não as de saúde e de assistência humanitária. 6.3.3 - Outras normas a) Segundo as leis que regem os conflitos armados, não é permitido o uso de veneno ou meios tóxicos. Entretanto, podem ser empregados meios não tóxicos para destruir os estoques de alimentos e água do inimigo, de forma a impedir que ele disponha desses recursos em combate. b) Não é permitido modificar as características das armas com o propósito de causar sofrimento desnecessário ao inimigo. Também não podem ser utilizadas munições alteradas para infligir a máxima destruição ao inimigo. 6.4 - SINAIS CONVENCIONAIS O Direito da Guerra concede uma proteção particular a categorias específicas de pessoas e bens. Sinais distintivos tornam reconhecíveis as pessoas e bens especificamente protegidos. Serviço de Saúde civil e militar Pessoal religioso militar Pessoal civil: somente do serviço médico civil e da defesa civil.

OU

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Defesa civil

Bens culturais assinalados : proteção geral . Pessoal para proteção de bens culturais.

Obras e instalações contendo material ou energia perigosos: barragens, diques, instalações nucleares, gasômetros, depósitos de produtos tóxicos, etc.

Bandeira branca ou de tréguas.

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CGCFN-1101 CAPÍTULO 7 LIDERANÇA

7.1 - GENERALIDADES A acentuada evolução do conhecimento científico-tecnológico, possibilitando a produção de armas e equipamentos sofisticados, dispendiosos e de difícil manuseio, torna cada vez mais complexas as atividades militares, realçando a importância do papel daquele que é o elemento primordial de qualquer força armada (FA), em qualquer época: o ser humano. Conhecer os valores humanos, a partir da busca do auto aperfeiçoamento é, antes de tudo, uma tarefa a que o militar deve se entregar, ao pretender realmente ser um profissional competente e um líder capaz de influenciar e ser respeitado por seus superiores, pares e subordinados. Esse capítulo trata dos fundamentos da liderança militar, proporcionando base teórica para o exercício da liderança a partir das menores frações (Esquadra de Tiro e Grupo de Combate). 7.2 - CONCEITOS BÁSICOS 7.2.1 - Liderança É o processo que consiste em influenciar pessoas no sentido de agirem, voluntariamente, em prol dos objetivos da instituição. A liderança pode ser definida como o processo que permite a alguém dirigir os pensamentos, planos e ações de outros, de forma a obter sua obediência, confiança, respeito e leal cooperação. 7.2.2 - Ética A ética militar é o conjunto de regras ou padrões que levam o profissional militar a agir de acordo com o sentimento do dever, dignidade militar e decoro da classe. A título de exemplo, cita-se a Convenção de Genebra que se constitui em uma coletânea de normas, abordando aspectos de cunho moral, aplicáveis em situações de combate, envolvendo os participantes de países beligerantes, apresentada no capítulo anterior. 7.2.3 - Crenças, valores e normas As crenças são suposições ou convicções julgadas verdadeiras a respeito de pessoas, conceitos ou fatos. OSTENSIVO

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Os valores representam o grau de importância atribuído, subjetivamente, a pessoas, conceitos ou fatos. Não se nasce com eles; são aprendidos ao longo da vida, variando de acordo com a sociedade, a cultura, ou a época. As normas são padrões, regras ou diretrizes usadas para dirigir o comportamento humano em todos os setores da sociedade, permitindo o convívio em harmonia. O Regulamento Disciplinar da Marinha (RDM) e o Código Penal Militar (CPM) são exemplos de normas que guiam o comportamento dos militares em situações diversas, definindo aquilo que é ou não permitido. 7.3 - PRINCÍPIOS DE LIDERANÇA 7.3.1 - Considerações iniciais Os princípios de liderança militar são a base da doutrina de liderança, proporcionando

orientação

para

o

desenvolvimento

do

líder,

dos

subordinados e da unidade. A liderança militar é baseada em 11 (onze) princípios que são igualmente aplicáveis a todos os escalões. 7.3.2 - Princípios de liderança militar a) Conhecer a profissão Para conhecer sua profissão, o líder deve ter uma larga soma de conhecimentos. É importante que: - compreenda

as

técnicas,

os

procedimentos e a doutrina de

emprego do seu escalão; - mantenha-se atualizado com os regulamentos, manuais, normas e ordens referentes à organização a que pertence; - tenha compreensão nítida dos problemas humanos; e - esteja a par dos deveres funcionais e necessidades dos subordinados. b) Conhecer a si mesmo e procurar o auto-aperfeiçoamento É dever de todo líder avaliar-se, conhecer seus aspectos positivos e suas deficiências.

É

necessário

manter-se

atualizado

sobre

assuntos

concernentes à sua profissão e aprimorar-se por meio de cursos e leituras.

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c) Assumir a responsabilidade por seus atos O líder é responsável por seus atos e de seus subordinados em todas as situações de serviço. d) Decidir com acerto e oportunidade O líder deve ser capaz de raciocinar com lógica e analisar cada situação, a fim de tirar proveito das oportunidades e adotar a melhor decisão. e) Desenvolver o senso de responsabilidade em seus subordinados Quando atribuir tarefas aos subordinados, o líder deve fazer com que estes assumam as conseqüências de seus atos. Assim procedendo, conquista o respeito e a confiança, desenvolve o espírito de iniciativa e obtém a franca contribuição de seus liderados. f) Servir de exemplo a seus homens O líder é sempre um espelho para os subordinados e por isso deve ter uma apresentação e conduta que despertem a admiração, o orgulho e o desejo de imitação. g) Conhecer e cuidar do bem-estar de seus subordinados Para que possa empregar seus homens com maior eficiência, o líder deve observá-los freqüentemente, familiarizar-se com eles, compreenderlhes as personalidades e compartilhar suas alegrias e tristezas. h) Manter seus homens bem informados O subordinado bem informado sobre a missão, a situação e a finalidade de seu trabalho é muito mais eficiente e cumpre melhor e com maior iniciativa o seu dever. Entretanto, o líder deve ter sempre presente que as exigências da segurança restringem, muitas vezes, as informações que podem ser divulgadas. i) Assegurar-se de que as ordens são compreendidas, fiscalizadas e executadas O líder deve transmitir ordens claras, precisas e concisas. A fiscalização assegura a correta execução da ordem e pode ser realizada pelo próprio líder ou com o apoio de alguns subordinados. j) Treinar seus subordinados como equipe OSTENSIVO

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O treinamento pessoal e o desenvolvimento do espírito de equipe são tarefas do líder, pois preparam os homens para cumprirem a missão. É dever do líder treinar seus homens de modo que sejam tática e tecnicamente capazes de trabalhar em conjunto. Cada liderado deve compreender que sua contribuição para o sucesso das operações é importante e reconhecida. l) Atribuir tarefas a seus homens de acordo com as possibilidades destes. O líder deve conhecer tanto as qualidades quanto as limitações de seus homens e designá-los adequadamente para que os propósitos das tarefas atribuídas sejam atingidos. 7.4 - TIPOS DE LIDERANÇA 7.4.1 - Considerações iniciais Tipo ou estilo de liderança é a forma que o líder utiliza para estabelecer a direção, aperfeiçoar planos e ordens e motivar seus homens para o cumprimento da missão. Existem três estilos básicos de liderança: autoritária ou autocrática, participativa ou democrática e delegativa. 7.4.2 - Liderança autoritária ou autocrática Estabelece normas rígidas, inspeciona os subordinados nos mínimos detalhes e determina os padrões de eficiência, usando para motivar os homens o sistema de recompensas e punições. O líder autocrático baseia sua atuação numa disciplina formal em busca de uma obediência imposta. O principal problema deste tipo de liderança é o desinteresse pelas idéias dos subordinados, não utilizando a sua criatividade. O uso deste estilo de liderança pode gerar descontentamento dentro da equipe, e, o que é mais grave, inibe a iniciativa do subordinado, além de não considerar os aspectos humanos, entre eles o relacionamento líder-liderados. 7.4.3 - Liderança participativa ou democrática Nesse tipo, o líder encara como sua responsabilidade o cumprimento da missão por meio da participação, do engajamento dos homens e do aproveitamento de suas idéias. A satisfação pessoal e o sentimento de contribuição resultam no sucesso da missão, pois levam em conta a OSTENSIVO

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motivação dos homens. O líder procura estabelecer o respeito, a confiança mútua e o entendimento recíproco. Esse tipo de líder se reúne com seus subordinados para conversar sobre as áreas de atrito que interferem no trabalho. Na ausência do líder, esta equipe terá condições de continuar agindo de acordo com o planejamento previamente estabelecido para cumprir a missão. 7.4.4 - Liderança delegativa Esse estilo é mais indicado para assuntos de natureza técnica, onde o líder atribui a seus assessores a tomada de decisões especializadas. Desse modo, ele tem mais tempo para dar atenção a todos os problemas sem se deter especificamente numa determinada área. Contudo, detém a palavra final sobre a execução da missão. O ponto crucial do sucesso deste tipo de liderança é saber delegar atribuições sem perder o controle da situação. O controle das atividades dos elementos subordinados deve ser permanentemente acompanhado e fiscalizado. 7.5 - O LÍDER É possível estruturar o perfil do líder segundo três aspectos fundamentais: - o caráter (o ser); - a competência profissional (o saber); e - a maneira como ambos se manifestam pelo comportamento (o fazer). 7.5.1 - O caráter do líder (o que o líder deve ser) É a combinação de traços de personalidade que dão consistência ao comportamento e tem por base as crenças e valores, sendo fator preponderante nas decisões e no modo de agir de qualquer pessoa. Certos traços de personalidade encontram-se especialmente acentuados nos líderes militares, porém não existem fórmulas que indiquem quais os mais necessários ou como são utilizados no exercício da liderança. É importante que os chefes procurem desenvolver esses traços em si e nos seus subordinados porque, em momentos críticos ou nas situações difícieis, eles proporcionam segurança para agir com eficiência.

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Estudos realizados nas FA levaram a detectar certos traços como os mais relevantes para o líder militar brasileiro:

a) Competência Capacidade de desempenhar, adequadamente, em tempo hábil, as atividades relativas a sua área de atuação profissional. b) Responsabilidade Capacidade de assumir e enfrentar as conseqüências de suas atitudes e decisões. c) Decisão Capacidade de tomar posição diante de várias opções. É a habilidade para tomar medidas seguras e corretas no momento adequado. A percepção e a sensibilidade são elementos críticos para a tomada de decisões. d) Iniciativa Capacidade de agir face a situações inesperadas, sem depender de ordem ou decisão superior. e) Equilíbrio emocional Capacidade de controlar as próprias reações, tomar atitudes adequadas e decidir com acerto e oportunidade. É

a

habilidade

para

avaliar,

com

calma

e

imparcialidade,

o

comportamento dos subordinados, não se deixando dominar pelas emoções. f) Autoconfiança Capacidade de demonstrar segurança e convicção nas próprias reações diante de dificuldades. É a certeza de ser ele próprio bem sucedido, assim como seus homens, em tudo que deve ser realizado. É demonstrada pela aparência, pelo olhar, pela voz, pelo entusiasmo no modo de falar e de agir. g) Direção

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Capacidade de conduzir e coordenar pessoas, de modo a alcançar um objetivo. Consiste em assumir o controle, tornando conhecidas suas idéias, ajudando a definir os problemas e encaminhando o grupo para a ação correta a fim de solucionar as dificuldades e cumprir a missão.

h) Disciplina Capacidade de proceder conforme as normas, leis e padrões regulamentares. i) Coragem Capacidade de controlar o medo e continuar desempenhando com eficiência a missão. A coragem se apresenta sob duas formas: - coragem física - superação do medo ao dano físico no cumprimento do dever; e - coragem moral - defesa dos próprios valores, princípios morais e convicções. Existe coragem moral quando se faz algo baseado em valores e princípios morais, sabendo que esse ato contraria os próprios interesses. j) Objetividade Capacidade de selecionar, dentre várias possibilidades, a necessária para atingir uma determinada meta. k) Dedicação Realizar as atividades com empenho. A dedicação está estreitamente relacionada com as crenças, os valores, e o caráter do líder, o qual é fortemente motivado para aprender e aplicar seus conhecimentos e habilidades com o intuito de conseguir unidades disciplinadas e coesas. l) Coerência Capacidade de agir de acordo com as próprias idéias e pontos de vista em qualquer situação. É a expressão da integridade. Significa firmeza, franqueza, sinceridade e honestidade para si mesmo e em relação a superiores, pares e subordinados. m) Camaradagem OSTENSIVO

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Capacidade de estabelecer relações amistosa com superiores, pares e subordinados. É a sensibilidade para perceber sentimentos, valores, interesses e o bem-estar dos companheiros. Inclui a compreensão e o diálogo, que ajudam pessoas a encontrar soluções para problemas.

n) Organização Capacidade de desenvolver suas atividades, sistematizando tarefas. Permite que as tarefas sejam planejadas de forma ordenada, regulando e combinando a ação, as condições e os meios. o) Imparcialidade Capacidade de julgar baseando-se em dados objetivos, sem se envolver, distribuindo recompensas e punições (quando for o caso), de acordo com o mérito e o desempenho de cada um, sem se deixar influenciar pelas características pessoais dos envolvidos. p) Persistência Capacidade para executar uma tarefa vencendo as dificuldades encontradas até concluí-la. É a perseverança para alcançar um objetivo, apesar de obstáculos aparentemente insuperáveis. Depende de uma grande determinação e força de vontade. q) Persuasão Capacidade de utilizar argumentos convicentes, para influenciar ações e opiniões de outros. 7.5.2 - A competência profissional (o que o líder deve saber) O líder deve possuir outras qualidades, mas o conhecimento é o ponto de partida. Quando um líder aplica seus conhecimentos ao estudo e à solução de problemas está atuando no nível do seu "saber". Estes conhecimentos abrangem os seguintes aspectos: a) Conhecimento dos subordinados Para alcançar este objetivo, a observação e o acompanhamento constantes são importantes, mas somente a convivência direta com os OSTENSIVO

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homens permitirá ao líder o conhecimento mais profundo das capacidades e das limitações de cada um. b) Compreensão da natureza humana Este conhecimento permite que o líder avalie, oriente, execute e motive seus subordinados. A tarefa mais difícil com que qualquer líder se defronta é inspirar e gerar nos subordinados a coragem necessária para superar a incerteza e o medo.

c) Competência profissional técnica e tática Para executar com êxito uma missão, o líder tem que saber o que está acontecendo, decidir o que fazer a respeito, transmitir suas ordens e, finalmente, manter-se informado, acompanhando o desenvolvimento dos trabalhos. O treinamento proporciona aos líderes a aquisição de habilidades, conhecimentos e comportamentos que são os elementos-chave da competência tática e técnica. A capacidade técnica é decisiva para a manutenção segura do equipamento militar e para seu emprego eficaz. Os líderes necessitam possuir imaginação e habilidade, aceitando riscos razoáveis e criando oportunidades a fim de obter vantagens que facilitem o cumprimento da missão. A capacidade tática é essencial para o emprego das forças militares, cujo objetivo é vencer o inimigo. A liderança é o elemento crucial do poder de combate - e a sua essência - e qualquer falha na integração da doutrina de liderança com a doutrina operacional irá determinar o fracasso de uma ação militar. 7.5.3 - O que o líder deve fazer a) Comunicação - não

impor seus argumentos como os únicos que estão corretos

e admitir a colaboração de seus subordinados; e - procurar compreender o subordinado, integrando-o ao grupo. b) Motivação OSTENSIVO

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OSTENSIVO

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É a força interna que emerge, regula e sustenta todas as ações humanas.

É um impulso interior que leva as pessoas a realizarem

coisas. O líder deve motivar o seu subordinado, pois motivado, ele utilizará ao máximo seus recursos (conhecimentos, habilidades e aptidões) para alcançar objetivos.

c) Disciplina e coesão A pedra angular sobre a qual se estrutura a dinâmica da Organização Militar (OM) é a disciplina. Esta se evidencia pela imediata e efetiva execução de tarefas em resposta as ordens. Uma tropa disciplinada e coesa resulta de liderança eficiente em todos os escalões, havendo tantos e tão variados indícios de sua manifestação que seria impossível enumerá-los em sua totalidade. São exemplos de indicadores da disciplina de uma unidade: - missões bem cumpridas; - apresentação pessoal irrepreensível; - elevado espírito de corpo e o orgulho de pertencer àquela unidade; - empenho de todos em bem cumprir suas tarefas; - manutenção do armamento e do equipamento bem realizada; e - instrução bem planejada e conduzida. São exemplos de procedimentos adotados pelo líder, que concorrem para implementar o verdadeiro espírito de disciplina: - ser sincero com seus superiores, pares e subordinados; - obedecer e assegurar-se de que as normas disciplinares são obedecidas; - estimular em seus subordinados o sentimento de que sempre devem dizer a verdade; - ser justo e criterioso na aplicação de recompensas, elogios e punições;

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- desenvolver o gosto por atividades esportivas e intelectuais; - respeitar, sobretudo, a dignidade humana dos seus subordinados, evitando o uso de expressões depreciativas, preconceituosas ou grosseiras; e - desenvolver a coesão e a disciplina em suas frações. Coesão e disciplina estão fortemente inter-relacionadas. Coesão pode ser definida como a existência de fortes laços de lealdade, respeito recíproco, confiança e compreensão entre os integrantes de uma OM. Se uma unidade é disciplinada e cumpre com presteza e rapidez suas tarefas, mesmo sob tensão ou condições adversas, deve possuir um nível elevado de coesão; e ao treinar seus homens como uma equipe estará contribuindo para o aprimoramento da coesão.

7.5.4 - Resumo do que o líder deve ser, saber e fazer. O Líder

O Quê

Como

Possuidor de caráter Ser

Conhecer os subordinados

Saber

Compreender humana

a natureza Necessidades, carências e emoções; ações e comportamentos.

Possuir competência profissional (técnica / tática)

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Pela competência, responsabilidade, iniciativa, equilíbrio emocional, autoconfiança, coragem, etc. Como reagem sob tensão; capacidade e limitações; conhecimento e habilidades.

Ampliando seus conhecimentos, decidindo com oportunidade e acerto; transmitindo ordens corretamente; mantendo-se informado.

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CGCFN-1101 Comunicar Motivar

Usando técnicas de comunicação. Despertando a força interna que leva as pessoas a realizarem coisas. Pela instrução militar, exemplo pessoal, análise dos fatos ocorridos e pelo aconselhamento. Pela obtenção da união mental, emocional e espiritual dos membros do grupo (espírito de equipe).

Disciplinar

Fazer

Estimular a coesão

7.6 - A IMPORTÂNCIA DO LÍDER NO CFN A realização de uma operação anfíbia (OpAnf) exige tropa especializada e especialmente treinada nos procedimentos táticos específicos. Essas características dos combatentes anfíbios ressaltam

a importância da

liderança como atributo de um fuzileiro naval. Desde as menores frações, cada Comandante tem que ser capaz de despertar nos seus subordinados a vontade de combater. Deve motivá-los e conduzi-los adequadamente, visando a contribuir para o sucesso das ações. Convém lembrar que mãos adestradas manuseiam com perfeição o armamento mais sofisticado, porém, o caráter, a vontade e o espírito de corpo controlam as mãos. No trato diário com a tropa, cabe ao Comandante conquistar o respeito e a lealdade de seus subordinados. Essa tarefa, que consome esforço e tempo, é exercida pela firme manifestação de convicções e apontando-se sempre o caminho a seguir, sob pena de o líder perder a confiança do subordinado e comprometer definitivamente o que almejava. Tornar-se um líder depende de muita força de vontade, perseverança, observação de si mesmo e dos outros, prática e aperfeiçoamento. É preciso fazer sempre uma auto-avaliação para verificar em quais requisitos da liderança se é deficiente e procurar corrigi-los. 7.7 - DIFERENÇA ENTRE LÍDER E CHEFE Nem sempre o chefe constituir-se-á em um líder. O chefe, por estar investido de uma função ou cargo no qual é necessário o trato diário com os subordinados, poderá fazê-lo friamente por intermédio das leis e dos regulamentos.

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O líder, ainda que não seja o chefe, é capaz de unir as outras pessoas para a consecução de uma mesma finalidade. A grande diferença está na capacidade inerente a uma pessoa, para incentivar um grupo a fim de motivá-lo a alcançar as metas estabelecidas.

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CGCFN-1101 CAPÍTULO 8 ORGANIZAÇÃO

8.1 - INTRODUÇÃO A Marinha do Brasil (MB) é uma instituição nacional permanente e regular, organizada com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República. Destina-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. 8.2 - ORGANIZAÇÃO DO MINISTÉRIO DA MARINHA O organograma abaixo apresenta os Órgãos de Direção-Geral (ODG), EstadoMaior da Armada e Almirantado, e os Órgãos de Direção Setorial (ODS): ComOpNav, SGM, DGMM, DGPM, DGN e CGCFN. Além desses, existem os Órgãos de Assessoramento ao Ministro da Marinha, os Órgãos Vinculados e as Organizações Militares (OM) subordinadas aos ODG e algumas subordinadas aos ODS, que não serão citados neste capítulo, em face da finalidade básica desta publicação. MM

ESTADO-MAIOR DA ARMADA (EMA)

COMANDO DE OPERAÇÕES NAVAIS (ComOpNav)

ALMIRANTADO

DIRETORIA-GERAL DO MATERIAL DA MARINHA(DGMM)

SECRETARIA-GERAL DA MARINHA (SGM)

DIRETORIA-GERAL DE NAVEGAÇÃO (DGN)

DIRETORIA-GERAL DO PESSOAL DA MARINHA (DGPM)

COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS (CGCFN)

Fig 8-1 - Organograma do Ministério da Marinha 8.3 - COMANDO DE OPERAÇÕES NAVAIS O Comando de Operações Navais (ComOpNav) tem por finalidade aprestar os meios operativos para a adequada aplicação do poder naval. O Comandante de Operações Navais (CON) é um Almirante-de-Esquadra do Corpo da Armada (CA), que exerce as atribuições de Comandante-em-Chefe OSTENSIVO

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de todas as Forças Navais, Aeronavais e de Fuzileiros Navais. O CON está diretamente subordinado ao Ministro da Marinha (MM). O organograma do ComOpNav a seguir está reduzido, porquanto somente foram mencionados os órgãos que lhe são diretamente subordinados. ComOpNav Comando-em-Chefe da Esquadra (ComemCh) 10 Distrito Naval (10DN) 20 Distrito Naval (20DN) 30 Distrito Naval (30DN) 40 Distrito Naval (40DN) 50 Distrito Naval (50DN) 60 Distrito Naval (60DN) 70 Distrito Naval (70DN) 80 Distrito Naval (80DN) Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE) Comando do Controle Naval do Tráfego Marítimo (COMCONTRAM)

Fig 8-2 - Organograma do Comando de Operações Navais 8.4 - COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS O Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais (CGCFN) tem por finalidade exercer a direção setorial das atividades peculiares ao apoio específico às Forças e Unidades de tropa de FN.

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O Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais (ComGer) é um Almirante-de-Esquadra do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) que também está diretamente subordinado ao MM. Sua estrutura organizacional pode ser visualizada no seguinte organograma: CGCFN

Comando do Pessoal de Fuzileiros Navais (CPesFN)

Comando do Material de Fuzileiros Navais (CMatFN)

Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (CIASC)

Centro de Reparos e Suprimentos Especiais do Corpo de Fuzileiros Navais (CRepSupEspCFN)

Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela Alves (CIAMPA)

Batalhão Naval (BtlNav)

Centro de Adestramento da Ilha da Marambaia (CADIM) Fig 8-3 - Organograma do Comando-Geral do CFN 8.5 - FORÇA DE FUZILEIROS DA ESQUADRA A Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE) é constituída por forças e unidades de fuzileiros navais, para fins operativos e administrativos. O Comandante da FFE (ComFFE) é um Vice-Almirante do CFN que está diretamente subordinado ao CON. A FFE tem a seguinte organização:

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FFE Divisão Anfíbia (DivAnf)

Tropa de Reforço (TrRef)

Base de Fuzileiros Navais do Rio Meriti (BFNRM) Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais (BtlOpEspFuzNav) Fig 8-4 - Organograma da FFE 8.6 - DIVISÃO ANFÍBIA A Divisão Anfíbia (DivAnf) tem como uma das tarefas a organização de Grupamentos

Operativos

de

Fuzileiros

destinados ao emprego em operações

Navais

(GptOpFuzNav)

e ações de guerra naval e

operações terrestres de caráter naval. O Comandante da Divisão Anfíbia é um Contra-Almirante do CFN, que está diretamente subordinado ao Comandante da FFE. Seu organograma pode ser visto na figura a seguir:

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DivAnf Base de Fuzileiros Navais da Ilha do Governador (BFNIG) 0

1 Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais 0 (1 BtllnfFuzNav) 0

2 Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais 0 (2 BtllnfFuzNav) 0

3 Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais 0 (3 BtllnfFuzNav) Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais (BtlArtFuzNav) Bateria de Artilharia Antiaérea (BiaArtAAe) Companhia de Comando da Divisão Anfíbia (CiaCmdoDivAnf) Companhia de Comunicações (CiaCom) Companhia de Carros de Combate (CiaCC) Fig 8-5 - Organograma da Divisão Anfíbia 8.7 - TROPA DE REFORÇO A Tropa de Reforço (TrRef) tem como uma das tarefas contribuir para a organização dos GptOpFuzNav destinados ao emprego em operações e ações de guerra naval e operações terrestres de caráter naval.

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O Comandante da TrRef é um Contra-Almirante do CFN, que está diretamente subordinado ao Comandante da FFE. Sua estrutura organizacional é a seguir apresentada.

TrRef Base de Fuzileiros Navais da Ilha das Flores (BFNIF) Batalhão de Engenharia de Fuzileiros Navais (BtlEngFuzNav) Batalhão Logístico de Fuzileiros Navais (BtlLogFuzNav) Batalhão de Viaturas Anfíbias (BtlVtrAnf) Companhia de Guerra Eletrônica (CiaGE) Companhia de Polícia (CiaPol )

Fig 8-6 - Organograma da Tropa de Reforço 8.8 - GRUPAMENTOS DE FUZILEIROS NAVAIS Os Grupamentos de Fuzileiros Navais (GptFN) têm a tarefa principal de prover guarda e segurança às instalações da MB. Os GptFN são subordinados diretamente ao Comando do Distrito Naval onde se localizam, exceto o GptFN de Manaus que é subordinado ao Comando Naval da Amazônia Ocidental o

que, por sua vez, é subordinado ao 4 DN. Existem os seguintes GptFN: GptFNRJ

- Rio de Janeiro

GptFNSa

- Salvador

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GptFNNa

- Natal

GptFNBe

- Belém

GptFNRG - Rio Grande GptFNLa

- Ladário

GptFNB

- Brasília

GptFNMa - Manaus Destaca-se que os GptFNLa, GptFNMa e GptFNBe também são empregados em operações ribeirinhas. 8.9 - ORGANIZAÇÕES MILITARES DE INSTRUÇÃO E ADESTRAMENTO DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS Buscando aprimorar o preparo técnico-profissional dos militares do CFN, determinadas OM exercem atividades específicas na área de formação, especialização e aperfeiçoamento de pessoal. Subordinadas ao CPesFN, encontram-se o CIASC, CIAMPA e o CADIM. Subordinado

ao

o

7 DN, o Centro de Instrução e Adestramento de

Brasília (CIAB).

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CGCFN-1101 CAPÍTULO 9 UNIFORMES

9.1 - GENERALIDADES Todo fuzileiro naval (FN) deve considerar o uso de seus uniformes como motivo de muito orgulho pessoal. O apuro excepcional, além de obrigatório, constitui uma das mais caras tradições da Marinha do Brasil (MB)e um aspecto dos mais significativos do espírito de corpo que sempre esteve presente no Corpo de Fuzileiros Navais (CFN). A observância do contido neste capítulo tem reflexos positivos na disciplina, na eficiência da tropa e no bom nome do CFN. Quando estiver fardado, o FN não pode esquecer que ele representa o CFN e a MB. 9.2 - USO DOS UNIFORMES Os FN em serviço ativo devem estar sempre providos de andainas adequadas dos uniformes previstos no Regulamento de Uniformes da Marinha (RUMB). Àqueles que têm direito ao recebimento de uniformes fornecidos pela União, cabe a obrigatoriedade de adquirir, por conta própria, as peças que deixarem de possuir por motivos de acidente em serviço, extravio ou desgaste fora do normal. Esse procedimento independe da instauração ou conclusão do processo que julgará o direito à indenização das peças em falta. Para uma melhor padronização na utilização dos uniformes, é vedado ao FN o uso de: - uniformes em circunstâncias ou condições diferentes daquelas estabelecidas no RUMB; - qualquer peça não prescrita no RUMB ou em atos dele decorrentes; - uniformes em desacordo com as suas especificações; - quaisquer objetos de uso ou de adorno, de forma visível, tais como: caneta, lapiseira, corrente de relógio, chaveiro, pregador de gravata, lenços, etc.; - roupa de baixo com estamparia ou cores que transpareçam em contraste com o uniforme; - qualquer sinal de luto, salvo quando houver determinação nesse sentido; - uniformes em bailes à fantasia; - peças de uniforme completa ou parcialmente desbotadas; OSTENSIVO

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- distintivos de qualquer natureza, que não estejam autorizados, inclusive os de cursos; - mais de dois distintivos especiais de cursos; - óculos cuja armação ou vidros não sejam compatíveis com a sobriedade do uniforme; e - óculos protetores de sol, em formatura, exceto quando houver prescrição médica específica. 9.3 - PRESCRIÇÕES DIVERSAS - os CB e SD usarão obrigatoriamente com o dólmã branco, a camiseta branca meia manga, o cinto branco externo ou o do equipamento, esse último nas situações especiais previstas no RUMB; - é obrigatório o uso de camiseta branca de meia manga no uniforme branco de verão (5.5); - não existe uniforme no qual a camiseta branca de meia manga seja a peça de cima; - a japona e a capa impermeável devem ser usadas sempre fechadas (botão e fecho), tolerando-se uma abertura na altura do colarinho; - quando usada a japona ou a capa impermeável, o equipamento deve ser a peça de cima; - não usar nos bolsos objetos que, pelo volume ou transparência do tecido do uniforme, ocasionem prejuízos para a boa apresentação, seja individual ou em conjunto; - as camisas dos uniformes devem ter dois vincos laterais, no sentido vertical, simétricos, a meio dos bolsos, em toda a extensão da frente e de trás, com as arestas voltadas para fora; - as malas, pastas, malotes, valises, mochilas, protetores para uniformes e porta-bonés somente poderão ser levados pelas mãos, sendo proibido, quando fardado, transportá-los pendentes aos ombros, sob os braços, sobre os ombros, costas ou peito; - os distintivos dos cursos ministrados em outras forças poderão ser usados em consonância com o estabelecido no Regulamento de Uniformes daque-

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las organizações, obedecendo-se, todavia, a limitação constante do artigo 9.2, deste capítulo; - algumas peças utilizadas como abrigo (sobretudo, japona, jaqueta de motociclista, capa impermeável, poncho, etc.), apesar de serem de uso facultativo, devem ser compulsoriamente usadas pelos militares quando incorporados (guardas, escoltas, etc.); - em qualquer formatura, cabe aos comandantes de frações a responsabilidade básica de verificar a correção do aspecto fisionômico, do uniforme e do equipamento de seus subordinados, independente de determinação expressa do escalão superior (ex: na Esquadra-de-Tiro, ao Cabo; no Grupo-deCombate, ao Sargento; e no Pelotão, ao Tenente); - é vedado aos militares o uso de quaisquer peças dos uniformes em adorno a trajes civis. - a figura 9-1 apresenta a correspondência dos uniformes das três forças armadas. Sua consulta deve ser compulsória, principalmente quando houver cerimônias envolvendo militares de mais de uma força. MARINHA 1.1 - Jaqueta azul

EXÉRCITO

1o A - Túnica cinza fe- 1o A - Gala chada

1.2 - Jaqueta branca

AERONÁUTICA

o

1 B - Jaqueta preta

CIVIL Casaca ou Fra-

1o B -Gala

que

o

"Smoking",

o

"Summer" ou

2 - Branco rigor 3 A -Baratéia rigor

"Dinner Jacket" o

4.1 - Azul

2 A - Túnica cinza

4.3 - Azul c/ barretas

3o A - Túnica verde oliva o

3 B - Blusão verde oliva

3

o

B

-

Baratéia

social o

4 - Branco social

Passeio completo

o

5 - Baratéia 4.5 - Azul de verão

3o D - Camisa bege meia 6o A - Trânsito manga

4.8 - Azul social c/ barretas

Passeio

o

7 A - Externo

2o A - Túnica cinza

3o B

4.9 - Azul social c/ miniaturas

-

Baratéia XXX

social o

5.1 - Branco

2 B - Túnica branca

5.3 - Branco c/ barretas

3o A - Túnica verde oliva o

3 B - Blusão verde oliva

3

o

B

-

Baratéia Passeio completo

social o

4 - Branco social 5o - Baratéia

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MARINHA

EXÉRCITO

AERONÁUTICA

CIVIL

3o D - Camisa bege meia 6o A - Trânsito

5.5 - Branco de verão

7o A - Externo

manga 6.1 - Cinza/Bege completo

o

3 A - Túnica verde oliva

o

5 - Baratéia

Passeio XXX

3o B - Blusão verde oliva 6.2 - Cinza/Bege de inverno

3o C - Camisa bege com 6o A - Trânsito

XXX

gravata 6o B - Interno

6.3 - Cinza/Bege de inverno XXX

Esporte

p/ serviço 6.4 - Cinza/Bege de verão

3o D - Camisa bege meia 7o A - Externo

XXX

manga 6.5 - Cinza/Bege de

7o B - Interno

verão XXX

XXX

p/ serviço

Fig 9-1 - Quadro

sinótico

da

correspondência dos uniformes das forças

armadas

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CGCFN-1101 CAPÍTULO 10 A CARREIRA

10.1 - GENERALIDADES A carreira militar é caracterizada por atividade continuada e inteiramente devotada às finalidades precípuas das forças armadas, denominada atividade militar. Ela é privativa do pessoal da ativa. No caso do pessoal do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), inicia-se com seu ingresso na Marinha e obedece às diversas seqüências de graus hierárquicos. Posto é o grau hierárquico do oficial, conferido por ato do Presidente da República ou do Ministro de Força Singular e confirmado em Carta Patente. Graduação é o grau hierárquico da praça, conferido pela autoridade militar competente. Os oficiais e praças, ao longo das respectivas carreiras, devem empenhar-se permanentemente no aprimoramento dos atributos morais e profissionais indispensáveis para servir à Pátria e à Marinha. Por essa razão, deve ser uma preocupação individual tomar todas as providências, ao seu nível, que assegurem a progressão hierárquica. O presente capítulo sintetiza os aspectos de maior relevância da carreira de oficiais e praças do CFN. 10.2 - OFICIAIS FUZILEIROS NAVAIS 10.2.1 - Organização Os oficiais fuzileiros navais estão distribuídos pelos seguintes Corpos e Quadros: Corpo de Fuzileiros Navais: - Quadro de Oficiais Fuzileiros Navais (FN); e - Quadro Complementar de Oficiais Fuzileiros Navais (QC-FN). Corpo Auxiliar da Marinha: Quadro Auxiliar de Fuzileiros Navais (AFN). a) Ingressarão no Quadro de Oficiais Fuzileiros Navais os GuardasMarinha que concluírem com aproveitamento o curso da Escola Naval e, por transferência, os Capitães-Tenentes do Quadro Complementar

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CGCFN-1101 de Oficiais Fuzileiros Navais selecionados pela Comissão de Promoções de Oficiais (CPO).

b) Ingressarão no Quadro Complementar de Oficiais Fuzileiros Navais os candidatos civis e militares graduados nas habilitações requeridas pelo Serviço Naval, aprovados em processo seletivo, Curso de Formação e Estágio de Aplicação de Oficiais. c) Os oficiais do Corpo de Fuzileiros Navais exercerão cargos e funções relativos à aplicação do poder naval e seu preparo, em especial nas operações anfíbias. d) Os oficiais FN

são

ordenados

em

uma escala hierárquica

constituída pelos postos de Segundo-Tenente a Almirante-deEsquadra, e os do QC-FN, pelos postos de Segundo-Tenente a Capitão-Tenente. Antes de completados cinco anos de nomeação ao oficialato, os oficiais do QC-FN serão avaliados pela CPO, visando a sua permanência em caráter definitivo na Marinha. Os que permanecerem

serão

selecionados,

oportunamente,

para

transferência para o Quadro de Oficiais Fuzileiros Navais ou Quadro Técnico do Corpo Auxiliar da Marinha. e) Ingressarão no Quadro Auxiliar de Fuzileiros Navais as praças da Marinha, com segundo grau completo, aprovadas em concurso de admissão, Curso de Formação e Estágio de Aplicação de Oficiais. f) Os oficiais AFN exercerão funções técnico-administrativas que visem às atividades de apoio técnico e às atividades gerenciais e administrativas em geral. g) Os oficiais AFN serão ordenados em uma escala hierárquica constituída pelos postos de Segundo-Tenente a Capitão-Tenente. Os oficiais desse último posto com curso superior, após seleção pela CPO, serão transferidos para o Quadro Técnico. 10.2.2 - Estruturação da carreira A estruturação da carreira inclui estímulos ao desenvolvimento pessoal e à realização profissional dos oficiais, de modo a se obter eficiência e eficácia no exercício dos diversos cargos e funções inerentes às atividades

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da Marinha. O acesso na hierarquia militar fundamenta-se em três aspectos: - aprovação em cursos, exames e estágios; - embarque ou serviço em tropa ou exercício de cargo essencial para a formação profissional do oficial; e - proficiência revelada no desempenho dos cargos e funções que lhes forem cometidos. 10.2.3 - Cursos e exames A aprovação nos seguintes cursos e exame deverá ser obtida em uma única oportunidade, a fim de permitir o acesso aos postos superiores, bem como proporcionar, progressivamente, a habilitação requerida ao exercício dos cargos previstos: - Curso de Especialização de Guerra Anfíbia (C-EspGAnf); - Curso de Aperfeiçoamento (CAO-CFN); - Curso de Estado-Maior para Oficiais Intermediários (C-EMOI); - Curso de Aperfeiçoamento Avançado (CApA); - Exame de Seleção para os Cursos de Altos Estudos Militares (CAEM); - Curso de Estado-Maior para Oficial Superior (C-EMOS) ou Curso Superior (C-Sup); e - Curso de Política e Estratégia Marítimas (C-PEM). 10.2.4 - Proficiência no desempenho de cargos e funções Os oficiais têm a proficiência aferida pela CPO, a partir dos subsídios obtidos nas avaliações periódicas e complementares, e nos dados de carreira, com vistas ao acesso hierárquico, à seleção para cursos, à nomeação para cargos, às transferências entre Corpos e Quadros e à indicação para a quota compulsória. 10.3 - PRAÇAS FUZILEIROS NAVAIS 10.3.1 - Organização O Corpo de Praças de Fuzileiros Navais (CPFN) é organizado em Quadro Suplementar, Quadro de Especialistas e Quadro de Aperfeiçoados.

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As praças não especializadas do CPFN serão agrupadas num Quadro Suplementar único, constituído exclusivamente por militares da graduação de Soldado Fuzileiro Naval (SD-FN). As demais praças do CPCFN serão distribuídas pelos seguintes Quadros de Especialistas e de Aperfeiçoados: - Infantaria (IF)

- Enfermagem (EF)

- Artilharia (AT)

- Motores e Máquinas (MO)

- Engenharia (EG)

- Eletrônica (ET)

- Comunicações Navais (CN)

- Corneta e Tambor (CT)

- Escrita (ES)

- Música (MU)

As praças do CPFN serão ordenadas em uma escala hierárquica crescente pelas seguintes graduações: - Soldado Fuzileiro Naval (SD-FN); - Cabo (CB); o

- Terceiro-Sargento (3 SG); o

- Segundo-Sargento (2 SG); o

- Primeiro-Sargento (1 SG); e - Suboficial (SO). 10.3.2 - Inclusão Serão incluídos no CPFN: - na graduação de SD-FN, os Soldados-Recrutas (SD-RC), os Marinheiros (MN) do Corpo de Praças da Armada (CPA) e os Soldados Reservistas das demais Forças Armadas aprovados no Curso de Formação de Soldados (C-FSD); e o

- na graduação de 3 SG, as praças do CPA e das demais Forças Armadas, até a graduação de CB, e os candidatos civis aprovados no Curso de Formação de Sargentos Músicos (C-FSG-MU). 10.3.3 - Estruturação da carreira A estruturação da carreira inclui estímulos ao desenvolvimento pessoal e à realização profissional das praças, com o propósito de se obter eficiência

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e eficácia no exercício das diversas funções inerentes às atividades da MB. A avaliação das praças, tanto para efeito de promoção quanto para a realização dos cursos de carreira, é pautada no conjunto de qualidades e atributos dos avaliados, no decurso da carreira e na graduação que ocupam. Os seguintes aspectos básicos são considerados: - comportamento; - aptidão para a carreira; - habilitação profissional; - interstício; - tempo de embarque/tropa ou em função técnica; - higidez física e mental; - avaliação da Comissão de Promoção de Praças (CPP); e - avaliação física. 10.3.4 - Cursos A aprovação nos seguintes cursos de carreira, a ser obtida em uma única oportunidade, permitirá o acesso a graduações superiores e propiciará, progressivamente, a habilitação requerida ao exercício das funções previstas: - Curso de Especialização (C-Espc); - Curso de Formação de Sargentos (C-FSG); - Curso de Aperfeiçoamento (C-Ap); e - Curso Especial de Habilitação para Promoção a Suboficial (C-EspHab). a) C-Espc Destina-se a habilitação dos SD-FN para o cumprimento de obrigações que exijam o domínio de técnicas específicas, de modo a complementar a qualificação recebida no C-FSD. b) C-FSG Destina-se ao revigoramento da formação militar-naval dos CB, de modo a prepará-los para o exercício da liderança em funções futuras. OSTENSIVO

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c) C-Ap o

Destina-se a atualizar e a ampliar os conhecimentos técnicos dos 3 SG, necessários ao desempenho de cargos e ao exercício de funções próprias das graduações superiores, e para o exercício de cargos e serviços na operação e manutenção dos meios das unidades de tropa. d) C-Esp-Hab o

Destina-se a aprimorar a formação militar-naval dos 1 SG, com ênfase em liderança. e) Outros cursos Para o exercício de determinadas funções, podem também ser requeridos os seguintes cursos: - Cursos de Subespecialização (C-Subespc), destinados a preparar as praças para serviços em setores restritos da MB, que exijam habilitações complementares às conferidas pela especialização; e - Cursos de Qualificação Técnica Especial (C-QTE), destinados a o

qualificar 2 SG para o exercício de funções técnicas, objetivando o seu emprego em atividades de manutenção e reparo de alto escalão e em atividades de ensino.

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CGCFN-1101 CAPÍTULO 11 CONDICIONAMENTO FÍSICO

11.1 - GENERALIDADES A

boa forma física é fator fundamental para que o fuzileiro naval (FN)

consiga desempenhar suas tarefas, tanto em combate quanto no adestramento diário. O estilo de vida sedentário que o homem moderno adotou concorre para o prejuízo de sua própria saúde. A falta de exercício físico contribui para o aumento da obesidade, excesso de colesterol no sangue e hipertensão arterial, que são a porta de entrada para o desenvolvimento de sérios problemas cardíacos. Os exercícios físicos incrementam a massa muscular, proporcionando uma boa postura, o aumento da densidade óssea, diminuindo a possibilidade de fraturas, e diminuem a ansiedade e o estresse. Ressalte-se que essas condicionantes podem ser decisivas em situações de combate. 11.2 - ORIENTAÇÕES O militar é o principal responsável pela manutenção do seu condicionamento físico. O Treinamento Físico-Militar (TFM) deve fazer parte da rotina de cada FN independentemente da organização militar (OM) onde sirva e da função que esteja exercendo. A freqüência ideal de exercícios é de cinco vezes por semana. No entanto, para

que

haja

progresso

no

condicionamento

físico,

considera-se

indispensável a prática de atividades físicas por, pelo menos, três vezes em cada sete dias. O TFM deve ser realizado nos horários que não interfiram com os períodos de digestão das principais refeições. Em regiões ou estações com temperaturas muito baixas ou elevadas, o TFM deverá ser executado quando a temperatura estiver amena. 11.3 - PROGRAMAS DE TREINAMENTO FÍSICO-MILITAR A fim de promover o grau de condicionamento físico apropriado ao desempenho das atividades do FN, foram desenvolvidos programas de TFM OSTENSIVO

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com base em princípios científicos, observando-se as diferentes faixas etárias dos militares. Esses programas são aplicados ao longo dos ciclos de adestramento sob a supervisão do oficial de TFM de cada OM. Cada sessão de TFM é dividida em aquecimento, ginástica preparatória, atividade física propriamente dita e volta à calma. O aquecimento, que é composto por exercícios de alongamento e flexibilidade, tem a finalidade de reduzir a ocorrência de estiramentos musculares e entorses decorrentes de um aumento repentino na atividade física. A ginástica preparatória exercita todos os grupos musculares e os prepara para a atividade física, que compreende exercícios de natação, corrida, pista de aparelhos ou de cabos, ginástica com toros, caminhada e prática de esportes coletivos. Uma combinação bem dosada de cada uma dessas atividades é ideal para o desenvolvimento da aptidão física e do espírito de equipe tão necessários às atividades do FN, particularmente no caso dos esportes coletivos. A volta à calma reduz gradualmente os batimentos cardíacos e a respiração aos níveis normais. 11.4 - INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES 11.4.1 - Sudorese A sudorese é um processo de eliminação de água para permitir a diminuição da temperatura corporal. O aumento da sudorese não diminui a gordura corporal. A perda de gordura acontecerá quando o gasto energético for maior que a ingestão calórica de alimentos. A água proveniente da sudorese é oriunda do sangue e sua perda excessiva pode causar a desidratação. Para a reposição de água, os praticantes de TFM deverão ingerir um a dois copos de água meia hora antes da atividade programada e, se possível, durante os exercícios.

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11.4.2 - Controle da freqüência cardíaca A freqüência cardíaca é o principal parâmetro a ser controlado durante a execução do TFM, de forma a se preservar os limites de segurança de cada indivíduo. Deve ser medida com a pessoa na posição de pé, parada, durante quinze segundos, multiplicando-se o resultado obtido por quatro. Assim, determina-se o valor da freqüência em batimentos por minuto (bpm). A faixa etária indicará o valor aceitável para a freqüência cardíaca máxima (FCM) que jamais deverá ser ultrapassada para não colocar em risco a saúde do praticante do TFM. Em função dessa freqüência são determinados os limites do batimento cardíaco durante os períodos de esforço. Tais valores podem ser encontrados nas OM em documentos específicos relativos à matéria. 11.4.3 - Efeitos fisiológicos do TFM O treinamento regular e variado provoca manifestações positivas no funcionamento do organismo humano, dentre as quais destacam-se: a) Sistema cardio-respiratório - redução da freqüência cardíaca; - aumento do volume sangüíneo e da hemoglobina; - maior rendimento cardíaco; - redução da pressão arterial; - aumento dos volumes pulmonares; e - maior absorção de oxigênio pelos músculos. b) Composição corporal - redução da gordura corporal total. c) Outros - hipertrofia muscular; - aumento de amplitude do movimento das articulações; - aumento da velocidade de reação; - aumento da resistência de ruptura dos ossos, ligamentos e tendões; e - redução dos níveis de colesterol e triglicerídeos.

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11.5 - TESTE DE AVALIAÇÃO FÍSICA Os Testes de Avaliação Física (TAF) destinam-se a verificar o grau de condicionamento físico do FN. Permitem, também, avaliar e monitorar o progresso obtido após um certo período de treinamento. No Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), o TAF é constituído das modalidades: natação, permanência dentro d'água, corrida, flexão na barra e abdominal. O TAF tem periodicidade anual e é uma das exigências de carreira. A época da aplicação, os índices e a pontuação são definidos em instruções permanentes específicas.

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CGCFN-1101 CAPÍTULO 12 SERVIÇOS INTERNOS

12.1 - GENERALIDADES Os serviços internos são os executados no interior das organizações militares (OM). Por estarem relacionados à segurança das unidades, é de fundamental importância que o fuzileiro naval (FN) tenha a máxima atenção quando da execução de cada um deles. De um modo geral, subdividem-se nos serviços de Estado, de Guarda do Quartel, de Policiamento Interno e de Guarda de Subunidade. 12.2 - SERVIÇO DE ESTADO É aquele levado a efeito por um período de seis a vinte e quatro horas. Funciona na Sala de Estado, que é a dependência localizada à entrada do quartel e destinada ao pessoal de Serviço de Estado. Esse serviço abrange o Oficial de Serviço, Contramestre, Auxiliar, Claviculário, Corneteiro de Serviço e Mensageiro. 12.3 - SERVIÇO DE GUARDA DO QUARTEL É aquele com a finalidade de prover a segurança aproximada da OM e participar do cerimonial. Inclui, normalmente, os serviços de Comandante da Guarda, Cabo da Guarda, Sentinelas e Identificadores. As praças da Guarda do Quartel que não estiverem de serviço na hora devem permanecer na Sala de Estado em condições de atender a qualquer eventualidade, em especial as honras de guarda e “boys”, nas honras de portaló, e a guarda no cerimonial diário à Bandeira Nacional. 12.4 - SERVIÇO DE POLICIAMENTO INTERNO É aquele de que dispõe o Oficial de Serviço para estender a toda unidade a fiscalização sobre assuntos que lhe são afetos. Compreende, normalmente, o Sargento-Polícia e o Rondante. 12.5 - SERVIÇO DE GUARDA DE SUBUNIDADE É aquele destinado à manutenção da ordem, disciplina e segurança interna das dependências que lhe são afetas. Inclui o Sargento-de-Dia, Cabo-de-Dia e Plantão. OSTENSIVO

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12.6 - ATRIBUIÇÕES 12.6.1 - Compete à Guarda do Quartel - não permitir aglomerações nas proximidades do Corpo da Guarda e dos postos de sentinelas; - controlar a entrada e a saída de viaturas ou material da OM de acordo com as normas em vigor; - impedir a entrada de militares de forças não pertencentes à MB sem conhecimento e ordem do Oficial de Serviço; - detectar e identificar aqueles que se aproximarem da OM à noite; - dar conhecimento imediatamente ao Oficial de Serviço da entrada de oficial estranho à OM. Para tanto, deve usar o meio de comunicação mais rápido; - identificar os civis e militares que entrarem na OM, encaminhando-os à Sala de Estado; - controlar a entrada e a saída de civis da OM de conformidade com as normas vigentes; - proibir a entrada na OM de civis não autorizados no período do Arriar da Bandeira à Alvorada; - só permitir a saída de praças devidamente autorizadas, com uma correta apresentação pessoal e pelos locais para isso destinados; - manter o Corpo da Guarda limpo e arrumado, conservando o material nele existente; - fornecer escoltas para os presos a serem conduzidos dentro da OM; - ser responsável pelos presos; e - cumprir as demais ordens em vigor pertinentes ao serviço da guarda. 12.6.2 - Oficial de Serviço É o oficial a quem cabe zelar pela segurança, manutenção da disciplina e cumprimento da rotina da OM durante determinado período de tempo. Compete-lhe ainda: - assegurar o exato cumprimento das ordens internas da OM e disposições regulamentares relativas ao serviço diário;

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- receber o Comandante e apresentar-se ao Imediato assim que ingressarem a bordo; - verificar, ao assumir o serviço, em companhia de seu antecessor, se todas as dependências da OM estão em ordem e assegurar-se da presença de todos os presos e impedidos nos lugares onde devam permanecer. Após estas providências, ambos deverão se apresentar ao Imediato; - participar ao Imediato todas as ocorrências extraordinárias havidas depois de seu último encontro com ele, lançando-as, ainda, no relatório do serviço. Se antes de falar com o Imediato encontrar o Comandante, prestar-lhe-á as mesmas informações sem que isso o desobrigue daquela atribuição; - providenciar para que sejam executados, a tempo, os toques regulamentares, de modo que todas as formaturas ou atos conseqüentes se realizem nos momentos oportunos; - inspecionar freqüentemente as dependências da OM, verificando se estão sendo rigorosamente cumpridas as ordens em vigor; - dar conhecimento ao Imediato, e em último caso ao Comandante, de todas as ocorrências que exigirem pronta intervenção do comando; e - fazer recolher aos lugares apropriados os presos e impedidos, e pô-los em liberdade assim que receber ordem para tal. 12.6.3 - Contramestre É o auxiliar direto e substituto eventual do Oficial de Serviço. 12.6.4 - Auxiliar É o ajudante direto do Contramestre, competindo-lhe cumprir todas as suas determinações e as ordens específicas baixadas pelo comando da OM. 12.6.5 - Claviculário É o responsável pelo controle das chaves existentes no quadro geral das chaves da Sala de Estado.

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12.6.6 - Corneteiro de Serviço É o responsável pela execução dos toques previstos na rotina ou aqueles ordenados pelo Oficial de Serviço. 12.6.7 - Mensageiro É a praça que fica à disposição do Oficial de Serviço para transmitir mensagens, acompanhar visitantes e executar outras tarefas que lhe forem determinadas. 12.6.8 - Comandante da Guarda É a praça diretamente subordinada ao Oficial de Serviço e que tem as seguintes atribuições principais: - executar todas as ordens referentes ao serviço da guarda; - formar a guarda rapidamente ao sinal de alarme. Identificar, de pronto, o motivo do alarme e, na ausência do Oficial de Serviço, agir por iniciativa própria, reforçando os postos, se for o caso. Em seguida, apresentar-se ao Oficial de Serviço para receber ordens; - ser o responsável pela disciplina da guarda; - inspecionar constantemente os militares da guarda, utilizando-se de formaturas durante o dia, sempre que houver a rendição dos quartos das sentinelas. Proceder da mesma maneira durante à noite, sempre que se fizer necessário; - exigir dos presos compostura compatível, não lhes permitindo atos e procedimentos não autorizados; - verificar freqüentemente se os componentes da guarda têm pleno conhecimento das ordens específicas relativas aos seus postos; - só permitir a entrada ou a saída de civis ou militar da OM pelos locais para isso destinados. Após o arriar da Bandeira, determinar o fechamento dos portões da OM, exceto o principal, que se fechará apenas em casos especiais e quando houver ordens específicas; - dar conhecimento de imediato ao Oficial de Serviço de qualquer ocorrência extraordinária havida na guarda, mesmo que já tenha adotado alguma providência;

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- encaminhar ao Oficial de Serviço o relatório da guarda logo após ter sido substituído no serviço. Nesse documento ele fará constar a relação nominal das praças da guarda, as ocorrências havidas durante o serviço, a situação do material do Corpo da Guarda, bem como qualquer fato relevante que mereça menção especial; - providenciar a substituição das praças que apresentarem problemas de saúde ou que faltarem a bordo estando escaladas para o serviço, recorrendo, para isso, ao Oficial de Serviço; e - formar a guarda para os cerimoniais previstos e inopinados. 12.6.9 - Cabo da Guarda É o auxiliar imediato e o substituto eventual do Comandante da Guarda. 12.6.10 - Sentinelas e Identificadores São os componentes da guarda colocados em determinados postos com a finalidade de prover a segurança de determinados pontos da OM. No exercício de suas funções, devem portar-se com zelo, serenidade e energia compatível com a autoridade que lhes é atribuída. Compete às sentinelas as seguintes tarefas: - prestar e exigir as continências regulamentares; - estar sempre alerta, vigilante e em condições de bem cumprir suas tarefas; - não abandonar sua arma, mantendo-a alimentada e travada para emprego, de acordo com as ordens que tiver recebido; - não conversar ou fumar em serviço, evitando distrair-se; - evitar esclarecimentos a pessoas estranhas ao serviço. Se isso for necessário, deverá recorrer ao Cabo da Guarda ou ao Identificador; - não permitir aglomerações nas proximidades do seu posto; - impedir a entrada e a saída de pessoal, material e viaturas da OM sem a devida autorização, solicitando, em caso de dúvida, a presença do Cabo da Guarda; - manter sigilo sobre as ordens recebidas; - parar e identificar qualquer pessoa ou viatura que pretenda entrar no quartel à noite; e

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- acionar o alarme nas seguintes situações: a) toda vez que notar qualquer movimento ou aglomeração suspeita nas proximidades de seu posto; b) quando qualquer indivíduo insistir em penetrar no quartel antes de ser identificado; c) na ameaça de desrespeito à sua autoridade e às ordens relativas ao seu posto; d) na verificação de qualquer anormalidade grave; e e) por ordem do Oficial de Serviço, Comandante da Guarda ou Cabo da Guarda. Às sentinelas dos postos de vigilância competem as tarefas supracitadas no que for pertinente. Sempre que notar a aproximação de pessoa ou grupo por caminhos não usuais ou com atitudes suspeitas, durante à noite ou quando determinado, a sentinela procede da seguinte maneira: - comanda "alto" a uma distância conveniente; - procede a identificação somente permitindo a aproximação daqueles que reconhecer como pessoa autorizada. Caso contrário, solicita a presença do Cabo da Guarda. A identificação normalmente é executada por meio do uso de senhas e contra-senhas; - caso não seja obedecida em seu comando de "alto", aciona o sinal de alarme; - repete o comando de "alto" e logo em seguida efetua um disparo para o ar; e - os procedimentos a serem adotados após essa última ação para o caso de a sentinela não ser obedecida e se configurar uma tentativa de agressão, normalmente são encontrados nos Planos de Segurança Orgânica (PSO) das OM. No caso de viaturas, a sentinela procede como especificado no parágrafo anterior. Destaque-se que as entradas das OM habitualmente dispõem de meios que obrigam a parada das viaturas, quando necessário.

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Durante a noite, é permitido à sentinela movimentar-se num raio de 5 (cinco) metros em torno do seu posto fixo, devendo, porém, manter-se na maior parte do tempo dentro das instalações do seu posto. É terminantemente proibido o abandono do posto sem que a sentinela tenha sido devidamente substituída. Ao Identificador são confiadas as seguintes tarefas: - executar o controle da entrada e saída de pessoal e viaturas no portão principal; - preencher as papeletas de registro de visitantes e de viaturas militares por ocasião da identificação; - reconhecer e informar imediatamente ao Cabo da Guarda a aproximação de autoridades às quais serão prestadas as honras de portaló; e - executar as medidas necessárias à interrupção do trânsito em caso de emergência, mediante determinação do Oficial de Serviço, Comandante da Guarda ou Cabo da Guarda. 12.6.11 - Sargento-Polícia É o auxiliar do Oficial de Serviço na fiscalização da execução das ordens em vigor, percorrendo constantemente os setores da unidade que lhe forem destinados. 12.6.12 - Rondante É o militar designado para o policiamento de áreas limitadas da unidade, cumprindo as atribuições do Sargento Polícia e da Sentinela, conforme o caso. O serviço de Rondante pode ficar subordinado à Guarda do Quartel quando determinado. 12.6.13 - Serviço de Guarda da Subunidade Compreende as seguintes tarefas gerais no âmbito das dependências que lhe são afetas: - mantê-las limpas e arrumadas; - vigiar as praças impedidas; - proibir jogos de azar, disputas ou algazarras; - zelar pela propriedade individual ou da OM; e - cumprir e fazer cumprir todas as determinações do comando da OM.

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12.6.14 - Sargento-de-Dia É o responsável pelo serviço de guarda da subunidade. 12.6.15 - Cabo-de-Dia É o responsável pela ordem e exatidão do

serviço da

subunidade

perante o Sargento-de-Dia, sendo seu substituto eventual. 12.6.16 - Plantão É o responsável pelo cumprimento das normas gerais da guarda da subunidade, competindo-lhe, dentre outras, as seguintes atribuições: - estar atento a tudo que ocorrer na dependência, comunicando imediatamente ao Cabo-de-Dia qualquer alteração; - apresentar-se aos oficiais, suboficiais e sargentos que entrarem no alojamento quando estiver ausente o Cabo-de-Dia; - não permitir que as praças detidas na dependência se afastem dela, a não ser por motivo de serviço e com ordem do Cabo-de-Dia; - zelar pela limpeza e arrumação da dependência; - na ausência do Cabo-de-Dia acordar as praças ao findar a terceira parte do toque de alvorada, determinando que se levantem; - não permitir a entrada de civis nas dependências sem ordem do Cabode-Dia; - impedir a saída de qualquer objeto sem a autorização do dono ou responsável e sem ordem do Cabo-de-Dia; - não consentir que qualquer praça utilize ou se apodere de objetos pertencentes a outros sem autorização do dono ou responsável; - não permitir conversa, bem como qualquer outra perturbação após o toque de silêncio; - arrecadar todo material encontrado fora de seu local, encaminhando-o ao Sargento-de-Dia ou Cabo-de-Dia; - não permitir a presença de praças não autorizadas na dependência; - inspecionar os armários constantemente, anotando os que estiverem abertos e/ou danificados, comunicando as irregularidades ao Cabo-deDia; - acordar os militares escalados para o serviço durante à noite; e

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- utilizar o apito no alojamento, conforme abaixo prescrito: a) um (1) silvo curto para chamar à atenção ou anunciar a presença de oficial intermediário; b) dois (2) silvos curtos para anunciar a presença de oficial superior ou Comandante da subunidade; c) três (3) silvos curtos para anunciar a presença de oficial-general ou Comandante da unidade; d) um (1) silvo longo, sinalizando atenção para o cumprimento da rotina; e e) três (3) silvos longos, em caso de emergência. Critérios para os silvos de apito: a) quando mais de um oficial entrar no alojamento, só será dado o silvo correspondente ao mais antigo; b) o toque de três (3) silvos curtos obriga ao mais antigo dentre os presentes no alojamento a dar ordens aos demais militares para que assumam a postura adequada; c) dados quaisquer dos sinais de apito, todos devem ficar em silêncio e tomar a posição de Sentido caso se trate da entrada de oficial no alojamento; d) para os silvos referentes às prescrições de rotina, atenção ou emergência, o Plantão deve anunciar logo em seguida o seu significado; e) entre o silêncio e a alvorada não serão dados silvos de apito, salvo os de emergências; e f) caso o Plantão não perceba a entrada de um oficial no alojamento, qualquer praça comandará: atenção! e anunciará o fato à viva voz.

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CGCFN-1101 CAPÍTULO 13 EQUIPAGENS INDIVIDUAIS

13.1 - UTILIDADE DAS EQUIPAGENS A Equipagem Individual Básica de Combate (EIBC) foi organizada para que o fuzileiro naval (FN) tenha à disposição o mínimo indispensável para um militar em campanha. A ela devem ser acrescidas outras que complementam a necessidade do combatente. Assim, se ele portar um fuzil, receberá uma equipagem individual para este armamento; se forem requeridos meios de orientação, deverá conduzir uma equipagem de orientação. Desse modo, verifica-se que o sistema de equipagens é um processo por meio do qual o militar vai sendo equipado por módulos, incorporando o que é fundamental no momento e deixando de carregar o que é supérfluo. 13.2 - DEFINIÇÕES Diversas são as equipagens individuais atualmente em uso no Corpo de Fuzileiros Navais (CFN). A descrição detalhada de todas foge ao propósito desta publicação. Dessa forma, apenas aquelas julgadas de uso mais freqüente pelo FN serão tratadas no presente capítulo. 13.2.1 - Equipagem É um conjunto de itens de suprimentos organizado para facilitar o abastecimento e que deve existir em um determinado setor da organização militar (OM) para atender a um serviço específico. Exemplos: material de rancho, roupa de cama, ferramentas de uma oficina, etc. 13.2.2 - Item de suprimento É uma peça ou qualquer outro material não ligado especificamente a um equipamento que, atendendo a propósitos e a parâmetros próprios, possui características essenciais que o individualizam nesse sistema. Exemplos: um cantil, um lápis, um cinto simples, etc. 13.2.3 - Equipagem operativa

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É o conjunto de itens de suprimentos que confere ao combatente anfíbio as condições ou os meios necessários à execução de tarefa(s) específica(s) inerente(s) às operações e aos serviços realizados por FN. 13.3 - CONSTITUIÇÃO DAS EQUIPAGENS 13.3.1- Equipagem Individual Básica de Combate (EIBC) É constituída dos seguintes itens: capacete, poncho, edredom, mochila, pá articulada e seu estojo, marmita, talher articulado, estojo individual de higiene, colete à prova de estilhaços, suspensórios, cinto simples, cantil e porta-cantil, caneco, isolante térmico, estojo individual de primeirossocorros e saco de lona para transporte. 13.3.2 - Equipagem Suplementar de Combate (ESC) É composta de: alicate cortador de arame e seu estojo, apito de metal com fiador, facão de mato e bainha, lanterna elétrica, luva de amianto, luva para aramado e óculos da guarnição de viatura. 13.3.3 - Equipagem Individual para Fuzil (EIF) É constituída da bandoleira e do porta-carregador. 13.3.4 - Equipagem Individual para Pistola 9mm (EIP) É constituída do coldre, fiador, porta-carregador e faca de trincheira com bainha. 13.4 - USO DAS EQUIPAGENS A EIBC é utilizada pelo homem da seguinte forma: - capacete na cabeça com a jugular ajustada e fechada sob o queixo; - na parte superior externa da mochila é afixado o isolante térmico; - na parte interna da mochila são colocados a marmita, o talher, o estojo de higiene, a pá articulada e seu estojo, o poncho, o edredom e outros objetos de uso pessoal; e - os suspensórios têm por finalidade sustentar o cinto simples onde são afixados os itens abaixo, partindo-se do fecho no sentido da esquerda para direita: a) Para quem porta fuzil

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Porta-carregador, sabre com bainha, 1 porta-cantil com cantil e caneco, porta-estojo de primeiros-socorros, 2

o

porta-cantil com cantil e porta-

carregador. b) Para quem porta fuzil metralhador o

Porta-carregador, 1 porta-cantil com cantil e caneco, porta-estojo de primeiros-socorros, 2

o

porta-cantil com cantil, faca de combate com

bainha e porta-carregador. c) Para quem porta pistola Porta-carregador, faca de combate, porta-cantil com cantil e caneco, portaestojo de primeiros-socorros, fiador de pistola, porta-cantil com cantil, coldre com pistola e porta-carregador. A equipagem individual deve ser portada exatamente como estipulam as instruções, com cada item na sua devida posição, para que não se transforme em transtorno aos deslocamentos do FN (Fig 13-1).

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Fig 13-1 13.5 - INSPEÇÃO NAS EQUIPAGENS INDIVIDUAIS Constantemente realizam-se inspeções nas equipagens individuais com a finalidade de verificar se o FN possui todos os itens prescritos e se o material está em bom estado de conservação. Para essas inspeções, a equipagem deverá ser arrumada conforme apresentado na Fig 13-2.

Fig 13-2 OSTENSIVO

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13.6 - CUIDADOS COM A EQUIPAGEM As equipagens individuais são rústicas mas não são indestrutíveis. Elas devem ser usadas adequadamente e o FN deve zelar por sua manutenção principalmente em operação, a fim de evitar desgastes prematuros e, por conseqüência, prejuízos à Nação. O cuidado para evitar danos desnecessários às equipagens individuais iniciase com o uso adequado dos itens que o FN está portando, ajustando-os para evitar a fricção e a sobrecarga, e utilizando-os para os fins a que se destinam. Como exemplo, citam-se os cantis que só devem ser usados para portar água porque outro líquido poderá corroer o material e provocar furos. Deve-se ter atenção para a possibilidade de ocorrência de baixas causadas pela ingestão de detritos que possam se formar no interior dos cantis pela falta de higiene. Independente de ordem, o FN deve habituar-se a efetuar freqüentes inspeções na sua equipagem individual, especialmente em campanha. Essa providência deve fazer parte da rotina diária e ser repetida sempre que possível. Agindo dessa forma, o FN poderá detectar se algum item de sua equipagem não funciona bem, antes mesmo que se torne imprestável. Identificando a falha, o item poderá ser trocado, reparado e recolocado em uso, em perfeito estado, resultando em economia para o CFN; mas se a situação ou os meios disponíveis não o permitirem, caberá ao próprio FN executar um pequeno reparo no item de modo a permitir seu uso até ser possível a troca. Em todo caso, nunca se abandona a equipagem ou parte dela sem que haja ordem expressa para isso, especialmente em campanha. Para conservar a equipagem individual, é preciso conhecer como mantê-la a bordo e em campanha, observando o seguinte: - manter a ajustagem correta para o corpo do utilizador de todos os itens que possuam presilhas e alças reguláveis; - ter sempre a equipagem limpa e seca. A marmita, os talheres articulados, o caneco e os cantis devem ser mantidos em perfeitas condições de higiene com vista ao uso imediato; e

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- dobrar os itens observando os vincos existentes, evitando comprimir e dobrar as partes metálicas e os reforços de lona.

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CAPÍTULO 14 HIGIENE E PROFILAXIA DAS DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS 14.1 - GENERALIDADES Higiene é a prática de atos que visam à preservação da saúde própria do indivíduo e de seus companheiros. Neste capítulo serão explicitadas as noções básicas sobre higiene e as medidas preventivas contra as doenças infecto-contagiosas, especialmente as sexualmente transmitidas. 14.2 - REGRAS BÁSICAS DE HIGIENE PESSOAL São as seguintes: - tomar

banho

diariamente,

lavando-se bem com sabonete ou sabão,

dando especial atenção à limpeza das dobras do corpo. Se não houver meios para o banho, o corpo deve ser esfregado com um pano úmido, de preferência com um pouco de álcool; - lavar as mãos com água e sabão após terminar qualquer trabalho, antes de comer e, sobretudo, após as necessidades fisiológicas; - trocar as roupas de baixo diariamente; caso não seja possível trocá-las ou lavá-las, devem ser retiradas, sacudidas e expostas ao sol por algum tempo; - observar bem o corpo e as roupas para verificar se há irritações ou presença de parasitas; havendo suspeita deve-se procurar um médico; - trocar ou secar, logo que possível, as roupas e calçados molhados; - escovar os dentes pelo menos duas vezes ao dia, após as refeições, e uma vez antes de dormir. Caso não se disponha de escova ou pasta de dente, usar água e sabão. Qualquer um que estiver com dor de dente ou com algum problema dentário, deve procurar imediatamente o serviço odontológico; - beber bastante água durante o dia, a intervalos regulares, porém nunca uma grande quantidade de uma só vez; - usar somente os próprios utensílios para comer e beber, lavando-os bem com água e sabão após serem empregados. Não utilizar toalhas, escovas, pincéis de barba e quaisquer outros objetos de uso pessoal de outra pessoa; OSTENSIVO

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OSTENSIVO - manter limpos e curtos, cabelos e unhas;

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- fazer regularmente exercícios físicos para se manter saudável; - alimentar-se devagar e com moderação. Variar os alimentos ingeridos sempre que possível; e - descansar sempre que possível. Procurar distrair-se fazendo leituras nas horas de folga; não abusar do álcool e do fumo. 14.3 - HIGIENE EM CAMPANHA Quando no campo, além das regras anteriores, devem ser observadas as seguintes: - evitar beber água sem saber de sua origem ou se o seu uso está autorizado pelo serviço de saúde. Em caso de extrema necessidade, ferver a água antes de beber, deixando-a em ebulição por, pelo menos, 20 minutos. No acampamento, beber água do saco "lister" ou pipa d`água, especialmente destinados para isso. Usar o purificador de água que acompanha a ração sempre que não for fornecida água tratada; - usar somente o local apropriado para fazer as necessidades fisiológicas. Se não houver esse local, cavar um buraco e cobrir os dejetos com terra. A não observância desse procedimento poderá gerar a propagação de doenças capazes de causar grande número de baixas. As moscas e os demais insetos ao pousarem nos dejetos descobertos conduzirão em suas patas micróbios nocivos e, tão logo pousem nos alimentos, irão contaminá-los e, em conseqüência, contaminar a tropa. Os sanitários de campanha (pianos) devem ser utilizados, lançando-se sobre as fezes, após o uso, certa quantidade de cal, que comumente encontra-se ao lado dos sanitários; - proteger-se contra insetos. Usar o mosquiteiro e o repelente de insetos sempre que houver necessidade. Uma boa pomada antialérgica (fenergam ou similar) atenua os efeitos das picadas de mosquitos, formigas ou de outros insetos; é conveniente dispor de uma dessas no estojo de primeirossocorros. Caso a área de operações apresente alguma endemia grave (por exemplo: malária), poderá ser recomendável o uso de medicamentos preventivos, os quais serão prescritos pelo médico da unidade; - lavar bem os utensílios de comer. A gordura da marmita ou caneco pode ser removida com a água quente fornecida nos aquecedores. Não jogar OSTENSIVO

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OSTENSIVO CGCFN-1101 . restos de comida ou ração em outros locais que não sejam os determinados. Não deixar latas vazias jogadas ao redor do acampamento. Não comer restos de ração das latas usadas. Caso não haja coletor de lixo, enterrar os restos da ração; - em caso de suspeita de algum parasita, mosquito ou qualquer inseto estranho no local do acampamento, comunicar logo ao serviço de saúde, para que sejam tomadas as providências pertinentes; - para poder examinar bem a área onde se passará a noite, é conveniente arejar, limpar e/ou preparar a barraca ou local de dormir, diariamente antes de escurecer; e - comer todo alimento fornecido, pois contém os nutrientes que um fuzileiro naval (FN) precisa para se manter. 14.4 - DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS Especial cuidado deve ser tomado com as doenças sexualmente transmissíveis. Elas podem causar grandes males não só ao FN como também à sua mulher e aos seus filhos. A escolha do tipo de mulher com a qual se pode ter relações é muito importante; a higiene falha e a promiscuidade facilitam o contágio. Em caso de contato com prostitutas, convém lembrar que quanto maior o período de contato, maior o perigo. Lavar-se bem após as relações sexuais, com água e sabonete, procurando urinar logo em seguida é uma boa medida preventiva. Para a máxima proteção possível, a cada relação sexual, nunca deixar de usar corretamente o preservativo (camisinha) recomendado pelo médico. Observar as instruções de uso na embalagem. A auto-medicação no trato de uma doença venérea poderá dificultar a recuperação. Ao primeiro sintoma, deve-se procurar imediatamente o serviço de saúde. 14.5 - RECOMENDAÇÕES SOBRE A AIDS Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) deve-se adotar procedimento de prevenção contra a AIDS, com relação à vida sexual, na seguinte ordem de prioridade: - fidelidade; - sexo sem penetração; e OSTENSIVO

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OSTENSIVO - uso de preservativo.

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.

Além disso, convém lembrar as seguintes recomendações: - evitar relações com alguém que tenha muitos parceiros sexuais; - que tanto a relação vaginal quanto a anal podem disseminar a AIDS; - que a AIDS não tem rosto, alguém pode parecer saudável, mas ainda assim estar contaminada e disseminar essa doença; - usar sempre agulhas descartáveis caso venha a necessitar de uma injeção. Se isso não for possível, esterilize agulhas e seringas antes de empregálas; e - como medida extra de segurança, não utilizar objetos de outras pessoas como aparelhos de barbear, escovas de dentes e outros que possam estar contaminados por sangue.

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CGCFN-1101 CAPÍTULO 15 PRIMEIROS-SOCORROS

15.1 - GENERALIDADES Primeiro-socorro é o tratamento imediato aplicado a uma vítima de enfermidade ou ferimento antes que os serviços de um médico ou enfermeiro possam ser conseguidos. 15.2 - PRINCÍPIOS GERAIS Mesmo que o serviço de saúde disponível seja o melhor, a própria vida ou a de um companheiro pode depender dos conhecimentos que se tem sobre primeiros-socorros. Qualquer um poderá salvar uma vida se souber o que fazer e o que não fazer, agindo com calma e rapidez. Os primeiros-socorros devem ser de execução simples e orientados de modo a salvar a vida humana, aliviar dores e evitar complicações. Portanto, os primeiros-socorros só serão eficientes se a pessoa que os aplicar tiver o conhecimento e o adestramento necessários. Caso seja ferido ou for atender a alguém que esteja ferido ou passando mal, será preciso permanecer calmo, empregar as medidas de primeiros-socorros e, então, procurar auxílio médico. Antes de atender a um ferido ou a um doente, é necessário examiná-lo para conhecer a extensão e a localização de sua enfermidade, e só depois tomar alguma iniciativa. Ao se prestar os primeiros-socorros a um ferido ou doente, devem ser observados os seguintes princípios gerais: - verificar, através de exame rápido, se o ferido ou doente está respirando. Se não estiver, iniciar imediatamente a respiração artificial. Cada segundo que passa, põe a vida em perigo; - se existir hemorragia, estancá-la o mais rápido possível. Uma grande perda de sangue pode levar à morte; - o ferido ou doente deve ser mexido o menos possível e com a maior suavidade. Se ele tiver que ser deslocado, isso deve ser feito cuidadosamente, pois qualquer movimento brusco pode agravar seriamente uma lesão provocada por um traumatismo, além de lhe causar dores;

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- a posição do ferido ou doente deve ser cômoda e lhe permitir respirar o melhor possível. Se necessário, alargar as roupas em volta do pescoço, peito e abdômen; - retirar com cuidado, apenas as roupas necessárias. Convém lembrar que o vestuário sujo pode ocultar ferimentos ou aumentar o perigo de infecção; é melhor cortar, rasgar ou descoser as roupas do que despir o ferido; - ter sempre em mente que o estado de choque pode ser um enorme perigo para a vida. Um dos propósitos dos primeiros-socorros em feridos graves é evitar o seu aparecimento prematuro; - não dar ao ferido ou doente qualquer espécie de bebida alcoólica; - em caso de fraturas, o ferido só deve ser movimentado após sua imobilização. O transporte deve ser suave e firme; e - jamais se deve presumir que um ferido ou doente esteja morto até que se tenha comprovado essa situação. 15.3 - REGRAS BÁSICAS As quatro regras básicas para salvar vidas, em caso de acidente ou emergência, são as seguintes: 15.3.1 - Parar a hemorragia A hemorragia ocorre quando um vaso sangüíneo é lesionado e deixa sair o sangue. A primeira coisa a ser feita em qualquer lesão é parar o sangramento. A perda excessiva de sangue pode causar a morte. Quando essa perda é visível à superfície do corpo, trata-se de hemorragia externa. A hemorragia pode ser: a) Arterial (sangue escarlate vivo, esguichando em jatos rítmicos) A hemorragia arterial pode fazer com que o acidentado perca grande quantidade de sangue em poucos minutos. É esse tipo de hemorragia que põe a vida em perigo (Fig 15-1).

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Fig 15-1 b) Venosa (sangue escuro e contínuo) A hemorragia venosa não é geralmente perigosa, embora possa provocar alarme. Ela é facilmente controlável por compressão. c) Capilar É a hemorragia devida a feridas comuns. Uma hemorragia, usualmente, pode ser estancada com uma forte pressão direta sobre o ferimento, utilizando-se uma compressa ou um pano (Fig 15-2); na falta dessa, a própria roupa do ferido poderá ser empregada para apertar e conter o curativo. Se necessário, podem ser utilizados dois curativos ou mais para cobrir todo ferimento; enrolar depois uma atadura em torno da parte atingida, amarrando suas pontas e apertando o suficiente para conter o curativo e parar a hemorragia, sem, todavia, apertar em demasia. A hemorragia poderá não parar logo, entretanto, deve-se continuar com a pressão firme e contínua. Se o ferimento for em um braço ou perna e a pressão não for suficiente para

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cessar a hemorragia, mantenha o membro elevado (Fig 15-3). Se houver suspeita de uma fratura não se deve movimentar o membro, pois é perigoso e aumentará a dor.

Fig 15-2

Fig 15-3

Se as medidas adotadas anteriormente falharem, deve ser usado um torniquete (instrumento para apertar). Entretanto, não deve ser aplicado antes de tentar todos os outros métodos. Sua aplicação de imediato só é recomendável quando se tratar de hemorragia arterial, identificável pelo sangue saindo em jatos do ferimento. O torniquete deve ser colocado acima do ferimento, isto é, entre o ferimento e o coração, conforme descrito a seguir: - com um pedaço de pano, um cinto, ou algo semelhante, fazer uma volta em torno do membro afetado (Fig 15-4); - por um bastão, faca, ou baioneta embaixo da volta (Fig 15-5); - apertar a volta girando o bastão até parar o sangramento (Fig 10-6); e - amarrar a ponta livre do bastão no membro para não deixar afrouxar (Fig 15-7).

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Fig 15-4

Fig 15-5

Fig 15-6

Fig 15-7

Deve ser apertado somente o suficiente para fazer parar o sangramento. É conveniente mantê-lo sobre a manga ou as calças para proteger a pele e não deixá-lo escondido. Quando se colocar um torniquete, deve-se por uma etiqueta ou marca, indicando a hora e o local da aplicação. Não se deve soltar o torniquete a não ser em caso de extrema urgência. Se não se conseguir socorro especializado em 2 horas, afrouxa-se um pouco sem retirá-lo; se voltar a hemorragia, deixar sangrar um pouco e reapertá-lo novamente; se não sangrar, deixa-se frouxo, mas sem retirá-lo. 15.3.2 - Manter livre as vias respiratórias A finalidade da respiração artificial é fornecer aos tecidos e em especial ao coração e ao cérebro o oxigênio que lhes falta. Nos casos em que a vítima de um acidente estiver desacordada e respirando com dificuldade, OSTENSIVO

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ou não respirando, se fará necessária, imediatamente, a respiração artificial, devendo prosseguir durante bastante tempo. Visto que a vítima só se reanima, por vezes, depois de longo período, não se deve arriscar, fazendo todo o possível para facilitar a chegada do ar aos pulmões do paciente, e não parar com a respiração artificial, senão depois da chegada de socorro médico adequado, ou da certeza absoluta de que a morte ocorreu. Apesar de existirem vários métodos para respiração artificial, são dois os mais usados. a) Método boca a boca com massageamento cardíaco Tal método deve ser sempre aplicado quando de uma parada cardíaca repentina em um indivíduo aparentemente normal. O método deve ser executado, preferencialmente, por duas pessoas: uma responsável pela primeira

fase

da

respiração

(boca

a

boca)

e

a

outra

pelo

massageamento cardíaco. O fator tempo é de suma importância, não devendo haver demora em iniciar o socorro, observando-se as seguintes instruções: I) Boca a boca - deitar o paciente de costas em superfície plana e firme; - o primeiro passo é verificar se a passagem de ar está livre; para tanto, retira-se dentaduras, dentes postiços, corpos estranhos e secreções, utilizando os dedos revestidos por um lenço ou compressa. A seguir, coloca-se o paciente de costas para o solo, com o queixo para cima, tracionando a língua para fora; - ajoelha-se ao lado do paciente, próximo à cabeça. Com uma das mãos ergue-se o pescoço, com a outra tapam-se as narinas. Isto fará com que a cabeça caia para trás, desobstruindo as vias aéreas que estavam fechadas pela língua; e - coloca-se a boca sobre a boca da vítima e sopra-se fortemente, transferindo o ar para os seus pulmões. II) Massageamento cardíaco - posicionar-se em relação ao paciente;

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CGCFN-1101 - evitar esforços desnecessários; usar o peso do próprio corpo; - coloca-se a palma da mão 2cm acima do osso central ao tórax e a outra sobre a primeira, tomando cuidado para não machucar o paciente com pancadas ou pressão dos dedos. Encaixa-se bem os cotovelos, não deixando os braços fazerem ângulos; e - não alterar a posição das mãos.

III) Ritmo Com duas pessoas, deve ser estabelecido o ritmo: para cada soprada, deve haver cinco massageamentos cardíacos. Esse ritmo deve se repetir por tempo indeterminado. Com apenas uma pessoa, o método se complica, pois, forçosamente, o socorrista deverá procurar uma posição na qual se canse menos e faça as duas coisas. Nesse caso, a melhor posição será ajoelhado ao lado do paciente. Sopra-se duas vezes e faz-se dez massageamentos cardíacos. 15.3.3 - Proteção de ferimentos O curativo inicial protege contra a contaminação externa, isto é, contra os micróbios e a sujeira. Para isso, o ferimento deve ser lavado abundantemente com água limpa ou soro fisiológico. Se não tiver curativo individual, usa-se um pano limpo e seco para proteger o local afetado (Fig 15-8).

Fig 15-8 OSTENSIVO

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15.3.4 - Prevenção de choque O choque é uma condição de grande fraqueza do corpo, que vai de um ligeiro mal-estar ou desmaio até o colapso completo com perda da consciência, a qual pode levar à morte. Pode aparecer em qualquer tipo de ferimento, porém, quanto mais grave o ferimento, mais grave será o choque.

Um

grande

sangramento,

queimaduras

ou

traumatismos

múltiplos poderão ocasioná-lo. Uma pessoa nessas condições acha-se normalmente imóvel e não presta muita atenção ao meio ambiente. Sua respiração é rápida e superficial, entrecortada por suspiros profundos; o pulso é rápido e fraco e tem todo o corpo pálido, frio e úmido ao tato. A pessoa sente-se fraca e com tendência a desmaiar, tem sede e pode vomitar; as pupilas ficam dilatadas, e se seu estado piorar o doente pode cair em inconsciência e morrer (Fig 15-9).

Fig 15-9 – Estado de choque Para prevenir tal estado faz-se o seguinte:

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- deitar a vítima de forma a deixá-la o mais confortável possível; aliviar todo o equipamento e afrouxar suas roupas, tendo o máximo cuidado com os ferimentos; - se estiver desacordada, colocar a cabeça da vítima mais baixa que o corpo; virar o rosto para o lado, no caso de aparecerem vômitos ou secreções; - manter a vítima aquecida com mantas, roupas ou cobertores; e - tratar as hemorragias, proteger os ferimentos, aliviar a dor e providenciar socorro médico. 15.4 - PROCEDIMENTOS PARA CASOS ESPECIAIS As regras básicas anteriormente expostas aplicam-se a todos os tipos de ferimentos. Entretanto, há casos que necessitam de medidas especiais. 15.4.1 - Ferimentos no tórax Esses ferimentos são muito perigosos; o ar ambiente pode entrar na cavidade torácica, comprimindo os pulmões, dificultando e até mesmo impedindo a respiração. A vida do ferido dependerá da rapidez com que se impeça a entrada do ar. Assim, é preciso aplicar um curativo que cubra todo o ferimento, apertando-o firmemente; cobrir esse curativo com um material impermeável, que não permita a saída e a entrada do ar. Cobrir novamente todo o ferimento e amarrar tudo bem apertado, com um cinto ou cabo, mantendo o ferido deitado sobre o lado do ferimento; se ele quiser, poderá permanecer sentado (Fig 15-10 e 11).

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Fig 15-10

Fig 15-11

15.4.2 - Ferimentos no abdômen Aos feridos no abdômen não se dá água ou alimentos. Não se deve tentar recolocar partes internas que saíram, a não ser o absolutamente necessário para proteger o ferimento adequadamente; caso isso seja feito, poderá introduzir sujeira e produzir infecção. Proteger tudo com curativos limpos, tratar do paciente para evitar o choque e aguardar socorro médico especializado (Fig 15-12).

Fig 15-12 15.4.3 - Ferimentos nos maxilares

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Os ferimentos na região da cabeça são graves, pois causam muita hemorragia devido ao grande número de vasos sanguíneos existentes nessa região. Primeira providência a tomar é parar a hemorragia por meio da compressão do ferimento com um curativo ou compressa, tendo o cuidado de não deixar que o sangue sufoque a vítima. Se o queixo estiver fraturado, deve-se amarrá-lo com uma atadura passada por cima da cabeça (Fig 15-13).

Fig 15-13 15.4.4 - Queimaduras São os ferimentos ou lesões produzidas pela ação do fogo, contato com corpo quente ou corrosivo, ou pela exposição aos raios solares. São classificadas em: - primeiro grau : vermelhidão da pele; - segundo grau : formação de bolhas na pele; e - terceiro grau : destruição dos tecidos por carbonização. Quaisquer que sejam as suas origens, as queimaduras entram todas no mesmo quadro no tocante ao tratamento. Além dos evidentes efeitos locais (vermelhidão, bolhas ou destruição da pele), podem provocar o estado de choque, que será tanto mais intenso quanto maior for a extensão da lesão. As queimaduras que atingem mais da metade da

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superfície cutânea do corpo são geralmente fatais devido à grande intensidade do estado de choque que provocam. a) Rotina do tratamento O tratamento em geral deve seguir a seguinte rotina: I) lavar as partes queimadas com água em abundância, sem esfregar; II) cobrir a área queimada com gaze molhada em solução forte de ácido bórico ou bicarbonato de sódio. A vaselina boricada ou pura pode ser usada na falta das soluções acima; e III) não aplicar anti-sépticos fortes (iodo), talco, óleos de máquina ou outras graxas. b) Ter os seguintes cuidados I) não tentar arrancar qualquer roupa que tenha ficado colada. Usar tesouras para cortar o resto do vestuário. Deixar no local das feridas os bocados que aderirem à pele; II) não tocar em uma queimadura com os dedos; III) nunca rebentar nem furar as bolhas, mesmo que grandes; e IV) nunca esfregar uma queimadura. A lavagem não é feita para tentar retirar qualquer sujeira ou resíduo e sim para esfriar o local. Manter o queimado em repouso e prosseguir no tratamento do estado de choque, até que o estado geral da pessoa melhore, o que é verificado pelo pulso mais forte e regresso de calor ao seu corpo. c) Fogo em vestuário Se as próprias roupas se incendiarem não se deve correr, porque o vento avivará o fogo. O melhor é deitar-se e enrolar o corpo num cobertor ou outro pano, deixando a cabeça de fora. Se não houver nada à mão, deitar-se e rolar vagarosamente, batendo ao mesmo tempo o fogo com as mãos. Se a roupa de outra pessoa estiver pegando fogo, deve-se deitá-la no chão, com a parte em chamas virada para cima. Se for necessário, usa-se a força para deitá-la. Procurar abafar as chamas com um cobertor, tapete, toalha, casaco, ou qualquer outro objeto similar ao seu alcance. Procurar sempre proceder da cabeça para os pés da pessoa a

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fim de que as chamas sejam impelidas para longe do rosto da vítima. Na falta de meios apropriados, deita-se sobre as roupas da vítima, a não ser que estas estejam impregnadas de gasolina, óleo ou querosene. Assim que

apagadas as chamas, trata-se o estado de

choque antes mesmo de se ocupar das queimaduras. 15.4.5 - Fratura É a quebra de um osso. Há dois tipos de fratura: a) Simples Quando há apenas osso quebrado, sem ferimento. b) Exposta Quando, além do osso quebrado, há um ferimento; nesse caso, cuidase inicialmente do ferimento e depois executa-se os procedimentos como em uma fratura simples. Os sinais de fratura são: FRATURA SIMPLES

FRATURA EXPOSTA

- estalo do osso.

- os mesmos da fratura simples.

- dor no ponto de fratura.

- ferimento produzido pela ponta do

- membro em posição anormal. - impossibilidade de movimentar o membro. - inchação.

osso. - ponta do osso aparecendo. - hemorragia. - choque agudo.

- estado de choque. As fraturas podem ter todos ou apenas alguns dos sinais acima. Em caso de dúvida, trata-se o paciente como se houvesse fratura. A maioria das fraturas é tratada pela imobilização com talas; fixando os fragmentos do osso quebrado por meio de talas, evitando que as pontas dos ossos lesem nervos, músculos, vasos e furem a pele. Uma boa imobilização alivia a dor e reduz os perigos de complicações. As fraturas devem ser sempre imobilizadas antes de se tentar movimentar o ferido. Talas especiais para as pernas e braços são as melhores, porém, quase

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sempre há necessidade de improvisação de talas com o material disponível (Fig 15-14 a Fig 15-19).

Fig 15-14

Fig 15-15

Fig 15-16

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Fig 15-17

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Fig 15-18

Fig 15-19 Em fratura de pernas ou de bacia, o melhor método de imobilização é amarrar a perna quebrada à outra com várias ataduras. Pode-se usar também duas varas longas como talas. Um material leve para acolchoar a tala dever ser usado (Fig 15-20 a Fig 15-23). Após a imobilização é conveniente improvisar uma tipóia ou uma muleta (Fig 15-24 e Fig 15-25).

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Fig 15-20

Fig 15-21

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Fig 15-22

Fig 15-23

Fig 15-24

Fig 15-25

15.4.6 - Gás Se houver suspeita de emprego de qualquer gás, colocar imediatamente a máscara contra gases; manter-se calmo e procurar abandonar a área, buscando um local ventilado. Se houver a utilização de agentes que provoquem bolhas na pele, jogue água em cima sem esfregar. Se for usado gás asfixiante, após o seu desaparecimento, lavar-se bem, sem OSTENSIVO

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esfregar. Manter-se calmo, aquecido e, principalmente, não fumar. Se houver presença de lacrimogêneos, lavar-se bem e sacudir as roupas, após a dissipação; não esfregar os olhos. 15.5 - ANIMAIS E PLANTAS VENENOSAS 15.5.1 - Picadas de cobra As cobras são ápodes, isto é, não têm patas. O esqueleto destes répteis é formado por grande número de costelas. Algumas espécies possuem glândulas que produzem veneno. Os dentes das cobras peçonhentas têm um canal ou sulco que se comunica com as glândulas produtoras de veneno. No momento da picada o veneno escoa por esse canal e é inoculado no corpo da vítima (Fig 15-26).

Fig 15-26 a) Como reconhecer uma cobra peçonhenta As cobras venenosas apresentam certas características que as distinguem das demais (Fig 15-27). I) A cascavel, a jararaca e a surucucu têm um par de dentes inoculadores localizados na parte anterior da boca. Esses dentes são grandes, caniculados e móveis, o que permite sua movimentação para a frente quando essas cobras dão o bote. II) Na coral verdadeira, os dentes inoculadores são pequenos, imóveis e caniculados; localizam-se na parte anterior da boca. III) Ao contrário das cobras peçonhentas, as não peçonhentas em geral possuem todos os dentes do mesmo tamanho e sem sulcos. É o caso da sucuri, da jibóia, da salamanta e da cobra-cachorro.

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IV) Há também cobras não peçonhentas que apresentam um par de dentes posteriores maiores que os outros. Esses dentes são sulcados e fixos. Como exemplo de cobras não peçonhentas com essas características, podem ser citadas a cobra-verde e a cobra-espada. V) Além dos dentes, as cobras peçonhentas, com exceção da coral, apresentam um orifício entre o olho e a narina, chamado de fosseta loreal ou lacrimal. A fosseta loreal é um órgão termo-receptor que capta as variações de temperatura.

Fig 10-27 b) Como socorrer uma pessoa mordida por cobra Se a cobra não for peçonhenta, tratar o ferimento como um acidente comum. O primeiro procedimento é verificar se a cobra é venosa ou não, e socorrer imediatamente a pessoa para que o veneno injetado em seu sangue seja neutralizado o mais rápido possível. Logo depois da mordida devem ser tomadas as seguintes providências, no caso de dúvida ou se a cobra for realmente peçonhenta: OSTENSIVO

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I) manter a pessoa deitada e calma, mantendo a ferida abaixo da linha do coração; II) lavar imediatamente o ferimento com bastante água, sem esfregar; III) fazer sucção do sangue. Se possuir ferimentos na boca, usar um plástico como proteção. Procurar extrair o máximo de veneno; IV) proteger o ferimento e remover o doente; e V)

se

houver

dificuldade

respiratória,

fazer

respiração

artificial.

Providenciar socorro médico o mais rápido possível. Não dar nenhuma bebida ao ferido. 15.5.2 - Plantas venenosas Existem plantas que podem causar irritações quando em contato com a pele. Lavar bem a parte atingida com água fria e sabão; cobrir a parte afetada e procurar atendimento médico, logo que a situação permitir. Não coçar o local atingido. 15.5.3 - Caravelas ou águas vivas Lavar o local atingido e não coçar; proteger o ferimento e procurar atendimento médico. 15.5.4 - Picadas de insetos Em picadas de insetos como abelhas, marimbondos e formigas, procurar retirar o ferrão, cobrindo o local com compressas de álcool com gotas de amônia. 15.5.5 - Picadas de aranhas e escorpiões Poucos são os casos fatais registrados, motivados por picadas de aranha e escorpiões. No Brasil, existem alguns tipos de aranhas peçonhentas, cuja picada pode pôr em risco a vida de um homem adulto (Fig 15-28).

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Fig 10-28 Todos os escorpiões são peçonhentos, isto é, produzem veneno e são capazes de injetá-lo na vítima. No Brasil devem ser temidos, pois existem espécias que têm veneno em quantidade suficiente para matar um homem. O veneno é neurotóxico porque age especialmente sobre o sistema nervoso, causando a morte por asfixia, devido ao bloqueio do sistema respiratório (Fig 15-29).

Fig 15-29

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No caso de acidentes com aranhas ou escorpiões, proceder da mesma forma como descrito para o acidente com cobras, providenciando socorro médico o mais rápido possível. 15.6 - ACIDENTES POR AGENTES FÍSICOS 15.6.1 - Insolação Causada pelo calor, especialmente pela exposição demorada aos raios solares. Tem como sintomas a dor de cabeça, face avermelhada, pele quente e seca, a ausência de sudorese, o pulso forte e rápido, a temperatura alta e a perda da consciência. Tratamento: lavar o corpo com água fria, especialmente a cabeça; colocar o paciente em lugar fresco, desapertando e tirando as roupas; não dar estimulantes, tão-somente água com sal. 15.6.2 - Intermação Causada pela exposição demorada ao calor, especialmente em ambiente fechado. Sintomas: face pálida, pele úmida e fria, sudorese excessiva, pulso fraco e temperatura baixa. Tratamento: colocar a vítima em um lugar fresco e arejado, desapertar a roupa, dar água com sal e estimulantes. 15.6.3 - Cãibras Ocorrem especialmente no abdômen e nas pernas. Tratar como na intermação. 15.6.4 - Acidentes pelo frio Fazer massagem com álcool, dar bebidas quentes e manter o paciente aquecido. 15.6.5 - Choque elétrico Antes de atender a vítima, procurar desligar a fonte de energia elétrica que alimenta o sistema onde a pessoa levou o choque; se não for possível, usar um pau seco, pano seco, cinto de lona ou outro material não condutor de eletricidade para afastar a vítima do contato com o fio. Iniciar imediatamente a respiração artificial, caso a vítima não esteja respirando, e providenciar socorro médico o mais rápido possível. 15.6.6 - Envenenamento por monóxido de carbono OSTENSIVO

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Ocorre geralmente nas proximidades de viaturas, principalmente em locais fechados. Remover a vítima para um local arejado. Havendo dificuldade respiratória, fazer respiração artificial. 15.6.7 - Afogamento Remover as secreções das vias respiratórias. Deitar a vítima de bruços sobre seus joelhos e procurar fazê-la eliminar a água ingerida. Iniciar logo a respiração artificial. Procurar socorro médico imediatamente. 15.7 - PEQUENAS EMERGÊNCIAS Além dos graves ferimentos e emergências que podem ocorrer, existem pequenas emergências que, se não tratadas convenientemente, podem se complicar. 15.7.1 - Pequenos ferimentos e queimaduras Limpar a área, colocar um desinfetante de pele e cobrir com "band-aid" ou curativo. 15.7.2 - Corpos estranhos nos olhos Não esfregar os olhos; fechá-los por alguns minutos e as lágrimas que se formarem irão levar o corpo estranho para o canto do olho, onde poderá ser retirado com a ponta de um pano limpo. Se não se conseguir retirá-lo dessa forma, proteger o olho com uma venda limpa e procurar atendimento especializado. 15.7.3 - Corpos estranhos nos ouvidos, nariz e garganta Nunca se deve tentar introduzir uma pinça, arame ou farpa para retirar esses corpos; aguardar socorro médico. Se algum inseto introduzir-se no ouvido, será necessário matá-lo com algumas gotas de água ou óleo e aguardar o médico para retirá-lo. Se houver corpos estranhos na garganta, procurar expeli-los pela tosse; caso não se consiga, aguardar o médico. 15.7.4 - Cuidados com os pés Manter os pés limpos, secos e aquecidos. Trocar as meias sempre que for possível, usando, na ocasião, pó anti-séptico. No caso do aparecimento de um calo, não se deve tentar cortá-lo, mas procurar o serviço de saúde. Manter as unhas curtas e limpas. Se existirem bolhas, furá-las com uma agulha esterilizada, passar um anti-séptico de pele e cobrir com um "bandOSTENSIVO

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aid" ou curativo. Não usar meias com furos ou dobras. Para as marchas longas usar calçados já amaciados. 15.8 - TRANSPORTE DE FERIDOS Saber transportar e movimentar as vítimas de lesões graves é uma das mais importantes partes dos primeiros-socorros. A movimentação descuidada pode não somente aumentar a gravidade de uma lesão como também produzir a morte. A não ser que exista uma boa razão para movimentar imediatamente uma vítima de acidente, não se deve transportá-la até que uma padiola ou ambulância possa ser utilizada para isso. Às vezes, quando a situação é urgente e não se consegue nenhum socorro médico, aquele que prestar os primeiros-socorros terá de movimentar a vítima. Essa é a razão pela qual se deve conhecer os diferentes meios para transportar os feridos. A regra número 1

é prestar sempre os primeiros-socorros antes de tentar

transportar o ferido. Se ele tem um osso quebrado, nunca tentar movê-lo e transportá-lo, a menos que já tenha sido aplicada uma tala para imobilizar a fratura. A maca é o melhor meio de transporte. Pode-se fazer uma boa maca abotoando-se duas gandolas em duas varas ou bastões resistentes ou enrolando um cobertor dobrado em três em volta de tubos de ferro ou bastões. Ou, ainda, usando uma tábua larga. Ao remover ou transportar a vítima, deve-se observar as orientações que se seguem. 15.8.1 - Como levantar uma vítima com segurança Se o ferido tiver que ser levantado antes de um exame para verificação das lesões, cada parte de seu corpo deve ser apoiada. O corpo precisa ser mantido sempre em linha reta, não devendo ser curvado. 15.8.2 - Como arrastar um ferido para local seguro Um ferido deve ser arrastado pela direção da cabeça ou pelos pés, mas nunca pelos lados. É preciso se certificar de que a cabeça está protegida (Fig 15-30).

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Fig 15-30 15.8.3 - Como transportar um ferido Ao remover um ferido para um local onde possa ser usada a maca, deve ser escolhido o método de uma, duas ou três pessoas para o transporte da vítima (Fig 15-31 a 15-35), dependendo do tipo, da gravidade da lesão, da ajuda disponível e do local (escadas, paredes, passagens estreitas, etc.). Caso se

suspeite de que há fratura de coluna, não se deve mover a

vítima. Para tanto, estando a vítima consciente, solicita-se que ela mova os dedos dos pés e das mãos. Não se deve tentar levantar a cabeça e nem mover a coluna. Havendo suspeita de fratura de pescoço, não mover o acidentado em nenhum caso, pois isto poderá provocar a morte. Calçase ao redor do corpo sem colocar nada embaixo do pescoço. Se houver absoluta necessidade de movimentar o ferido, apenas uma pessoa deverá sustentar a cabeça e o pescoço, sem deixá-los movimentar-se, enquanto outros guarnecem o restante do corpo. Os métodos que empregam um ou dois socorristas são ideais para transportar uma pessoa que esteja inconsciente devido a afogamento ou asfixia. Todavia, não servem para carregar um ferido com suspeita de fraturas ou outras lesões graves. Em tais casos, usa-se sempre o método de três socorristas.

Empregar um dos métodos mostrados a seguir conforme o caso:

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Fig 15-31

Fig 15-32

Fig 15-33

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Fig 15-34

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Fig 15-35 15.8.4 - Transporte em viaturas O transporte

de acidentados em viaturas

(ambulâncias ou quaisquer

outros veículos) também merece cuidados. Deve-se orientar o motorista quanto a freadas bruscas e balanços contínuos que poderão agravar o estado da vítima. O

excesso

de

velocidade, longe de apressar o salvamento do acidentado, poderá causar novas vítimas.

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CGCFN-1101 CAPÍTULO 16 NAVEGAÇÃO TERRESTRE

16.1 - GENERALIDADES Em tempo de paz é possível a um estrangeiro se localizar em uma grande cidade por meio de indagações. Qualquer policial ou morador do lugar pode fornecer-lhe a orientação necessária para encontrar o lugar procurado. Na guerra, porém, um fuzileiro naval (FN) em país estrangeiro pode não contar com a colaboração da população local e terá que se orientar com o único meio que em geral lhe estará disponível: a carta. Mesmo que a população local seja amiga, só poderá prestar informações a quem souber falar a sua língua. Com a carta acontece a mesma coisa. Só poderá extrair dela as informações necessárias quem souber entendê-la e utilizá-la corretamente. O presente capítulo tem por finalidade proporcionar os conhecimentos necessários à orientação no terreno por meio da utilização da carta e da bússola. 16.2 - CARTAS Uma carta é um desenho que não tem por finalidade reproduzir de forma fiel os acidentes naturais e artificiais da porção do terreno que representa, tal qual uma fotografia. Esses acidentes são representados por símbolos, de forma a facilitar o manuseio das cartas e padronizar sua confecção. Em lugar de se desenhar um rio, uma casa, um pântano, etc., o que não seria fácil nem prático, adota-se um símbolo particular para cada um desses acidentes do terreno. Esses símbolos são conhecidos por convenções cartográficas e são previamente padronizados e utilizados de acordo com a finalidade a que se destinam as cartas.

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Fig 16-1 - Diferença entre uma imagem fotográfica e a carta correspondente A classificação das cartas procura agrupá-las de acordo com a finalidade a que as mesmas se destinam e, portanto, as convenções cartográficas são previamente padronizadas e utilizadas de acordo com essa finalidade. As cartas náuticas, por exemplo, buscam um maior detalhamento dos acidentes que interessam a navegação, tais como ilhas, faroletes, profundidade do mar, etc., em detrimento dos acidentes naturais e artificiais de terra. Em contrapartida, as cartas topográficas procuram detalhar ao máximo esses acidentes do terreno. Um outro exemplo são as cartas rodoviárias, que contém, detalhadamente, o traçado de rodovias, estradas e vias secundárias, em detrimento de outros acidentes do terreno que não se relacionam com o fim a que essas cartas se destinam. 16.3 - CUIDADOS PARA COM AS CARTAS EM CAMPANHA As cartas devem ser tratadas com cuidado, principalmente em virtude da dificuldade de sua reposição em campanha. Sempre que possível, devem ser cobertas com material adesivo, transparente e impermeável (papel "contact") e colocadas em um porta-cartas. Quando empregadas pela tropa em campanha, as cartas devem ser dobradas em forma de sanfona, como ilustrado na figura 16-2, e colocadas no bolso para protegê-las do sol e da umidade. OSTENSIVO

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Fig 16-2 - Duas maneiras de dobrar uma carta 16.4 - CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS São símbolos empregados nas cartas para representar os acidentes naturais e artificiais existentes no terreno. Geralmente constituem desenhos simples, semelhantes aos acidentes e construções que representam.

Fig 16-3 - Alguns exemplos de convenções cartográficas OSTENSIVO

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Em certos tipos de carta, as cores são empregadas para auxiliar na identificação dos elementos do terreno, normalmente de acordo com a seguinte convenção: Preto

-

Para planimetria em geral;

Azul

-

Toda a hidrografia: rios, lagos, mares, traçados de margens, nascentes, brejos e terrenos alagados;

Vermelho

-

Para as rodovias de revestimento sólido;

Castanho

-

Curvas de nível e respectivas altitudes; e

Verde

-

Toda a vegetação.

16.5 - REPRESENTAÇÃO DO RELEVO Para se poder ter uma idéia do relevo e identificar a altitude de qualquer ponto numa carta, foram criados vários processos de representação do relevo. O mais utilizado é o das curvas de nível, que são linhas que ligam pontos de igual altura e representam as interseções da superfície do terreno com planos paralelos e eqüidistantes.

Fig 16-4 - Representação do relevo Causaria muita confusão na carta se em todas as curvas de nível fossem assinalados os valores de suas cotas, por essa razão, nem todas são numeradas.

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16.6 - ESCALA DA CARTA As cartas devem ser confeccionadas de modo a guardar proporcionalidade entre as dimensões representadas nas mesmas e seus correspondentes valores reais no terreno. Além disso, as cartas devem conter a informação de quantas vezes ela é menor que o terreno representado. Essa informação, contida na margem da carta, chama-se escala, que pode ser indicada, tanto na forma numérica, quanto na forma gráfica. 16.6.1 - Escala Numérica A escala numérica é representada por uma fração (1/25.000 ou 1:25.000, por exemplo). Em ambos os casos, indica que uma medida tomada na carta vale 25.000 vezes esse valor no terreno (1 cm na carta, por exemplo, corresponde a 25.000 cm ou 250 m no terreno). Vale aplicar essas noções à carta. Para se obter a distância real no terreno entre dois pontos da carta, deve-se, primeiramente, aplicar uma régua graduada sobre a carta, como mostrado na figura 16-5.

Fig 16-5 - Obtenção de distâncias através da escala Na figura acima, observa-se que a medida entre os pontos A e B é de 4cm. Nesse caso, a escala da carta é 1/25.000, isto é, 1cm na carta vale

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25.000cm no terreno. Portanto, pode-se concluir que a distância real no terreno será: 4 X 25.000 = 100.000cm. Como as distâncias são geralmente avaliadas em metros, converte-se o valor encontrado, ou seja: 100 centímetros = 1 metro 100.000cm = 100.000 ÷ 100 = 1000 metros Matematicamente isto pode ser representado da seguinte forma: E= d D

onde

E - escala da carta d - grandeza na carta ou dimensão gráfica D - grandeza no terreno ou dimensão real

16.6.2 - Escala Gráfica A escala gráfica nada mais é que a representação gráfica da escala numérica. É um segmento de reta graduado, de modo a indicar diretamente os valores medidos na própria carta. As cartas as trazem normalmente desenhadas abaixo da indicação da escala numérica. Observando-se a figura 16-6, verifica-se que o segmento da reta está dividido em duas partes distintas, separadas pelo índice zero. A parte da direita é chamada escala e a da esquerda talão. No caso considerado, a escala foi dividida em graduações de 1000 metros e o talão em graduações de 100 metros. O talão é sempre uma graduação da escala dividida em dez partes iguais, numeradas da direita para a esquerda, enquanto a escala é numerada da esquerda para a direita.

Fig 16-6 – Exemplo de Escala Gráfica 16.7 - DESIGNAÇÃO DE PONTOS NA CARTA Um ponto na carta é designado por suas coordenadas, ou seja pelo cruzamento do paralelo (ordenada) com o meridiano (abcissa) que por ele passa. OSTENSIVO

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Existem várias formas de indicar as coordenadas de um ponto, as mais comuns são: - geográficas: onde são indicadas as latitude e longitude do ponto o

considerado em relação ao paralelo de O (Equador) e ao meridiano base de Grenwich, respectivamente. Por exemplo: LAT

o

- 15 30`22`` S o

LONG - 45 17`55`` W - retangulares ou de grade: onde são indicados o afastamento vertical e horizontal em relação a grade construída sobre a carta. As cartas utilizadas nas operações militares, em geral, possuem uma série de linhas retas que se cruzam a intervalos regulares (grade), formando quadrados chamados de quadrículas ( Fig 16-7).

Fig 16-7 - Gradeamento da Carta Cada quadrícula, portanto, pode ser facilmente designada pelos números indicativos das retas que se cruzam no seu canto inferior esquerdo. A designação da quadrícula é feita pela colocação desses números entre parênteses, separados por um traço. O primeiro número refere-se à reta vertical e o segundo à reta horizontal. Por exemplo, caso se saiba que um OSTENSIVO

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ponto esta localizado na quadrícula (94-82) - como a Capela de Santo Antonio na figura 16-7 - ao consultar a carta, procurar-se-á na sua margem inferior ou superior a indicação da reta base 94 e nas margens laterais a reta 82. O encontro das duas retas permitirá identificar a quadrícula desejada no quadrante superior direito. A designação de um ponto na carta por meio das coordenadas retangulares é feita escrevendo-se uma letra designativa do ponto, seguida dos algarismos que definem o afastamento horizontal e vertical das respectivas retas bases da quadrícula que o contém, os quais são separados por um traço e apresentados entre parênteses: P (94,3 - 82,1), por exemplo, designa as coordenadas da Capela de Santo Antonio na figura 16-7. De acordo com a precisão desejada, utilizar-se um múltiplo da unidade de distância para a apresentação dessas coordenadas. - quilométrica

-

em quilômetros : P (94,3 - 82,1);

- hectométrica

-

em hectômetros : P (943 - 821);

- decamétrica

-

em decâmetros : P (9430 - 8210); e

- métrica

-

em metros

: P (94300 - 82100) (maior precisão).

16.8 - DETERMINAÇÃO DAS DIREÇÕES Para se deslocar de um ponto a outro no terreno é necessário definir a direção que se vai seguir e a distância a ser percorrida. Com o auxílio da carta, pode-se localizar o ponto onde se está e o ponto para onde se vai, e obter, por meio da escala, a distância entre ambos. Para se estabelecer a direção a ser seguida, o método mais apropriado é o de determinar o ângulo formado entre uma direção base fixa e a direção a ser seguida. Este ângulo é chamado de azimute (Fig 16-8).

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Fig 16-8 - Determinação do azimute 16.8.1 - Direções-Base As direções-base, por convenção, apontam sempre para um Norte e são utilizadas como referência inicial para a determinação dos azimutes. a) Norte Verdadeiro ou Geográfico (NV ou NG) É a direção que passa pelo pólo norte da terra (Fig 16-9). b) Norte Magnético (NM) É a direção que passa pelo pólo magnético da terra, ou seja, pelo ponto para o qual são atraídas todas as agulhas imantadas. Esse ponto fica localizado próximo ao norte geográfico (Fig 16-9).

Fig 16-9 - Norte Geográfico e Norte Magnético OSTENSIVO

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c) Norte da Quadrícula (NQ) Nas cartas utilizadas em operações militares, a direção-base tomada como referência para determinação da direção a seguir é a das retas verticais da grade da carta. d) Diagrama de orientação Uma das informações contidas nas inscrições marginais dessas cartas é o que se chama de Diagrama de Orientação (Fig. 16-10). Tal diagrama contém as três direções-base indicadas, bem como o valor do ângulo formado entre as mesmas.

Fig 16-10 - Diagrama de orientação Esses ângulos possuem denominações e características próprias, a seguir descritas: I) Declinação Magnética (dm) Como se viu, o NM e o NV estão ligeiramente afastados. O ângulo formado entre as direções do NV e NM, medido a partir do NV, é chamado Declinação Magnética. A declinação pode ser Leste (E) ou Oeste (W), conforme o NM esteja a leste ou a oeste do NV/NG. Além disso, a declinação é variável de acordo com o lugar e a época. Daí a necessidade de seu registro em cada carta, incluindo o respectivo ano de edição e a variação relativa. Considerando os dados contidos no exemplo de diagrama de orientação da figura 16-11 e que se está calculando a declinação o

magnética para o ano de 1997, o resultado obtido seria 21 10’W, pois OSTENSIVO

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à declinação de 17 52’W em 1975 deve ser acrescida a variação anual de 9’ nos 22 anos decorridos, logo: o

dm = 17 52’ + 22 x 9’ o

o

o

dm = 17 52’ + 198’ = 17 52’ + 3 18’ o

dm = 21 10' Será W porque o NM encontra-se a Oeste do NG.

Fig 16-11 - Exemplo de um diagrama de orientação II) Convergência de meridianos Pela figura 16-12, pode-se observar que a direção do NV é diferente da direção do NQ da carta. Desse modo, o ângulo formado entre as direções do NV e NQ, contado a partir do NV, é chamado de convergência de meridianos. Essa será E ou W conforme o NQ esteja à leste ou oeste do NV/NG. A convergência se dá em virtude da distorção causada pela projeção da superfície terrestre, que é curva, na superfície plana do papel, quando da confecção das cartas. Apesar de sofrer uma variação entre diferentes pontos de uma mesma carta, pode-se considerá-la constante nas cartas utilizadas, sem perigo de erro, em virtude dessa variação ser desprezível.

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Fig 16-12 - Convergência de Meridianos e Ângulo QM III) Ângulo QM O ângulo formado entre as direções do NQ e do NM é chamado ângulo QM. O ângulo será W, quando o norte magnético estiver a Oeste do norte da quadrícula, e E, quando o norte magnético estiver a Leste do norte da quadrícula. O ângulo QM será calculado somando a dm e a convergência de meridianos quando a direção do NM e do NQ estiverem em lados opostos a direção do NG/NV, e subtraindo uma da outra quando estiverem do mesmo lado do NG/NV. Uma vez calculado o ângulo QM, ele deve ser anotado na carta para uso futuro. A variação anual da declinação magnética acarreta aumento ou diminuição do ângulo QM. Se as direções do NM e do NQ se aproximam, o ângulo QM diminui; se elas se afastam, o ângulo QM aumenta. 16.8.2 - Azimutes Os azimutes são ângulos horizontais medidos no sentido do movimento dos ponteiros do relógio, a partir de uma direção base. a) Azimute Magnético (AzM) AzM é o ângulo horizontal medido a partir do NM até a direção desejada. Na figura 16-13, por exemplo, o AzM da direção entre a o

bifurcação de estrada e a capela é de 60 . b) Azimute Verdadeiro (AzV) AzV é o ângulo horizontal medido a partir do NG/NV até a direção o

desejada. Na figura 16-13, por exemplo, este azimute pode ser de 54 . OSTENSIVO

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c) Azimute da Quadrícula (AzQ) ou Lançamento (L) Lançamento é o ângulo horizontal medido a partir do NQ até a direção o

desejada. Na figura 16-13, o lançamento é de 51 .

Fig 16-13 - Tipos de azimutes 16.8.3 - Contra-Azimutes O contra-azimute de uma direção é o azimute da direção oposta. Caso se esteja voltado para uma determinada direção, considera-se essa direção como azimute. Ao se voltar para a direção oposta, ter-se-á o contraazimute dessa direção. O contra-azimute está sobre o prolongamento, no sentido inverso, da reta que determina o azimute. Sabendo utilizar de forma correta o contra-azimute, o militar estará em condições de retornar ao ponto de partida. No cumprimento de uma tarefa em lugar desconhecido e à noite, por exemplo, o contra-azimute poderá indicar a direção pela qual deve-se retornar. o

Para se encontrar o contra-azimute, basta somar 180 ao azimute quando o

o

o

esse for menor que 180 ou subtrair 180 quando maior que 180 .

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Fig 16-14 - Contra-Azimute 16.9 - BÚSSOLA Bússola é um instrumento destinado à medida de ângulos horizontais e à orientação no terreno. A bússola é um goniômetro (instrumento com que se medem ângulos) no qual a origem de suas medidas é determinada por uma agulha imantada que indica uma direção aproximadamente constante que é o NM. Uma bússola está declinada quando as leituras nela realizadas representam lançamentos, ou seja, ângulos medidos em relação ao NQ, ao invés de AzM. Além da variação causada pela dm, uma bússola é afetada pela presença de ferro, magnetos, fios condutores de eletricidade e aparelhos elétricos. Certas áreas geográficas possuem depósitos de minério (tal como o ferro) que podem tornar uma bússola imprecisa quando colocada próxima a eles. Conseqüentemente, todas as massas visíveis de ferro ou campos elétricos devem ser evitados quando se utiliza uma bússola. 16.9.1 - Composição A bússola é composta de cinco partes: caixa, limbo graduado, agulha imantada, estilete sobre o qual gira a agulha e os acessórios que variam para cada tipo de bússola. Uma das bússolas em uso no Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) é a SILVA. Denomina-se limbo a peça graduada em graus ou em milésimos, seguidamente, da esquerda para a direita no sentido dos ponteiros do relógio, no qual se lêem os azimutes. OSTENSIVO

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Fig 16-15 - Bússola Silva 16.9.2 - Condições para utilização Para que uma bússola possa ser utilizada apropriadamente, deverá satisfazer determinadas condições, as quais devem ser verificadas previamente. São elas: a) Centragem ou centralização Verifica-se essa condição lendo as graduações indicadas pelas duas pontas da agulha sobre as diversas partes do limbo. A diferença entre o

essas leituras deve ser constante e igual a 180 . Caso contrário, o instrumento estará mal centrado. b) Sensibilidade Comprova-se esta condição aproximando um objeto imantado e afastando-o. Quando em bom estado, a agulha sofrerá um desvio e voltará a sua posição inicial após algumas oscilações. c) Equilíbrio Uma bússola está em perfeito equilíbrio quando, colocada em posição horizontal, a agulha conserva-se nessa posição. Caso uma das pontas da agulha fique mais baixa, não permitindo sua livre rotação, é necessário pôr um contrapeso, procurando o equilíbrio da agulha. OSTENSIVO

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16.9.3 - Cuidados Além das recomendações anteriores quanto ao afastamento de fontes de interferência, há cuidados especiais quanto ao manuseio. As visadas com a bússola devem ser feitas na posição horizontal. Esse procedimento deve ser observado para que as leituras dos azimutes não sejam distorcidas. As bússolas deverão ser conservadas em ambiente livre de umidade e não sofrer choques. 16.9.4 - Medida de um azimute Para se medir um AzM com a bússola SILVA, procede-se da seguinte maneira: a) segura-se a bússola com o espelho aberto e inclinado cerca de 50

o

em relação a caixa. Visa-se, a seguir, ao mesmo tempo, o objeto desejado e o espelho (Fig 16-16); b) a visada do objeto

é

feita

observando-o

pelo

entalhe da mira

(Fig 16-17); c) antes de se determinar o AzM, deve-se nivelar a bússola. Para tal, através do espelho, faz-se com que a imagem do ponto central fique sobre a linha de centro do espelho; d) sem mover a mão e olhando pelo espelho, gira-se a caixa até que a seta da direção N-S (não a agulha) fique sobre a agulha, coincidindo a ponta vermelha com o N da seta; e e) pode-se, então, mover toda a bússola, porque o AzM já estará registrado, facilitando a sua leitura.

Fig 16-16 - Visada do objeto que se quer determinar o azimute OSTENSIVO

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Fig 16-17 - A visada pelo entalhe da mira 16.9.5 - Medida de um contra-azimute A bússola também permite determinar o contra-azimute lendo-se, no limbo, o valor do ângulo que fica na extremidade oposta à linha de visada. 16.9.6 - Marcha segundo um azimute Suponha-se que se está num determinado lugar do terreno e que se precisa alcançar um outro afastado daquele cerca de 1 km.

Sabe-se,

também, que esse segundo lugar se encontra no AzM

o

60 . Basta,

o

portanto, que se marche segundo o azimute de 60 já determinado. Para tanto, deve-se proceder da seguinte maneira: a) inserir no limbo graduado da bússola o azimute dado; b) sem mover a mão e olhando pelo espelho, girar o corpo até que a agulha coincida com a seta da direção N-S; c) através do entalhe da mira, observa-se um ponto do terreno que seja notável para tê-lo como referência do lugar que se deseja alcançar; d) a direção a ser seguida é a desse ponto notável, observado pelo entalhe da mira; e e) caso ao se olhar na direção do lugar a ser alcançado, não for possível observá-lo diretamente, segue-se segundo a direção do azimute até um ponto notável do terreno que será utilizado como referência inicial. Após atingir este ponto, utilizando o mesmo azimute, tenta-se localizar o lugar desejado. Não sendo possível, repete-se o processo até que se consiga localizá-lo.

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Quando se marcha, segundo um azimute, com a finalidade de atingir determinado ponto específico, caso se tenha conhecimento da distância que dele se está, deve-se utilizá-la como meio de controle do deslocamento. Isso é feito por meio da passada individual, geralmente aferida antecipadamente. A aferição consiste na verificação do número médio de passos que cada individo executa ao percorrer, em terreno variado, uma distância pré-estabelecida, normalmente, 100 metros. Para marchar à noite segundo um azimute, é preciso estar em condições de visar pontos à frente, tal como feito de dia. Entretanto, em face da visibilidade reduzida, isso se torna mais difícil, impondo que os pontos visados sejam em maior número e mais próximos uns dos outros. Se a escuridão for tal que impeça as visadas sobre pontos de referência no terreno, deve-se empregar um companheiro à frente, à pouca distância, e determinar que ele se desloque para a direita ou para a esquerda até situar-se no azimute desejado. Essa operação deve ser repetida até que seja possível identificar um ponto de referência no terreno. À noite, geralmente, não é possível fazer a visada através do entalhe da mira da bússola como se faz durante o dia, e nem é necessário. Basta voltar a bússola para a direção a seguir, de modo que fiquem num mesmo alinhamento o operador, a três marcas luminosas existente na bússola (duas em cada lateral da seta e uma na agulha imantada) e o ponto de destino. 16.10 - ORIENTAÇÃO DA CARTA Saber como se orientar em campanha e usar com propriedade uma carta topográfica pode significar, em certas circunstâncias, ser capaz de sair de situações difíceis, em que a direção certa é fator preponderante para o sucesso. Antes de utilizar uma carta, ela deve ser colocada em posição tal que suas direções coincidam com as do terreno. Isto poderá ser feito de duas

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maneiras: com o auxílio da bússola ou por meio da utilização de pontos notáveis no terreno. A operação de ajustar a posição da carta ao terreno chama-se orientação da carta, que pode ser feita pela comparação do terreno com a carta, procurando-se estabelecer as semelhanças entre ambos. Isso é viável quando existirem no terreno acidentes cujas representações figurem na carta. Nesse caso, é necessário que o observador identifique primeiro na carta a sua posição aproximada para depois fazer uma observação em torno de si com esta, a fim de colocar em um mesmo alinhamento o objeto visado e a sua correspondente representação na carta.

Fig 16-18 - Orientação da carta pela comparação com o terreno A orientação da carta também poderá ser feita pela bússola. Para tanto, desdobra-se a carta sobre uma superfície plana, coloca-se sobre ela a bússola com a declinação já inserida, de modo que um dos lados da caixa da bússola fique tangenciando a reta base vertical de uma das quadrículas. Depois, girando-se o conjunto carta-bússola e conservando-se a bússola no mesmo local, procura-se fazer com que a seta da agulha imantada coincida com a marcação do NV. Quando houver a coincidência, a carta estará orientada. A orientação da carta poderá, ainda, ser feita por meios expeditos. O sol, por exemplo, ao nascer, define aproximadamente a direção Leste. Ao se pôr, a direção Oeste. Conhecidas essas direções, basta que para elas se dirija a margem direita da carta no primeiro caso, ou a esquerda no segundo, para que se tenha a carta mais ou menos orientada. OSTENSIVO

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Ainda com o sol e com auxílio de um relógio devidamente certo, pode-se determinar a direção Norte. Basta que, conservando-se a graduação das 12 horas na direção do sol, se identifique no terreno a direção da linha bissetriz que divide ao meio o ângulo formado pela direção do sol (12 horas) e a do ponteiro das horas, contada no sentido do movimento dos ponteiros. Essa bissetriz define a direção Norte-Sul.

Fig 16-19 - Método expedito de orientação com o auxílio de um relógio Durante o dia, entre às 09:00 e 15:00 horas, a posição do sol define, em relação ao observador, os planos que contêm, respectivamente, as direções Nordeste e Noroeste. Um processo prático para se materializar essas direções é o prolongamento da sombra de um objeto posto na vertical nessa ocasião. Outro processo é o dos ventos regionais dominantes que normalmente sopram na mesma direção e com isso possibilitam a orientação. O minuano, vento muito conhecido no Sul do Brasil, sopra de Oeste-Sudoeste para Este-Nordeste. A observação de vários fenômenos naturais, quase todos relativos ao movimento do sol, também permite conhecer, a grosso modo, no hemisfério sul, a direção Norte. Os caules das árvores, as superfícies das pedras, os moirões das cercas e as paredes das casas são mais úmidos na parte voltada para o Sul, porque só recebem luz e calor do sol na face OSTENSIVO

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voltada para o Norte. Do mesmo modo, os animais, ao construírem seus abrigos, o fazem com a entrada voltada para o Norte, abrigando-se dos ventos frios do Sul e recebendo diretamente o calor e a luz do sol. Durante a noite, a orientação sem o auxílio da bússola é feita, principalmente, por meio da lua ou das estrelas. A lua, em seu movimento aparente, nos dá aproximadamente as mesmas identificações que o sol, principalmente em sua fase cheia, quando se pode observá-la em sua plenitude. A constelação do Cruzeiro do Sul proporciona uma boa e fácil orientação. Qualquer que seja a sua posição na esfera celeste, a determinação do pólo Sul se obtém prolongando-se em quatro (4) vezes e meia a distância entre as estrelas que correspondem à altura da cruz. O pé da perpendicular baixada pelo ponto fictício que limita esse prolongamento sobre o horizonte nos indica a direção Sul, conforme demonstrado na figura 16-20.

Fig 16-20 - Orientação pela constelação do Cruzeiro do Sul 16.11- COMO TRABALHAR COM A CARTA E A BÚSSOLA 16.11.1 - Determinação do azimute dos elementos representados na carta Anteriormente descreveu-se como determinar o azimute de uma direção no terreno com o auxílio da bússola. Agora ver-se-á como achar o azimute de uma direção sobre a carta. A figura 16-21 é um trecho de carta, no qual podem ser observados dois elementos: uma casa, sede da fazenda Dois Rios, e uma ponte. O AzM

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da direção casa-ponte pode ser obtido de acordo com a seguinte seqüência: a) a primeira coisa a fazer é traçar uma reta na carta, ligando a casa (ponto A) e a ponte (ponto B), como mostrado na figura 16-21; b) em seguida, orientar a carta; c) após isso, colocar a bússola aberta sobre a carta, de tal modo que a borda graduada fique sobre a linha traçada na carta e a tampa voltada para a ponte; e d) a seguir, gira-se o anel serrilhado até que a seta indicadora do Norte coincida com a agulha. O ângulo indicado na escala no ponto onde esta intercepta a linha do centro da bússola, no lado da articulação da tampa, será o AzM (Fig 16-22).

Fig 16-21 - Determinação do azimute na carta

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- 16-22 -

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Fig 16-22 - Uso da bússola na determinação do azimute na carta Uma outra situação, envolvendo o uso da carta e da bússola, seria a necessidade de localizar, na mesma carta, um outro ponto (C) do qual se sabe estar situado no sopé de uma elevação, junto a uma trilha, no o

AzM 119 da ponte citada no caso anterior (ponto B). Nesse caso, observam-se os seguintes passos: a) orientar a carta; b) colocar a bússola sobre a carta orientada, com a lateral da caixa tangenciando a referida ponte; c) sem tirar a bússola de sobre a ponte, girá-la até que a agulha marque o

os 119 graus do azimute dado; e d) traçar uma reta sobre a carta, utilizando a lateral da caixa. O ponto que essa reta tocar o sopé da elevação, após cruzar a trilha, é a exata localização do ponto que se deseja identificar na carta (Fig 1623). No exemplo utilizado, um reservatório d’água.

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Fig 16-23 - Utilização do conjunto carta-bússola para a localização de um ponto na carta 16.11.2 - Determinação do Ponto Estação É de grande importância saber o lugar onde se encontra o observador. Um bom processo para a determinação exata dessa posição na carta é o conhecido por interseção a ré, que consiste no seguinte: a) orientar a carta pela bússola; b)

procurar

dois

acidentes

do

terreno,

à

frente,

que

estejam

representados na carta com exatidão; c) com a bússola, visar o primeiro acidente e obter o azimute; d) colocar a bússola sobre a carta orientada, com a lateral da caixa tangenciando a convenção cartográfica que representa esse acidente. Sem tirar a bússola desse ponto, girá-la até que marque o azimute obtido; e) marcar na carta, a lápis, uma reta representando o azimute; e f) repetir todo o processo para o segundo acidente. Assim procedendo, encontrar-se-á o ponto de cruzamento entre as duas retas, que será o ponto estação do observador.

16.12 - ORIENTAÇÃO QUANDO EM MOVIMENTO NUMA VIATURA OSTENSIVO

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Quando se deslocando em uma viatura, pode-se errar o caminho mesmo quando a estrada dispõe de placas indicadoras para os motoristas, devido à maior velocidade de movimento. É comum, também, desorientar-se em uma região desconhecida. As cartas e a bússola auxiliam a orientação e a evitar erros no itinerário. A carta deve estar sempre orientada, de preferência pela comparação com o terreno, para que possa mostrar corretamente as minúcias das estradas por onde se transita. Além disso, deve-se fazer verificações constantes da posição. Isso é feito por meio da confirmação no terreno de pontos notáveis identificados na carta. O uso do hodômetro da viatura para medir as distâncias rodadas entre esses pontos, anotando os valores em uma caderneta ou sobre a carta, e as comparando com as medidas tomadas na carta entre estes mesmos pontos, contribui para a rapidez dessas verificações e o controle eficaz do deslocamento. Pela medida na carta da distância entre o ponto de partida e o de destino (ou de referência), o motorista pode saber qual a distância que deverá percorrer antes de mudar de direção. Se tiver o cuidado de observar a marcação do hodômetro antes de partir, estará em condições de decidir, com menor probabilidade de erro, quando mudar de direção. Se o motorista não acompanhar as distâncias percorridas, verificando constantemente o hodômetro, não poderá tomar uma decisão correta e oportuna. 16.13 - GIRO DO HORIZONTE Giro do horizonte é a identificação, com o auxílio da carta, dos diversos acidentes do terreno, desde o ponto estação até a linha do horizonte. Para executá-lo, deve-se ocupar uma posição que tenha dominância de vistas sobre a região a ser identificada. De início, determina-se o ponto estação por um dos processos anteriormente indicados e orienta-se a carta. Feito isso, realiza-se uma verificação sumária dos acidentes circunvizinhos mais notáveis, identificando-os com a carta para se ter a certeza de que a orientação da carta está correta. O trecho a ser identificado deve ser dividido em setores e dentro deles inicia-se a identificação do mais próximo

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para o mais afastado e da esquerda para direita. Obedecendo-se a esse critério, todos os acidentes serão observados e pode-se-á realizar a completa identificação do terreno com a carta.

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CGCFN-1101 CAPÍTULO 17 ARMAMENTO DO CFN

17.1 - DEFINIÇÕES BÁSICAS 17.1.1 - Arma ou lançador É todo equipamento pelo qual é efetuado o lançamento ou o disparo de munição. 17.1.2 - Munição É o artefato empregado para produzir determinado efeito sobre um alvo, sendo geralmente lançado por uma arma (munição de canhão, míssil, torpedo, munição de pistola, munição de fuzil, etc.). 17.1.3 - Armamento É o conjunto formado pela arma e por sua munição, especificado para atender determinados requisitos, algumas vezes referido apenas pelo lançador ou arma e outras, pela munição. 17.1.4 - Raias São sulcos helicoidais abertos na parte interna do cano de uma arma (alma), destinados a imprimir ao projetil movimento de rotação, a fim de mantê-lo estável na sua trajetória. 17.1.5 - Cheio Parte saliente do raiamento que separa uma raia da outra. 17.1.6 - Calibre É a medida do diâmetro entre dois cheios e tem a finalidade de caracterizar as armas. 17.1.7 - Velocidade teórica de tiro É o número de disparos que pode ser feito por uma arma em um minuto, não se levando em conta o tempo necessário para a alimentação, pontaria, resolução de incidentes, etc. 17.1.8 - Velocidade prática de tiro É o número de disparos que podem ser feitos por uma arma em um minuto, levando-se em conta o tempo necessário à pontaria, à alimentação, à resolução de incidentes, etc.

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17.1.9 - Alcance máximo É o maior alcance que um projetil pode atingir com o emprego de uma arma. 17.1.10 - Alcance útil É aquele até onde a arma pode ser utilizada eficazmente sem que a trajetória sofra variações imprevistas devido à dispersão. 17.1.11 - Cadência de tiro É a variação da velocidade prática de tiro que uma arma pode apresentar, expressa pelo número de disparos que ela pode realizar em um determinado período. Pode ser: a) Rápida Normalmente utilizada ao se iniciar o tiro de modo a se obter superioridade de fogos e forçar o inimigo a se abrigar. b) Normal Empregada para neutralizar o inimigo, impedindo reações. c) Lenta ou sustentada Usada quando há necessidade de manter os alvos sob fogo por longos períodos. 17.1.12 - Ciclo de funcionamento de uma arma É a seqüência por meio da qual se pode explicar o funcionamento de uma arma. De maneira simplificada, as armas seguem o seguinte ciclo de

funcionamento:

disparo;

extração;

ejeção;

engatilhamento;

carregamento; e novo disparo. 17.2 - GENERALIDADES SOBRE AS ARMAS LEVES 17.2.1 - Arma leve É toda aquela de calibre inferior 0.60" (15,24mm). A espingarda 18,6mm (CAL 12) Mossberg, o lança-rojão 88,9mm M-20 A1B1; e o lança-granadas 40mm M-203 são exceções. 17.2.2 - Classificação a) Quanto ao tipo I) De porte Quando, devido ao volume e peso, pode ser conduzida no coldre. OSTENSIVO

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II) Portátil Quando pode ser conduzida por um só homem, sendo, normalmente, dotada de uma bandoleira para transporte. III) Não-portátil Quando, devido ao volume e peso, somente pode ser deslocada por uma viatura ou dividida em fardos por vários homens. b) Quanto ao emprego I) Individual Quando destinada à proteção daquele que a conduz. II) Coletivo Quando se destina ao emprego em benefício de parte ou da tropa como um todo. c) Quanto à refrigeração I) Refrigeração à água Quando o cano é envolvido por uma camisa d`água. II) Refrigeração a ar Quando é o próprio ar atmosférico que produz o resfriamento. III) Refrigeração a ar e à água Quando o cano está em contato com o ar atmosférico mas recebe periodicamente jatos d'água para ajudar o arrefecimento. d) Quanto ao funcionamento I) De repetição É aquela em que se emprega a força muscular do atirador para a execução das diferentes fases de funcionamento (carregamento, trancamento, ejeção, etc.), decorrendo, assim, a necessidade de se repetir a ação a cada disparo. II) Semi-automático É aquela que realiza automaticamente as fases do ciclo de funcionamento, à exceção do disparo.

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III) Automático É

aquela

que

realiza

automaticamente

todas

as

fases

do

funcionamento enquanto houver munição e o gatilho permanecer acionado. e) Quanto ao princípio de funcionamento I) Arma que utiliza a força muscular do atirador; II) Arma que utiliza a pressão dos gases resultantes da deflagração da carga de projeção: (a) ação dos gases sobre o êmbolo; (b) ação dos gases sobre o ferrolho; e (c) recuo do cano (longo ou curto). III) Arma que utiliza a ação muscular do atirador combinada com a oriunda de uma corrente elétrica sobre a estopilha. f) Quanto ao sentido de alimentação I) Da direita para a esquerda; II) Da esquerda para a direita; III) De baixo para cima; IV) De cima para baixo; e V) Retrocarga. g) Quanto ao raiamento I) Alma com raiamento, no sentido: (a) da esquerda para a direita (à direita); e (b) da direita para a esquerda (à esquerda). II) Alma lisa. h) Quanto à alimentação I) Manual; e II) Com carregador (a) metálico - tipo lâmina; e - tipo cofre. (b) tipo fita - metálica com elos articulados;

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CGCFN-1101 - metálica com elos desintegráveis; e - de pano (em desuso). (c) tipo especial.

17.3 - FUZIL DE ASSALTO 5,56mm M16A2Mod705

Fig 17-1 17.3.1 - Características a) Nomenclatura Fuzil de assalto calibre 5,56mm M16A2 modelo 705 b) Simbologia FzAss 5,56mm M16A2MOD705 c) Classificação I) Quanto ao tipo Portátil. II) Quanto ao emprego Individual. III) Quanto ao funcionamento Semi-automático e automático com rajada de três tiros. IV) Quanto à refrigeração A ar. d) Alimentação I) Carregador Metálico tipo cofre. II) Capacidade do carregador 20 ou 30 cartuchos.

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III) Sentido De baixo para cima. e) Raiamento Número de raias: seis (6) à direita. f) Aparelho de pontaria I) Alça de mira De regulagem micrométrica, com visor basculante, graduado de 100 em 100 metros no alcance de 300 a 800m e disco de direção com regulagem variável. II) Massa de mira Tipo ponto, com protetores laterais e regulagem em altura. g) Dados numéricos I) Comprimento: 1m. II) Peso (a) com carregador desmuniciado - 3,510kg; e (b) com carregador municiado - 3,850kg. III) Velocidade prática de tiro (a) funcionamento semi-automático - 45 tpm; e (b) funcionamento automático com rajada de 3 tiros: 90 tpm. IV) Alcance (a) máximo - 3.600m; e (b) útil - para alvos tipo área - 800m; e - para alvos tipo ponto - 550m. 17.4 - FUZIL AUTOMÁTICO 7,62mm M964 FAL

Fig 17-2

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17.4.1 - Características a) Nomenclatura Fuzil automático leve calibre 7,62mm modelo 1964 (FAL). b) Simbologia Fz 7,62mm M964 (FAL). c) Classificação I) Quanto ao tipo Portátil. II) Quanto ao emprego Individual. III) Quanto ao funcionamento Automático, semi-automático e repetição. IV) Quanto ao princípio de funcionamento Ação dos gases sobre o êmbolo. V) Quanto à refrigeração A ar. d) Alimentação I) Carregador Metálico, tipo cofre. II) Capacidade do carregador 20 cartuchos. III) Sentido De baixo para cima. e) Raiamento Número de raias: quatro (4) à direita. f) Aparelho de pontaria I) Alça de mira Tipo lâmina, com cursor e visor, graduada de 100 em 100m, no alcance de 200 a 600m. II) Massa de mira Tipo ponto, seção circular, regulável em altura, com protetores laterais.

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g) Dados numéricos I) Comprimento: 1,10m. II) Peso (a) sem carregador: 4,20kg; e (b) do carregador municiado: 0,730kg. III) Velocidade prática de tiro (a) funcionamento automático: 120 tpm; e (b) funcionamento semi-automático: 60 tpm. IV) Alcance (a) máximo: 3.800m; e (b) útil: 600m. 17.5 - FUZIL METRALHADOR 7.62mm M964 FAP

Fig 17-3 17.5.1 - Características a) Nomenclatura Fuzil Metralhador calibre 7,62mm modelo 1964 (FAP). b) Simbologia FM 7,62mm M964 (FAP). c) Classificação I) Quanto ao tipo Portátil. II) Quanto ao emprego Coletivo. III) Quanto ao funcionamento Automático, semi-automático e repetição.

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IV) Quanto ao princípio de funcionamento Ação dos gases sobre o êmbolo. V) Quanto à refrigeração A ar. d) Alimentação I) Carregador Metálico, tipo cofre. II) Capacidade do carregador Vinte (20) cartuchos. III) Sentido De baixo para cima. e) Raiamento Número de raias: quatro (4) à direita. f) Aparelho de pontaria: I) Alça de mira Tipo lâmina, com cursor e visor, graduada de 100 em 100 metros no alcance de 200 a 600m; e II) Massa de mira Tipo ponto, seção circular, regulável em altura, com protetores laterais. g) Dados numéricos I) Comprimento: 1,125m. II) Peso (a) sem carregadores e com bipé: 6kg; e (b) do cano: 1,60kg. III) Velocidade prática de tiro (a) funcionamento automático: 120 tpm; e (b) funcionamento semi-automático: 60 tpm. IV) Alcance (a) máximo - 3.800m; e (b) útil - 600m.

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17.6 - METRALHADORA 7,62mm Mod B 60-20 MAG

Fig 17-4 17.6.1 - Características a) Nomenclatura Metralhadora a gás 7,62mm Modelo B. b) Simbologia MAG 7,62mm. c) Classificação I) Quanto ao tipo Portátil e não portátil (quando utilizando tripé). II) Quanto ao emprego Coletivo. III) Quanto ao funcionamento Automática. IV) Quanto ao princípio de funcionamento Ação dos gases sobre o êmbolo. V) Quanto à refrigeração A ar. d) Alimentação I) Carregador Tipo fita com elos metálicos articulados, acondicionados em cofre de 50 ou 250 cartuchos. II) Sentido À direita

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e) Raiamento Número de raias: quatro (4) à direita. f) Aparelho de pontaria: I) Alça de mira Tipo lâmina basculante, com cursor e visor, graduada em intervalos de l00m, utilizada em duas posições: rebatida (graduada de 200 a 800m) e levantada (graduada de 800 a 1.800m). II) Massa de mira Seção retangular, regulável em altura e direção, com protetores laterais. g) Dados numéricos I) Comprimento: 1,255m. II) Peso (a) com coronha e bipé: 10,800kg; (b) do cano completo: 2,800kg; e (c) do tripé: 10,450kg. III) Velocidade de tiro (regulável): 600 a 1.000 tpm. IV) Alcance (a) máximo: 3.800m; e (b) útil: 800m sobre bipé e l.800m sobre tripé. 17.7 - PISTOLA 9mm PT92 - TAURUS

Fig 17-5

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17.7.1 - Características a) Nomenclatura Pistola calibre 9mm. b) Simbologia Pst 9mm. c) Classificação I) Quanto ao tipo De porte. II) Quanto ao emprego Individual. III) Quanto ao funcionamento Semi-automática. IV) Quanto ao princípio de funcionamento Curto recuo do cano. V) Quanto à refrigeração A ar. d) Alimentação I) Carregador Metálico, tipo cofre. II) Capacidade do carregador Quinze (15) cartuchos. III) Sentido De baixo para cima. e) Raiamento Número de raias: seis (6) à direita. f) Aparelho de pontaria I) Alça de mira Tipo entalhe retangular. II) Massa de mira Seção retangular.

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g) Dados numéricos I) Calibre: 9mm. II) Comprimento: 21,7cm. III) Peso (a) com carregador desmuniciado: .0,950kg; e (b) com carregador municiado: .l,137kg. IV) Velocidade prática de tiro: variável. V) Alcance (a) máximo - 1.800m; e (b) útil - 50m. 17.8 - SUBMETRALHADORA 9mm TAURUS

Fig 17-6 17.8.1 - Características a) Nomenclatura Submetralhadora calibre 9mm. b) Simbologia SMtr 9mm. c) Classificação I) Quanto ao tipo Portátil. II) Quanto ao funcionamento Automática e semi-automática.

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III) Quanto ao princípio de funcionamento Ação dos gases sobre o ferrolho. IV) Quanto à refrigeração A ar. d) Alimentação I) Carregador Metálico, tipo cofre. II) Capacidade do carregador 30 ou 40 cartuchos. III) Sentido de alimentação De baixo para cima. e) Raiamento Número de raias: seis (6) à direita. f) Aparelho de pontaria: I) Alça de mira Tipo visor, basculante, graduada para 100 e 200m, com proteção lateral e regulável em altura. II) Massa de mira Tipo ponto, seção circular, regulável em altura. g) Dados numéricos I) Calibre: 9mm. II) Comprimento (a) com coronha aberta: .64,5cm. (b) com coronha rebatida: .41,8cm. III) Peso (a) sem carregador 3kg aproximadamente. (b) com carregador municiado com 30 cartuchos 3,800kg. (c) com carregador municiado com 40 cartuchos 3,920kg.

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IV) Velocidade teórica de tiro: 500 a 550 tpm. V) Alcance útil: até 200m. 17.9 - METRALHADORA 12,7mm (.50) HB M2 QCB BROWNING

Fig 17-7 17.9.1 - Características a) Nomenclatura Metralhadora 12,7mm M2. b) Simbologia Mtr 12,7mm M2 (ou Mtr.50"). c) Classificação I) Quanto ao tipo Não portátil. II) Quanto ao emprego Coletiva. III) Quanto ao funcionamento Automática; IV) Quanto ao princípio de funcionamento Curto recuo do cano. V) Quanto à refrigeração A ar. d) Alimentação I) Carregador Tipo fita com elos metálicos.

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II) Capacidade Indeterminada. III) Sentido Da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda, mediante o reposicionamento de algumas peças do sistema de alimentação. e) Raiamento Número de raias: oito (8) à direita. f) Aparelho de pontaria: I) Alça de mira Tipo lâmina, com cursor e visor, graduada de 100 a 2600 jardas (aprox 90 a 2.380m). II) Massa de mira Seção triangular curva, com protetores laterais. g) Dados numéricos I) Calibre: 12,7mm (.50”). II) Comprimento (a) 1,643m; e (b) do cano - 1,143m. III) Peso (a) sem o cano: .25,424kg; e (b) do cano: .12,712kg. IV) Velocidade teórica (a) funcionamento automático: 400 a 600 tpm; e (b) funcionamento semi-automático: 75 tpm. V) Alcance (a) máximo: 6.818m; e (b) útil: 1.830m.

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17.10 - ESPINGARDA 18,6mm (CAL 12) MOSSBERG

Fig 17-8 Esta arma é empregada a distâncias curtas (próximo de 50m) e em situações nas quais outras armas podem acarretar riscos desnecessários devido ao excesso de potência (controle de distúrbios civis, guarda de prisioneiros, retomada de instalações que não devam ser danificadas etc.). 17.10.1 - Características a) Nomenclatura Espingarda 18,6mm (CAL 12) MOSSBERG. b) Simbologia EspMil l8,6mm (CAL 12) Mossberg. c) Classificação I) Quanto ao tipo Portátil. II) Quanto ao emprego Individual. III) Quanto ao funcionamento Repetição. IV) Quanto ao princípio de funcionamento Força muscular do atirador. V) Quanto à refrigeração A ar. d) Alimentação I) Depósito tubular de munição conjugado à arma, sob o cano; e II) Capacidade (com um cartucho na câmara): (a) 9 cartuchos de 70mm de comprimento; e OSTENSIVO

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CGCFN-1101 (b) 8 cartuchos de 76mm de comprimento.

e) Raiamento Alma lisa. f) Aparelho de pontaria Somente conta com a massa de mira. Devido às características de dispersão da munição empregada e das distâncias curtas no tiro das espingardas, o atirador tem que se preocupar, apenas, com a linha de visada, enquadrando a massa de mira e o alvo. g) Dados numéricos I) Calibre: 18,6mm. II) Comprimento: 1,016m. III) Peso: 4kg aproximadamente. IV) Alcance útil: variável em função da munição empregada. 17.11 - LANÇA-GRANADAS 40mm M203

Fig 17-9 17.11.1 - Características É

uma

arma

especialmente

desenvolvida

para

ser

empregada

juntamente com o fuzil M16A2. a) Nomenclatura Lança-granadas calibre 40mm modelo M203. b) Simbologia LGr 40mm M203.

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c) Classificação I) Quanto ao tipo Portátil. II) Quanto ao emprego Coletivo. III) Quanto ao funcionamento Repetição. IV) Quanto ao princípio de funcionamento Ação muscular do atirador. V) Quanto à refrigeração A ar. d) Alimentação Manual: uma granada por vez. e) Raiamento Números de raias: seis (6) à direita. f) Aparelho de pontaria I) Conjunto de quadrante de mira Acoplado sobre a armação superior dos fuzis da série M-16, graduados de 25 em 25m para seleção de alcance entre 50 e 400m, com regulagem em altura e direção. II) Alça de mira Tipo lâmina basculante, acoplada sobre o guarda-mão, graduada de 50 a 250m, com regulagem em altura e direção. g) Dados numéricos I) Comprimento: 39cm. II) Peso descarregado: ...1,350kg. III) Peso carregado: ........1,580kg. IV) Alcance (a) máximo: 400m. (b) útil - para alvos tipo área: ....350m; e - para alvos tipo ponto: ..150m. OSTENSIVO

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CGCFN-1101 (c) mínimo de segurança - para treinamento: .........80m; e - em combate: .................31m.

17.12 - LANÇA-ROJÃO 88,9mm (3,5”) M-20 A1B1

Fig 17-10 Armamento anticarro, sem recuo, utilizado contra alvos blindados e, secundariamente, contra fortificações e pessoal. 17.12.1 - Características a) Nomenclatura Lança-rojão calibre 88,9mm (3.5") M-20 A1B1. b) Simbologia LRoj 3.5" ou LRoj 88,9mm. c) Classificação I) Quanto ao tipo Portátil. II) Quanto ao emprego Coletivo. III) Quanto ao funcionamento Repetição. IV) Quanto ao princípio de funcionamento Ação muscular do atirador combinada com ação de corrente elétrica sobre a estopilha elétrica do rojão. V) Quanto à refrigeração A ar.

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d) Alimentação Manual. e) Raiamento Alma lisa. f) Aparelho de pontaria Ótico, constituído por uma luneta estadimétrica montada no suporte do aparelho de pontaria. g) Dados numéricos I) Comprimento: 1,53m. II) Peso: 5,9kg. III) Alcance (a) máximo: 770m. (b) útil - alvos fixos:........ 270m; e - alvos móveis: ....180m. 17.13 - AT-4 Munição anticarro que se confunde com um armamento, uma vez que sua embalagem individual é também um lançador descartável após o disparo. Como o LRoj, não apresenta recuo e é de transporte individual. Utilizado primordialmente contra alvos blindados e, secundariamente, contra fortificações e pessoal.

Fig 17-11 OSTENSIVO

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17.13.1 - Características a) Nomenclatura Granada alto explosiva de 84mm AT-4. b) Simbologia GAE 84mm AT-4. c) Classificação I) Quanto ao tipo Portátil. II) Quanto ao emprego Coletivo. III) Quanto ao funcionamento Repetição. IV) Quanto ao princípio de funcionamento Ação muscular do atirador combinada com a ação de corrente elétrica sobre a estopilha da granada. V) Quanto à refrigeração A ar. d) Dados numéricos I) Comprimento: 1m. II) Peso: 6,7Kg. III) Alcance (a) máximo: 2100m. (b) eficaz: 300m. IV) Penetração em blindagem: 400mm.

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17.14 - MÍSSIL ANTICARRO RBS 56 - BILL

Fig 17-12 Míssil cujo princípio de funcionamento é aquisição visual do alvo e guiagem por fio através do posto de tiro (PT), com controle semi-automático. Utilizado contra blindados, podendo, eventualmente, ser empregado contra posições fortificadas e aeronaves a baixa altura. 17.14.1 - Caraterísticas a) Nomeclatura Míssil anticarro RBS 56 - BILL. b) Simbologia MAC BILL. c) Classificação I) Quanto ao tipo Não portátil. II) Quanto ao emprego Coletivo. III) Quanto ao funcionamento Repetição com carregamento míssil a míssil. IV) Quanto ao princípio de funcionamento Aquisição visual do alvo e filoguiagem a partir do PT.

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d) Dados numéricos I) Comprimento: 900mm. II) Diâmetro: 300mm. III) Pesos: (a) do míssil - 18Kg. (b) do PT - 17,7Kg. (c) do visor noturno - 9,2Kg IV) Alcances: (a) alvos fixos - 150 a 2.200m. (b) alvos móveis - 300 a 2.200m. V) Penetração em blindagem: 700m. VI) Tempo de vôo: 13 segundos. 17.15 - MÍSSIL ANTIAÉREO MISTRAL

Fig 17-13 Míssil empregado na defesa antiaérea contra aeronaves de ataque ao solo a baixa altitude. Não necessita do acompanhamento do alvo pela base de lançamento após ter sido lançado, sendo dotado de sensor de autoguiagem infravermelho

e

espoleta

laser

de

proximidade,

o

que

aumenta

significativamente a possibilidade de se neutralizar ou destruir uma ameaça aérea, sem a necessidade de haver um impacto direto. Utiliza o lançador MANPADS (MAN PORTABLE ANTI-AIRCRAFT DEFENSE SYSTEM).

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17.15.1 - Características a) Nomeclatura Sistema de Mísseis Antiaéreo Mistral. b) Simbologia MSA Mistral. c) Classificação I) Quanto ao tipo Portátil. II) Quanto ao emprego Coletivo. III) Quanto ao funcionamento Repetição com carregamento míssil a míssil. IV) Quanto ao princípio de funcionamento Aquisição visual ou auditiva, quando integrado ao sistema BofiGIRAFFE, com autoguiagem por infravermelho após o lançamento. d) Dados numéricos I) Comprimento: 1,85mm. II) Calibre: 90mm. III) Peso: 19,45Kg. IV) Alcance máximo: 6.000m. V) Altura máxima: 4.500m. VI) Tempo de vôo: 14,5s. VII) Velocidade: 2,5 MACH. 17.16 - GENERALIDADES SOBRE AS ARMAS PESADAS 17.16.1 - Generalidades As armas pesadas incluem as de calibre superior a 0.60" (15,24mm), com as exceções já mencionadas. Basicamente, as armas pesadas são constituídas pelos morteiros, canhões e obuseiros. 17.16.2 - Características dos morteiros, canhões e obuseiros a) Morteiros I) Tubo curto; OSTENSIVO

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CGCFN-1101 II) Tiro geralmente indireto;

III) Trajetórias muito curvas; e IV) Carregamento pela boca. b) Canhões I) Tubo longo; II) Tiro direto e, raramente, indireto; III) Trajetória tensa; e IV) Carregamento pela culatra. c) Obuseiros I) Tubo curto; II) Tiro normalmente indireto; III) Trajetória curva; e IV) Carregamento pela culatra. 17.16.3 - Classificação do armamento pesado a) Quanto ao calibre I) Leve até 120mm; II) Médio de 121 a 160mm; III) Pesado de 161 a 210mm; e IV) Muito pesado, acima de 210mm. b) Quanto ao emprego I) De campanha; II) De costa; III) Antiaéreo; e IV) De emprego especial. c) Quanto ao deslocamento I) Transportado (a) sobre dorso; (b) em viatura automóvel; (c) trem; e (d) em aeronave (aerotransportado ou helitransportado). II) Auto-rebocado ou tracionado III) Auto-propulsado OSTENSIVO

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CGCFN-1101 (a) sobre rodas; e (b) sobre lagartas.

17.16.4 - Divisão dos Canhões e Obuseiros a) Canhão ou obuseiro propriamente dito I) Boca de fogo (a) tubo-alma; e (b) bucha da culatra. b) Reparo I) Superior; e II) Inferior. 17.16.5 - Divisão dos morteiros a) Morteiro propriamente dito I) Tubo-alma; e II) Culatra. b) Reparo I) Bipé; e II) Placa-base. No Mrt 4.2” o reparo é composto pelo suporte, ponte, disco giratório e placa-base. 17.17 - MORTEIROS 60mm M-60 BRANDT e 81mm M29 A1

Fig 17-14 - Morteiro 60mm OSTENSIVO

Fig 17-15 - Morteiro 81mm - 17-27

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17.17.1 - Características a) Nomenclatura Mrt60mmM2 e Mrt81mmM29A1. b) Classificação I) Quanto ao calibre Leve. II) Quanto ao emprego De campanha. III) Quanto ao transporte Transportados por viaturas do BtlInfFuzNav. Poderão ainda, ser transportados a braço, divididos em fardos. c) Raiamento Alma lisa. d) Dados numéricos

Mrt 60mm

Mrt 81mm

peso completo

19,00kg

38,6kg;

peso do tubo-alma

5,80kg

11,2kg;

peso do bipé

7,40kg

16,0kg;

peso da placa-base

5,80kg

11,8kg;

comprimento total do tubo-alma

0,73m

1,275m;

campo de tiro (a) vertica

711''' a 1511''' 800''' a 1500'''; e

(b) horizontal

250'''

a toda volta.

(a) cadência normal

8 tpm

10 tpm; e

(b) cadência máxima

35 tpm

12 tpm.

(a) máximo

1.850m

4.512m; e

(b) mínimo

100m

90m.

velocidade de tiro

alcance

17.17.2 - Diversos Os morteiros apresentados acima são armas usadas para o apoio à infantaria, com grande eficiência para bater ângulos mortos. Suas

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trajetórias são curvas e fazem o tiro indireto (o alvo não é visto pelo atirador). 17.18 - MORTEIRO 120mm AUTO-REBOCADO K6A3

Fig 17-16 17.18.1 - Características a) Nomenclatura Morteiro calibre 120mm K6A3. b) Simbologia Mrt 120mm K6A3. c) Classificação I) Quanto ao calibre Leve. II) Quanto ao emprego De campanha. III) Quanto ao transporte Auto rebocado, viatura 3/4 Ton. d) Raiamento Alma lisa. e) Dados numéricos I) Peso (a) em posição de tiro - 144kg. (b) do tubo-alma com culatra - 50kg. OSTENSIVO

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CGCFN-1101 (c) do bipé - 32kg. (d) da placa-base - 62kg. (e) do transportador - 180kg. (f) em posição de marcha - 324Kg (com a caixa de acessórios e porta tiros vazios). (g) em posição de marcha, situação de combate - 418kg (carregado com ferramentas , acessórios e seis (6) granadas nos porta tiros do transportador).

II) Comprimento da peça (posição de marcha) - 2,39m; III) Altura da peça (posição de marcha) - 1,14m; IV) Largura da peça (posição de marcha) - 2,00m; V) Alcance (a) máximo (carga 10) - 7.200m; e (b) mínimo (carga 0) - 180m. VI) Elevação (a) máxima - 1.500 '''; e (c) mínima - 700 '''. VII) Velocidade prática de tiro: (a) cadência rápida - 15 tpm; e (b) cadência lenta - 4 tpm. 17.19 - OBUSEIRO AUTO-REBOCADO 105mm/22.5 M101A1

Fig 17-17 17.19.1 - Características OSTENSIVO

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a) Nomenclatura Obuseiro 105mm M101A1. b) Simbologia O 105mm M101A1. c) Classificação I) Quanto ao calibre Leve. II) Quanto ao emprego De campanha. III) Quanto ao transporte Auto rebocado (viatura a partir de 2 1/2 Ton). d) Raiamento Número de raias - trinta e seis (36) à direita. e) Dados numéricos I) Peso da peça - 1.923kg. II) Comprimento da peça em posição de marcha - 6,4m. III) Bitola - 2m. IV) Alcance máximo (carga 7) - 11.800m. V) Campo de tiro (a) vertical - de (-)90''' a 1.156'''; e (b) horizontal - 800''' (400''' para cada lado). VI) Velocidade prática de tiro (a) cadência rápida - 10 tpm nos primeiros três (3) minutos; e (b) cadência lenta - 3 tpm após os três (3) primeiros minutos. 17.20 - OBUSEIRO AUTO-REBOCADO 155mm/23 M114A1

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Fig 17-18 17.20.1 - Características a) Nomenclatura Obuseiro 155mm M114A1. b) Simbologia O 155mm M114A1. c) Classificação I) Quanto ao calibre Médio. II) Quanto ao emprego De campanha. III) Quanto ao transporte Auto-rebocado (viaturas a partir de 5 Ton). d) Raiamento Número de raias - quarenta e oito (48) à direita. e) Dados numéricos I) Peso do reparo completo com o tubo - 5.715Kg. II) Comprimento do obuseiro e reparo engatado - 7,32m. III) Bitola em posição de marcha - 2,44m. IV) Alcance máximo - 14.600m. V) Campo de tiro (a) vertical - de (-) 90''' a 1.156'''; e (b) horizontal - 448''' à direita; e 418''' à esquerda. VI) Velocidade prática de tiro OSTENSIVO

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CGCFN-1101 (a) cadência rápida - 4 tpm; e (b) cadência lenta - 1 tpm.

17.21 - REPARO SINGELO DE 40mm/L70 FAK BOFI-R-BOFORS

Fig 17-19 17.21.1 - Características a) Nomenclatura Canhão AuAAe 40mm BOFORS L/70 BOFI. b) Simbologia Can AuAAe 40mm. c) Classificação I) Quanto ao calibre Leve. II) Quanto ao emprego Antiaéreo. III) Quanto ao transporte Auto-rebocado (viatura a partir de 5 Ton). d) Dados numéricos I) Peso - 5.500kg. II) Campo de tiro: (a) vertical - de (-) 71''' a 1.600'''; e (b) horizontal - a toda volta. III) Velocidade prática de tiro - 300 tpm. IV) Munição no canhão - 118 tiros.

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V) Alcance do radar - 22km (espaço livre). O canhão automático antiaéreo L/70 BOFI é composto do canhão propriamente dito, do diretor de tiro e do motor gerador, constituíndo, cada canhão, uma unidade de tiro autônoma. 17.21.2- Radar de Vigilância Integra o sistema de Defesa Antiaérea (DefAAe) o radar de vigilância GIRAFFE.

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CGCFN-1101 CAPÍTULO 18 MEDIDAS DE PROTEÇÃO

18.1 - GENERALIDADES A proteção, uma das componentes do poder de combate, é a conservação da capacidade de combate de uma tropa, de modo que possa ser utilizada no local e momento apropriados. Ela inclui, entre outras, a Organização do Terreno (OT), que consiste em alterar as características de uma área ou órgão por meio de construções ou destruições. Seja na defensiva (defesa preparada), seja nas situações estáticas da ofensiva (defesa imediata), as tropas devem procurar reforçar sua proteção por meio de trabalhos de OT. Reunidos em dois grandes grupos - fortificações de campanha e camuflagem - os trabalhos de OT visam principalmente a ampliar o poder de combate das forças amigas, bem como a impedir ou dificultar as ações e a observação do inimigo. 18.2 - FORTIFICAÇÕES DE CAMPANHA Fortificações de campanha consistem nos trabalhos defensivos realizados quando um ataque inimigo for iminente ou durante a consolidação de um objetivo conquistado, como prevenção de um contra-ataque. Normalmente compreendem: limpeza de campos de tiro; escavação de espaldões para armas e abrigos para o pessoal; construção de abrigos para órgãos de comando e para instalações de apoio logístico; construção de postos de observação; e construção, lançamento e agravamento de obstáculos. Obedecendo ao princípio da continuidade dos trabalhos, as fortificações de campanha, normalmente, evoluem para construções mais elaboradas denominadas fortificações permanentes. Estas, construídas por pessoal especializado (normalmente elementos de engenharia), quase sempre ficam perpetuadas no terreno, mesmo após os conflitos. Podem, ainda, ser previamente preparadas em tempo de paz ou na guerra, longe da influência da ação inimiga, e incluem: obstáculos de madeira, concreto ou aço; extensos campos de minas; entrincheiramentos permanentes e revestidos;

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espaldões reforçados; fossos anticarro revestidos; redes

reforçadas

de

arame farpado; postos de comando e abrigos para o pessoal. Os trabalhos de fortificação permanente são mais apurados, exigindo o concurso de pessoal especializado, enquanto os trabalhos de fortificação de campanha, por serem mais sumários, podem ser executados por qualquer combatente. 18.2.1 - Limpeza dos campos de tiro No preparo de posições defensivas, antes do contato com o inimigo, é realizada, à frente de cada entrincheiramento ou espaldão, a limpeza apropriada dos campos de tiro. Nesse trabalho devem ser observados os seguintes princípios: - não denunciar a posição em virtude de limpeza excessiva ou descuidada;

Fig 18-1 - Limpeza de campos de tiro

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- em setores organizados para a defesa aproximada, efetuar a limpeza até, pelo menos, 100 m à frente da posição; - em qualquer caso, deixar uma delgada cortina de vegetação natural para esconder as posições (Fig 18-2); - nas áreas com árvores esparsas, remover os ramos mais baixos. Em alguns casos, é aconselhável remover certas árvores que possam ser utilizadas como pontos de referência para execução dos fogos inimigos;

Fig 18-2 - Aproveitamento da cortina de vegetação

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- nas florestas densas não é aconselhável nem possível a limpeza completa dos campos de tiro. Deve-se portanto, restringir o trabalho ao desbastamento da vegetação rasteira e à remoção dos ramos mais baixos das árvores maiores. Além disso, deve-se preparar estreitos corredores de tiro para as armas automáticas (Fig 18-3); - remover ou desbastar a vegetação densa, pois ela obstrui o campo de tiro e não constitui obstáculo apreciável;

Fig 18-3 - Desbaste da vegetação - ceifar as plantações de cereais e os campos de feno ou queimá-los, se maduros ou secos, caso isto não revele a posição. Geralmente, em uma posição organizada, isso é possível antes do contato com inimigo; - remover a vegetação cortada para locais onde não proporcione cobertas para o inimigo nem denuncie a posição; e

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- antes de efetuar a limpeza dos campos de tiro, fazer uma cuidadosa avaliação do vulto do trabalho que pode ser feito dentro do tempo disponível. Essa estimativa, muitas vezes, determina a natureza e a extensão da limpeza a ser realizada, pois uma limpeza de campos de tiro que não possa ser completada pode dar ao inimigo melhores abrigos e cobertas que o terreno com sua feição natural. 18.2.2 - Espaldões a) Espaldões para metralhadora Há dois tipos de espaldões para esta arma: o ferradura e o duas tocas. Como posição

de tiro, o tipo duas tocas apresenta menor

flexibilidade que o outro; entretanto, devido a sua maior facilidade de construção e maior resistência à passagem de carros de combate, é geralmente o preferido. I) Espaldão tipo ferradura Coloca-se a arma em posição pronta para o tiro. Primeiramente, a guarnição faz uma escavação rasa de 2,20m x 1,60m x 0,15m, aproximadamente, com o lado maior perpendicular a provável direção de ataque do inimigo. A terra escavada é depositada em volta, formando um parapeito. O espaldão é completado pela escavação de uma sapa, em forma de ferradura, com 0,60m de largura, acompanhando as faces laterais e posterior da escavação inicial, ficando uma massa de terra da altura do peito na parte central da frente do espaldão, que servirá como plataforma da arma (Fig 18-4). A terra escavada é amontoada em torno do espaldão, completando o parapeito até pelo menos 0,90m de espessura e suficientemente baixo para permitir o tiro em todas as direções. Esse espaldão protege contra o tiro das armas portáteis e contra estilhaços de granada ou bombas. Em terreno firme, proporciona proteção contra ação de esmagamento dos carros de combate; em terreno frouxo, um revestimento dos taludes do espaldão, feito com

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CGCFN-1101 troncos

de

0,20m

de

diâmetro

aproximadamente,

colocados

longitudinalmente e encaixados no terreno, com sua parte superior ao nível do solo, ajuda a tornar a obra resistente à passagem de carros de combate. Quando os carros de combate estiverem a ponto de passar sobre a posição, a guarnição coloca a arma no fundo da parte central da sapa e agacha-se nos lados.

Fig 18-4 - Espaldão tipo ferradura II) Espaldão tipo duas tocas Esse espaldão (Fig 18-5) consiste em duas tocas para um homem, junto a posição da arma. Para demarcá-lo, é feito um pequeno traço no terreno, na direção principal de tiro. À direita desse traço é cavada a toca para o atirador; à esquerda, e a 0,60m à frente da toca do atirador, é cavada outra toca para o municiador. A terra escavada é OSTENSIVO

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CGCFN-1101 disposta em torno da posição, formando um parapeito, o qual não deverá prejudicar o tiro em qualquer direção. Em terreno firme esse tipo de espaldão protege a guarnição e a arma contra a ação de esmagamento dos carros. Quando os carros estão a ponto de passar sobre a posição, a arma é retirada do tripé e colocada numa das tocas, enquanto o tripé é colocado na outra. O atirador e o municiador agacham-se nas respectivas tocas.

Fig 18-5 - Espaldão tipo duas tocas b) Espaldão para morteiro 81mm O espaldão para morteiro 81mm modelo M29A1 deve ser circular com cerca de 2,40m de diâmetro e 0,80 a 0,90m de profundidade, permitindo um declive de 0,10m, para que a água escoe na direção do fosso de drenagem que deverá ter pelo menos 0,50m de profundidade a OSTENSIVO

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partir do fundo do espaldão. Se o fundo do espaldão for muito duro e com

pedregulhos,

este

deverá

ser

revolvido

para

permitir

o

assentamento da placa-base. Entretanto, se o solo for muito macio, de areia, lama ou coberto por neve, será necessário colocar sacos de areia sobre um trançado de galhos de árvores para permitir a perfeita ancoragem da placa-base. A profundidade do espaldão deverá ser tal que o aparelho de pontaria nunca fique abaixo do nível da superfície do solo. O depósito para munição de pronto emprego deve conter toda munição prevista para executar os fogos de proteção final, quando o inimigo estiver atingindo o Limite Anterior da Área de Defesa Avançada (LAADA). O túnel de conexão deve ter um cotovelo de 45° a 90° para impedir que uma explosão no depósito de munição atinja a guarnição da peça e deve ser coberto com galhos, terra e vegetação rasteira, sempre que possível. Sua profundidade deve ter cerca de 90cm (Fig 186).

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CGCFN-1101 Fig 18-6 - Espaldão para morteiro 81 mm

18.2.3 - Abrigos a) Tocas As tocas são os abrigos básicos e individuais dos fuzileiros, que proporcionam a máxima proteção contra o fogo inimigo de todos os tipos (exceto impactos diretos). Sempre que o tempo e os recursos permitirem, as tocas devem ser melhoradas pelo acréscimo de tetos, qualquer que seja o tipo de toca, e pela adoção de medidas para drenar as águas da chuva ou superficiais, como por meio de um poço. Também é necessário construir um sumidouro de granadas de mão, para que nele sejam rapidamente empurradas com os pés as granadas lançadas pelo inimigo no interior da toca. Exceto nos terrenos que dificultem o emprego de carros de combate, a toca deve ser suficientemente profunda para garantir, pelo menos, 0,60m de espaço entre o soldado agachado e a borda da toca, a fim de protegê-lo contra a ação de esmagamento (Fig 18-7).

Fig 18-7 - Toca individual Geralmente, as tocas são cavadas com o lado maior paralelo à frente e distribuídas em torno dos espaldões das armas de emprego coletivo

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para garantir a defesa em todas as direções. Todas as tocas são localizadas de modo a permitir, principalmente, um bom campo de tiro. Nas situações defensivas estabilizadas, a toca pode ser aumentada para comportar um espaço para dormir, devendo ter teto resistente. I) Toca para um homem (a) Características - dimensões mínimas de acordo com as especificadas na Fig 188;

Fig 18-8 - Toca para um homem - quaisquer outras dimensões utilizadas devem ser as menores possíveis, a fim de proporcionar um alvo reduzido aos possíveis fogos inimigos; - suficientemente largas para conter os ombros de um homem localizado na banqueta de tiro (largura mínima: 0,60m); - suficientemente compridas para permitir o emprego das ferramentas de sapa (comprimento mínimo: 1,05m); e - pelo menos 1,20m de profundidade até a banqueta de tiro da qual um homem de pé possa atirar. (b) Poços No fundo da toca, em toda sua largura, deve ser cavado um poço, de 0,45 x 0,45m, para coletar água e permitir que o homem sentado coloque os pés. Esse poço deverá ter um declive de 10 OSTENSIVO

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o

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CGCFN-1101 na direção do sumidouro de granadas, o qual terá, no mínimo, o

0,45m de comprimento, um declive de pelo menos 30 e, no máximo, 0,20m de diâmetro.

Fig 18-9 - Detalhes da toca (c) Proteção superior - contra esmagamento: na maioria dos tipos de solo, a toca proporciona proteção efetiva contra a ação de esmagamento dos carros de combate, se o ocupante se agachar pelo menos 0,60m abaixo da superfície do terreno. Nos solos muito arenosos ou frouxos, pode ser necessário revestir os taludes para evitar seu desmoronamento; - contra arrebentamentos aéreos: para proteger os fuzileiros contra os precisos arrebentamentos aéreos das granadas com espoleta tempo, as tocas devem possuir teto. Em alguns casos podem ser empregados troncos de 0,10m a 0,15m de diâmetro, cobertos com uma camada de terra; em outras situações, qualquer material disponível pode servir, se coberto com 0,15m a 0,20m de terra, areia ou neve.

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CGCFN-1101 (d) Camuflagem das tocas Se possível, a terra escavada deve ser removida para um local onde não atraia a atenção do inimigo e a toca camuflada com uma cobertura improvisada. Essa cobertura consiste em uma armação, que deve ser guarnecida com capim ou folhagem para assemelhar-se ao terreno circunvizinho, ou forrada com um pano de barraca ou qualquer outro recurso, de acordo com as condições locais do terreno (Fig 18-10). Essa técnica é particularmente eficiente contra um ataque de blindados apoiados por tropa a pé. Os fuzileiros permanecem dissimulados até que os carros tenham ultrapassado a posição, depois levantam-se e atacam os soldados a pé que acompanham os carros inimigos. A toca assim camuflada ou suas variantes é, em alguns lugares, chamada toca de aranha.

Fig 18-10 - Camuflagem das tocas

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CGCFN-1101 (e) Parapeito Parte da terra escavada é amontoada em torno da toca, deixando uma berma bastante larga para permitir que o soldado apoie os cotovelos durante o tiro. O parapeito deve ter cerca de 0,90m de largura e 0,15m de altura. Se forem empregadas leivas (placas de vegetação rasteira) para camuflar o parapeito, elas devem ser retiradas de uma área quadrada de 3m de lado e colocadas à parte, até que a toca fique pronta. Neve socada também constitui um bom parapeito.

II) Toca para dois homens A toca de raposa para dois homens nada mais é do que duas tocas para um homem adjacentes. Oferece proteção contra os fogos inimigos diretos comparável à toca individual. Entretanto, apresenta menor proteção contra a ação de esmagamento dos carros de combate, contra os estilhaços de granadas e o bombardeio pela aviação. Nas posições defensivas, a toca para dois homens (Fig 18-11) é geralmente preferida à toca para um homem, pelas seguintes razões: - é preparada com maior facilidade. Um homem pode fazer a proteção, enquanto o outro trabalha na toca; - proporciona revezamento e repouso para os ocupantes, pois um deles descansa enquanto o outro fica alerta. Assim, as posições ficam guarnecidas eficientemente por períodos de tempo mais longos; - se um dos soldados é ferido ou morto, a posição continuará ocupada, o que não acarretará uma brecha na linha; - em situação crítica, o efeito psicológico da camaradagem mantém os homens na posição por mais tempo do que um homem isolado; e - proporciona maior conforto, especialmente em tempo frio, quando os ocupantes poderão juntar seus cobertores e panos de barraca.

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Fig 18-11 - Toca para dois homens com local para dormir b) Posições abrigadas I) Posições naturais Essas posições devem ser sempre utilizadas, desde que existam na área de operações, tendo em vista a grande economia de tempo e de mão-de-obra que proporcionam, e, também, por constituírem os melhores abrigos e cobertas naturais. Os muros de pedra, as cercas vivas, as dobras naturais do terreno, os diques de terra e os trechos de aterro das estradas de ferro e das rodovias, constituem excelentes posições naturais. As áreas urbanas apresentam grande variedade de posições naturais sob a forma de paredes de pedra, de tijolos e de outros tipos de alvenaria, e mesmo de escombros de edificações. As posições naturais devem, geralmente, ser melhoradas e reforçadas; os espaldões para as armas e os abrigos para pessoal são cavados e suas partes fracas são reforçadas com sacos de areia, caixas de munição cheias de terra e outros meios de fortuna. II) Posições preparadas Na defensiva, quando não se dispuser de uma linha de defesa pronta e o tempo permitir, constroem-se posições protegidas contra o esperado ataque inimigo. Muitas vezes, devido às condições do solo

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CGCFN-1101 ou d`água do subsolo, que impedem as escavações, as posições são construídas acima da superfície do terreno. Esse tipo é, também, empregado juntamente com as obras enterradas para economizar maiores escavações. Deve ter, pelo menos, 0,90m de largura no topo, a fim de proteger contra projetis .30 e estilhaços de granada. Os taludes devem estar isentos de pedras soltas e pedaços de madeira; caso contenham tais materiais, devem ser revestidos com sacos de areia. A figura 18-12 apresenta vários tipos de taludes preparados.

Fig 18-12 - Taludes preparados c) Crateras melhoradas O terreno entre duas tropas inimigas geralmente apresenta crateras de vários tamanhos, provocadas por granadas, bombas, minas e foguetes. Para as tropas que avançam, essas crateras oferecem um refúgio imediato e disponível para abrigo ou coberta, bem como posições de tiro parcialmente desenfiadas. Caso a situação fique temporariamente estabilizada, as crateras podem ser facilmente aprofundadas e melhoradas com uma ferramenta de sapa. OSTENSIVO

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Para se melhorar uma cratera, cava-se verticalmente a sua borda, no lado voltado para o inimigo, e prepara-se uma posição cômoda para um atirador deitado, ajoelhado ou de pé (Fig 18-13).

Fig 18-13 - Trabalhos em crateras 18.2.4 - Obstáculos Na concepção militar, um obstáculo é qualquer acidente do terreno, condição do solo ou ambiente, existente ou resultante de fenômeno meteorológico adverso, ou qualquer objeto, obra ou situação criada pelo homem, exceto o fogo das armas, utilizado para canalizar, retardar ou impedir o movimento do inimigo numa determinada direção. Embora o obstáculo deva ser denso o bastante para impedir uma fácil penetração na posição defensiva, não deverá ser tão denso que seja facilmente identificado em fotografias aéreas ou ofereça um bom alvo para a artilharia inimiga. Os obstáculos deverão ser simples, de modo a poderem ser feitos rapidamente pelas tropas com pouca experiência, mesmo na escuridão e na presença do inimigo. O primeiro elemento construído deverá oferecer proteção imediata; o restante deverá ser executado sob a proteção do que já se encontra pronto. a) Obstáculos de arame farpado Entre os vários tipos de obstáculos, os de arame farpado são os mais empregados em qualquer tipo de operação. Normalmente estão disponíveis em grandes quantidades, são facilmente transportáveis e OSTENSIVO

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formam uma barreira eficaz. Oferecem o máximo de interferência por tonelada de material, são facilmente construídos e oferecem pequena visibilidade e alta resistência aos tiros de artilharia. Os obstáculos de arame farpado são classificados quanto à missão que desempenham como táticos, de proteção ou suplementares (Fig 18-14 a 18-17).

Fig 18-14 - Cavalo de Frisa

Fig 18-15 - Concertina triplice

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Fig 18-16 - Concertina comum de arame farpado

Fig 18-17 - Cerca de arame farpado I) As redes de arame farpado táticas são lançadas ao longo do lado amigo da barreira principal, para quebrar as formações inimigas e obrigá-las a permanecer em áreas batidas pelos mais intensos fogos da defensiva. As redes táticas se estendem por toda a frente da posição, porém, não necessitam ser contínuas. II) As redes de arame farpado de proteção são lançadas para impedir ataques de surpresa de pontos situados próximos à posição defensiva. Elas devem se encontrar próximo o bastante da linha de defesa para OSTENSIVO

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CGCFN-1101 poderem ser observadas dia e noite e, ao mesmo tempo, longe o bastante para impedir que o inimigo empregue granadas de mão. Dependendo do terreno, uma distância entre 35 a 75 metros satisfaz essa exigência. As cercas de arame de proteção são construídas ao redor das instalações de retaguarda com o mesmo propósito que o das empregadas à frente. Quando construídas ao redor das áreas de companhia podem ser ligadas de modo a rodearem todo o batalhão.

III) Quando o tempo permitir, serão adicionadas redes de arame suplementares para dissimular a linha exata das redes táticas e a direção da barreira principal. b) Os outros tipos de obstáculos, tais como as crateras, os abatises, os fossos anticarro e o agravamento das margens de cursos d`água, devido à sua complexidade, não serão apresentados nesta publicação. 18.3 - CAMUFLAGEM É o conjunto de medidas que visam a iludir ou a ocultar a verdadeira natureza de uma tropa, instalação, atividade ou equipagem, e que devem ser praticadas intensamente por todos. Todo fuzileiro é responsável por sua camuflagem individual, devendo preocupar-se com a equipagem, com o armamento, com a posição e com os seus itinerários de progressão. Deve ser devidamente preparado para empregá-la e motivado no sentido de que, utilizando-a bem, poderá aproximar-se do inimigo sem ser visto. Por sua vez, cada Comandante é responsável pelo apropriado emprego da camuflagem por sua tropa. Embora os modernos meios de observação possam detectar materiais artificiais bem como alterações no terreno ou na vegetação, a observação direta através do olho humano ainda é a mais largamente empregada. Desse modo, a camuflagem pode ser considerada um fator básico nas operações por sua influência no despistamento e na proteção. Na ofensiva e na defensiva, a camuflagem auxilia a obtenção da surpresa, além de reduzir o número de baixas. Nega ao inimigo o conhecimento das posições

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exatas

ocupadas

por

tropas

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amiga,

difilcultando-lhe

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o

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desencadeamento de fogos. Muitas vezes, a rapidez inerente às operações de combate impede a execução de medidas de camuflagem elaboradas; nessas situações, o correto aproveitamento do disfarce proporcionado pelo terreno poderá contribuir eficazmente para a segurança da tropa. 18.3.1 - Processos de camuflagem Existem três processos de camuflagem: mascaramento, dissimulação e simulação. a) Mascaramento Consiste em ocultar completamente o objeto a camuflar por meio de uma cortina ou máscara. Dependendo da situação, a cortina ou máscara pode não ser facilmente identificada pelo inimigo e assim proporcionar um completo ocultamento, quer do objeto, quer do despistamento. b) Dissimulação Consiste na aplicação ou colocação de material, especializado ou não, sobre, acima ou em volta do objeto a camuflar, de modo a que pareça fazer parte do meio ambiente. Seu exemplo clássico é o fuzileiro com sua camuflagem individual. c) Simulação Consiste em dar a impressão da existência de equipagens e instalações militares que na verdade inexistem. Pode ser obtida pelo: - disfarce, mudando-se a aparência dos objetos, seja para diminuir seu valor tático (como, por exemplo, fazendo vagões de petróleo parecerem vagões comuns), seja para elevar tal valor (como por exemplo, fazendo viaturas não especializadas parecerem carros de combate); e - emprego de simulacros, imitando objetos ou instalações, (como por exemplo, falsas posições de armas, postos de comando, depósitos, etc. 18.3.2 - Exigências fundamentais da camuflagem As exigências para o sucesso da camuflagem, relacionadas em ordem de importância, são: OSTENSIVO

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a) Escolha da posição São observados os seguintes aspectos: I) Missão A localização deverá ser tal que as tropas que a ocupam possam cumprir sua missão. II) Acesso Facilidade de acesso, sem formação de pistas denunciadoras durante a ocupação, o fornecimento de alimentos e munição ou substituição de pessoal. III) Desenfiamento Prevenção contra a observação terrestre e aérea do inimigo. IV) Localização das instalações de serviços Localização apropriada para as instalações de serviços, tais como postos de socorro, depósitos de munição, áreas de estacionamento de viaturas, etc. Essas instalações deverão ser posicionadas no terreno de modo a ser facilmente camufladas e acessíveis, embora não tão próximas umas das outras a ponto de denunciarem a posição como um todo. b) Disciplina de camuflagem A disciplina de camuflagem tem dois propósitos: - evitar qualquer modificação na aparência do terreno, por parte do pessoal que o ocupa; e - manter ou substituir o material da camuflagem periodicamente, a fim de que se confunda constantemente com a vegetação natural. c) Montagem O material da camuflagem deverá ser montado de maneira que oculte a forma, a sombra e o tamanho do objeto a ser camuflado, não possuir forma regular ou sombra bem definida e esconder as pistas e pegadas denunciadoras do pessoal que o montou. d) Escolha do material Para que a camuflagem seja eficaz, os materiais utilizados para esse fim deverão confundir-se com o tipo de terreno adjacente no que refere

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à textura, tonalidade e cor. Os materiais de camuflagem compreendem as seguintes classes: I) Material natural Na guerra, apenas essa classe de material estará disponível em quantidade suficiente para permitir um trabalho de camuflagem eficiente. Inclui, geralmente, árvores, macegas, glebas, camada superficial do solo e destroços encontrados nas proximidades. Sua disponibilidade e emprego tornam a reprodução das formas locais, texturas e cores relativamente fáceis, se utilizados e conservados apropriadamente. Deve ser lembrado que macegas, folhagens e capim, após serem cortados, murcharão e morrerão, com uma modificação marcante em sua aparência, dentro de um período de tempo relativamente curto. Novas folhagens e macegas deverão ser cortadas para substituírem as existentes na camuflagem antes que suas cores apresentem modificações. O material natural possui várias vantagens sobre o artificial: iguala as cores e as texturas locais mais fielmente; enquanto não murcha, é eficaz contra todos os tipos de fotografia aérea, particularmente a infravermelha e em cores; e reduz a quantidade de material de camuflagem a ser fornecido pela retaguarda. Contudo, apresenta algumas desvantagens quando comparado com o artificial, principalmente quando se leva em conta que o trabalho tem de ser executado no local, o que impede a preparação

antecipada.

Além

disso,

perde

rapidamente

suas

características e tem que ser substituído com freqüência. II) Material artificial Redes de camuflagem produzidas com tiras de pano, aniagem e material similar ou qualquer outro item confeccionado pelo homem poderá ser utilizado. 18.4 - DESTINO DO MATERIAL ESCAVADO Em terreno comum, a cor e a tonalidade da terra escavada diferem da existente na superfície; por essa razão deve ser manuseado de modo a não denunciar a fortificação (Fig 18-18). Pode ter um dos seguintes destinos:

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- formar um parapeito, se a parte superior do terreno tiver sido cuidadosamente conservada para cobri-lo. Leivas, folhas e outros restos vegetais apanhados sob arbustos ou árvores próximas são utilizados para tornar o parapeito semelhante ao terreno circunvizinho;

Fig 18-18 - Manuseio do material escavado - ser ocultado sob árvores ou em ravinas, tomando-se todas as precauções para evitar a formação de trilhas denunciadoras; e - ser aproveitado na construção de parapeitos de posições simuladas, parcialmente camufladas. OSTENSIVO

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No inverno em áreas de clima temperado ou em terreno ártico, a neve misturada com terra, retirada das escavações, deve ficar sob uma camada de neve recente, que a camufle. 18.5 - DRENAGEM A inexistência de uma drenagem adequada aumenta as provações das tropas que ocupam os abrigos e o trabalho de manutenção dessas fortificações. A drenagem, portanto, deve ser prevista para as águas da chuva, da superfície e de infiltração. De um modo geral, uma pequena vala de poucos centímetros de profundidade ao redor das escavações, coletará as águas da superfície que queiram correr para o interior da fortificação. A água que cai no interior da escavação ou que para seu interior se infiltra através de suas paredes deverá ser esgotada por baldes, sifões ou bombas. O declive do fundo do espaldão faz com que toda a água corra para a parte mais baixa, de onde pode ser drenada facilmente. Obtém-se melhor proteção colocando-se tábuas ou troncos de árvores no fundo das tocas ou espaldões. 18.6 - REVESTIMENTO Em solos frouxos ou arenosos, poderá ser necessário o revestimento das escavações para evitar desabamentos. Esses revestimentos deverão ser de madeira, tela de arame, ramos de árvore, sacos de areia ou outro material adequado. Quando necessário, as dimensões das escavações devem ser ligeiramente modificadas para fornecer espaço a ser ocupado pelo revestimento (Fig 18-19).

Fig 18-19 - Revestimento para escavações OSTENSIVO

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18.7 - TETO Os tetos proporcionam proteção complementar contra os arrebentamentos tempo e percussão, e permitem aos ocupantes dos abrigos e espaldões permanecerem em suas posições de tiro sob esses fogos. Nas posições sumárias, a cobertura inicial dá proteção somente contra estilhaços e não contra os impactos diretos de artilharia, bombas e foguetes. Tanto quanto a situação permitir, essas posições sumárias devem ser reforçadas e suplementadas com tetos mais resistentes. Nessas posições, qualquer tipo de material resistente (portas, peças de ferro galvanizado, chapas de blindagem de viaturas avariadas, caixotes ou cunhetes de munição cheios de areia, pedra ou terra) pode servir de teto, desde que observadas as técnicas de camuflagem. Em qualquer caso, se o tempo, a situação e o material permitirem, o teto deve ser reforçado ou melhorado, desde que não reduza a eficiência das condições de tiro e apresente camuflagem adequada (Fig 18-20).

Fig 18-20 - Revestimento para tetos

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CGCFN-1101 CAPÍTULO 19 INTRODUÇÃO ÀS OPERAÇÕES ANFÍBIAS

19.1 - GENERALIDADES Um ataque lançado do mar sobre litoral hostil ou potencialmente hostil é a primeira idéia que se associa ao termo Operação Anfíbia (OpAnf). Esse entendimento corresponde ao que se denomina Assalto Anfíbio (AssAnf) , a modalidade mais completa de OpAnf. Outras ações militares desencadeadas a partir do mar, que compreendem conceitos

e

princípios

aplicáveis

ao

AssAnf,

constituem

também

modalidades de OpAnf. Assim, por exemplo, um ataque de pequena envergadura para destruir uma instalação, uma evacuação de tropas de um litoral hostil e a simulação de um desembarque de uma força estão ligadas, respectivamente, às modalidades Incursão, Retirada e Demonstração Anfíbias. Para a realização de uma OpAnf são requeridas tropas especializadas e especialmente treinadas. A maioria dos ensinamentos difundidos aos componentes do CFN visa, basicamente, ao preparo para essas operações. 19.2 - CONCEITOS BÁSICOS 19.2.1 - Modalidades Operações anfíbias é a expressão genérica que abrange determinadas modalidades de ações que são desencadeadas do mar, por uma ForçaTarefa Anfíbia (ForTarAnf), contra uma costa hostil ou potencialmente hostil, ou em favor de forças amigas, localizadas em uma costa inimiga que necessitem ser evacuadas. Compreende as seguintes modalidades: assalto, retirada, demonstração e incursão anfíbias. a) Assalto Anfíbio (AssAnf) Ataque lançado do mar por uma ForTarAnf, caracterizado pelos esforços integrados de forças treinadas, organizadas e equipadas para diferentes atividades de combate, a fim de, mediante um desembarque, estabelecer firmemente uma Força de Desembarque (ForDbq) em

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terra. Tal desembarque é executado por meios de superfície e/ou aéreos e apoiado por meios navais e/ou aéreos. b) Incursão Anfíbia (IncAnf) Operação realizada, geralmente, por Força de pequena envergadura, envolvendo uma rápida penetração ou a ocupação temporária de um objetivo em terra, seguida de uma retirada planejada. e) Demonstração Anfíbia (DemAnf) Ação diversionária, consistindo na realização parcial de um AssAnf ou IncAnf, com a participação ou não de uma ForDbq. d) Retirada Anfíbia (RdaAnf) Modalidade de OpAnf que consiste na evacuação ordenada e coordenada de forças de um litoral hostil, por meio de navios, embarcações e/ou aeronaves embarcadas. 19.2.1 - Organização, comando e controle Os meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais empregados como um todo numa OpAnf constituem a ForTarAnf. Dentro dela, as tropas, seus equipamentos, viaturas, carros de combate, etc., formam um grupamento operativo denominado ForDbq. A ForTarAnf e a ForDbq são organizadas, no que se refere à composição dos meios, visando a execução das tarefas que possibilitarão o cumprimento da missão. O Comandante da ForTarAnf (ComForTarAnf) é um oficial do Corpo da Armada especialmente designado para conduzir a OpAnf e que tem sob sua responsabilidade uma área geográfica, a Área do Objetivo Anfíbio (AOA), na qual tem autoridade para controlar todas as atividades das forças amigas, caso afetem a(s) operação(ões) a seu cargo. O Comandante de Força de Desembarque (ComForDbq) é um oficial do Corpo de Fuzileiros Navais, também especialmente designado, que tem a seu cargo, a partir do desembarque, o desencadeamento das ações sobre os objetivos terrestres que estão localizados no interior da AOA. 19.2.3 - Fases das operações anfíbias As fases aqui relacionadas se referem ao AssAnf. Entretanto, os conceitos e princípios são aplicáveis, também, às outras modalidades de OpAnf. OSTENSIVO

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a) Planejamento Corresponde ao período decorrido desde a expedição da ordem para a realização da OpAnf até o embarque dos meios. b) Embarque Compreende o período durante o qual as tropas, com seus equipamentos e suprimentos, são embarcadas nos navios previamente designados. Essa fase estará terminada com a partida dos navios, ou seja, com o início da travessia. c) Ensaio É o período durante o qual a operação é ensaiada. Ocorre, normalmente, durante a travessia. d) Travessia A travessia envolve o movimento de uma ForTarAnf desde os pontos de embarque até os postos ou áreas previstas dentro da Área de Desembarque (ADbq). e) Assalto Corresponde ao período entre a chegada da ForTarAnf à ADbq e o término da OpAnf, compreendendo o Movimento Navio-para-Terra (MNT) e as ações em terra. 19.2.4 - Meios empregados A realização de uma OpAnf, além da mobilização de pessoal, implica na disponibilidade de meios navais, terrestres e aéreos. Devido às suas peculiaridades, ao longo do tempo buscou-se a construção de meios que atendessem especificamente às suas necessidades. Isso acarretou o surgimento de meios próprios para o transporte de tropa, desembarque de carros de combate, transporte de embarcações de desembarque, além de viaturas anfíbias, etc. No acervo da Marinha do Brasil (MB), conta-se com alguns dos meios mais modernos, os quais são apresentados nas figuras a seguir:

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Fig 19-1 - Navio de Desembarque de Carros de Combate - NDCC

Fig 19-2 - Navio de Desembarque Doca - NDD

Fig 19-3 - Embarcação de Desembarque de Carga Geral - EDCG

Fig 19-4 - Carro Lagarta Anfíbio CLAnf

19.2.5 - Movimento Navio-para-Terra É a etapa da fase do assalto que compreende o movimento ordenado de tropas, equipamentos e suprimentos dos navios de assalto para as praias e/ou zonas de desembarque selecionadas na ADbq. Ele pode ser por superfície ou por helicópteros. 19.3 - VIDA A BORDO O embarque de fuzileiros navais (FN) em navios da MB, especialmente para a realização de uma OpAnf, exige certos cuidados com relação à adaptação a bordo durante a fase da travessia. O planejamento, a execução, o controle das atividades relativas ao embarque e à vida da tropa a bordo são regidos por documentos expedidos por diversos comandos.

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Desse modo, o FN deverá estar familiarizado com alguns dos preceitos veiculados nesses expedientes, especialmente a organização interna administrativa, e com as peculiaridades da vida a bordo do navio no qual irá embarcar. 19.3.1 - Atividades a bordo Normalmente, os Comandantes de navios da MB estabelecem normas de conduta para a tropa embarcada, as quais serão disseminadas a todos na primeira oportunidade. Numa OpAnf, a participação da tropa durante a travessia deve limitar-se às atividades que não interfiram com a operação do navio. Além de reuniões preparatórias e de críticas, todos os comandos envolvidos na operação realizam um acompanhamento da situação, particularmente em função dos conhecimentos mais recentemente obtidos da área de operações. Assim, é elaborado um programa de treinamento para a tropa, que prevê, habitualmente, as seguintes instruções: - vida a bordo, tradições marinheiras e fainas de emergência; - treinamento físico; - exercícios de transbordo; - manutenção e teste de equipamentos e armamentos; e - exercícios de postos de abandono, de homem ao mar e de combate. São também programadas: - inspeções; e - aprestamento quanto à missão e ao emprego da tropa, incluindo-se o tiro com armas portáteis. Esses tiros serão limitados à verificação e à ajustagem das armas, e deverão ser rigorosamente supervisionados, de forma a garantir a observância de todas as medidas de segurança, em especial aquelas relacionadas aos outros navios do comboio. a) Fainas de emergência As fainas de emergência são sempre anunciadas pelo soar de um alarme seguido de aviso pelo fonoclama. O seu atendimento deverá ser feito por todo pessoal embarcado, no menor tempo possível,

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obedecendo-se, rigorosamente, às regras de trânsito estabelecidas para cada navio. Geralmente os navios dispõem dos seguintes sinais de alarme: geral, colisão, ataque químico e "crash" de aeronave. O adestramento para essas fainas, bem como para as de homem ao mar e abandono do navio, deverá ter início, sempre que possível, assim que a tropa embarcada já estiver alojada. I) Postos de Combate Ao soar o alarme geral seguido do aviso, pelo fonoclama, GUARNECER POSTOS DE COMBATE, todos os elementos da tropa deverão se dirigir para os locais previamente designados, vestindo seus coletes salva-vidas, onde receberão ordens especiais. II) Incêndio e alagamento Ao soar o alarme geral seguido do aviso, pelo fonoclama, do local do incêndio ou do alagamento, de imediato será tocado POSTOS DE COMBATE. Todos os elementos da tropa deverão se concentrar nos locais previamente designados, vestindo seus coletes salva-vidas, e aguardar as ordens. Sempre que qualquer elemento da tropa perceber fumaça, início de incêndio ou entrada de água em qualquer parte do navio, deverá comunicar imediatamente tal fato ao oficial de quarto, que se encontra no passadiço do navio. III) Postos de colisão Ao soar o alarme de colisão, seguido do aviso, pelo fonoclama, do local onde ocorreu o abalroamento, todos os elementos da tropa deverão se concentrar nos locais previamente designados, vestindo seus coletes salva-vidas. Em seguida poderá ser tocado POSTOS DE ABANDONO, conforme a situação. IV) Homem ao mar Como regra geral, todo aquele que observar a queda de um elemento ao mar deverá anunciar, rapidamente, HOMEM AO MAR, indicando o local da queda - POR BORESTE, POR BOMBORDO, PELA PROA ou PELA POPA. Qualquer um que tenha percebido o fato também deverá

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CGCFN-1101 lançar bóias salva-vidas. O brado HOMEM AO MAR deverá ser amplamente disseminado até que seja assegurado que o oficial de quarto, no passadiço, tenha conhecimento do ocorrido. Ao ser ouvido o aviso de HOMEM AO MAR, seguido de vários apitos curtos do navio, todos os elementos da tropa devem se dirigir para o local de PARADA. O mais antigo presente deverá verificar a presença e encaminhar as faltas ao passadiço, por meio de mensageiro, no menor tempo possível. O oficial de quarto deverá ser realimentado no que concerne à atualização da lista que lhe foi inicialmente enviada, incluindo-se, necessariamente, o pessoal que chegou atrasado.

V) Postos de abandono A tropa deverá ser instruída perfeitamente quanto ao procedimento para o abandono do navio. Ao embarcar, ela já deverá ter conhecimento de seus postos nas diversas estações de abandono e das balsas salva-vidas, e saber localizá-las. Ao ser determinado GUARNECER POSTOS DE ABANDONO, a tropa deverá: (a) vestir os coletes salva-vidas; (b) verificar se está portando seu cantil cheio; (c) encaminhar-se, rapidamente, para seu posto de abandono, obedecendo as regras de trânsito a bordo; (d) concentrar-se nas estações de abandono, com disciplina; (e) aguardar ordem para abandonar o navio; e (f) efetuar a verificação de presença e encaminhar as faltas ao passadiço. Os elementos hospitalizados que se encontrarem nas enfermarias ou nos camarotes, deverão ser encaminhados para as baleeiras/lanchas pelo pessoal do serviço de saúde. Os navios da MB possuem balsas pneumáticas, como a mostrada a seguir, localizadas nos conveses e dispostas de modo a serem lançadas ao mar com relativa facilidade. Geralmente os postos de abandono ficam próximos a essas balsas infláveis.

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CGCFN-1101 Elas são equipadas com artigos e equipamentos de sobrevivência, tais como: ração, água potável, apito, pirotécnicos, etc.

Fig 19-5 - Balsa pneumática auto-inflável 19.3.2 - Pelotão do Navio Constituido por parcela dos elementos que fazem parte do Destacamento Precursor de uma tropa que embarca, é a organização por tarefas designada para carregar e descarregar o navio. 19.3.3 - Conduta a Bordo As instruções para a tropa embarcada conterão as normas de conduta a serem observadas a bordo. Essas normas não podem ser padronizadas, tendo em vista as peculiaridades de cada navio. Assim, como orientação geral, são listados, a seguir, os assuntos para os quais deve haver o detalhamento necessário nas instruções de cada navio. Esse rol pode ser acrescido dos aspectos que cada navio julgar conveniente divulgar à tropa. a) Água potável A disponibilidade de água doce a bordo é geralmente restrita. Os horários para utilização de água constarão da rotina divulgada nos quadros de avisos da tropa. O consumo excessivo de água doce poderá

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acarretar o racionamento. Ressalte-se que o maior consumo é no banho, seguido da lavanderia e preparo do rancho. b) Alojamento Os elementos da tropa serão distribuídos pelos diversos camarotes e cobertas, de acordo com o previsto no Plano de Embarque, estando essa informação registrada em seu cartão de embarque. Guias serão utilizados para conduzir o pessoal para esses locais. Na entrada de cada coberta será afixado um diagrama com a localização e o número dos beliches. O pessoal da tropa que desempenhar função especial a bordo, tal como de rancho, será alojado em áreas determinadas em cada compartimento da tropa ou, se possível, em uma área separada. Tal medida facilitará a rendição do serviço em qualquer situação. c) Bar e cantina A tropa poderá utilizar as facilidades de bar e cantina de bordo mediante pagamento à vista, de acordo com os horários disseminados nos quadros de avisos. É expressamente proibido o embarque de bebidas alcoólicas de qualquer espécie. d) Barbearia A tropa deverá embarcar o número de barbeiros que julgar conveniente para atender ao seu pessoal. O local do navio a ser utilizado como barbearia deverá ser divulgado oportunamente. e) Colete salva-vidas Cada elemento da tropa, ao embarcar, receberá um colete salva-vidas semelhante ao da figura a seguir, o qual ficará sob a sua responsabilidade, normalmente, amarrado ao seu beliche.

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Figura 19-6 - Colete salva-vidas Procedimentos inadequados, tais como a utilização sob a forma de travesseiros ou almofadas, prejudicam as condições de flutuabilidade desse importante item da equipagem de segurança f) Detalhe de serviço Elementos da tropa serão escalados para os diversos serviços a bordo logo após o embarque dos primeiros militares, tanto para as pernadas da travessia quanto para os portos de escala. Diariamente será elaborado um detalhe de serviço no qual constarão todos os serviços atribuídos à tropa com o nome e o número do pessoal detalhado, e o local em que se encontra alojado. g) Disciplina O pessoal da tropa, enquanto embarcado, ficará sujeito às disposições regulamentares concernentes ao serviço e à disciplina do navio. As penas disciplinares ao pessoal da tropa serão impostas, a priori, pelo Comandante do navio.

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h) Equipamentos Freqüentes inspeções deverão ser levadas a efeito com relação à guarda e à arrumação dos equipamentos e roupas nos compartimentos utilizados pela tropa, com a finalidade de manter as condições de limpeza, arrumação e cumprimento das ordens internas do navio. Os sacos de viagem ou bolsas de campanha deverão ser mantidos fechados, com cadeados, junto às camas ou macas. i) Cartão de embarque Cada FN deverá portar dois cartões de embarque. Um a ser entregue ao embarcar e outro para ficar em seu poder.

Fig 19-7 - Cartão de embarque j) Fonoclama Todas as ordens de caráter geral destinadas ao pessoal da tropa serão anunciadas pelo fonoclama precedidas da expressão PARA TROPA ou DA TROPA. k) Formatura e postos Os locais para a formatura e guarnecimento dos postos de abandono, colisão e incêndio serão previamente determinados e constarão do cartão de embarque.

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l) Fumo Não é permitido fumar nas cobertas, banheiros e sanitários durante as fainas de emergência e quando em postos de vôo nos locais disseminados pelo fonoclama. Só é permitido fazê-lo nos conveses e compartimentos abertos onde não existam substâncias inflamáveis. m) Inspeção Por ocasião do cumprimento da rotina do navio e ao toque de INSPEÇÃO, todos os elementos da tropa deverão se dirigir às cobertas e permanecer ao lado de seus respectivos beliches, a exceção daqueles com incumbências fixas, que deverão se dirigir para seus locais de trabalho. Os oficiais da tropa inspecionarão os setores sob suas responsabilidades. O pessoal de serviço no horário deverá permanecer em seu posto. n) Lavanderia A lavagem de roupa só poderá ser executada na lavanderia do navio nos dias previamente estabelecidos. A tropa fornecerá pessoal para esse serviço enquanto permanecer a bordo. o) Licenciamento Os horários de licenciamento e regresso para bordo serão determinados pelo Comandante do navio e devem ser rigorosamente obedecidos. p) Navegação às escuras Em certas situações, poderá ser determinado ao navio navegar às escuras. Nessa ocasião é proibido exibir luzes de qualquer espécie, inclusive as de cigarros acesos, "flash" de câmeras fotográficas, bem como abrir vigias e portas que não disponham de dispositivos de apagamento automático de luzes. q) Parada O Imediato da tropa deverá comparecer a PARADA onde receberá as ordens do Imediato do navio a serem transmitidas para a tropa.

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r) Plano do dia O Imediato do navio publicará, diariamente, o Plano do Dia. Caberá ao Imediato da tropa, na véspera, solicitar a publicação de tópicos de interesse para a tropa nesse documento. s) Quadro de avisos Para divulgação das ordens de interesse da tropa poderá haver um quadro de avisos exclusivo para a tropa. t) Rancho Os locais de rancho serão informados à tropa por ocasião do embarque. A rotina de bordo estabelecerá os diversos horários de rancho. O oficial de serviço da tropa é o responsável pela fiscalização da rotina, horário, acesso e disciplina da tropa no rancho. u) Recreação No horário de recreação é permitido o uso de rádio, jogos que não sejam os de azar e outras distrações. É expressamente proibido o uso de baralho e apostas a dinheiro. O banho de sol só será permitido após divulgado em fonoclama. v) Secretaria da tropa De acordo com as possibilidades do navio, será destinado um compartimento para instalar uma secretaria para a tropa. Todo expediente referente à tropa deverá convergir para esse local. Normalmente na secretaria trabalharão o Oficial de Pessoal, o Sargenteante Geral da Tropa, escreventes e outros auxiliares. O Sargenteante Geral da Tropa embarcada executará, dentre outras, as seguintes tarefas na secretaria: - controle de efetivos; - confecção do detalhe de serviço; - expedição de documentos administrativos; - elaboração da relação de pessoal; e - controle dos cartões de embarque.

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w) Serviço de saúde O Oficial de Saúde da tropa poderá utilizar as facilidades médicas do navio para o tratamento da tropa e para as revistas médicas. Enfermeiros da tropa serão utilizados para suplementar o pessoal de saúde do navio. A revista médica ocorrerá diariamente no horário estabelecido na rotina. x) Trânsito a bordo É regido pelas seguintes normas gerais: 1) no sentido da proa à popa, por bombordo (BB); e 2) no sentido da popa à proa, por boreste (BE). As setas indicativas nas anteparas devem ser obedecidas. Não é permitido estacionar nas escadas e corredores. Alguns navios, pelas suas características (as vezes um só corredor por um dos bordos), possuem regras de trânsito próprias. Ex: Fragatas. y) Armas portáteis Durante as travessias, as armas portáteis e a munição da tropa deverão ser recolhidos à escoteria e aos paióis (da tropa). A faina de recolhimento deverá ser feita logo após o embarque, assim que a situação o permita. z) Uniformes Os uniformes de porto e de viagem deverão corresponder, sempre que viável, aos utilizados pela tripulação do navio. O Plano do Dia do navio disseminará os uniformes a serem usados.

OSTENSIVO

- 19-14 -

REV 1

OSTENSIVO

CGCFN-1101 ANEXO A LISTA DE ANEXOS

ANEXO A -

Lista de Anexos

ANEXO B -

Hino Nacional Brasileiro

ANEXO C -

Hino à Bandeira Nacional

ANEXO D -

Hino da Independência do Brasil

ANEXO E -

Canção dos Fuzileiros Navais - “Na Vanguarda”

ANEXO F -

Hino ao Fuzileiro Naval do Brasil - “Regimento Naval”

ANEXO G -

Canção do Marinheiro - “Cisne Branco”

ANEXO H -

Canção Soldado da Liberdade

ANEXO I

Canção Fibra de Herói

-

ANEXO J -

OSTENSIVO

Lista de Siglas e Abreviaturas

- A-1 -

REV 1

OSTENSIVO

CGCFN-1101 ANEXO B HINO NACIONAL

LETRA:

JOAQUIM OSÓRIO DUQUE ESTRADA

MÚSICA:

FRANCISCO MANUEL DA SILVA

Ouviram do Ipiranga às margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante, E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da Pátria nesse instante. Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte Em teu seio, oh liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte! Oh pátria amada, Idolatrada, Salve! salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Oh pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil! Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, oh Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra mais garrida

OSTENSIVO

- B-1 -

REV 1

OSTENSIVO

CGCFN-1101

Teus risonhos, lindos campos têm mais flores, “Nossos bosques têm mais vida”, “Nossa vida” no teu seio “mais amores”! Oh pátria amada, Idolatrada, Salve! salve! Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro desta flâmula - Paz no futuro e glória no passado. Mas se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Oh pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!

OSTENSIVO

- B-2 -

REV 1

OSTENSIVO

CGCFN-1101 ANEXO C HINO À BANDEIRA NACIONAL

LETRA:

OLAVO BILAC

MÚSICA:

FRANCISCO BRAGA

Salve, lindo pendão da Esperança! Salve, símbolo augusto da paz! Tua nobre presença a lembrança A grandeza da pátria nos traz.

Em teu seio formoso retratas Este céu de puríssimo azul, A verdura sem par destas matas, E o esplendor do Cruzeiro do Sul...

Contemplando o teu vulto sagrado, Compreendemos o nosso dever; E o Brasil, por seus filhos amado, Poderoso e feliz há de ser.

Sobre a imensa Nação Brasileira, Nos momentos de festa ou de dor, Paira sempre, sagrada bandeira, Pavilhão da justiça e do Amor!. ESTRIBILHO Recebe o afeto que se encerra. Em nosso peito varonil Querido símbolo da terra, Da amada terra do Brasil!

OSTENSIVO

- C-1 -

REV 1

OSTENSIVO

CGCFN-1101 ANEXO D HINO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

LETRA:

EVARISTO DA VEIGA

MÚSICA:

D. PEDRO I I

Já podeis, da Pátria filhos, Ver contente a mãe gentil; Já raiou a liberdade No Horizonte do Brasil Já raiou a liberdade Já raiou a liberdade No Horizonte do Brasil. ESTRIBILHO Brava gente brasileira! Longe vá, temor servil Ou ficar a Pátria livre Ou morrer pelo Brasil: Ou ficar a Pátria livre Ou morrer pelo Brasil: II Os grilhões que nos forjava Da perfídia astuto ardil... Houve mão mais poderosa... Zombou dêles o Brasil Houve mão mais poderosa Houve mão mais poderosa Zombou dêles o Brasil. ESTRIBILHO Brava gente brasileira! etc. III Não temais ímpias falanges Que apresentam face hostil: Vossos peitos, vossos braços. São muralhas do Brasil Vossos peitos, vossos braços Vossos peitos, vossos braços

OSTENSIVO

- D-1 -

REV 1

OSTENSIVO

CGCFN-1101

São muralhas do Brasil. ESTRIBILHO Brava gente brasileira! etc. IV Parabéns, O! brasileiros! Já, com garbo varonil, Do Universo entre as nações Resplandece a do Brasil Do Universo entre as nações Do Universo entre as nações Resplandece a do Brasil. ESTRIBILHO Brava gente brasileira! etc.

OSTENSIVO

- D-2 -

REV 1

OSTENSIVO

CGCFN-1101 ANEXO E

CANÇÃO DOS FUZILEIROS NAVAIS - "NA VANGUARDA"

LETRA:

PROF. JOÃO DE CAMARGO

MÚSICA:

TEN. LUIZ CANDIDO DA SILVEIRA

Sentinela e falange aguerrida, Na vanguarda, empunhando o fuzil,

BIS

Pela Pátria é que damos a vida, Fuzileiros Navais do Brasil.

Fuzileiros do mar e de terra, Defensores da grande Nação,

BIS

Vigilantes, na paz e na guerra, Na vanguarda, com as armas na mão.

Na peleja, ao fragor da metralha, Na vanguarda, que é honra e dever, Fuzileiros, no ardor da batalha, Saberemos lutar e vencer...

Na peleja, ao fragor da metralha, Na vanguarda, que é honra e dever, Saberemos no fim da batalha, Fuzileiros... Vencer ou morrer!

OSTENSIVO

- E-1 -

REV 1

OSTENSIVO

CGCFN-1101 ANEXO F

HINO AO FUZILEIRO NAVAL DO BRASIL - “REGIMENTO NAVAL”

LETRA E MÚSICA: THIERES CARDOSO

Fuzileiro Naval do Brasil Garboso desfraldando esta Bandeira Com a glória do passado e do presente Orgulha a Nação Brasileira Fuzileiro Naval do Brasil Garboso desfraldando esta Bandeira Agita a Pátria inteira Com o brado varonil: Viva o Brasil

Toda nossa vida é consagrada A esta terra, idolatrada E o nosso peito valoroso na trincheira Para a defesa desta Bandeira

Toda a nossa vida é consagrada A esta terra, idolatrada E o nosso peito valoroso na trincheira Para defesa heróica Desta Bandeira

OSTENSIVO

- F-1 -

REV 1

OSTENSIVO

CGCFN-1101 ANEXO G CANÇÃO DO MARINHEIRO - “CISNE BRANCO”

LETRA:

ANTONIO MANOEL DO ESPÍRITO SANTO

MÚSICA:

BENEDITO XAVIER MACEDO

I Qual cisne branco que em noite de lua, Vai deslizando num lago azul, O meu navio também flutua Nos verdes mares de Norte a Sul, Linda galera, que em noite apagada, Vai navegando num mar imenso, Nos traz saudades da terra amada, Da Pátria minha em que tanto penso. II Qual linda garça que aí vai cruzando os ares, Vai navegando Sob um belo céu de anil, A minha galera Também vai cruzando os mares, Os verdes mares Os mares verdes do Brasil. III Quanta alegria nos traz a volta A nossa Pátria do coração Dada por finda nossa derrota, Temos cumprido nossa missão Linda galera, que em noite apagada Vai navegando no mar imenso, Nos traz saudades da terra amada Da Pátria minha em que tanto penso.

OSTENSIVO

- G-1 -

REV 1

OSTENSIVO

CGCFN-1101 ANEXO H CANÇÃO SOLDADO DA LIBERDADE

LETRA E MÚSICA: LUIZ FELIPE MAGALHÃES

Somos fortes, valentes guerreiros, Combatentes de armas na mão! Da Marinha, leais fuzileiros, Defensores do augusto pendão! Sentinelas de terra e dos mares Nossa vida é combate viril! Tendo em mente os heróis militares Que tombaram em prol do Brasil! Soldados da liberdade! Lutemos que o combate é nossa vida, Defendamos a integridade Da pátria brasileira estremecida! Fuzileiros de terra e do mar! Temos sempre em mira o canhão Pelo nobre ideal de lutar Para glória do auri-verde pavilhão!

Desde os tempos remotos da história O Brasil canta os feitos navais, Para nós é orgulho, é glória, Sempre ouvimos na guerra ou na paz Quem são estes vibrantes guerreiros Estes homens valentes quem são? Da Marinha, leais fuzileiros, Combatentes de armas na mão!

OSTENSIVO

- H-1 -

REV 1

OSTENSIVO

CGCFN-1101 ANEXO I CANÇÃO FIBRA DE HERÓI

LETRA E MÚSICA: GUERRA PEIXE

Se a Pátria querida For envolvida Pelo perigo Na paz ou na guerra Defende a terra Contra o inimigo

Com ânimo forte Se for preciso Enfrenta a morte Afronta se lava Com fibra de Herói De gente brava

Bandeira do BRASIL, Ninguém te manchará, Teu povo varonil, Isso não consentirá

Bandeira idolatrada, Altiva a tremular Onde a liberdade É mais uma estrela A brilhar.

OSTENSIVO

- I-1 -

REV 1

OSTENSIVO

CGCFN-1101 ANEXO J LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AC

- Aptidão para a Carreira

AIDS

- "Adquired Imune Deficiency Sindrome", que se traduz por Síndrome da Imuno Deficiência Adquirida (Em português também se pode falar SIDA)

AMC

- Aptidão Média para a Carreira

AssAnf

- Assalto Anfíbio

BFNIF

- Base de Fuzileiros Navais da Ilha das Flores

BFNIG

- Base de Fuzileiros Navais da Ilha do Governador

BiaArtAAe

- Bateria de Artilharia Antiáerea

BtlArtFuzNav

- Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais

BtlEngFuzNav

- Batalhão de Engenharia de Fuzileiros Navais

BtlInfFuzNav

- Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais

BtlLogFuzNav

- Batalhão Logístico de Fuzileiros Navais

BtlNav

- Batalhão Naval

BtlOpEspFuzNav - Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais BtlVtrAnf

- Batalhão de Viaturas Anfíbias

Cal

- Calibre

CADIM

- Centro de Adestramento da Ilha da Marambaia

CA

- Corpo da Armada

C-AEM

- Curso de Altos Estudos Militares

C-Ap

- Curso de Aperfeiçoamento

C-ApA

- Curso de Aperfeiçoamento Avançado

CB

- Cabo

C-EMOI

- Curso de Estado-Maior para Oficiais Intermediários

C-EMOS

- Curso de Estado-Maior para Oficiais Superiores

C-Esp

- Curso Especial

C-Espc

- Curso de especialização

CFN

- Corpo de Fuzileiros Navais

OSTENSIVO

- J-1 -

REV 1

OSTENSIVO

CGCFN-1101

C-FSG

- Curso de Formação de Sargentos

CGCFN

- Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais

CiaCC

- Companhia de Carros de Combate

CiaCom

- Companhia de Comunicações

CiaGE

- Companhia de Guerra Eletrônica

CIAMPA

- Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela Alves

CiaPol

- Companhia de Polícia

CIASC

- Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo

CMatFN

- Comando do Material de Fuzileiros Navais

Cmdo

- Comando

cm

- Centímetro

COMCONTRAM - Comando do Controle Naval de Tráfego Marítimo ComemCh

- Comando-em-Chefe da Esquadra

ComFFE

- Comandante da Força de Fuzileiros da Esquadra

ComGer

- Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais

ComOpNav

- Comando de Operações Navais

CON

- Comandante de Operações Navais

C-PEM

- Curso de Política e Estratégia Marítimas

CPCFN

- Corpo de Praças do CFN

CPesFN

- Comando do Pessoal de Fuzileiros Navais

CPM

- Código Penal Militar

CPO

- Comissão de Promoção de Oficiais

CPP

- Comissão de Promoção de Praças

CPPM

- Código de Processo Penal Militar

C-QFT

- Curso de Qualificação para Funções Técnicas

C-QTE

- Curso de Qualificação Técnica Especial

CRepSupEspCFN- Centro de Reparos e Suprimentos Especiais do Corpo de Fuzileiros Navais C-Sup

- Curso Superior

C-Subespc

- Curso de Subespecialização

OSTENSIVO

- J-2 -

REV 1

OSTENSIVO

CGCFN-1101

dam

- Decâmetro

DEnsM

- Diretoria de Ensino da Marinha

DGMM

- Diretoria-Geral do Material da Marinha

DGN

- Diretoria-Geral de Navegação

DGPM

- Diretoria-Geral do Pessoal da Marinha

DivAnf

- Divisão Anfíbia

DN

- Distrito Naval

EAD

- Escala de Avaliação de Desempenho

EIBC

- Equipagem individual básica de combate

EIP

- Equipagem individual para pistola

EISC

- Equipagem individual suplementar de combate

EMA

- Estado-Maior da Armada

EspMil

- Espingarda militar

FAIBRAS

- Destacamento Brasileiro da Força Interamericana de Paz em São Domingos

FA

- Força Armada

FAO

- Folha de Avaliação de Oficiais

FAC

- Folha de Avaliação Complementar

FAL

- Fuzil automático leve

FAP

- Fuzil automático pesado

FFE

- Força de Fuzileiros da Esquadra

FIP

- Força Interamericana de Paz

FIS

- Folha de Informação de SO e SG

FM

- Fuzil metralhador

FN

- Fuzileiro Naval

Fz

- Fuzil

FzAss

- Fuzil de Assalto

GptFN

- Grupamento de Fuzileiros Navais

GptFNB

- Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília

GptFNBe

- Grupamento de Fuzileiros Navais de Belém

OSTENSIVO

- J-3 -

REV 1

OSTENSIVO

CGCFN-1101

GptFNLa

- Grupamento de Fuzileiros Navais de Ladário

GptFNMa

- Grupamento de Fuzileiros Navais de Manaus

GptFNNa

- Grupamento de Fuzileiros Navais de Natal

GptFNRG

- Grupamento de Fuzileiros Navais do Rio Grande

GptFNRJ

- Grupamento de Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro

GptFNSa

- Grupamento de Fuzileiros Navais de Salvador

GptOpFuzNav

- Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais

hm

- Hectômetro

kg

- Quilograma

km

- Quilômetro

L

- Leste

LAADA

- Limite Anterior da Área de Defesa Avançada

LGr

- Lança-granada

LRM

- Lei de Remuneração dos Militares

LRoj

- Lança-rojão

m

- Metro

MAG

- Metralhadora a gás

MB

- Marinha do Brasil

MM

- Ministro da Marinha

mm

- Milímetro

Mrt

- Morteiro

Mtr

- Metralhadora

N

- Norte

NDD

- Navio de Desembarque Doca

NDCC

- Navio de Desembarque de Carros de Combate

NG

- Norte Geográfico

NM

- Norte Magnético

NQ

- Norte da Quadrícula

NTrT

- Navio Transporte de Tropas

NV

- Norte Verdadeiro

OSTENSIVO

- J-4 -

REV 1

OSTENSIVO

CGCFN-1101

O

- Obuseiro/Oeste

ODG

- Órgão de Direção-Geral

ODS

- Órgão de Direção Setorial

Of

- Oficial

OGSA

- Ordenança Geral para o Serviço da Armada

OM

- Organização Militar

ONU

- Organização das Nações Unidas

OpAnf

- Operação Anfíbia

OpRib

- Operação Ribeirinha

OT

- Organização do Terreno

PCOM

- Plano de Carreira de Oficiais da Marinha

PCPM

- Plano de Carreira de Praças da Marinha

PSO

- Plano de Segurança Orgânica

Pst

- Pistola

QM

- Ângulo entre o norte da quadrícula e o norte magnético

RDM

- Regulamento Disciplinar para a Marinha

RPPM

- Regulamento de Promoção de Praças da Marinha

RUMB

- Regulamento de Uniformes da Marinha

S

- Sul

SAM

- Serviço Ativo da Marinha

SD

- Soldado

SG

- Sargento

SGM

- Secretaria-Geral da Marinha

SMtr

- Submetralhadora

SO

- Suboficial

STF

- Supremo Tribunal Federal

Ton

- Tonelada

TAF

- Teste de Avaliação Física

TFM

- Treinamento Físico-Militar

tpm

- tiros por minuto

OSTENSIVO

- J-5 -

REV 1

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